sábado, 7 de abril de 2012

Fatos e versões em torno de uma perna quebrada

Carta aberta ao TJD publicada por Mário Nascimento no site Meu Joinville e avalizada por aqueles que acham que a perna quebrada de um atleta em dois lugares é resultado apenas de um acidente do futebol.


Embora concorde com muitas das colocações do texto, lamento que seu autor tenha descambado para a velha arenga de que Avaí e Figueirense são sempre beneficiados, em detrimento dos clubes do “interior”, como gostam de se classificar os pretensos prejudicados. É uma visão altamente nociva ao esporte e serve somente para alimentar uma rivalidade que só leva à violência dentro e fora dos gramados



Caros Senhores membros do Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina.


Eu poderia criticar o fato de a comunicação da suspensão preventiva do atleta FABIANO DE OLIVEIRA SOUSA não ter sido feita a ele ou ao seu clube, mas antes a determinado órgão de imprensa que, numa atitude desleal e antiética, fez a comunicação ao atleta ao vivo sem informar-lhe previamente da notícia, expondo-o ao ridículo inaceitável para os padrões do bom jornalismo, para não dizer da boa convivência social.


Eu poderia criticar o fato de que sequer uma prova ou argumentação dos julgadores tenha sido citada que não fosse material deste mesmo órgão de imprensa, dando a impressão de ter sido ele o responsável pela montagem do processo, tarefa que cabe ao Procurador denunciante e aos Relatores.


Eu poderia criticar, até porque assim admitiu um dos julgadores do pleno do Tribunal, o fato de que o caso só ter ido a julgamento pela repercussão que teve na imprensa, por o atleta lesionado pertencer a clube da capital.


Eu poderia criticar a ausência do voto de um dos auditores no julgamento na Primeira Câmara Disciplinar. Trata-se do auditor de cabelos louros, que pareceu fazer muitas anotações em um papel à sua frente, mas não manifestou seu voto.
Eu poderia criticar a não aplicação de punição ao árbitro que nada marcou, embora a jogada tenha se constituído, nas palavras do denunciante, no “mais contundente exemplo do tipo jogada violenta”.


Eu poderia criticar a ausência de justificativa para a desqualificação da súmula da partida, que goza de “presunção relativa de veracidade” e só pode ser desqualificada “quando houver indício de infração praticada pelas pessoas referidas no caput” (no caso, os membros da equipe de arbitragem), uma vez que “as decisões disciplinares tomadas pela equipe de arbitragem durante a disputa de partidas, provas ou equivalentes são definitivas, não sendo passíveis de modificação pelos órgãos judicantes da Justiça Desportiva”.


Eu poderia criticar o enxovalhamento do instituto da jurisprudência, basal no direito, arrogando-se um dos julgadores o direito de desconhecer decisões de outros tribunais, alegando a alta qualidade do direito esportivo catarinense, ocasião em que citou o grande Marcílio Krieger, de saudosa memória.


Eu poderia criticar o fato de a maioria do Tribunal ter utilizado a palavra “continuará” em lugar de “poderá continuar”, ignorando a primariedade do réu para aplicar-lhe pena que, se é compatível com a gravidade da lesão, é incompatível com o histórico do réu, que em quatro anos de disputas do campeonato catarinense não recebeu sequer um cartão vermelho.


Muitos outros motivos para críticas haveria, como também os há para elogios aos paladinos da moralidade e do fair play que apareceram no episódio, notadamente um determinado órgão de imprensa, a exigir punição exemplar, e o próprio Tribunal, que celeremente a aplicou conforme a exigência. Tudo pelo bem do esporte.


Entre a crítica e o elogio, vou ficar com o elogio e esquecer a crítica. E tomarei para mim também a crença, por vezes difícil de ser aceita, de que se está agindo pelo bem do esporte. Vou ficar também com a certeza de que se o fato tivesse ocorrido ao inverso, denúncia de atleta de clube da capital teria ocorrido da mesma forma e a punição teria sido aplicada na mesma medida.


Igualmente me invade também a convicção de que o atleta Tulio Lustosa Seixas Pinheiro só não foi a julgamento pelo mesmo motivo (entrada violenta, embora sem produção de fratura, contra seu colega de profissão Athos dal Asta de Almeida aos 23 minutos do primeiro tempo da mesma partida) porque talvez o citado órgão de imprensa estivesse sobejamente ocupado juntando provas e argumentos contra o atleta que viria a ser punido exemplarmente. Ou porque talvez se concluísse que apenas uma punição exemplar por jogo é o bastante para moralizar o esporte e reprimir os jogadores violentos no futebol catarinense.


O fato de os procuradores do TJD não terem feito denúncia deste outro lance, com certeza decorre do fato de a jogada não ter sido mostrada com a ênfase que se deu ao lance que resultou na punição exemplar. Que culpa poder-lhes-ia caber? Ou talvez do fato de o clamor popular pela equanimidade de tratamento ter vindo de lugares outros, quiçá por suas distâncias, menos importantes ou menos visíveis.
Tudo bastante compreensível, certamente, uma vez que cremos na intenção única dos envolvidos de coibir a violência e tornar o futebol mais seguro para os atletas e mais bonito para os espectadores. E por isto, estão todos de parabéns.


Para que não me acussem de me ater somente a palavras, se pudesse, passaria à ação. Como neste caso não me é possível, procurarei colaborar com quem mostra tanta boa vontade de tomá-las. Tendo este Tribunal mostrado com tanta propriedade sua forma justa de proceder, proponho-me a colaborar com o mesmo, no sentido de alertá-lo para um fato que pode ter passado despercebido aos atentos olhos de seus Procuradores, já que, humanos, somos falíveis.


Em 1º de abril de 2012 jogou no estádio Orlando Scarpelli a equipe do Figueirense contra seu mais tradicional adversário, o Avaí. Quando a pugna encaminhava-se para o seu final, o atleta Anderson Francisco Nunes, do Avaí, atingiu com uma cabeçada seu colega de clube Bruno Cesar Pereira Silva. Este respondeu com uma cusparada e, incontinenti, recebeu uma segunda cabeçada. Além da foto que ilustra este post, o lance pode ser visto no link http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte/v/figueirense-e-avai-ficam-no-2-a-2-em-jogo-marcado-por-agressao-entre-companheiros-de-time/1885258/. Sugiro que seja acessado o quanto antes, para que não se corra o risco de ser retirado do ar.


Como ficou provado no julgamento citado acima, é intenção deste Tribunal que todos os atletas de má conduta sejam exemplarmente punidos. Correndo o risco de ser excessivo, visto que esta providência talvez já tenha sido tomada por algum dos Procuradores, sempre tão céleres em coibir violência ou atitudes anti-desportivas venham elas de atletas de que time forem, proponho que seja feita a denúncia contra ambos os atletas, com base no seguinte:
> Infração grave que escapou à atenção da equipe de arbitragem (Art. 58-B, parágrafo único), o que confere a necessária legitimidade à denúncia, minimizando a possibilidade de argüição de impossibilidade de reforma de decisão do árbitro, ou rechaçando-a com facilidade;
> O atleta Anderson Francisco Nunes poderá ser denunciado com base no artigo 254-A (Praticar agressão física durante a partida, usando o exemplo do § 1º I – desferir dolosamente soco, cotovelada, cabeçada ou golpes similares em outrem, de forma contundente ou assumindo o risco de causar dano ou lesão ao atingido) ou no artigo 250 (praticar ato desleal ou hostil durante a partida, usando o exemplo do § 1º II – empurrar acintosamente o companheiro ou adversário, fora da disputa da jogada). Como não sou profissional da área, confio no bom senso dos membros deste Tribunal para o melhor enquadramento. Tivesse eu que optar, seria pelo Art. 254-A, já que este não cita que o alvo da agressão tenha que ser um adversário e uma cabeçada é certamente mais grave do que um empurrão. A pena prevista é de suspensão de quatro a doze partidas.
> O atleta Bruno Cesar Pereira Silva poderá ser denunciado com base no Art. 254-B (Cuspir em outrem). Notando que novamente o alvo (da cusparada) não está explícito e, portanto, é indiferente se o mesmo é de equipe adversária, equipe de arbitragem, repositor de bola, torcedor, pipoqueiro ou qualquer dos demais circunstantes de uma partida de futebol. A pena prevista é de suspensão de seis a doze partidas.


Sendo assim, cumprimento novamente o TJD/SC e dou-me por feliz por poder colaborar com este Tribunal, no seu sempre maior objetivo de melhorar a prática do desporto em terras catarinenses, estejam elas cercadas pelo Oceano Atlântico ou nos mais recônditos rincões do interior do estado.

sábado, 31 de março de 2012

Parece que a conversa com Dilma deu sono



Primeiro foi a recomendação de chute no traseiro, por obra e graça de Jerome Valcke, secretário da Fifa e interlocutor do Brasil para a Copa de 2014. Agora é Joseph Blatter, o próprio presidente a Fifa, cansado de papo furado e promessas, quem cutuca o país, na convicção de que aqui nada anda, a não ser pra trás. “Queremos atos, não somente palavras”, disse ele em entrevista na sede da entidade, numa espécie de chancela ao que o secretário havia dito e que ofendera tanto alguns brasileiros chegados a um belo jogo de cena. É curioso que isso aconteça logo após a visita à presidente Dilma, quando se teve a impressão de não havia mais nada de podre no reino da Copa.

Sentindo-se insultados e temerosos quanto à nossa soberania, políticos e autoridades de todos os matizes rejeitam qualquer observação ou cobrança que venham de Valcker e Blatter. Enquanto isso seguimos confiando nas varinhas mágicas utilizadas em Brasília por nossos Midas às avessas. De concreto, e ainda assombrados pelos fantasmas das ilicitudes do Pan no Rio de Janeiro, não temos nada de positivo a mostrar sobre a Copa de 2014. Imagino o que vamos apresentar na Copa das Confederações, evento teste que o Brasil recebe ano que vem.

Os prazos estão cada vez mais apertados e continuamos sem soluções para aeroportos, estradas e mobilidade urbana. Temos, isto sim, a certeza que após a Copa deveremos ostentar verdadeiros elefantes brancos entre alguns dos estádios majestosos erguidos a peso de ouro e dos impostos em terras de ninguém quando se fala de futebol. Que a Fifa nos proteja, ignorado o pior, como já aconteceu na África do Sul, e o povo brasileiro não diga amém nas futuras eleições.

domingo, 25 de março de 2012

A fala equivocada do Ministro do Esporte

Nesses tempos de chantagem explícita dos senhores congressistas para a votação da Lei da Copa, o Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, com aquele jeito arrastado de se expressar dá sua contribuição negativa ao justificar os atrasos em obras de infra estrutura no país que assumiu a responsabilidade como sede da Copa do Mundo desde 2007.


O texto é de Walter Guimarães, postado no blog do José Cruz. São dois jornalistas atentos às estripulias oficiais ou extra-oficiais que retiram toda a credibilidade necessária a quem prepara(?) o Brasil para um evento que desperta a atenção do planeta. A Copa América, programada para 2015 no Brasil, a CBF já passou adiante, entregando o evento ao Chile. Será que vamos dar conta da Copa das Confederações, da Copa do Mundo e da Olimpíada? Do jeito que vai, quem sabe? O Ministro Rebelo acha natural a imobilidade brasileira, apesar do tempo que já se passou desde que o governo Lula e autoridades do esporte fizeram aquela grande festa na Suíça.



Escutei vossa entrevista no programa Bom Dia Ministro, da EBC, na sexta-feira, com a participação de radialistas de todo o Brasil.
O Senhor mostrou um grande conhecimento de fatos ocorridos em todas as regiões, passando da Batalha do Jenipapo, no Piauí, à viagem de canoa de Pedro Teixeira pelos rios amazônicos, além do sonho “brasiliense” de José Bonifácio, etc e tal.
Em determinado momento V.Excia. explanou sobre “problemas civilizatórios” do país.
Desculpe-me a ousadia, Caro Ministro, de um desportista apaixonado e torcedor de arquibancadas, mas não concordo com a seguinte colocação, quando se referiu aos atrasos nas obras para a Copa 2012.

Assim:
“ … um deles é o do atraso. A gente atrasa até para sair de casa para o cinema, para o restaurante, é correndo que o menino vai para a aula, está certo? Fica esperando um se aprontando, que não terminou. Então, isso é uma coisa da nossa cultura, mas tudo funciona. Se você comparecer a um galpão preparatório de uma escola de samba no Rio de Janeiro, em São Paulo, você aposta que não vai ter desfile nenhum, mas, quando é no dia do desfile, a escola está lá, bonita, pontual, organizada. Então, essa é uma característica do nosso povo e da nossa civilização”.


Senhor Ministro, com tal afirmação, deixo de lado o devido pronome de tratamento protocolar e hierárquico. Mas eu não me atraso para sair de casa, e conheço muitas pessoas que não se atrasam para cumprir seus compromissos, com os filhos, inclusive.
Desculpe-me discordar, mas isso não é coisa da nossa cultura. Se a organização da Copa e dos Jogos do Rio-2106 atrasarem, como ocorreu no Pan-2007, isto é, sim, da cultura de nossos gestores. Quem sabe, devido o histórico desleixo dos que têm certeza de que, ainda assim, não serão punidos por relaxar em seus compromissos.
Além disso, na mesma entrevista, outra manifestação me deixou indignado. E posso falar assim, pois o Senhor é um representante do povo no exercício da gestão pública. É, antes, um deputado que passou pelo vestibular das urnas, portanto com aval do eleitor.


Por isso, Senhor Ministro, considero total falta de respeito um ministro de Estado afirmar que os céticos em relação ao sucesso na organização da Copa possuem “complexo de vira-latas”. Garanto que a maioria deles também conhece muito bem a história do país na organização de eventos esportivos para assim se posicionarem.
Aí vai uma pequena memória sobre os “desastres” que já abrigamos:


- Mundial de Patinação Artística, em Brasília, com poças de água na área de exibição dos atletas e o evento sendo atrasado á espera que a chuva cessasse.


- Mundial de Futsal, também em Brasília, com estudantes da rede de ensino nas arquibancadas, por total falta de público, devido a péssima organização e divulgação.


Mundial de Handball, com arquibancadas igualmente às moscas, sem atrativo para o torcedor.


Pois é, Senhor Ministro. No lugar da erudição, da verborragia de fatos históricos discorridos na entrevista, gostaria de escutá-lo falando de dados concretos sobre o desporto nacional.


Onde estão os planejamentos dos ciclos da Matriz de Responsabilidade relativos à segurança, tecnologia da informação, saúde, fornecimento de energia, telecomunicações, dentre outros, que o Tribunal de Contas da União cobra há três anos?


Onde está a atualização do portal de transparência da Copa, obrigatória para a liberação de recursos?


Onde estão os projetos executivos dos estádios e obras de mobilidade?


Esse atraso, Senhor Ministro, é próprio da pasta que o Senhor herdou.


Para concluir:
Permita-me a ousadia de sugerir que reflita melhor ao afirmar que os promotores do Ministério Público são limitados e sem conhecimento para compreender “que é preciso combinar a razão da preservação com a razão do desenvolvimento, do crescimento do país, que o crescimento também é um fator importante de democratização”.


Senhor Ministro, por favor, não me agrida dessa forma, como se eu fosse um “vira-lata” ignorante.
Caso contrário, serei obrigado a questioná-lo sobre suas limitações e falta de conhecimento na área de gestão do esporte.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Tem muita gente merecendo chute no traseiro

Orlando Silva e Teixeira já foram

A saída de Ricardo Teixeira da CBF, do Comitê Organizador Local da Copa 2014 e do Comitê Executivo da Fifa é apenas o início de um longo e necessário processo de depuração entre os dirigentes do esporte no Brasil. Só para lembrar, Teixeira foi acusado de evasão de divisas, crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, crimes contra a ordem econômica, venda irregular de ingressos e favorecimento em negócios. A CBF com Marin & Cia até 2015 continuará sendo um galinheiro controlado por raposas.

Vale o mesmo para diversas confederações, federações e clubes espalhados pelo país que hoje não é mais só do futebol. São entidades sob controle de cartolas eternizados em seus postos e tão ou mais nocivos ao esporte do que estes que estão abandonando o navio. Os ratos da mesma laia continuam à espreita, prontos para assumir o comando de cargos que por ventura fiquem vagos.

Na esteira destes acontecimentos a mídia, esportiva ou não, precisa mudar de comportamento. É inaceitável, pelo mau exemplo que significam, figuras à margem da lei continamente paparicadas porque um dia foram grandes ídolos do esporte. O caso da hora é o do ex-jogador Edmundo, que embriagado, anos atrás, causou um acidente de trânsito e a morte de três pessoas. Além da impunidade, Edmundo ganhou uma nova profissão, a de jornalista, formador de opinião em rádio, jornal, televisão e agora até com um blog em portal de grande prestígio no meio esportivo.

A cartolagem e gente como Edmundo sobrevivem sob o manto protetor de muito jornalista conceituado, aval para suas estripulias, maracutaias e mal feitos de toda a ordem. O serviço público e as Ongs faz tempo foram contaminadas e igualmente exigem uma faxina moralizadora que impeça o desvio de recursos públicos para fins escusos. A roubalheira só é possível graças ao conluio criminoso de segmentos da mídia, de autoridades públicas e do judiciário. Lembram da CPI da Bola, presidida pelo atual Ministro do Esporte,Aldo Rabelo? Sumiu, ninguém sabe ninguém viu. Ministros já foram defenestrados mas nada se apurou e assim a vida segue até que eventos como os que envolveram a CBF caiam no esquecimento.

Em Brasília o escândalo recente é a chantagem de deputados e senadores com a presidente Dilma. Não votam a Lei da Copa enquanto ruralistas e aliados não verem atendidos suas exigências. É o último e mais novo capítulo obscuro nessas relações promíscuas que infelicitam a sociedade e o país. Depois reclamam quando alguém sugere um chute no traseiro.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Galdino deixa o Conselho do Esporte. E daí?

O presidente do Conselho Estadual do Esporte, o ex-atleta olímpico e campeoníssimo da marcha atlética, Sérgio Galdino, deixa o cargo em abril para se candidatar à vereança em Blumenau. Com ele que é do ramo já tem sido difícil a vida no Conselho, imagino o que vem por aí, pois infelizmente a política partidária-eleitoreira predomina nas relações com a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. Ou José Natal, um ex-suplente de deputado estadual por São José, e que não tem nenhuma afinidade das três áreas, não teria virado Secretário para acomodar uma situação no seu município visando a próxima eleição.

A postagem de 3 de março, com o desabafo do desportista Rubens Faccini, é um dos retratos fiéis da situação vivida hoje pelo segmento esportivo em Santa Catarina. Outro é o momento da Fesporte, onde o atual presidente e também ex-atleta, Adalir Peccos Borsatti, vive com a cabeça a prêmio. É igualmente uma demonstração clara da falta de apreço deste e de outros governos pela Secretaria em questão e seus objetivos.

A renúncia de Galdino, além de ser emblemática não vai acrescentar nada, nem mesmo vai alterar a postura da maioria dos conselheiros. Dos 21 membros, 11 trazem diversas representações do governo estadual. Tem pra todo o gosto. Fica, é claro, a curiosidade sobre o próximo presidente do Conselho, certamente alguém que manterá no colegiado a orientação do “sim senhor”. Políticas sérias para a cultura, o turismo e o esporte e destinação correta para os recursos disponíveis nestes Fundos? Nem pensar. Já escrevi muito sobre isso. Quem conhece o meio e vive nele há muito tempo já sabe o que vai acontecer.

segunda-feira, 12 de março de 2012

E agora José?



A não ser pela satisfação com a saída de Ricardo Teixeira, a festa ainda nem começou. O novo presidente da CBF, ex-Arena, amigo do regime militar, o oitentão José Maria Marin, tem pela frente apenas uma Copa do Mundo no Brasil, o Comitê Organizador Local, o COL, a Copa das Confederações também no país, organização da seleção para a Olimpíada em Londres e a recuperação da imagem de uma entidade que ele mesmo ajudou a desacreditar. Afinal, ao ganhar o apelido de Zé das Medalhas por ter surrupiado a medalha de um garoto campeão pela seleção sub-20, terminou por carimbar suas credenciais como um jurássico e mal visto dirigente esportivo. Este é o novo presidente da CBF.

Talvez estivesse embutida na saída de Teixeira aquela sugestão do secretário da FIFA e que provocou frissons nacionalistas em algumas autoridades brasileiras. O “pé no traseiro” foi dado, agora falta arrumar a casa, uma missão impossível com a continuidade na CBF, conforme assumiu o próprio Zé Maria. Não acredito nem na formação de um grupo “rebelde”, liderado pelos presidentes das federações Gaúcha, Carioca, Mineira e Baiana. A rebeldia dura até a acomodação das melancias no caminhão. Quando os interesses de cada um forem atendidos, cessa qualquer intenção mudar o que existe deste os tempos de João Havelange, almirante Heleno Nunes e, por fim, Ricardo Teixeira.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Os craques, a ousadia, o bêbado e o equilibrista



Leonel Messi 5 x 3 Neymar. Foi o placar da quarta-feira com Copa dos Campeões na Europa e clubes brasileiros na Libertadores. O massacre do Barcelona nos alemães do Bayern não tem um só responsável, apesar dos cinco gols do Messi. O time é muito bom, homogêneo, com esquema tático que todo mundo sabe, mas ninguém dá conta.

Já entre os brazucas, quem tem Neymar e um bom treinador dorme tranquilo. Mesmo assim o Inter e Dorival Júnior não precisavam exagerar estendendo o tapete vermelho – que ironia – para o craque santista desfilar, alegrando os gremistas que na mesma hora batiam num bêbado no Piauí aliviando a aflição do Luxemburgo. Começa a se esgotar a paciência dos colorados com Dorival, que vai se equilibrando nas suas explicações tortas e não consegue fazer o bom time do Inter jogar.

O Fluminense, do destemido Abel Braga, que escalou dois volantes, dois meias e dois atacantes, acabou com a invencibilidade de 36 jogos dos argentinos na Bombonera. Incluindo o pequenino Welington Nem, direto do Scarpelli para o caldeirão do Boca Juniors, cujo time não assusta mais, mesmo com o velho Riquelmi em campo e sua imutável cara feia. O Corinthians fez o dever de casa contra o fracote Nacional paraguaio, enchendo Tite de argumentos e alimentando suas incompreensíveis entrevistas.

sábado, 3 de março de 2012

O desabafo de um desportista



Rubens Fachini (foto) é um desportista das antigas. Gosta do que faz. Faz de graça e nem os inúmeros prejuízos e calotes que tomou ao longo dos seus 74 anos de vida o desanimaram ou o fizeram desistir do esporte. Fachini vive em Brusque, desde que com outros companheiros encampou a idéia de Arthur Schlosser para a criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, lá pelos idos de 1961.

As últimas enganações de que foi vitima, conforme seu relato à plenária do Conselho Estadual de Desportos, envolvem o ex-secretário de Cultura, Turismo e Esporte, César Souza Júnior, e o prefeito de Brusque, Paulo Eccel. Sua carta enviada ao então secretário César Souza Júnior e lida na plenária do CED, ficou registrada na íntegra em ata do Conselho. Até hoje não se sabe o resultado deste desabafo do Fachini, uma pequena amostra de como tratam nosso esporte e os desportistas.

Afinal, primeiro é preciso atender com extremo cuidado a troca do secretário, especialmente quando se trata de alguém que não é do ramo, mas que, como moeda de troca, atende aos interesses da politicagem que se pratica, especialmente em ano eleitoral.

A mídia não tomou conhecimento e, se tomou, não deu a mínima para um assunto tão grave e que repercute em todas as esferas do esporte de Santa Catarina. Menos, é claro, onde deveria repercutir.

“Caro Amigo César Souza Junior, ao agradecer pela gentileza do carinho e atenção dispensada, quero expressar e fazer justiça ao comunicar-lhe que tenho acompanhado a forma amigável , Cortez e educada com que o Carlos Eduardo tem atendido as pessoas na Secretaria. Fiquei observando como ele atende a todos de forma cordial. A dona Mara também é uma senhora muito querida e atenciosa com as pessoas. Pediria nesta oportunidade a gentileza de que seja prestada uma atenção especial ao Sr. Pecos Presidente da Fesporte , um dos mais capacitados administradores do esporte Catarinense e que desempenha profícuo trabalho na Fesporte e que engrandece nosso Estado.

Faço estas observações pelo fato de sempre ter sido humilhado em procurar na Secretaria pelo encaminhamento dos projetos do Fundesporte. Para que o senhor tenha conhecimento, no ano de 2011, nenhum projeto dos que apresentamos teve recursos liberados, inclusive o da “ Cerimônia de Atendimento e transporte do Fogo Simbólico dos 51° Jogos Abertos de Santa Catarina “ , no valor de R$ 30.000,00. No entanto realizei o evento e , mesmo segurado (sic) os gastos , tive despesa de R$ 23.000,00, pois tivemos também que atender as despesas com hospedagem e alimentação dos Conselheiros do Conselheiro Estadual de Esporte, que se reúne em Brusque por ocasião deste evento.

Por dedicação ao esporte de Santa Catarina , pelo que aprendi com Artur Schlösser desde 1957, com quem sempre estive na criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina , acabei acumulando um prejuízo em torno de R$ 600 mil reais nos últimos anos , tendo que me desfazer de meus bens , inclusive perdendo meu automóvel (hoje em dia viajo com automóvel usado cedido por meus familiares para que possa desenvolver minha atividade profissional.

Tenho 74 anos e com câncer na próstata e tumores pelo corpo , tomo diariamente remédios , 8 comprimidos e mais seis remédios líquidos, pois peço sempre que Deus me ajude pra que consiga pelo menos me dar mais 10 anos de trabalho para que possa deixar alguma coisa para minha filha Maria Clara, que tem 7 anos e que há dois anos me ajuda na solenidade de Acendimento do Fogo Simbólico dos Jasc, conforme a capa em folder anexo.

Não guardo ressentimento de ninguém, nem mesmo do nosso atual Prefeito de Brusque , que por ocasião do Cinqüentenário dos Jogos Abertos em Brusque em 2010 me causou um grande prejuízo, pelo fato de ser amigo do Ciro Rosa. do Governador Raimundo Colombo, Paulinho Bornhausen e do Senhor, e por ter gravado em 2010 na Arena de Esportes de Brusque , um depoimento para a campanha do Senador Luiz Henrique da Silveira.

Acompanho a forma correta como está sendo encaminhada a candidatura do amigo para a Prefeitura de Florianópolis , e temos certeza de que Deus abençoará seu caminho e sua eleição . Fiz e prece à Deus pedindo que o abençoe e o proteja.

Respeitosamente , Rubens Fachini.”

Felizes para sempre. E foda-se o futebol brasileiro



Os ventos fortes que ameaçavam com uma forte turbulência o prédio da CBF e a gestão do eternizado Ricardo Teixeira não passaram de uma brisa. Os 27 presidentes de federações estaduais, sustentáculo do atual presidente da entidade, acabaram refrescados com um cala a boca que representa aumento de 60% nos repasses mensais às suas combalidas entidades.

Ou seja, a Assembléia Geral da última sexta-feira deu em nada. A cartolagem voltou pra casa feliz e cada vez mais unida em torno do doutor Ricardo. No máximo ele vai tirar uma rápida licença pra tratar da saúde, um pouco debilitada nos últimos tempos pelas atribulações do cargo.

O fotógrafo Ricardo Stuckert captou bem o grau de satisfação dos presentes à Assembléia no Rio de Janeiro. Com nosso ínclito e barbudo Delfim Peixoto a frente, o enquadramento dos papagaios de pirata mostra o quão felizes estão todos com a administração do futebol brasileiro.

sexta-feira, 2 de março de 2012

As armadilhas do sotaque

A sexóloga apresentada pela Globo na mini série “As brasileiras” agitou a manezada. Muito gaúcha, protesta quem viu o capítulo da quinta-feira. Gente, sotaque e expressões regionais são sempre uma grande encrenca. Com patrulhamento, então, nem se fala. Lembro, por exemplo dos percalços da Globo com "O tempo e o vento", direção do gaúcho Paulo José. Nem um bom trabalho de pesquisa evitou as dificuldades para enquadrar os atores em sotaque muito característico como o do gaúcho da campanha.

Forçar a barra nunca dá certo e o meio termo é difícil de acertar. Fica melhor ao natural, desde que não tenha aquele chiado de chaleira tipo o da Xuxa quando ela decidiu que era carioca. Vale lembrar, também, a bronca dos gaúchos quando a maravilhosa e inigualável Elis Regina começou a apresentar o seu carioquês, chiando mais do que os "nativos". Houve um tempo em que o jornalismo global evitava o carregado sotaque nordestino para seus repórteres, num descabido preconceito.

Fernando Alexandre, um jornalista alagoano radicado em Florianópolis, tentou reproduzir e interpretar essa natural confusão lingüística. Acertou aqui, tropeçou ali, mas conseguiu parir o Dicionário da Ilha, se não me engano já na segunda edição.

A verdade é que de norte a sul nossa língua tem diferenças muito acentuadas e as adaptações, se mal elaboradas, no mais das vezes ficam quase caricaturais. E quando as exigências de hábitos e do falar são muito regionais, só uma escola que forme bons atores em uma demanda muito grande de tempo pode evitar ruídos que incomodem a ouvidos mais sensíveis e críticos atentos. Sem falar na xenofobia, uma perigosa e nociva distorção de julgamento.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Já gostei bem mais da nossa seleção e do Mano

O Brasil (7º no ranking) joga hoje às 16 horas, na Suíça, contra a Bósnia (19ª ) desafiando novamente o bom senso e tudo o que se pensa sobre um futebol bem organizado que cause prejuízos mínimos a quem sustenta esta gigantesca máquina de fazer dinheiro.

Seu gestor principal, maior beneficiário e presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está em lugar incerto e não sabido. Em Miami? No Brasil? Pode ser preso se voltar ao país, dizem as más e boas línguas. Aqui os clubes estão em plena disputa dos campeonatos regionais, alguns dividindo atenções com a Libertadores. Seus principais jogadores estão à serviço da seleção. É data FIFA, certo, mas a CBF tem conhecimento há séculos do calendário internacional e mesmo assim, seus dirigentes e das federações estaduais não dão a mínima e marcam jogos e compromissos sacrificando clubes e atletas.

Lá fora Mano Menezes faz a sua parte, levando Ronaldinho para ser coadjuvante de um meio de campo que tem Sandro, Fernandinho e Hernanes com Ganso no banco junto com convocações exóticas como a do atacante Hulk. Uma vitória hoje empurra tudo isso pra baixo do tapete graças ao oba oba e paparicação pós jogo, exercício praticado por boa parte da mídia esportiva brasileira, atualmente em menor número, felizmente, mas ainda assim bastante nociva.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Até Galvão Bueno leva dinheiro do Ministério do Esporte

Quando alguns membros do Conselho Estadual do Esporte contestam a liberação desenfreada de recursos do Fundesporte, tem gente que torce o nariz. Não interessa, para alguns conselheiros, contrariar o secretário de plantão na Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. Sim, porque nessa secretaria tão importante para três segmentos, não tem secretário, tem um político para atender seus interesses e do governo da vez. No Ministério do Esporte, agora na mão do deputado Aldo Rebelo, não é muito diferente, como contam dois jornalistas, José Cruz, da Uol, e Leandro Colon, da Folha de São Paulo. Lá como cá o dinheiro público é desviado para bem longe das finalidades para as quais foram criados a Lei do Incentivo ao Esporte, no governo federal, e o Fundesporte catarinense.


Por José Cruz - UOL

O companheiro Leandro Colon, da Folha.com, informa que o locutor Galvão Bueno conseguiu aprovar no Ministério do Esporte projeto de R$ 2 milhões para sua escola de formação de pilotos de automobilismo.
Na prática, não há ilegalidade no ato. Preenchidos os requisitos, a Lei de Incentivo ao Esporte permite esse tipo de projeto.
Agora, é de uma imoralidade sem igual, e com o aval do governo.
No mesmo momento em que o Palácio do Planalto faz cortes no orçamento federal – nas áreas da Saúde e Educação!!! – permite que o dinheiro público financie a formação de pilotos de uma modalidade elitista e de público reconhecidamente com altíssimo poder de consumo.
Já escrevi muito sobre isso e vou resumir: a Lei de Incentivo ao Esporte, na forma como foi aprovada e está sendo executada, é o maior assalto ao bolso do contribuinte brasileiro.
O governo abre mão de R$ 300 milhões anuais para “incentivar o esporte”. No entanto, o dinheiro vai para poderosíssimas organizações, como o Comitê Olímpico Brasileiro, o São Paulo F.C, Atlético-MG, Santos e tantos outros.
Os clubes usam o dinheiro nas suas escolinhas de futebol. E, depois de revelarem craques os vende para o exterior. A grana, claro, vai para o bolso do empresário e para o enriquecimento do patrimônio do “clube formador”. O Estado é ressarcido? Nada disso! Foi tudo “incentivo…”


Vergonha

Há três ou quatro anos tivemos a Federação Paulista de Hipismo aprovou R$ 6,5 milhões para “formação de novos atletas”.
Curioso, fui pesquisar o assunto e tive a surpresa: o público a ser atendido no tal projeto era ZERO!!!
Insisti na pesquisa e fiquei sabendo que o dinheiro se destinou para o milionário evento “Athina Onasis Horse Show”, que anualmente se realiza no Brasil.
Ou seja, o dinheiro de incentivo ao esporte, à formação de novos talentos no hipismo serviu, entre outras farras, para pagar parte de um espetáculo que envolve uma bilionária, Athina Onassis. E há outros projetos do gênero em análise no Ministério do Esporte. Cuidado, porque o proponente é experiente…


Urgente

O ministro Aldo Rebelo, que tem se mostrado eficiente no controle do dinheiro público ao longo de sua carreira política, tem a obrigação de mandar revisar a Lei de Incentivo ao Esporte e fixar prioridades na sua destinação. Essa obrigação, Ministro Aldo, está no artigo 217 da Constituição Federal. O Senhor tem base constitucional para tomar a medida. “O dinheiro público destinado ao esporte deve ser aplicado, prioritariamente, no desporto escolar”. No entando estamos aplicando no lazer, na diversão, na festa, no empreendimento rentável.
O ingresso dos clubes de futebol no texto da lei ocorreu na madrugada, nos acordos de plenário no momento da votação do projeto. O apelo do futebol sufoca as demais modalidades, e está aí o Estado – via contribuinte – financiando uma atividade profissional altamente rentável e suspeita nas transições milionárias que realiza.
Enquanto o ministro Aldo Rebelo não tomar essa decisão que o ex-ministro Orlando Silva não teve coragem, continuaremos a ser saqueados de forma vergonhosa. Pior: um saque legal, porque é de lei, mas em detrimento de projetos esportivos que contribuam, antes de tudo, para a formação do caráter dos nossos jovens.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Já vai tarde

São muito fortes os indícios sobre a renúncia de Ricardo Teixeira à presidência da CBF. A notícia vem sendo divulgada desde segunda-feira pelo jornalista Juca Kfouri, o primeiro a tocar no assunto, seguido pela grande mídia – menos a Rede Globo, claro – do Rio e São Paulo. Ancelmo Gois também publicou nesta quarta-feira em sua coluna de muita credibilidade na imprensa brasileira, como serão os últimos passos de Teixeira até a oficialização da sua renúncia.

Confirmada sua saída da CBF, ele será substituído pelo paulista José Maria Marins, vice para a região sudeste. Marins ficou conhecido como Zé das Medalhas, depois de flagrado afanando uma medalha na solenidade de premiação da seleção brasileira feminina de futebol.

A última informação é que Ricardo Teixeira vai deixar o Brasil para morar em Miami, onde já está sua família. A cidade é geralmente escolhida como moradia por aposentados, deserdados, cubanos, mafiosos, banqueiros e todos aqueles preocupados em fugir de perguntas inconvenientes e situações constrangedoras.

O desprezo pela Cultura, Turismo e Esporte

Já repercute mal, e muito mal, a indicação do ex-deputado pelo PSDB e ex-vereador de São José, José Natal, para a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. O político em questão é só político, não tem nem nunca teve nada a ver com os três segmentos abrigados na Secretaria. Aliás, uma excrescência em todos os governos de SC, comprovando a falta de comprometimento nesse estado com a cultura, o turismo e o esporte.

O jornalista e blogueiro Paulo Arenhart pauloarenhart.blogspot.com escreveu sobre o assunto e o desportista Hans Werner Hackradt mandou seu recado para esse blog, reproduzido aqui em parte.

“Mais uma vez estamos vendo a Secretaria de Estado do Turismo, Cultura e Esporte cair em mãos de políticos que mais se preocupam com seus partidos do que com o próprio Estado de Santa Catarina. (...)Aí pergunta-se: Quem é o Sr. José Natal no esporte de Santa Catarina? Além disso, leio no jornal que o Sr. Retro (sic) mencionado será uma tapa buraco até que o Prefeito de Imbituba possa assumir o cargo. (...)”

O senhor José Natal não conseguiu se reeleger e está hoje encostado na Assembléia Legislativa em um tal de Colegiado das Bancadas, invenção do atual presidente da casa, deputado Gerson Merísio, para abrigar seus apaniguados sem mandato. Trata-se de mais uma engenharia política governamental com desdobramentos na eleição para a prefeitura de São José, região do futuro secretário Natal.

Como membro do Conselho Estadual do Desporto, representando a Associação dos Cronistas Esportivos de Santa Catarina, tenho assistido nas reuniões plenárias um total desvirtuamento das funções deste colegiado. Ali também se instaurou a visão politiqueira, reflexo das ações e amarrações governamentais visando única e exclusivamente eleições futuras. Tem gente que chega a afirmar, sem o menor rubor facial, que o “Conselho é um órgão do Governo”.

Assim é que José Natal, apesar de estranho no ninho, pode assumir sem sustos. Para gerir cultura, turismo e esporte, não é preciso ser do ramo. Basta contar com o favorável e escuso jogo de interesses, e a caneta de um governador eleito pelo sistema e com promessas que jamais serão cumpridas

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O pesadelo de colorados e flamenguistas

Parada há sete meses, reforma do Beira-Rio levanta temor de Porto Alegre perder a Copa.

Flamengo oficializa saída de Wanderley Luxemburgo


A primeira manchete, publicada hoje nos veículos da RBS, deixou metade do Rio Grande preocupada. A outra metade está alegre e feliz com a possibilidade da desgraça alheia.

A segunda manchete pesada do dia envolve o Flamengo, a demissão de Wanderlei Luxemburgo, e a contratação do folclórico Joel Santana.

Num e noutro caso a origem é a irresponsabilidade, a falta de respeito e a incompetência que grassam no futebol brasileiro atualmente, em todas as suas instâncias. Os dirigentes do Internacional lidam há quase um ano com o impasse sem solução entre o clube e a uma construtora, colocando em risco Porto Alegre como uma das sedes da Copa, ou então simplesmente fazendo a felicidade do maior rival, o Grêmio, cujas obras de sua arena vão de vento em popa.

No Flamengo a presidenta Patrícia Amorim e seus companheiros de diretoria participaram do processo de demissão de Luxemburgo da maneira mais torpe e desrespeitosa que já vi em meus mais de 40 anos acompanhando o futebol. Pivô de todo o imbróglio, pra variar, Ronaldinho Gaúcho e sua entourage.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Os melhores do mundo na seleção de 2011

Casillas (Real Madrid), Daniel Alves (Barcelona), Piqué (Barcelona), Vidic (Manchester United) e Sergio Ramos (Real Madrid); Iniesta (Barcelona); Xabi Alonso (Real Madrid) e Xavi (Barcelona; Messi (Barcelona), Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e Rooney (Manchester United).

Esta é a seleção de 2011 que está sendo anunciada na festa da FIFA para os melhores do mundo. Só um brasileiro no time, Daniel Alves, e domínio do futebol espanhol, atual campeão do mundo e que tem o melhor time, o Barcelona

domingo, 8 de janeiro de 2012

Gente, olha aí o cinema do CIC

A notícia tá meio velha, mas ainda vale assuntar. Depois de quase três anos fechado para uma interminável reforma, graças à incompetência e corrupção que grassam no setor público, o cinema do CIC reabriu. Estou particularmente feliz. Era o meu cineminha de fundo de quintal, pois morava ali na Agronômica, ao lado da ex-padaria do Meira. Não passavA semana sem ir lá. Agora no Rio Tavares vou acompanhar de longe a programação do CIC, por 15 dias restrita a produções catarinenses e com entrada franca.

Sempre que possível e dependendo do que vier pela frente estarei no CIC, revivendo os bons tempos do Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro sob administração do Gilberto Gerlach. Sexta-feira, na Lagoa, o José Geraldo Couto, colunista da Folha, me disse que o Gilberto vai participar da licitação que definirá o futuro do CIC. Por seis meses o Paradigma Cine Arte, aquele próximo à entrada de Santo Antônio, manterá em boas mãos a sala tão querida para muita gente. Parece que não há mesmo a mínima chance de projeções tipo cinemão de shopping.

Dedinhos cruzados para o novo espaço de 137 lugares e tela reduzida e que os que pensam ser da Cultura só apareçam lá pra ver cinema de boa qualidade. Se tiverem interesse, o que acho difícil. Fora isso fiquem longe, por favor. De preferência não passem nem pela frente.

Net, a marca do despreparo e da falta de respeito

Dia 30 de novembro, prazo para devolução de um apartamento emprestado por uma amiga, fiz minha mudança de Jurerê para o Rio Tavares, onde hoje tenho minha casa. Apenas fiz a mudança porque a luz só chegou agora, quase depois de dois meses da obra concluída. Enquanto isso passei parte do tempo hospedado na casa de um amigo, outra parte na casa de uma irmã em praia gaúcha.

Mas o trecho aí de cima é capítulo de outra novela, já encerrada felizmente. A atual tem a ver com a Net e a falta de respeito dessa operadora de tv a cabo para com seus clientes. Na véspera da mudança fui à loja da Net na Av. Rio Branco e pedi suspensão temporária da assinatura até que a Celesc desse conta do seu papel. A atendente, apesar das minhas advertências sob a falta de energia, agendou visita de técnicos para a semana seguinte. Os caras, claro, perderam a viagem, pois eu ainda não havia comunicado sobre a ligação da luz.

Nos dias seguintes, no espaço de duas semanas, mais ou menos, recebi telefonemas enlouquecedores da Net. Uns estranhando que eu ainda não havia confirmado a troca de endereço e outro, o pior deles, pedindo a confirmação do cancelamento da minha assinatura, coisa que eu nunca havia solicitado.

Com luz em casa somente a partir da semana passada, voltei à loja da Net para pedir, finalmente e novamente, a troca de endereço e a reativação do meu sinal que envolve um pacote Combo com telefone, tv e internet. Antes tentara pelo telefone 10621, a pior coisa que fiz, essa e outras vêzes. É uma central que fica em Porto Alegre para atender o país inteiro. E que, para minha surpresa, não tem todos os acessos ao sistema como têm as atendentes da loja. Isso dito pelos seus próprios profissionais. Entre as bobagens que ouvi por telefone, uma me deixou furioso: meu sinal não podia ser reativado porque já havia “um contrato conectado” no meu endereço. Contei até dez e expliquei que devia se tratar de outra casa, em frente à minha, no mesmo terreno. Nada sensibilizou a funcionária despreparada. "Nada consta em nosso sistema" repetia feito papagaio. Sei que esse telefonema com a central portoalegrense, passando de uma atentende para outra e tendo que repetir a minha arenga, durou exatos 45 minutos.

Voltei sexta-feira à loja da Rio Branco preparado para um barraco. Pra sorte minha uma moça gentil e educada, chamada Vanessa, encaminhou sem problemas minha nova solicitação que ainda teve que passar por um monitor para agendar a visita dos técnicos.

Não terminou a encrenca. Pelo contrário, aumentou, No sábado os técnicos chegaram para constatar que um tal de “Tap”, equipamento que fica no alto do poste e que distribui os sinais para as residências em torno, estava “lotado”. Agora espero nova visita e de mais uma equipe da própria Net (a outra é terceirizada), que fará a vistoria para constatar o que os técnicos anteriores já visualizaram e notificaram.

Previsão dos gentis rapazes da terceirizada: até a finalização do processo – vistoria, troca por um Tap maior e outra visita dos técnicos que vão me liberar telefone, tevê a internet – pode demorar até uns 15 dias.

Como não pretendo enlouquecer nem me tornar um homicida e muito menos usar nariz de palhaço (ou será que já uso?), não vou mais fazer contatos com ninguém da Net. E peço desculpas pelo longo texto. É do tamanho da minha indignação.

SOS: se alguém da empresa supra citada se interessar em resolver o mais rápido possível meu problema, aí vai o número do contrato que um dia tive a desventura de assinar - 088/426354483 – Mário Luiz Hyarup Medaglia

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Se ficar o bicho pega, se correr o bicho...

A preguiça, as festas de fim de ano e as novidades do convívio familiar me entorpeceram. Aqui em Rainha do Mar, onde estou desde o dia 23, preferi as conversas, a leitura e até um capitulozinho ou outro de novela. Sem esquecer as comilanças e a beberagem. Ou seja, nada de blog. Internet só pra tuitar, consultar dívidas a pagar e uma passada rápida pelo noticiário. O de sempre: luzes natalinas, de fim de ano, mortes no trânsito por bebedeira e os assassinos livres, enquanto parentes dos mortos choram suas perdas. Pra encher o saco de vez nem os levantamentos sobre a roubalheira nacional deixaram de aparecer. Coisa de bilhões e ladrões a solta, em parceria com os assassinos do trânsito.

Pouca praia na pequena Rainha do Mar, balneário do litoral norte gaúcho. Bom pra quem não quer fazer nada nesta chuvosa e ventosa troca de ano. E assim fiquei,olhando o0 mar e de vez em quando contatando Florianópolis. Finalmente a luz da minha casa apareceu, única boa notícia.

Estou pronto pra voltar, mas não sei se pego a estrada para enfrentar os congestionamentos entre Tubarão e Laguna, o acesso a Florianópolis e a tranqueira pelo sul ou Morro da Lagoa. Leio os blogs dos amigos e quase perco a coragem. Tem gente presa em casa pelos quatro cantos da cidade. Daqui a pouco minha melhor opção ainda será o sossego de Rainha do Mar e o vento característico das praias gaúchas com seu mar achocolatado e água gelada.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Querem me enlouquecer

Levei um amigo ao aeroporto Hercílio Luz quarta-feira (21) à tarde para embarcar pela Gol às 14h50 com destino a Brasília, conexão em São Paulo. Vôo cancelado, dizia o quadro de partidas. “Avisamos os passageiros”, mentiu a funcionária no balcão da companhia. O amigo embarcou só às 16h40, correndo o risco de perder a conexão em Congonhas (antes era Guarulhos), seu novo destino intermediário.


No meu caso enfrento a Tim, Net e Celesc. É coisa, né? Para um final de ano, quando saúde e paz são os votos com mais ibope, é de encher o saco de qualquer cidadão desprotegido, apesar de todas as agências reguladoras inventadas por nossos governantes preocupados com o desemprego.


Com a Tim o problema é simples: falta de sinal em locais dos mais surpreendentes. Pode ser até ao lado de uma antena da companhia. Com a Celesc a relação é um pouco mais complicada: mudei pra casa nova e espero a luz há quase um mês.


A Net merece um parágrafo especial. Tenho o tal de Combo, tevê, telefone e internet. Um dia antes da mudança, que aconteceu dia 30 de novembro, pedi a suspensão temporária da assinatura. Ainda não tenho luz, não sei quando será ligada. Apesar da minha advertência, a atendente, “por garantia”, decidiu agendar a religação no meu novo endereço. Dias depois, e antes da data marcada, recebi telefonema da Net para confirmar o serviço. Repeti a ladainha. Não tenho luz. Para minha surpresa, no dia agendado apareceram dois técnicos para efetuar o serviço. Muita paciência (afinal, os caras não têm culpa pela esculhambação) e novo relato para explicar a situação. Acabou? Que nada. Passado um tempo, e eu ainda sem luz, recebo telefonema perguntando se a ligação podia ser ativada. Pqp, pensei. Só pensei, em respeito à senhora ou senhorita do outro lado do fio. Explicado o assunto ouvi a pergunta surpreendente. “Quer suspender a assinatura”? Pensei que já estava suspensa faz tempo, respondi já rezando um Pai Nosso. Esclarecido? Não. Nesta quarta, junto com a aventura no aeroporto, de novo a Net: “Estamos com um comunicado de cancelamento da sua assinatura. O senhor confirma”?

Não fiz um escândalo porque estava ao lado do meu amigo, no balcão da Gol, acompanhando sua tentativa de solução para poder chegar em Brasília, ainda naquele dia, com uma carga/encomenda de cinco quilos de camarão.

Quando a galinha do vizinho é muito pior

Santa Catarina foi escolhida sede do Campeonato Mundial do handebol Feminino, uma espécie de reconhecimento ao potencial desta modalidade no estado, com destaque para a equipe de Blumenau, várias vezes finalista da Liga Nacional.

Perdemos a sede do evento para São Paulo por conta de exigências absurdas feitas pela Federação Mundial aos dirigentes catarinenses. Como relata o leitor e desportista Hans Werner Hackradt:


"SC deveria ter sido a sede do evento. Exigiram climatização nos ginásios, áreas vips de qualidade superior, transporte individual para alguns figurões (40 no mínimo) ....etc. Orçamos tudo em 12 milhões. O Governo não topou e levaram para São Paulo.


Em São Paulo os ginásios não tiveram climatização, a área vip foi demarcada com folhas de papel almaço, pouquíssimo público ( o que aqui não iria acontecer), dificuldades com locais de treinamento e outros inúmeros problemas.


Acho que pelo que eles gastaram com os cortes nas exigências (que eram só para nosso Estado), nós teríamos feito muito melhor. Não acham?
Eu tenho certeza - somos um Estado que sabe recepcionar e acolher os amigos e na área do esporte. Apesar de jogados em 3º plano, ainda damos exemplo".



Também acho Hans. Mas se derem dinheiro para uma competição importante como essa do handebol, não vão sobrar recursos para a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte gastar a rodo com projetos eleitoreiros e inúteis. Inclusive desrespeitando e desmoralizando o Conselho Estadual do Esporte, que não aprova alguns desses projetos, mas os vê contemplados pela Secretaria com verbas de deixar o Tio Patinhas roxo de raiva.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Da mazembada ao barcelonaço

Quem da grande imprensa esportiva brasileira teria coragem de dizer que o Santos não tinha a mínima chance diante do Barcelona, que entraria numa roda de bobo e que perderia de goleada? Ou pelo menos simplesmente afirmar que uma derrota honrosa era o melhor resultado que o time paulista poderia alcançar. Nada disso apareceu nos noticiários nos dias que antecederam a decisão do Mundial de clubes. Ao contrário, só se falava e escrevia sobre o grande duelo entre Messi e Neymar. Engano que provoca desastres como esse do Santos, e do Inter em 2010 contra o Mazembe. Agora surgiram os profetas do acontecido.

Tudo bobagem. Quando a verdade ficou escancarada aqueles que acompanham bem de perto o futebol no mundo por estarem toda hora próximos dos grandes eventos destravaram a matraca. A hegemonia européia apareceu junto com o futebol insuperável do Barcelona, sobrando para nossos times e a seleção brasileira os piores diagnósticos e as projeções mais pessimistas.

Infelizmente essa é a realidade do futebol brasileiro sempre empurrada pra baixo do tapete, com a sua desorganização, com seus jogadores precocemente transformados em craques (ou inventados como tal), com seus treinadores superados e adeptos do futebol dos chutões, da retranca, da bola parada, todos dependentes da individualidade de alguns fora de série.

É com tal mentalidade retrógada e alimentada pela mídia que vamos enfrentar as próximas competições internacionais como a Copa Sul Americana e a Libertadores, além da Copa das Confederações em 2013 e a Copa do Mundo no ano seguinte. A seleção brasileira não deu mais no couro e o futuro do time comandado por Mano Menezes não é confiável. Mas continuaremos insistindo nas teses caducas de que jogamos o melhor futebol do mundo e de que produzimos uma série interminável de craques.

É bom mudarmos de opinião rapidamente antes que a tragédia aconteça. È bom também lembrar aos dirigentes que transformam seus clubes em grandes balcões de negócios na compra e venda de jogadores desgastados pelo tempo e por lesões, que investimentos nas divisões de base com estrutura profissional dão muito retorno. O Barcelona, exemplo fresquinho na memória do torcedor, do Santos, especialmente, tem no seu grande time titular nove jogadores criados em casa, mais os que passam pelo banco de reservas. Pensemos muito bem nisso, antes que os compromissos futuros nos tragam mais decepções, piores até do que a do último domingo com o Santos e a do Mundial anterior com a “mazembada”.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Mataram o Mosquito

Não é porque o Mosquito morreu que vou sair por aí dizendo que ele era o melhor homem do mundo. Mas estava longe de ser o pior e merecia algum tipo de reconhecimento, mas em vida, não depois de morto. Tivemos nos últimos tempos uma relação conturbada em virtude das suas cobranças. O Mosquito tinha um jeito torto de enxergar o jornalismo e os jornalistas, inclusive os mais próximos dele, que de alguma forma o viam com simpatia.

Dada a sua língua destravada e por vezes inoportuna foi perdendo pelo caminho algumas boas cabeças que podiam abraçar as suas causas e acompanhá-lo na sua jornada contra a corrupção. Sua metralhadora giratória não poupava ninguém, às vezes nem seus amigos ou simplesmente conhecidos sempre interessados na leitura das suas tijoladas. Infelizmente a pressão do outro lado foi maior do que a que ele estava preparado para suportar.

E no final todo mundo matou o Mosquito, me sussurra um amigo ao lado, completando minha idéia da insustentável convivência com a obsessão. Pensem nisso, principalmente aqueles oportunistas que diziam apoiá-lo sem uma palavra de advertência, sem um pingo de responsabilidade diante do desfecho trágico que se avizinhava. O Mosquito não se matou, foi assassinado.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Romário, quem diria

Romário, pelo jeito, não é apenas um ex-jogador que decidiu se aventurar pelos corredores da Câmara Federal onde exerce seu mandato de deputado. Resolveu levar a sério a procuração que lhe foi passada pelo povo e até aqui já tem feito muito barulho com declarações surpreendentes e com objetivo claro. Se não for mais uma manifestação demagógica e oportunista, das muitas produzidas em Brasília, o baixinho vai incomodar muita gente até a data em que assistiremos a uma Copa do Mundo por aqui.


Sintam a contundência de parte da entrevista concedida por Romário ao repórter Cosme Rímolli, da TV Record:


- Você foi recebido com preconceito em Brasília?


Olha, vou ser claro para quem ler entender como as coisas são. Há o burro, aquele que não entende o que acontece ao redor. E há o ignorante, que não teve tempo de aprender. Não houve preconceito comigo porque não sou nem uma coisa nem outra. Mesmo tendo a rotina de um grande jogador que fui, nunca deixei de me informar, estudar. Vim de uma família muito humilde. Nasci na favela. Meu pai, que está no céu, e minha mãe ralaram para me dar além de comida, educação. Consciência das coisas... Não só joguei futebol. Frequentei dois anos de faculdade de Educação Física. E dois de moda. Sim, moda. Sempre gostei de roupa, de me vestir bem. Queria entender como as roupas eram feitas. Mas isso é o de menos. O que importa é que esta sede de conhecimento me deu preparo para ser uma pessoa consciente... Preparada para a vida. E insisto em uma tese em Brasília, com os outros deputados. O Brasil só vai deixar de ser um país tão atrasado quando a educação for valorizada. O professor é uma das classes que menos ganha e é a mais importante. O Brasil cria gerações de pessoas ignorantes porque não valoriza a Educação. E seus professores. Não há interesse de que a população brasileira deixe de ser ignorante. Há quem se beneficie disso. As pessoas que comandam o País precisam passar a enxergar isso. A Saúde é importante? Lógico que é. Mas a Educação de um povo é muito mais.


- Essa ignorância ajuda a corrupção? Por exemplo, que legado deixou o Pan do Rio?


Você não tenha dúvidas que a ignorância é parceira da corrupção. Os gastos previstos para o Pan do Rio eram de, no máximo, R$ 400 milhões. Foram gastos R$ 3,5 bilhões. Vou dar um testemunho que nunca dei. Comprei alguns apartamentos na Vila Panamericana do Rio como investimento. A melhor coisa que fiz foi vender esses apartamentos rapidamente. Sabe por quê? A Vila do Pan foi construída em cima de um pântano. Está afundando. O Velódromo caríssimo está abandonado. Assim como o Complexo Aquático Maria Lenk... É um escândalo! Uma vergonha! Todos fingem não enxergar. Alguém ganhou muito dinheiro com o Panamericano do Rio. A ignorância da população é que deixa essa gente safada sossegada. Sabe que ninguém vai cobrar nada das autoridades. A população não sabe da força que tem. Por isso que defendo os professores. Não temos base cultural nem para entender o que acontece ao nosso lado. E muito menos para perceber a força que temos. Para que gente poderosa vai querer a população consciente? O Pan do Rio custou quatro vezes mais do que este do México. Não deixou legado algum e ninguém abre a boca para reclamar.



- Se o Pan foi assim, a Copa do Mundo no Brasil será uma festa para os corruptos...


Vou te dar um dado assustador. A presidente Dilma havia afirmado quando assumiu que a Copa custaria R$ 42 bilhões. Já está em R$ 72 bilhões. E ninguém sabe onde os gastos vão parar. Ningúem. Com exceção de São Paulo, Rio, Minas, Rio Grande do Sul e olhe lá...Pernambuco... Todas as outras sete arenas não terão o uso constante. E não havia nem a necessidade de serem construídas. Eu vi onze das doze... Estive em onze sedes da Copa e posso afirmar sem medo. Tem muita coisa errada. E de propósito para beneficiar poucas pessoas. Por que o Brasil teve de fazer 12 sedes e não oito como sempre acontecia nos outros países? Basta pensar. Quem se beneficia com tantas arenas construídas que servirão apenas para três jogos da Copa? É revoltante. Não há a mínima coerência na organização da Copa no Brasil.

- São Paulo acaba de ser confirmado como a sede da abertura da Copa. Você concorda?


Como posso concordar? Colocaram lá três tijolinhos em Itaquera e pronto... E a sede da abertura é lá. Quem pode garantir que o estádio ficará pronto a tempo? Não é por ser São Paulo, mas eu não concordaria com essa situação em lugar nenhum do País. Quando as pessoas poderosas querem é assim que funcionam as coisas no Brasil. No Maracanã também vão gastar uma fortuna, mais de um bilhão. E ninguém tem certeza dos gastos. Nem terá. Prometem, falam, garantem mas não há transparência. Minha luta é para que as obras não fiquem atrasadas de propósito. E depois aceleradas com gastos que ninguém controla.

- O que você acha de um estádio de mais de R$ 1 bilhão construído com recursos públicos. E entregue para um clube particular.


Você está falando do estádio do Corinthians, não é? Não vou concordar nunca. Os incentivos públicos para um estádio particular são imorais. Seja de que clube for. De que cidade for. Não há meio de uma população consciente aceitar. Não deveria haver conversa de politico que convencesse a todos a aceitar. Por isso repito que falta compreensão à população do que está acontecendo no Brasil para a Copa.


- A Fifa vai fazer o que quer com o Brasil?


Infelizmente, tudo indica que sim. Vai lucrar de R$ 3 a R$ 4 bilhões e não vai colocar um tostão no Brasil. É revoltante. Deveria dar apenas 10% para ajudar na Educação. Iria fazer um bem absurdo ao Brasil. Mas cadê coragem de cobrar alguma coisa da Fifa. Ela vai colocar o preço mais baixo dos ingressos da Copa a R$ 240,00. Só porque estamos brigando pela manutenção da meia entrada. É uma palhaçada! As classes C, D e E não vão ver a Copa no estádio. O Mundial é para a elite. Não é para o brasileiro comum assistir.

- Ricardo Teixeira tem condições de comandar o processo do Mundial de 2014?



Não tem de saúde. Eu falei há mais de quatro meses que ele não suportaria a pressão. Ser presidente da CBF e do Comitê Organizador Local é demais para qualquer um. Ainda mais com a idade que ele tem. Não deu outra. Caiu no hospital. E ainda diz que vai levar esse processo até o final. Eu acho um absurdo.


- Muito além da saúde de Ricardo Teixeira. Você acha que pelas várias denúncias, investigações da Polícia Federal... Ele tem condições morais de comandar a organização Copa no Brasil?



Não. O Ricardo Teixeira não tem condições morais de organizar a Copa. Não até provar que é inocente. Que não tem cabimento nenhuma das denúncias. Até lá, não tem condições morais de estar no comando de todo o processo. Muito menos do futebol brasileiro...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Como cão e gato




Pela motivação que ainda move o Figueirense, apesar da ducha fria no domingo, e pelos ânimos exaltados na Ressacada e arredores, o clássico de da última rodada merece atenção das autoridades de segurança. Já me contestaram com o argumento de que esse jogo já não vale mais nada e que perdeu a graça em função da colocação dos dois clubes, ambos cumprindo tabela. Embora o Figueirense ainda tenha uma pequena chance de chegar à Libertadores.

Nunca vi confraternização entre cão e gato. No caso das torcidas dos dois maiores rivais do estado a chance de troca de gentilezas é zero. Não existe clássico por laranjas. A faceirice de um pela boa campanha vai bater de frente com a mágoa do outro pelo rebaixamento iluminado pela lanterna na classificação. Figueirense e Avaí vão a campo no próximo domingo de pelos eriçados, mostrando os dentes, juntando tudo o que ainda resta de ânimo em fim de temporada e entre dois times de resultados tão díspares.

sábado, 26 de novembro de 2011

Os Dinos em Santo Antônio










Os Dinos de O Estado estiveram juntos mais uma vez, reunidos pela musa dos encontros, a Lena Obst. Ela recusa a homenagem e passa o título à Linete Martins. Paulo Brito, você decide. Afinal, o responsável pela polêmica és tú. Em todo o caso, e musas a parte, valeu o encontro agradável sexta à noite, no bar Açôres, em Santo Antônio de Lisbôa. Se a Lena não errou nas contas mais ou menos 30 Dinossauros confraternizaram ao som ensurdecedor da banda Casa das Bruxas. O próximo furdunço está programado para dezembro, dependendo das festas natalinas (coisa horrível, pior que isso só "o bom velhinho"). Já tem gente escolhendo local e exigindo casa à beira mar. Querem pular as sete ondas antes do tempo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A justiça esportiva e suas polêmicas decisões

Os membros do judiciário esportivo geralmente não gostam que mexam com eles, que contestem suas decisões, que façam críticas ao resultado de julgamentos na maioria das vezes incompreensíveis para os leigos. A reação é quase sempre mal humorada e o nariz torcido faz parte do retrato falado dos que lêem e ouvem o que a mídia contesta e divulga. Costumam classificar os jornalistas de “ignorantes” por desconhecerem a lei e a rotina de procedimentos dos tribunais.

Têm razão quando dizem que não somos “experts” em legislação, que não temos familiaridade com o rito jurídico. Até aí tudo bem. Mas não damos as costas ao bom senso, não nos conformamos quando tentam nos enrolar com as firulas e com o juridiquês utilizados em alguns casos para justificar o injustificável. Estamos, isto sim, acostumados com a “malandragem” dos tribunais de todos os matizes, com as acomodações cavocadas na lei que acabam mudando o rumo dos acontecimentos e, regra geral, favorecendo os mais fortes.

Acontece aqui, acontece no Rio de Janeiro, onde está o STJD, pródigo em decisões suscetíveis a críticas e a contestações. Ou dá pra aceitar, na reta final do Brasileirão, a postergação de julgamentos que beneficiam clubes grandes? Abel Braga, Flu, Emerson, Corinthians, e outros personagens de jogos decisivos nas duas últimas rodadas. Rafael Moura Flu também teve seu julgamento adiado, ídem para Renato Abreu Fla. O Vasco conseguiu efeito suspensivo da interdição de São Januário, recuperando seu mando de jogo na última rodada, contra o Flamengo. Ninguém pode se queixar, o STJD faz de conta que legisla igual pra todos.

Outro caso: a agressão do zagueiro Bolívar, do Inter, ao lateral Dodô, do Bahia. O baiano sofreu lesão grave e ficará afastado do futebol por seis meses. E o Bolívar? Ora, o Bolívar continua jogando, desfilando a impunidade pelos gramados, a espera de uma atitude de um procurador que só age movido pela da luz dos holofotes e pelo tamanho da vitrine. Não existe suspensão preventiva para flagrantes de violência e agressão? E a suspeita de doping do nadador César Cielo, julgada por tribunal internacional diferentemente de situações idênticas que envolveram outros atletas brasileiros?

Podem me chamar de ignorante, não vou parar de perguntar. Além do mais, ouço e enxergo muito bem. E tenho cérebro para pensar, duvidar das versões oficiais e entender os ardis dos tribunais. Quem não concordar comigo – e serão muitos – leia matéria publicada hoje pelo ,http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/br com a seguinte manchete: STJD 'alivia' e beneficia equipes do topo da tabela na reta final do Brasileirão. Se quiserem mais do mesmo leiam a coluna do Juca Kfouri, também no Uol: A "justiça" esportiva ataca novamente.


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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O pior e o melhor nos Jogos Abertos

Pódio para Florianópolis, Criciúma e Joinville (foto Fesporte)

Passei nove dias em Criciúma acompanhando por dentro e por fora a 51ª edição dos Jogos Abertos de Santa Cataria, encerrada sábado. Por dentro como um dos 21 integrantes do Conselho Estadual de Desportos, onde se legisla sobre o sistema esportivo catarinense, mas também se pratica muito puxa-saquismo com autoridades, distribuindo condecorações a torto e a direito. Uma para o Governador aqui, outra para o Secretário ali, mais uma para outro Secretário acolá. Ao ponto de homenagear gente já homenageada, provocando constrangimento naqueles que ousam discordar das proposições despropositadas. Sobra pouco para os atletas.

Infelizmente é dominante a condução chapa branca do esporte. Por fora fiquei agradavelmente envolvido com um projeto do curso de jornalismo da Satc, coordenado pela ex-televisiva Lize Búrigo. O professor na cadeira de jornalismo esportivo, Paulo Scarduelli, sugeriu a minha colaboração e eu aceitei de pronto. Também longe das entranhas da organização esportiva participei de programas da FM Som Maior, do amigo Adelor Lessa, emissora líder disparada de audiência no segmento.

Valeram as experiências, aprendi mais um pouco e as decepções ficaram concentradas apenas no lado oficial. Criciúma fez bonito com o segundo lugar e levantou mais uma vez a velha discussão sobre a contratação de atletas “estrangeiros”. Blumenau decepcionou na quarta colocação e Florianópolis garantiu o tri campeonato surpreendendo pela facilidade da conquista. Ano que vem tem Jogos Abertos na pequena Caçador, no meio oeste, onde as dificuldades de organização serão bem maiores. Boa sorte aos anfitriões de 2012.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Guloseimas que divertem e não engordam



O café da manhã no hotel onde estou nestes Jogos Abertos em Criciúma é uma delícia. Não só pelas guloseimas que nos fazem ganhar mais algumas gramas em apenas uma semana. A mesa farta a que me refiro é a da fofoca. Desde que me conheço por gente aquele estado de sonolência matinal passa em minutos graças à agitação provocada pelo disse-me-disse ao nascer do sol.

Eu e o colunista Maceió, de A Notícia, somos os únicos jornalistas no hotel onde os organizaores hospedaram alguns dirigentes, membros do Tribunal de Justiça, do Conselho Estadual do Esporte (do qual faço parte) e ex-atletas que viraram cartolas em instituições do estado ou de municípios. Os atletas mesmo, aqueles que competem e dão o sangue por medalhas e troféus, estão junto com suas delegações nas escolas da cidade transformadas em alojamentos. Ali sim, haja comida para sustentar tantas tropas desgastadas pelo combate esportivo.

É a prioridade invertida. Sai caro acomodar na rede hoteleira estes verdadeiros heróis travestidos de guerreiros. Só que a guerra deles é outra, pelo esporte e contra a falta de estrutura , em muitos casos, em outros pela ausência de recursos, de planejamento e do simples incentivo por parte dos dirigentes municipais.

Voltando ao café, isso também é discutido quase todas as manhãs em conversas longas e quase sempre repetidas nos anos seguintes. É pesado, e o que diverte mesmo é a fofocalhada. Quem fez o quê, quem está pendurado no cargo e pode cair a qualquer momento (o que geralmente nunca se concretiza e fica mesmo no terreno da fofoca), quem são os reis da noite, qual a mancada esportiva dos dias anteriores, quem perdeu o que deveria ganhar, e vice e versa, e qual o político ligado à área que menos contribui para o esporte catarinense. Para esse último item da lista não faltam candidatos, mas sobram medalhas e condecorações. Afinal, os puxa sacos de plantão estão aí pra isso e o café da manhã é deles e com eles também.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Corromperam São Pedro, mas a "Marcha" saiu

foto by Medaglia


Criciúma amanheceu com o tempo enfarruscado e sob uma chuva fina que poderia comprometer a “Marcha Contra a Corrupção”, organizada através das mídias sociais com o reforço da mídia local que ajudou na divulgação. Pouco antes das 9 horas os participantes começaram a chegar na rodoviária,centro da cidade e ponto de partida para a manifestação.Ali, protegidos pelas marquises, reforçaram o apelo através do carro de som, apitaço e muita gritaria.

Em resumo, nada atrapalhou a “Marcha”, que saiu um pouco depois do horário previsto e com a adesão de outros grupos foi ganhando corpo ao longo da Avenida Centenário, principal via da cidade. Não vou arriscar número porque não sou bom nisso e não gosto do chutômetro. Só posso garantir que o suborno a um funcionário do São Pedro não adiantou. Como de praxe, o chefe disse não saber de nada e prometeu investigar, doa a quem doer.


O fato é que a “Marcha Contra a Corrupção” atingiu seus objetivos, envolvendo gente de todas as idades que caminhou cerca de dois quilômetros sob chuvisqueiro intermitente até o Parque das Nações, local do encontro. Quem sabe até os milhares de atletas de outras regiões que estão em Criciúma disputando os Jogos Abertos tenham acordado nesta terça-feira chuvosa para a triste realidade brasileira e acabem engajados neste movimento apartidário e nascido do povo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Menos, presidente, menos

O apelo do presidente do Figueirense, Nestor Lodetti, para que todos ajudem o Avaí na tentativa de escapar do rebaixamento, é maldade extrema, é chutar cachorro morto, é bater em bêbado, é sacanagem no pior estilo. Os jogos do sábado mostraram a dura realidade vivida pelo time avaiano que, além de rebaixado, vai terminar o Brasileirão em último lugar.

Só um bobo mangolão que ainda acredita em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, e que um dia o sargento Garcia vai prender o Zorro, vai entender como solidariedade a irônica manifestação do presidente Lodetti.

Vejo aí também um pouco de soberba, antes de significar uma chacota deselegante com o “inimigo” moribundo. Não cabe na cabeça de ninguém que dirigentes do maior rival estejam mesmo preocupados com o Avaí na segunda divisão. Isso deve ter batido muito forte no ego do torcedor que está sendo humilhado pela brincadeira inoportuna de um dirigente “do outro lado”.

Uma pena que as relações no esporte estejam se transformando dessa forma. O inacreditável é que a mídia que acompanha o dia a dia dos dois clubes tenha levado a sério uma cutucada tão maldosa e levada a público com requintes de crueldade. O clássico vem aí, reforcem o policiamento na Ressacada.

sábado, 12 de novembro de 2011

Para se morrer de inveja


O local onde está instalada a Comissão Organizadora dos Jogos Abertos no Centro de Eventos de Criciúma é muito bom, com amplo estacionamento, de acesso fácil, em prédio amplo e arejado. É um privilégio para uma cidade contar com este equipamento e poder sempre disponibilizá-lo para eventos importantes.

Não adianta só ter um bom lugar, é preciso agregar soluções criativas para torná-lo mais prático para todos. Em Brusque, no cinqüentenário dos Jogos Abertos, o pavilhão da Fenarreco recebeu a mesma demanda, mas não funcionou tão bem como está acontecendo em Criciúma onde, nos três períodos do dia, circulam jornalistas, atletas, dirigentes, técnicos, toda a equipe da Fesporte e visitantes.

A diferença está exatamente no aproveitamento do espaço. Na atual Arena dos Jogos Abertos existe uma área extensa com painéis interativos contando a história do esporte neste que é o maior evento do gênero de Santa Catarina e que por isso mesmo exige atenção especial de todos os setores para a sua execução.

Além do espaço destinado ao centro de imprensa, lanchonete, restaurante e estandes promocionais de várias instituições, foi criado um pequeno anfiteatro para palestras e entrevistas, inaugurado neste sábado pela ginasta Daiane dos Santos. O som é que pode ser melhorado, o que talvez aconteça no restante da programação que inclui Tande e Hortência, além de especialistas em outras áreas do desporto. Há espaço ainda para as disputas do judoô e karatê graças à mobilidade dos tatamis e arquibancadas.

Ao lado deste complexo está o ginásio municipal totalmente recuperado, com capacidade para quatro mil espectadores. Perderá, depois dos Jogos Abertos, cerca de 200 lugares com a colocação das cadeiras, projeto da Prefeitura ligado às condições de segurança e que só não foi concluído por causa dos Jogos. Uma verdadeira arena esportiva de dar inveja aos cada vez mais carentes desportistas de Florianópolis e região.

Aberta a temporada de caça aos votos do Conselho

O Conselho Estadual do Esporte vai se reunir durante os Jogos Abertos, em Criciúma, nos dias l6,17,18 para escolher as sedes dos próximos eventos da Fesporte. A única certeza é para Caçador, já referendada como sede dos Jasc do ano que vem. Para 2013 só Joinville, por enquanto, manifestou intenção de receber este evento.

Não existe nada definido para as demais competições, a não ser as candidaturas de alguns municípios que vão apresentar ao Conselho suas propostas e condições oferecidas para atender as exigências do Caderno de Encargos da Fesporte.

Mas, as primeiras abordagens aos conselheiros que já estão em Criciúma começaram, através de telefonemas, conversas ao pé do ouvido ou pedidos explícitos de votos. Até a semana que vem o assédio deve aumentar, espero eu sem violação do interesse maior que é o do esporte. Claro que o jogo será pesado envolvendo até, e infelizmente, questões político/partidárias, sem contar os apelos de fundo sentimental.

É o caso de Curitibanos, local onde foram realizados os primeiros Joginhos Abertos por iniciativa do falecido desportista Felipe Abraão Neto, o Feio, natural do município. Por essas razões Curitibanos aparece como candidata séria e por enquanto isolada à sede em 2012 da 25ª edição. Os Parajasc tem apenas Brusque como pretendente. A Olesc interessa a Blumenau, São Miguel do Oeste e Criciúma. Os Jogos da Terceira Idade têm cinco candidaturas: Itá, Piratuba, Gravatal, Jaraguá do Sul e Nova Trento. Levam vantagem, creio eu, as cidades de águas termais, embora algumas não reúnam as condições técnicas ideais.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Jornalismo e Jogos Abertos



A partir desta sexta-feira e até o dia 20 estarei em Criciúma para uma convivência muito especial com alunos do curso de jornalismo da Satc, coordenados pela professora Lize Búrigo com assistência do professor Paulo Scarduelli. Aceitei muito feliz o convite – na verdade eu praticamente me convidei - para fazer parte do projeto de um site que vai colocar a meninada pela primeira vez frente a frente com os Jogos Abertos de Santa Catarina, um belo desafio pra todos.

Tenho muitas histórias na cobertura dos chamados Jasc, nos dois lados do balcão, com razoável experiência para passar adiante. Espero ajudar os focas de hoje nos preparativos para a luta em busca amanhã de uma oportunidade cada vez mais difícil em um mercado fragilizado pelo monopólio das mídias.

Entre os que resistem bravamente e lutam contra os efeitos danosos desta dominação está o jornalista Adelor Lessa, meu ex-companheiro de redação nos tempos gloriosos de “O Estado”. Adelor é o cara da “FM Som Maior”, emissora de rádio com programação diferenciada, misturando boa música com jornalismo. Em alguns momentos do dia estarei junto com ele e a equipe da “Som Maior” conversando sobre as competições e a periferia dos Jogos Abertos e seus acontecimentos interessantes.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Quero porte para armas de guerra

Vou de carona no post dominical do César Valente no seu blog deolhonacapital. Aqui em Jurerê, onde somos vizinhos, tem um semáforo no final da Rodovia Maurício Sirotsky Sobrinho, cruzamento com a avenida Búzios. É o ponto ideal para observação e audição destes exibicionistas do som. Não sei como a Polícia Militar, sempre tão zelosa na tarefa de aplicar multas ou aporrinhar o cidadão em dia com suas obrigações tributárias, não dá um jeito nesse povo que circula pela cidade exibindo seu altíssimo grau de estupidez. Cadê a PM, cadê a guarda municipal? Onde está o respeito à lei?

Os infratores são de fácil identificação. Começa pelo modelo dos carros e termina no som insuportável em altíssimo volume. Alguns ouvem “aquilo” contaminando a região numa distância considerável. Essa zoeira poderia ser utilizada como arma de guerra, combate a traficantes, coisas do gênero. As vítimas não agüentam. Sem contar o perigo que representa dirigir com aquela poluição sonora por dentro e por fora. Sim, porque alguns idiotas trafegam com os vidros fechados.

Há uma fixação com axé, sambão, música eletrônica e todas essas porcarias modernas e insuportáveis. Quando há coincidência na espera da troca de sinal destes carros de som dirigidos por imbecís, com aquelas motos cujo ruído aumenta a cada acelerada, aí vira instrumento de tortura. Quem como eu mora próximo a um cruzamento, onde a poluição sonora tem diversos estágios enlouquecedores, deveria possuir porte de arma, de preferência para aquelas bazucas que estraçalham o alvo, sem chance para o inimigo nada oculto.


É preconceito? Então estou inscrito. Quero ser o primeiro da lista.

A tirania dos "professores"

Tem que haver um jeito de acabar com essa tirania dos treinadores. Assinam contratos milionários, exigem o pacote que inclui auxiliar técnico, preparador físico e o escambau. Alguns carregam junto irmão, sobrinho, primo, o que tiver na família precisando de emprego.

Quando demitidos levam a multa contratual e toda a sua turma para um novo clube. Os dirigentes, como administradores de uma empresa, deveriam exigir mais dos seus empregados. Passou um tempo, não houve resposta em campo, chama na salinha e faz a perguntinha clássica. O que está acontecendo que o rendimento não melhora? É assim em qualquer empresa privada. É normal, o patrão cobra, o empregado tem que se explicar. Ou então, pé na bunda

No futebol não é assim. A maioria dos dirigentes espera o desastre acontecer pra mandar o técnico embora e trazer outro nas mesmas bases. Às vezes dá certo, esse é o problema. Quando não exageram na dose, não dando tempo para o processo surtir efeito. Trabalham com a exceção, não com a regra e fazem dela uma cartilha equivocada do gestor esportivo. Deixam as águas rolarem e em geral a opção errada é pelo mais fácil, com a troca de treinador a cada tropeço.


Vejamos dois exemplinhos bem no nosso nariz. O Toninho Cecílio pinta e borda no Avaí com a complacência da direção e vejam no que deu. Se bem que ele pegou o time com a corda no pescoço. Mas também não fez nada de diferente. O Dorival Júnior não tem justificado a fama de bom treinador. Repete no Internacional o trabalho ruim de outros clubes este ano e mostra a faceta de grande parte dos seus colegas com suas preferências injustificáveis por alguns jogadores.

São todos assim. Até que um belo dia algum dirigente bata na mesa e acabe com esta mania de transformar os clubes na casa da mãe Joana e fazer dos times a universidade do Professor Pardal.

domingo, 6 de novembro de 2011

Quando o repórter briga feio com a notícia

Manhã de domingo, Autódromo Velo Park em Nova Santa Rita (RS), cenário da última prova do ano na categoria Stock Car:

Narrador da Globo: “ele foi meio imprudente”, disse o locutor referindo-se ao piloto Marco Gomes, que numa tentativa de ultrapassagem bateu seu carro contra o de Cacá Bueno na última volta da corrida.

Repórter Reginaldo Leme: “não houve nada, foi um acidente de corrida”.

Cacá foi campeão da temporada, apesar da “barbeiragem” do companheiro que o tirou da prova, mas não o afastou do título.

“Mas o Marco deu uma forçadinha de barra”, insistiu o locutor, confiando nas imagens claríssimas que acabara de ver com os telespectadores, inclusive este que vos escreve.

Resposta impaciente do Reginaldo: nada, nada, isso é coisa de corrida.

Depois de desmentir ao vivo, por duas vezes, a observação correta do seu parceiro de cobertura Reginaldo Leme, macaco velhíssimo em corridas de automóvel, teve que ouvir do próprio Cacá Bueno a verdadeira versão sobre o acidente: “Estou feliz com o título, mas isso não podia terminar assim” – falou Cacá sobre o acidente, acrescentando. “Ele – Marco - foi irresponsável com aquela manobra”.

Não dá pra brigar com a notícia, ainda mais em uma transmissão ao vivo e em se tratando de um repórter experiente como Reginaldo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O que temos para receber o turista

Ainda não consegui entender o conceito das nossas autoridades sobre cidade turística. Só as belezas naturais não sustentam os slogans que gostam de inventar para mostrar Florianópolis como um dos endereços mais cobiçados para o turismo de temporada.

Os portões de acesso à capital turística do Mercosul, como gostam de arrotar, estão em estado lamentável. O aeroporto é aquilo que todo mundo sabe, em matéria de capacidade, conforto e acesso. Pelo norte a BR-101 vive aos remendos, conserta aqui, conserta ali, para a duplicação aguentar o fluxo sobre um asfalto de quinta. Pelo Sul é muito pior por causa do risco de vida devido às obras incompletas e sinalização com a cara e incompetência do DNIT.

Remexo nessas indecências da administração pública porque fui obrigado a andar pela rodoviária Rita Maria. A manhã estava tranqüila, sem aqueles atropelos do trânsito na região, mas uma estada ainda que rápida por um prédio que nasceu como um cartão postal de Florianópolis tira qualquer um do sério.

A passarela sobre a Avenida Paulo Fontes está podre, com o teto comido pela ferrugem, sem lâmpadas e, acreditem, com mato crescendo em alguns pontos. No piso já dá pra enxergar os buracos e o ferro aparecendo, resultado do desgaste do concreto. A sujeira mistura-se com mais um pouco de mato. Uma imundície vergonhosa. No pátio do estacionamento, pago, a buraqueira não é nada discreta. Tem cratera de todo o tamanho.

Lá dentro, sob a escuridão pela falta de lâmpadas e a penumbra provocada por aquela “cor-de-burro-quando-foge”, são visíveis a falta de manutenção e o desleixo. As cadeiras são velhas e muitas estão quebradas. Há espaços imensos sem aproveitamento e os novos e raros locatários não ajudaram a melhorar em nada o aspecto lúgubre do prédio.

Quem deveria cuidar de tudo isso não tem tempo disponível. É árdua a tarefa do faz de conta. Eles fingem que trabalham e planejam. E ainda tem otário que acredita e vai às urnas para torná-los quase vitalícios em suas funções, especialistas em safadeza e descaso com a coisa pública.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Natação de Florianópolis fora dos Jogos Abertos

Natação feminina da Capital era força dos Jasc


A equipe de natação de Florianópolis era uma forte candidata ao título da modalidade nos Jogos Abertos de Santa Catarina, os Jasc, que serão disputados em Criciúma a partir do próximo dia 11. A pontuação alcançada nesta modalidade poderia ajudar muito na luta pelo título geral da competição.

As projeções otimistas dos dirigentes da Fundação Municipal de Esportes da Capital afundaram na manhã desta sexta-feira com a decisão do Tribunal e Justiça Desportiva do sistema esportivo catarinense que, por 7 votos a 0, negou provimento ao mandado de garantia impetrado por aquela instituição e defendido pelo advogado Luciano Hostins. O TJD entendeu que a FME não respeitou o prazo do dia 10 de outubro, considerado data limite para inscrições determinada pelo regulamento geral da Fesporte para seus eventos.

Em sua argumentação Luciano alegou que a data do dia 10 é para desistências, e não para inscrições. “Está lá no site da Fesporte, esse é o meu entendimento”, justificou o advogado. Votaram os auditores Robson Vieira, presidente do TJD, o auditor relator Aldo Abraão Massih Jr., e os auditores Giovani Mariot, Frederico Pereira, Jorge Lima, Marcelo Silveira e Roberto Pugliese Jr.

A direção da FME não admite, mas houve esquecimento dos técnicos responsáveis pelas inscrições e formação da delegação que vai a Criciúma. Vai sobrar pra alguém na Fundação, se é que já não rolou alguma cabeça.

ATUALIZANDO; Luciano Hostins tentará na justiça comum anulação do julgamento. Não vai discutir o mérito, mas alega que o julgamento é nulo porque Sérgio Galdino, presidente do Conselho Estadual do Esporte, não poderia defender Blumenau como terceira interessada. Galdino é presidente da fundação blumenauense

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Um silêncio constrangedor

Deputado Marcelo Freixo

O cidadão vive tranquilo numa cidade dita maravilhosa, cumprindo com suas obrigações, criando os filhos ao lado da mulher, trabalhando pelo país. Até que um dia os milicianos, a nova praga dos morros cariocas, decidiu que ele tem que ir embora, trocar o Brasil por um exílio. Se não quiser morrer ou perder alguém da sua família terá que viver no exterior, em lugar incerto e não sabido. Em tempo de evitar que lhe destinem o mesmo fim daquela juíza assassinada recentemente

Esta é a nova realidade do deputado Marcelo Freixo, do PSOL, que de sua trincheira na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro combate as milícias organizadas. A resposta das autoridades de segurança, do governo do estado e da presidência da República foi zero. Ou seja, o combativo deputado, cumpridor dos seus deveres e ameaçado de morte por defender a sociedade que o elegeu, não recebeu nem de seus pares um mínimo de solidariedade.

Vá embora e pare de incomodar. É mais ou menos esse o significado do silêncio de uma nação inteira. Sim, da nação, porque fora a repercussão na mídia, mais nada aconteceu. Ninguém, em canto algum deste país, ou mesmo na sua cidade, levantou a voz ou organizou qualquer tipo de manifestação em defesa do deputado Marcelo. Valeu a pena ser o inspirador do filme “Tropa de Elite 2”? Parece que não. Constrangedor e perigoso porque maus exemplos como estes são um rastilho de pólvora.