O café da manhã no hotel onde estou nestes Jogos Abertos em Criciúma é uma delícia. Não só pelas guloseimas que nos fazem ganhar mais algumas gramas em apenas uma semana. A mesa farta a que me refiro é a da fofoca. Desde que me conheço por gente aquele estado de sonolência matinal passa em minutos graças à agitação provocada pelo disse-me-disse ao nascer do sol.
Eu e o colunista Maceió, de A Notícia, somos os únicos jornalistas no hotel onde os organizaores hospedaram alguns dirigentes, membros do Tribunal de Justiça, do Conselho Estadual do Esporte (do qual faço parte) e ex-atletas que viraram cartolas em instituições do estado ou de municípios. Os atletas mesmo, aqueles que competem e dão o sangue por medalhas e troféus, estão junto com suas delegações nas escolas da cidade transformadas em alojamentos. Ali sim, haja comida para sustentar tantas tropas desgastadas pelo combate esportivo.
É a prioridade invertida. Sai caro acomodar na rede hoteleira estes verdadeiros heróis travestidos de guerreiros. Só que a guerra deles é outra, pelo esporte e contra a falta de estrutura , em muitos casos, em outros pela ausência de recursos, de planejamento e do simples incentivo por parte dos dirigentes municipais.
Voltando ao café, isso também é discutido quase todas as manhãs em conversas longas e quase sempre repetidas nos anos seguintes. É pesado, e o que diverte mesmo é a fofocalhada. Quem fez o quê, quem está pendurado no cargo e pode cair a qualquer momento (o que geralmente nunca se concretiza e fica mesmo no terreno da fofoca), quem são os reis da noite, qual a mancada esportiva dos dias anteriores, quem perdeu o que deveria ganhar, e vice e versa, e qual o político ligado à área que menos contribui para o esporte catarinense. Para esse último item da lista não faltam candidatos, mas sobram medalhas e condecorações. Afinal, os puxa sacos de plantão estão aí pra isso e o café da manhã é deles e com eles também.
Grande verdade. Todos sabem de tudo e ao mesmo tempo não sabem de nada. kkkkkkkkk
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