domingo, 30 de janeiro de 2011

(In)segurança


Não gosto de comparações. Mas, diante do relato do amigo Áureo Moraes no Blog do Canga,sobre o assalto em um posto de gasolina próximo a Cacupé, acho importante fazer o registro do que testemunhei em Rainha do Mar. Como já relatei em outra postagem, Rainha é uma pequena praia gaúcha tipo a Daniela, onde passei duas semanas na casa de uma irmã, na Avenida Beira Mar(foto).

Lá, como se sabe, existe a Brigada Militar, semelhante à nossa PM. Além do policiamento interno e na praia feito por brigadianos vestidos à rigor – boné, um colete sobreposto a uma camiseta de manga curta, bermuda e sandálias – existem viaturas e motos que circulam o dia inteiro pelas ruas do balneário. Perdi a conta de quantas vezes no tempo em que estive lá, tirando o carro da garagem ou sentado no varandão, acenei para os policiais que passavam na frente fazendo a ronda.

E quando iniciei de carro às seis da manhã minha viagem de volta, na ultima sexta-feira, passei por duas viaturas da BM no trajeto de mais ou menos 10 quilômetros entre Rainha do Mar e Capão da Canoa, saída para a duplicada BR-101 do RS. Isso no comecinho da manhã, meu amigo.

Não tenho números para confrontar o que acontece lá e aqui. No entanto, pela ausência de noticiário na mídia gaúcha (RBS) de ocorrências policiais graves, e pelo que testemunhei, a presença ostensiva do policiamento naqueles balneários deve fazer a diferença.

E digo ao Áureo que há quatro anos, quando morei no Campeche, em rua totalmente habitada, próxima ao supermercado Dezimas, tive a casa invadida no meio da madrugada enquanto dormia. O sujeito já subia a escada quando o alarme o pôs pra correr. Em outro incidente, numa festa na mesma casa, tive que botar pra fora dois “invasores” que decidiram então apedrejar os carros dos meus convidados. Com a chegada da PM – não lembro quanto tempo depois por causa do nervosismo no momento -, comentei sobre a sensação de insegurança. Como resposta ouvi de um dos soldados: “vá se queixar para o governador”.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Enganação e vigarice

Pago , e caro, para ser sócio do PFC, o pay per view da NET. Comprei faz tempo as duas séries do Campeonato Brasileiro e o Campeonato Catarinense. Neste sábado (29), fui surpreendido ao ver na tela a transmissão do jogo entre Atlético Goianiense e Goiás, por suposto, do Campeonato Goiano. O que eu tenho a ver com isso? Esperava assistir a melhor partida do dia do nosso campeonato, o confronto entre Joinville e Chapecoense. Fiquei chupando o dedo e ainda obrigado a ouvir as explicações completamente estapafúrdias da senhorita Franciele, do atendimento NET. Se alguém resolveu não fazer a transmissão deste jogo, a RBS, claro, não quero saber. Fiquei no prejuízo e com cara de bobo na frente da tevê. Pior: vou ter que reclamar para o bispo porque a NET, a quem eu pago, se omite e joga a pá de cal dizendo que é problema da Globo, da Bandeirante, da Globosat sei lá mais de quem.

A Copa de 2014: verdade ou mentira?


O velho e inservível Mané Garrincha dará lugar a um novo elefante branco

Estamos a menos de três anos da Copa de 2014 e nada. O Brasil não se mexe ou faz pouco para receber um evento de tamanha importância e visibilidade. O mundo vai virar nosso país do avesso, como acontece com todas as sedes de Copa. Procuramos por boas notícias, mas está difícil.

Até agora quase nada se fez em relação aos estádios brasileiros, nenhum deles está pronto para receber equipes, jornalistas e público. Aqui, por exemplo, Ressacada e Orlando Scarpelli tiveram suas capacidades limitadas a 10 mil pessoas enquanto não sejam colocadas câmeras de segurança. São praças esportivas da cidade que um dia pensou em ser uma das sedes da Copa.

O pior obviamente não está em Florianópolis, cujo aeroporto se iguala a uma rodoviária das mais xinfrins. Em Porto Alegre o Beira Rio só teve demolida parte de suas arquibancadas mais próximas ao gramado. E ainda se discute quem paga a conta. Obras no aeroporto? Em Curitiba não se tem notícias sobre arranjos para a Copa e em São Paulo Ricardo Teixeira e sua rixa com o São Paulo transferiram a responsabilidade para o Corinthians e um imaginário estádio no bairro de Itaquera. Congonhas e Guarulhos seguem como dantes. Temos visto a mobilidade urbana paulista a cada tormenta de fim de tarde.

Nossa mui querida e estimada Brasília, a capital da fantasia, foi premiada com o projeto de um novo estádio para 70 mil espectadores, no lugar do desde sempre inútil e atualmente defasado Mané Garrincha. Com certeza vão importar torcedores e clubes dos estados vizinhos. Hoje não conseguem encher nem a modestíssima “Boca do Jacaré”, em Taguatinga, do time do ex-Senador Luís Estevão, agora administrando uma lavanderia. Custo do futuro elefante branco? Baratinho, R$ 1 bilhão.

No Rio a nova reforma do Maracanã está estimada em R$ 700 milhões. Não incluam neste montante os custos com a reforma da cobertura – a velha comemora 60 anos bem vividos -, cujo orçamento ainda não foi divulgado. Talvez para não matar de susto o povo carioca. A Controladoria Geral da União (CGU) garante que está de olho. Não quer mais tarde outra reforma por determinação do Comitê Olimpico Internacional (COI) para a Olimpíada de 2016. E o Galeão, gente, o que é aquilo? Chamam de aeroporto. O Tom Jobim não merece. Pode ser que mais uma dúzia de novelas da Globo consigam nos fazer crer que o Rio de Janeiro ainda é o que foi.

E paremos por aqui, contando por enquanto apenas com o otimismo do Ministro do Esporte, Orlando Silva, que a cada aparição diz aos brasileiros que caminhamos a passos largos para uma bem organizada e tranqüila Copa do Mundo. Convertidos a São Tomé, os principais jornalistas do Rio e São Paulo resolveram deixar de lado o regionalismo bobo e inconseqüente para mostrar a realidade a leitores, ouvintes e telespectadores. E está criada uma espécie de bolsa de apostas: ganha quem acertar de onde virá a primeira boa e verdadeira notícia sobre os preparativos para a nossa Copa.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Futuramente


Notícias do dia no DC. Futuramente o aterro da Baía Sul servirá apenas para atividades culturais. Não sei que espaço de tempo significa “futuramente” nem o que pretendem dizer com “atividades culturais”. Depois que autoridades omissas e coniventes deixaram aquela área se transformar num muquifo e berçário para todo o tipo de transgressões fica difícil acreditar em qualquer promessa ou projeto. Quando se fala de cultura, então. O Centro Integrado de Cultura e o cineminha do Gerlach estão lá, obras praticamente paralisadas, documentos fresquinhos, recém saídos dos fornos alimentados pela omisão e incompetência.

O simples fechamento da avenida Paulo Fontes já é motivo para confusão, ainda que tenha facilitado aos pedestres o acesso ao Mercado Público e deixado o local mais parecido com uma área de lazer e entretenimento. Meia dúzia de ranhetas não entendem assim porque precisam rodar algumas quadras para ir aqui ou ali e não podem gastar um pouco mais de tempo e combustível.

Não vamos nos esquecer do outro aterro, bem pertinho, bastando atravessar o túnel Antonieta de Barros. Aquilo lá passa pelo mesmo processo. Por enquanto não tem merdódromo, camelódromo, kartódromo, sambódromo, terminais de desintegração, garagens de ônibus...Por enquanto. Futuramente não se sabe.

Que tal um parque, de frente para o mar, tudo arborizado, espaços para caminhadas, ciclovia, quadras de esporte, bares à beira d’água, um belo restaurante, todo envidraçado, de culinária diversificada, com a segurança de um posto policial ativo 24 horas? Estou sonhando. Ninguém dá bola para aquela imensa área desocupada. Quer dizer, ninguém não. Já tem gente de mau gosto pensando em prédios para um Centro Administrativo. Se não me engano um sujeito que se diz prefeito de Florianópolis.

Voltando para o lado de cá a bronca, diz o noticiário, é com a União, dona do pedaço. Enquanto isso Camelódromos e Cestões ficam por ali mais três anos. Três anos? Junto com aquele centro de convenções, construído a custa de sonegação de impostos e acertos até hoje mantidos sob o tapete. O mesmo tapete que por décadas forra corredores e gabinetes do Paço e da Câmara Municipal.

Vale lembrar o portal turístico que empesta a cidade daquele cheiro desagradável. E a rodoviária, outro portal e primeira obra no aterro abandonada pelo poder público. Apesar de tudo futuramente, dizem otimistas e/ou mentirosos, poderemos desfrutar do aterro da Baía Sul como merecemos. Futuramente...

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tô nem aí



Morro dos Cavalos: nada sério para Delfim e o Dnit

O presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto Filho, desconhece as regras mínimas ditadas pelo bom senso e não está nem aí para o que acontece no seu Estado. Pior que ele, só o Dnit. Caso contrário teria transferido a rodada inteira do Campeonato Catarinense, quem sabe para segunda-feira à noite. Com parte de Santa Catarina sofrendo com os estragos provocados por enxurradas, incluindo a interrupção da BR-101, não só não tomou nenhuma providência como ainda teve a pachorra de se vangloriar que correu tudo bem, acrescentando mais um episódio grotesco à sua lamentável e interminável gestão.

Delfim ignorou os problemas sérios nas sedes dos jogos. No Sul, Criciúma e Imbituba, por causa do deslizamento no Morro dos Cavalos. Não deu bola para as dificuldades de Blumenau, Itajaí e Joinville. Dirigentes, jogadores, equipes de arbitragem e jornalistas domingo foram obrigados a botar o pé na estrada e na lama, circulando pelo Estado com o risco de algum acidente grave. E por fim, lixe-se o torcedor, impedido de acompanhar seu time nos estádios. Como o santo do homem é muito forte, capaz de protegê-lo de uma tragédia e ainda fortalecê-lo em futuras eleições, ninguém reclamou, como é de praxe.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Calça de veludo, bumbum de fora



Notícia que vem do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) anuncia a escolha do Centro Esportivo Crystal Palace, em Londres, como local para treinamento das equipes brasileiras. Uma maravilha. Teremos pistas de atletismo, piscinas, ginásios, campos, quadras e salas de musculação, todas de alto nível, que servirão para a concentração das equipes até a ida para Vila Olímpica.

Os atletas devem chegar a Londres um mês antes das competições. Depois do inicio dos Jogos, o centro esportivo abrigará todos os membros da delegação brasileira não credenciados para a Vila Olímpica, entre eles médicos, auxiliares técnicos, treinadores, fisioterapeutas, sparrings e membros do departamento de Ciência do Esporte. Será, como diz o próprio COB, uma espécie de quartel general do Brasil na capital inglesa.

Até aí tudo bem. Problema é que a um ano apenas da próxima Olimpíada não se ouve falar da preparação em solo pátrio das nossas equipes. Desconfiamos da condição que elas ostentam atualmente. A do handebol masculino, por exemplo, assusta. Acaba de encerrar sua participação no Mundial da Suécia com cinco derrotas nos cinco jogos disputados. O basquete é uma incógnita nos dois naipes. Na quadra nossas esperanças, como sempre, estão concentradas nos homens e nas mulheres do voleibol. Nas modalidades individuais torceremos por medalhas aqui e ali no judô, natação e atletismo. Ah, tem o futebol, agora com o Nei Franco, profissional conhecido e competente. Quem sabe a primeira medalha olímpica brasileira neste esporte esteja a nossa espera na Inglaterra. É cedo demais para alimentar esperanças. Recém estamos passando pela classificação sul americana.

Do jeito que vamos o Crystal Palace pode significar pouco. Chegaremos a Londres com uma delegação dispondo de equipamentos esportivos modernos, mas servindo equipes mal preparadas e sem potencial sequer para uma representação que justifique presença em uma Olimpíada.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

SEGURANÇA

Aqui em Rainha do Mar, onde estou, tem policiamento na praia, guarita com salva-vidas e banheiros químicos. Rainha é um balneário mais ou menos do tamanho da Daniela. Curioso, interpelei dois policiais vestidos à rigor: bermudas, um colete sobreposto a uma camiseta de mangas curtas e sandálias. Pertencem à Brigada Militar (nossa PM) do interior gaúcho e na temporada reforçam o policiamento das praias. Só Rainha do Mar conta com uma viatura e uma moto e há policiamento a pé e em duplas também nas ruas internas. Tudo muito simples e eficiente, empobrecendo a crônica policial do litoral gaúcho.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

VOLTANDO (ou perguntar não ofende)



A Rainha do Mar, vista do mezanino doméstico

É uma tentativa. Ainda que para poucos leitores. Ou mesmo nenhum. A cabeça precisa trabalhar, os assuntos estão aí, mexendo com todo mundo, com qualquer cidadão que tenha um mínimo de interesse pelo que acontece à sua volta.

Florianópolis parece a Sbórnia, terra natal da dupla do espetáculo Tangos & Tragédias, o maestro Plestkaya e o violinista Kraunus Sang.. Ronaldinho virou cidadão carioca. Já começa a ser disputado pelas escolas de samba do Rio, rivalizando em atenção com a catástrofe da serra fluminense. Os morros derretiam e soterravam centenas, mas dirigentes do Flamengo não tiveram a sensibilidade para suspender a festa. De futebol mesmo, nada por enquanto. Não é assunto prioritário para o Gaúcho. Felizmente tem o Neymar para contrabalançar a ausência de talentos e de bons assuntos no esporte. Chega de Ronaldos, dentuços ou gordos.

Acompanho tudo à distância, de uma praia gaúcha chamada Rainha do Mar. De mar achocolatado, de água gelada. Vale o sossego de um lugar pequeno, sem a tranqueira da nossa temporada. É comer comidinhas caseiras, caminhar à beira mar, ler, desfrutar do convívio familiar e dormir o sono tranquilo embalado pelo barulhinho bom do vai e vem das ondas.

Em fevereiro estarei de volta à cidade. Até lá veremos a quantas andarão time C do Avaí , a empolgação dos torcedores do Figueirense e o resultado do pacotaço de contratações. A nova Beira Mar (a nossa, por que a do outro lado virou mais uma Berguice) estará pronta? O prefeito Dário reapareceu? A canalhice municipal foi penalizada? O Riozinho esvaziou? A segurança aumentou? O norte da ilha desafogou? Terminou a briga por cargos? Duvi-de-o-dó.