segunda-feira, 3 de junho de 2024

Via César Valente 

Por Claudia Barbosa 

Ser manezinho não é calçar chinelo com meia e comer peixe frito no café, nem torcer Avaí ou do Figueirense. Ser manezinho é saber que a comunidade que você mora é sua família e zelar pelo quintal do outro como se fosse o seu.

Ser manezinho não é sair por aí com uma rosca no braço pondo apelido nos outros com um sotaque engraçado. Ser manezinho é conhecer suas raízes, orgulhar-se delas e não medir esforços para preservá-las.
Ser manezinho não é nascer na Carlos Correa ou na Carmela Dutra, nem morar na Ilha ou no continente. Ser manezinho é ter consciência da importância de proteger seu legado, valorizar sua cultura, zelar pelo patrimônio natural, material e imaterial da cidade para que a posteridade possa alcançar o lugar à que tem direito.
Ser manezinho não é emocionar-se cantando o Rancho do Amor à Ilha. Ser manezinho é estar atento às necessidades da cidade e participar ativamente das discussões políticas para lutar contra toda e qualquer força destrutiva que ameace a integridade da nossa aldeia e a qualidade de vida de quem nela habita.
Ser manezinho não é comer milho cozido na pra praia com chapéu de palha ouvindo Daza. Ser manezinho é ter a consciência de que o mar é de todos e que vivemos num santuário ecológico que precisa ser preservado, para o bem da vida na terra, pela continuidade de todas as espécies, pra justificar nossa passagem.
Ser manezinho é descender de Aldirio Simões, Neide Maria, Chico Amante, seu Arante, tia Ilda, dona Zenaide, Waldir Brazil, Valdir Agostinho, Helio Paru, Nilêra, Solange Adão, Wagner Segura, Marcelo Muniz, Franklin Cascaes, Raul Caldas Filho, Ori, Lua, Paulo e Sérgio da Costa Ramos, Zé do Cacupé, Nelson Wagner, Tullo Cavallazzi, Mirandinha, Beto Stodieck, Gentil do Orocongo, Zequinha Cardoso, dr. Antônio de Freitas Moura, Jairo Silva, Lagartixa, Valda Costa, Brasilício, Álvaro e Abelardo Sousa, Nega Tide, seu Agostinho, Ivonita, Osmarina, Carvalhinho, Loudinha da Loteria, Antonieta de Barros, Aves-Vouz, Zuvaldo Ribeiro, seu Chico do Campeche, Dona Uda, Luiz Henrique Rosa, Neném Maravilha e Peninha.
Ser manezinho é ter seu relógio biológico regulado pela luz da natureza e o metrônomo do coração pelo balanço mar. Ser manezinho é zelar por este pedacinho de terra cercado de matas, montanhas, encostas, restingas, mangues, lagoas e mares por todos os lados. Ser manezinho é saber que defender o ecossistema e preservar nosso meio ambiente são condições básicas para a nossa sobrevivência.
Ser manezinho é ser CONTRA a PEC3.



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