A sexóloga apresentada pela Globo na mini série “As brasileiras” agitou a manezada. Muito gaúcha, protesta quem viu o capítulo da quinta-feira. Gente, sotaque e expressões regionais são sempre uma grande encrenca. Com patrulhamento, então, nem se fala. Lembro, por exemplo dos percalços da Globo com "O tempo e o vento", direção do gaúcho Paulo José. Nem um bom trabalho de pesquisa evitou as dificuldades para enquadrar os atores em sotaque muito característico como o do gaúcho da campanha.
Forçar a barra nunca dá certo e o meio termo é difícil de acertar. Fica melhor ao natural, desde que não tenha aquele chiado de chaleira tipo o da Xuxa quando ela decidiu que era carioca. Vale lembrar, também, a bronca dos gaúchos quando a maravilhosa e inigualável Elis Regina começou a apresentar o seu carioquês, chiando mais do que os "nativos". Houve um tempo em que o jornalismo global evitava o carregado sotaque nordestino para seus repórteres, num descabido preconceito.
Fernando Alexandre, um jornalista alagoano radicado em Florianópolis, tentou reproduzir e interpretar essa natural confusão lingüística. Acertou aqui, tropeçou ali, mas conseguiu parir o Dicionário da Ilha, se não me engano já na segunda edição.
A verdade é que de norte a sul nossa língua tem diferenças muito acentuadas e as adaptações, se mal elaboradas, no mais das vezes ficam quase caricaturais. E quando as exigências de hábitos e do falar são muito regionais, só uma escola que forme bons atores em uma demanda muito grande de tempo pode evitar ruídos que incomodem a ouvidos mais sensíveis e críticos atentos. Sem falar na xenofobia, uma perigosa e nociva distorção de julgamento.
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Os sotaques regionais realmente tem sido muito mal reproduzidos nas noveslas.
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