Os membros do judiciário esportivo geralmente não gostam que mexam com eles, que contestem suas decisões, que façam críticas ao resultado de julgamentos na maioria das vezes incompreensíveis para os leigos. A reação é quase sempre mal humorada e o nariz torcido faz parte do retrato falado dos que lêem e ouvem o que a mídia contesta e divulga. Costumam classificar os jornalistas de “ignorantes” por desconhecerem a lei e a rotina de procedimentos dos tribunais.
Têm razão quando dizem que não somos “experts” em legislação, que não temos familiaridade com o rito jurídico. Até aí tudo bem. Mas não damos as costas ao bom senso, não nos conformamos quando tentam nos enrolar com as firulas e com o juridiquês utilizados em alguns casos para justificar o injustificável. Estamos, isto sim, acostumados com a “malandragem” dos tribunais de todos os matizes, com as acomodações cavocadas na lei que acabam mudando o rumo dos acontecimentos e, regra geral, favorecendo os mais fortes.
Acontece aqui, acontece no Rio de Janeiro, onde está o STJD, pródigo em decisões suscetíveis a críticas e a contestações. Ou dá pra aceitar, na reta final do Brasileirão, a postergação de julgamentos que beneficiam clubes grandes? Abel Braga, Flu, Emerson, Corinthians, e outros personagens de jogos decisivos nas duas últimas rodadas. Rafael Moura Flu também teve seu julgamento adiado, ídem para Renato Abreu Fla. O Vasco conseguiu efeito suspensivo da interdição de São Januário, recuperando seu mando de jogo na última rodada, contra o Flamengo. Ninguém pode se queixar, o STJD faz de conta que legisla igual pra todos.
Outro caso: a agressão do zagueiro Bolívar, do Inter, ao lateral Dodô, do Bahia. O baiano sofreu lesão grave e ficará afastado do futebol por seis meses. E o Bolívar? Ora, o Bolívar continua jogando, desfilando a impunidade pelos gramados, a espera de uma atitude de um procurador que só age movido pela da luz dos holofotes e pelo tamanho da vitrine. Não existe suspensão preventiva para flagrantes de violência e agressão? E a suspeita de doping do nadador César Cielo, julgada por tribunal internacional diferentemente de situações idênticas que envolveram outros atletas brasileiros?
Podem me chamar de ignorante, não vou parar de perguntar. Além do mais, ouço e enxergo muito bem. E tenho cérebro para pensar, duvidar das versões oficiais e entender os ardis dos tribunais. Quem não concordar comigo – e serão muitos – leia matéria publicada hoje pelo ,http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/br com a seguinte manchete: STJD 'alivia' e beneficia equipes do topo da tabela na reta final do Brasileirão. Se quiserem mais do mesmo leiam a coluna do Juca Kfouri, também no Uol: A "justiça" esportiva ataca novamente.
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NÃO CABIAS NO MAR
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Nei Duclós Não cabias no mar, luz do espanto. Todas as palavras sumiram
com teu lance em direção a mim, coral submerso.Querias aventura, só tenho
sentimen...
Há 58 minutos
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