sábado, 5 de julho de 2008

Sábado/domingo

Gol contra

Parte da renda do jogo final da Libertadores no Maracanã (mais ou menos R$ 3 milhões) foi penhorada em favor de Branco, o coordenador de futebol do Fluminense, que cobra uma dívida do clube em ação que corre na justiça desde 1994. O advogado e o jogador decidiram executar a cobrança justo no dia mais importante da história do Fluminense. Não fosse estranha a própria atitude tomada por quem exerce uma função tão importante na defesa dos interesses da agremiação, é inusitada a decisão dos dirigentes contratando alguém em litígio judicial. Além do mais a origem da dívida é igualmente estarrecedora. São salários pagos pela CBF ao Fluminense no período em que Branco servia a seleção brasileira na Copa do Mundo, valores que não foram repassados ao jogador. Branco não deveria estar trabalhando no clube réu de sua ação na justiça muito menos a direção do Fluminense poderia contratá-lo nessa circunstância. Misturaram alhos com bugalhos e todo mundo saiu perdendo nesse episódio típico da administração do futebol brasileiro.

Pobre futebol

O “day after” da derrota do Fluminense virou uma comédia pastelão da pior qualidade. Junto com a notícia da penhora de parte da renda os jornais cariocas trataram de publicar as reações ridículas de jogadores do Flamengo brincando com a desgraça alheia. Uma impropriedade inadmissível e que mais adiante terá suas conseqüências, tomara sem desdobramentos além das quatro linhas com envolvimento das duas torcidas.

Fim de carreira

Ronaldo, em pose fenomenal, foi flagrado esta semana por fotógrafos “paparazzi” derramando uma razoável barriguinha sobre a cueca e com um cigarro em uma das mãos. O dia a dia do ex-fenômeno nos últimos meses indica que seu futuro como jogador de futebol e um final de carreira digno do seu passado como um dos grandes artilheiros mundiais ficaram em segundo plano. Que clube arriscará uma contratação milionária envolvendo um atleta que trata com tanto desleixo sua própria imagem e a condição física essencial para o exercício da profissão? Parece mesmo o fim da linha para quem viveu boa parte da carreira sob a mira de bisturis e em tratamento para recuperação de lesões graves.

Que Olimpíada?

Depois de convocado por Ricardo Teixeira para a Olimpíada, e não por Dunga, como, como seria natural, Ronaldinho Gaúcho contraria todas as informações e expectativas reveladas pelo presidente da CBF. A protuberância abdominal do dentuço mostrada em fotos e transmissões de tevê durante a semana denuncia a falta de cuidado de quem daqui a um mês e pouco deveria estar a serviço da seleção brasileira olímpica. Teixeira vai acabar dando razão a Dunga que há muito tempo e nem tão veladamente vem se mostrado contrariado com o comportamento de Ronaldinho fora do campo. Por razões até aqui desconhecidas o técnico da seleção brasileira prefere ver Ronaldinho tratando de seus assuntos particulares.

Caseiras

Voltando para os assuntos domésticos, a grande curiosidade da semana é a estréia do Marcílio Dias na série C do Campeonato Brasileiro. Pelo que tenho lido sobre os preparativos do Marinheiro, a esperança de uma boa participação está em Blumenau com o Metropolitano.

É assim que funciona

Os jornais da sexta-feira noticiaram que a CBF deu o oquei a mais de 60 estádios que serão utilizados na disputa da série C. Os relatórios elaborados pelos responsáveis por vistorias em alguns destes estádios devem ser verdadeiras peças de ficção. Acidentes graves e com vítimas fatais como o que aconteceu na Fonte Nova em Salvador continuam sem desdobramentos a não ser para aqueles que sofrem com a falta de segurança das nossas praças esportivas.

Judas

O Fluminense passou da noite para o dia do sonho do título da Libertadores ao pesadelo da lanterna no Campeonato Brasileiro. E Renato Gaúcho virou o grande vilão do fracasso nos dois jogos finais. Os três jogadores que cobraram ridiculamente os pênaltis decisivos continuam com seus empregos garantidos e sem nenhuma pressão da mídia ou da torcida.

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