quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quinta-feira

“Il capo di tutti capi”

Eu não quero, ele não quer, nós não queremos. É essa a mecânica que acaba na liberação ou não de jogadores brasileiros convocados para a seleção brasileira de futebol que vai à Olimpíada. Enquanto a CBF se omite na negociação direta que deveria fazer com os clubes europeus e transfere a responsabilidade para os jogadores, acabamos de assistir a mais um capítulo dessa novela. Agora a bola da vez é o poderoso chefão Sílvio Berlusconi, o dono do Milan, para onde Ronaldinho Gaúcho acaba de se transferir. Ronaldinho vai, Ronaldinho vem e Berlusconi diz que o dentuço está liberado para jogar a Olimpíada. Não é novidade, é uma repetição do que já aconteceu com Kaká. Manda quem pode, obedece quem precisa, conclui sabiamente o filósofo bodegueiro ali da esquina assistindo na tevê o noticiário esportivo e a arenga do vai-não-vai de Ronaldinho e outros menos votados.

Barriga fenomenal

O outro Ronaldo, o Nazário, está em recuperação da última cirurgia. Tem circulado pelos iates do mundo mostrando, em poucos meses de ócio criativo, uma barriguinha que um cervejeiro profissional gasta anos esfregando cotovelos em mesas e balcões para cultivar. As imagens chocam o mais desligado dos torcedores, o mais desinformado dos jornalistas acostumados à rotina dos grandes craques mundiais. Impressiona tanto que os incrédulos já levantam a hipótese de o volume abdominal do Ronaldo ser fruto de retoques fotográficos, hoje possíveis graças a um recurso chamado “fotoshop”. Quem seria capaz de uma maldade desse tamanho? E qual a razão?

Olho mecânico

As arbitragens andam mesmo muito ruins ou a tevê mostra mais do que os olhos de um simples mortal podem enxergar? Seja qual for a opção correta o fato é que os erros estão acontecendo em volume razoável em praticamente todos os jogos. Nos que eu assisto via “pay per view”, nas duas séries, dá para anotar, assim por alto, uma meia dúzia deles a cada rodada. O capixaba que apitou Avaí x Gama, por exemplo, foi uma calamidade. Aliás, pra que mandar um árbitro do Espírito Santo para apitar em Florianópolis? Estive há pouco tempo em Vitória e o futebol por lá andava abaixo da cola do cachorro.

Até que enfim

Guarani de Palhoça e Próspera não jogaram pela primeira rodada da segunda divisão, categoria que os gênios da Federação resolveram pomposa e enganosamente chamar de Divisão Especial. Um protesto do Guarani contra o Cidade Azul, que teria utilizado um jogador irregular na última rodada do Catarinense de 2007, motivou uma decisão do presidente do TJD, Luciano Hostins, impedindo a realização daquela partida até que se resolva a pendenga. Finalmente alguém de bom senso, com cara e coragem, resolveu tomar uma atitude. Em outros tempos a sujeira ia pra baixo do tapete e ponto final.

Nada se cria
Os Jogos Abertos de Santa Catarina de 2008 já têm logomarca, divulgada na terça-feira por sua Comissão Organizadora. A competição em quatro sedes, coisa do inventivo Marcelo Greuel, será repetida este ano em Pomerode, Timbó, Indaial e Rio dos Cedros. Marcelo foi atleta olímpico e durante muitos anos presidente da Fundação de Esportes de Blumenau. Da sua experiência de campo e criatividade como dirigente nasceram em 2004 os Jogos Abertos com sedes divididas, as mesmas que serão utilizadas este ano. O que é bom deve mesmo ser copiado.

As últimas dos técnicos

Leandro Machado saiu do Criciúma para o Náutico e foi demitido mesmo ganhando do São Paulo. É que na rodada seguinte perdeu o clássico no seu estádio para o Sport. Guilherme Macuglia, dispensado pelo Figueirense depois de goleadas históricas, mas credenciado por um bom trabalho com o Guaratinguetá no Campeonato Paulista foi parar no São Caetano. De cara, em casa, levou uma pancada de 4 a 0 do modesto ABC. No lado B dessa rotina tem o Caio Júnior, em lua de mel com a torcida do Flamengo e que por isso acaba de rejeitar uma proposta milionária do Qatar. Tomara o jovem e entusiasmado Caio não se arrependa, pois vida de técnico, todo mundo sabe, é só pra quem jogou pedra na cruz.


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