quinta-feira, 31 de julho de 2008

Quinta-feira

A Copa da enganação

Os catarinenses já foram enganados por Fernando Henrique e Lula na duplicação da BR-101 com datas sempre prorrogadas. As obras continuam se arrastando e serão entregues incompletas com mais palanque e muitos discursos. Em Florianópolis a enganação é diária com obras que não acontecem, como a ampliação do aeroporto Hercílio Luz, internacionalizado na marra. A complementação do acesso ao aeroporto não saiu do papel, o novo aterro já virou mato, as passarelas foram depredadas e o prefeito Dário quer construir ali mais um monstrengo chamado de Centro Administrativo, cheio de edifícios, como convém a empreiteiras e construtoras. Enquanto isso a cidade continua sem parques e cada vez mais de costas para o mar. A Operação Moeda Verde mostrou décadas de mentira e corrupção. Estão todos soltos e muito ricos, graças a empreendimentos que atropelaram a legislação, machucaram a cidade e macularam suas belezas. Agora a encenação é a Copa do Mundo de 2014 com mais uma lista de enganações. O sistema de transporte coletivo deixará de ser caótico, o aeroporto será ampliado, seu acesso concluído, teremos transporte marítimo, reabertura da ponte Hercílio Luz, trânsito desafogado, metrô de superfície, melhoria da rede hoteleira e da infra-estrutura para o turismo, etc, etc. Ah, ia esquecendo o principal, um novo estádio. Afinal, sem isso não tem futebol. Diante de um quadro tão positivo, o Ministro do Esporte, Orlando Silva, não poderia voltar a Brasília sem dizer que Florianópolis tem todas as condições para ganhar uma sede da Copa. Como essa visita relâmpago foi feita às vésperas de uma eleição municipal, organizada por uma candidata do mesmo partido do Ministro, e teve a participação de vários pavões nem tão misteriosos da política local, parece que a turma concluiu que gostamos mesmo de ser enganados.

A CBF já sabia

Os jornalistas que desembarcaram em Hanói no rastro da seleção brasileira descobriram que os vietnamitas adoram futebol. Bando de ignorantes e desinformados. Ricardo Teixeira e sua troupe sabiam, faz tempo, que esse é o esporte do Vietnam, tanto que marcaram um amistoso contra a poderosa seleção local, nosso último teste antes da estréia na Olimpíada.

Perigo à vista

O Avaí tem perdido muitos pontos em jogos fora e dentro de casa por situações que não poderiam acontecer e muito menos serem repetidas. Caso, por exemplo, da derrota para a Ponte Preta aos 49 minutos do segundo tempo graças a um pênalti maluco cometido pelo novato Jandson. Esse e outros tipos de cochilos permitem, por baixo, contabilizar oito pontos desperdiçados em 14 rodadas. Seguindo nessa trilha o Avaí corre o risco de ser ultrapassado por adversários que pouco a pouco estão subindo na tabela. O fantasma de Fortaleza começa a se aproximar da Ressacada.

Estranhos no ninho

Na sua rápida e eleitoreira passagem por Florianópolis o Ministro Orlando Silva ganhou uma camisa da turma do futsal da Malwee, entregue pelo seu pavão mor. Quero saber onde entram a Malwee de Jaraguá e o futsal em uma provável sede da Copa do Mundo de futebol na capital catarinense?

Quem, eu?

A lambança na final do Campeonato Catarinense de futebol feminino, entre Avaí e Kindermann, não tem pai nem mãe. O regulamento foi alterado sem consulta aos clubes, mas ninguém assume. A Federação Catarinense, por exemplo, prefere sair pela tangente. Parece que nem é com ela. O problema passa a ser do TJD, obrigado a entrar em campo para consertar – ou remediar – o estrago. Toma que o filho é teu.

Qual é a lógica?

Jael é o terceiro jogador revelado pelo Criciúma vendido este ano. É atacante, tem apenas 19 anos e foi para o Atlético Mineiro. Como ele saíram outros, substituídos por jogadores muito caros e em fim de carreira. É a rotina dos nossos principais clubes. A base revela e a pressa atropela a necessária seqüência de trabalho entre os profissionais. É mais fácil mandá-los embora ao menor sinal de negociação porque são poucos os treinadores que sabem lidar atletas de futuro.








terça-feira, 29 de julho de 2008

Terça-feira

Batom na cueca

Pago pra ver o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) eliminar Marcílio Dias e Toledo da série C do Campeonato Brasileiro. O jogador Rafinha, do clube paranaense, ao final do empate em zero a zero, resultado que classificou os dois times para a próxima fase, confessou o acerto feito nos vestiários. Ouvi a entrevista concedida às emissoras do Paraná e a confissão do atleta, quando ele não só explicou como foi feito o arranjo como justificou: “se a gente não fizesse isso, outros fariam.” Inter de Santa Maria e Engenheiro Beltrão, os outros dois clubes do Grupo 15, estão entrando com ação no STJD reivindicando as vagas conquistadas por Marcílio e Toledo. O artigo 275 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva prevê a anulação da partida e a eliminação de clubes “por atitude atentatória à dignidade do desporto com o fim de alterar o resultado da competição”. As declarações de Rafinha estão gravadas e disponíveis em sites esportivos, mas duvido que a justiça aceite isso como prova capaz de mudar os resultados de campo.

Controle de qualidade

O baixo nível do Brasileiro da série A, sem um grande time e sem grandes jogadores, está refletido na tabela de classificação após a disputa de 15 rodadas. A distância entre o líder Grêmio, com 29 pontos, e o São Paulo, quinto colocado, é de apenas três pontos. O Palmeiras está em sexto com 25, quatro pontos à frente do Sport em nono lugar. Daí pra baixo vem o Figueirense em décimo lugar com 20 pontos, somente quatro a mais que a Portuguesa, primeira entre os quatro clubes da zona do rebaixamento.

Fiasco

A mídia esportiva gaúcha está quebrando o pau em cima do técnico Tite e dos jogadores do Internacional por causa da derrota de sábado para o Ipatinga. Três dias após uma importante vitória de 2 a 0 sobre o São Paulo, no Beira Rio, o Inter foi a Minas Gerais para ser derrotado pelo lanterna do campeonato. A torcida está inconformada, como registram os emails a rádios e jornais, porque o time segue sem vencer fora de casa. E justo na semana em que o Grêmio assumiu a liderança do Brasileiro.

Alerta

O empate sem gols diante do Atlético PR, ao contrário de muitas interpretações, não quer dizer que o Figueirense tenha recuperado seu futebol após a derrota com goleada para o Grêmio. O jogo em Curitiba foi paupérrimo, o time paranaense é ruim de dar dó e o próximo adversário do Figueirense é o São Paulo. Não esquecendo que a zona do rebaixamento está logo ali, desafiando discursos de vestiário, triunfalistas e enganadores.

O perigo do oba-oba

Nosso voleibol repetiu na Liga Mundial o basquete do Pré-Olímpico, ainda bem que com conseqüências menos danosas. O otimismo exagerado transmitido pela cobertura ufanista, além de encher o saco e torrar a paciência de quem assiste com isenção treinos, jogos, pré-jogos e não sei mais o quê, nunca acaba bem. Esse mau hábito começou com o futebol na Copa do Mundo de 1950, passou por outras Copas, e está se enraizando em modalidades recém absorvidas pelo torcedor e pela mídia brasileira. Plantão 24 horas em cima de uma equipe distorce a realidade, desgasta as coberturas, esgota o interesse e, pior de tudo, usando o chavão do momento, tira completamente o foco dos envolvidos na competição. Não há quem agüente comentários, entrevistas, avaliações, projeções, babações e tudo o mais, durante tanto tempo. Bernardinho e seus atletas que o digam. E que tomem providências antes que alguns questionamentos idiotas atrapalhem a caminhada do bom voleibol brasileiro.

Eficiência

O Giuliano Bozzano, que a nossa Federação não quer por aqui (prefere importar mineiros e cariocas em fim de carreira), deu aula na partida entre Santos e Vasco. Em placar de 5 a 2 para os donos da casa ninguém teve espaço para reclamações, mesmo com três pênaltis marcados contra o time do Roberto Dinamite. Isso não quer dizer que o catarinense tenha feito uma arbitragem caseira, maior defeito de grande parte dos que apitam nas três séries do Campeonato Brasileiro. O Bozzano filho apenas cumpriu a regra para os dois lados.

sábado, 26 de julho de 2008

Sábado/domingo

Diagnósticos apressados

Assim como a recuperação do Figueirense no campeonato mereceu uma leitura apressada de grande parte dos analistas, principalmente daqueles que ficam apenas em cima de resultados, a goleada diante do Grêmio pode ter o mesmo e inadequado tratamento. Um 7 a 1 em Campeonato Brasileiro é acidente de percurso, provocado por eventuais equívocos, normais em uma partida de futebol mas que, dependendo do tamanho e da quantidade, aí sim, determinam fiascos como o da quinta-feira em Florianópolis. Agora que assumiu a liderança, o Grêmio é mais um candidato ao título, assim como já aconteceu com Flamengo até perder suas gordurinhas, com o São Paulo por causa do time e do Muricy, o mesmo com o Palmeiras do Wanderlei Luxemburgo, com o Inter de elenco forte e que tropeçou, com o Cruzeiro do revelação Adilson Batista, enfim, muita conclusão afoita para um início de competição. O Brasileiro é longo e difícil. Por isso Caio Júnior já começa a ser contestado e talvez ele próprio esteja arrependido de não ter ido para o futebol árabe. Os demais supra citados seguem na gangorra de um campeonato que mal começou, mas que no açodamento das análises, já tem vários campeões e muitos rebaixados. E recém vamos para a 15ª rodada.

Repercussão

O que estariam escrevendo os jornalistas gaúchos logo após o resultado do Orlando Scarpelli? Fui atrás, curioso, já que conheço bem a mistura de euforia com exagero dos colegas gaúchos e pincei a melhor definição que encontrei sobre a goleada do Grêmio, estampada no jornal Zero Hora, coluna do Paulo Sant’Anna, tricolor juramentado: “Crime hediondo”.

A fila é grande mas anda rápido

Depois de Wagner Benazzi quem será o próximo treinador desempregado? A fila está aumentando e vai andar. Façam suas apostas. O Vasco tem o seu candidato com Antônio Lopes, Alexandre Gallo é o do Atlético Mineiro, Renato Gaúcho do Fluminense e o cai-não-cai santista é com o Cuca. O fim de semana de semana na série A pode apresentar novos candidatos ou confirmar alguma degola. Por enquanto são 13 demitidos, um a cada rodada. Na série B, 21 técnicos já perderam o emprego, quase dois por rodada. Roberto Cavalo, do Gama, será o 22º, pois acertou com os dirigentes que vai dirigir o time pela última vez neste sábado, contra o Vila Nova em Brasília.

Barrigas e trancinhas

Ronaldinho Gaúcho mudou o visual superior, optando por tranças ao invés daquele cabelo comprido sustentado por uma bandana. Mais em baixo ainda não deu para notar os efeitos do trabalho com o preparador físico Paulo Paixão, isto é, se a barriga deu lugar à cinturinha fina, própria de um atleta. Pés e pernas completam o conjunto que precisa ser recuperado junto com o futebol que fará um bem danado à nossa seleção olímpica. Já o outro Ronaldo, o Nazário, desapareceu da mídia, escondendo sua protuberância abdominal e sua falta de vontade de voltar ao futebol.

Custo-benefício

O Brasil levou 277 atletas para disputar 32 modalidades na Olimpíada de Pequim. É a maior delegação brasileira em olimpíadas – 30 atletas a mais que na anterior – e que precisa transformar quantidade em qualidade, batendo recordes também em número de medalhas.

Mapa da arbitragem brasileira

As más arbitragens estão mudando resultados no Campeonato Brasileiro. E por várias razões. Uma delas é o critério adotado pela Comissão de Arbitragem da CBF, que semana a semana dá aulas de geografia ao torcedor escalando árbitros de estados absolutamente inexpressivos em matéria de futebol ou, em alguns casos, mesclando árbitros com auxiliares de federações distintas, mistura que tem se revelado improdutiva e perigosa porque o trio acaba se conhecendo no vestiário. A falta de qualidade em uma situação, e de entrosamento na outra, tem criado grandes dificuldades para a arbitragem que se atrapalha e gera muitas confusões e decisões equivocadas em jogos importantes. Um exemplo da próxima rodada: o catarinense Giuliano Bozzano, hoje filiado à Federação do Distrito Federal, vai apitar Santos x Vasco na Vila Belmiro com um auxiliar do Rio Grande do Norte e outro de Sergipe.



quinta-feira, 24 de julho de 2008

Quinta-feira

Olímpicos

A delegação brasileira segue para Pequim com o otimismo da hora e as incertezas de sempre. A esperança de bons resultados viaja na bagagem das modalidades coletivas com os dois naipes do voleibol, futebol e basquete femininos. Os homens do basquete tiveram seus passaportes confiscados momentos antes do embarque graças ao previsível fracasso no Pré-Olímpico. Nas individuais vamos torcer pelo atletismo masculino. No feminino ainda não temos medalha na Olimpíada. Quem sabe agora. Acreditamos na natação, no judô e na vela. Em quem mais? É pouco para um país com as dimensões e o potencial do Brasil. O dinheiro investido é que é muito, mas apenas na véspera das competições porque até hoje não temos um projeto olímpico.

Peladeiros

O futebol sofre do mesmo mal, agravado com a falta de comando da FIFA e o desinteresse do Comitê Olímpico Internacional pela modalidade. Basta dizer que nossa seleção na sala de embarque ainda não sabia com quais jogadores poderia contar em Pequim. A relação de Dunga sofreu alterações de última hora, não treinou a não ser em dois amistosos, inúteis pela improvisação. A seleção brasileira seria a grande esperança de medalha, mas viajou como grande incógnita da nossa delegação. A FIFA acenou com uma determinação obrigando os clubes a liberarem os convocados até 23 anos. Só que a má vontade européia e o enfrentamento continuam porque hoje a UEFA pode mais do que a entidade que diz mandar no futebol do planeta. O COI lava as mãos, é do seu interesse o incêndio no circo que faz tempo pretende desmontar. Os dirigentes da FIFA até que gostam da confusão porque não lhes agrada a concorrência com a sua Copa do Mundo em outra grande competição internacional como a Olimpíada.

Cadê o regulamento?

Lá como cá a bagunça é geral. Nossa segunda divisão, chamada pomposamente de divisão especial, não tem mais o Guarani de Palhoça, primeiro desistente. Podem acontecer outras desistências. A Federação vai fazer o quê com clubes que deixam a competição depois de iniciada? Manda a lei que os infratores sejam suspensos por até dois anos. Veremos, diria o sempre desconfiado Honório Lemos. Na mesma linha recebi denúncia sobre o regulamento do Campeonato Catarinense de futebol feminino que tem final entre Avaí e Kindermann. Um jogo em Florianópolis, outro em Caçador, certo? Mais ou menos porque, segundo informação que recebi, o regulamento aprovado em Congresso Técnico desapareceu do site da FCF antes de a decisão começar. Reapareceu agora com nova redação, beneficiando a Kindermann que fará o jogo final em casa, ao contrário do que estabeleciam os critérios do regulamento que sumiu.

Só quero entender

Robinho não vai para a Olimpíada, barrado pelo Real Madrid. Dunga chamou Ramirez, do Cruzeiro, que é volante, para substituir um atacante. Entenda-se a cabeça de treinador diante de mudanças tão radicais. De positivo vale o registro de que Ramirez saiu do Joinville para Belo Horizonte. Sorte do jogador que achou seu rumo no time mineiro porque nosso ex-campeão não emplaca mais nada.

Trapalhão

Aqui todo mundo conhece o Edmundo Alves do Nascimento, considerado árbitro de primeira linha pela Federação Catarinense. Pois agora ele é conhecido nacionalmente, não pelas qualidades que a FCF lhe confere, mas por uma trapalhada em jogo da série C do Campeonato Brasileiro. Quando foi mostrar o cartão amarelo para um jogador do América Mineiro, cadê. Tinha esquecido os cartões no vestiário. Procura daqui, mexe dali, o Edmundo, um rapaz descuidado demais, acabou socorrido pelo árbitro reserva à beira do gramado.

Dois pesos

Um gol mal anulado – Diego Tardelli, do Flamengo, no Vitória – custou 30 dias de suspensão à auxilar de Rondônia, Márcia Bezerra. Fosse outro o clube envolvido haveria algum tipo de punição? A resposta é fácil, tantos são os erros de arbitragem repetidos a cada rodada das três séries do Campeonato Brasileiro. Até agora só a tadinha da Márcia mereceu olhares rigorosos da Comissão de Arbitragem da CBF. Quem mandou errar logo contra o Flamengo?

terça-feira, 22 de julho de 2008

Terça-feira

Equilíbrio

Chegamos a um terço do Campeonato Brasileiro com os clubes amontoados na tabela de classificação sem um distanciamento muito grande entre os seus dois extremos. O Flamengo parou na liderança com 26 pontos, seguido pelo Grêmio com 25, Cruzeiro 24, Vitória e São Paulo 23. Ou seja, apenas três pontos separam o quinto colocado do primeiro. O Palmeiras, sexto colocado, tem 21 pontos, seis apenas acima do Atlético Mineiro, primeiro time fora da zona de rebaixamento. Entre eles têm cinco clubes com 15 pontos.

Gritos e sussurros

Sérgio Ramirez e Edson Gaúcho têm estilos parecidos. Revivem a imagem dos velhos sargentões do exército, durões e inflexíveis. Parece que dá certo. Mas só no início, depois vem o desgaste, os jogadores cansam de tanto puxão de orelha, de tanta gritaria. As torcidas do Marcílio Dias e do Criciúma assistem à sessão nostalgia protagonizada por estes dois profissionais. Ramirez está classificando o Marcílio para a segunda fase na série C do Brasileiro e Gaúcho dá sinais de que o Criciúma pode reagir na série B a partir da vitória fora de casa sobre o Bragantino. Tomara os dois técnicos passem dos gritos aos sussurros para que esta primeira impressão vá bem mais longe.

Tem lógica

Aliás, foi do treinador do Marcílio Dias que ouvi a melhor explicação sobre a diminuição do número de entrevistas durante os períodos de treinamento. Ramirez alega que assim não se tornará repetitivo e não dará dicas aos adversários.

De novo o apito

Figueirense e Internacional estão empatados em 19 pontos e nas reclamações contra as arbitragens. No Maracanã o time do PC Gusmão perdeu aos 41 do segundo tempo alegando falta no goleiro Wilson no gol do Fluminense. Em Recife o Inter saiu de campo reclamando do lance do pênalti em favor do Náutico. Os pernambucanos retrucam alegando que Nilmar estava impedido quando marcou o gol do empate. O líder Flamengo chora um gol mal anulado pela auxiliar Márcia Bezerra. E assim segue o Brasileirão, rodada a rodada, cheio de reclamações. Independente de quem tenha razão, da justeza das críticas, se a televisão esclarece ou confunde, a Comissão de Arbitragem da CBF segue impávida no seu silêncio e na sua omissão.

Intimidação

A chegada de Paulo César Gusmão trouxe mudanças na relação técnico-jornalistas, conturbada a partir do desmanche na assessoria de imprensa e do comportamento de algumas figuras do departamento de futebol do Figueirense, que na época incluía o treinador Alexandre Gallo. Mas, como uma andorinha só não faz o verão, o vestiário não mudou. Depois do jogo com o Fluminense, o homem da Figueirense Participações, José Carlos Lages, interpelou um repórter da Sport TV por causa de um a pergunta feita ao treinador.

Mesmice

Coisa mais sem graça essa rotina do futebol brasileiro que faz da vida dos treinadores um inferno. Agora foi a vez de Wagner Benazzi dançar e dar lugar a Valdir Espinosa na Portuguesa. Benazzi subiu duas vezes com a Lusa, no Paulista e no Brasleiro, mas não resistiu a quatro derrotas nos últimos cinco jogos.

Aleluia

Teremos a série D do Campeonato Brasileiro em 2009 com 40 clubes representando todas as regiões do país. Os quatro primeiros subirão para a série C, os quatro últimos desta descerão. Aos trancos e barrancos vamos nos arrastando rumo a um futebol com alguma organização.

Coveiros afoitos

Os apressados de sempre mataram um adversário mexicano e classificaram o Flamengo para as semifinais da Libertadores. Estes mesmos analistas de resultados não esperaram nem o defunto esfriar com a saída de Joel Santana e o recém chegado Caio Júnior já dirigia o melhor time do Brasileiro. Agora começaram a encontrar deficiências no elenco flamenguista e a assumir uma postura crítica capaz de um sepultamento sem velório.

Síndrome de visitante

O Internacional não ganha uma partida fora de casa no Brasileiro desde que derrotou o Vasco dia 4 de novembro em São Januário, ainda pelo returno do campeonato de 2007. São nove meses sem vitória como visitante. O Palmeiras em sete jogos fora este ano ganhou só um, 2 a 0 também sobre o Vasco em São Januário.











sábado, 19 de julho de 2008

Sábado

Lesões de ocasião

Pode ser mera coincidência, mas sempre que surgem os primeiros rumores sobre transferência de jogadores para o exterior, os envolvidos aparecem lesionados. Foi assim com César Prates, machucado na véspera de uma partida importante e que acabou com a goleada histórica de 5 a 0 para o Flamengo no Maracanã. Em seguida Prates, de tantas juras de amor ao Figueirense, foi embora para o Atlético Mineiro. Está sendo assim com o avaiano Válber, já visitando o departamento médico aos primeiros sinais de fumaça sobre uma provável viagem, pelo menos para consumo externo com destino incerto e não sabido.

Prova de fogo

O Figueirense parece ter encontrado o caminho da roça a partir da chegada do técnico Paulo César Gusmão, praticamente com o mesmo grupo de jogadores que passou sem sucesso pelas mãos de Alexandre Gallo e Guilherme Macuglia. O grande teste vai acontecer neste sábado, no Maracanã, quando o time enfrentará o Fluminense sem seu meio campo titular porque Diogo, Magal e Cleiton Xavier estão suspensos. Com todos os titulares o Figueirense derrubou a bolsa de apostas que previa derrotas para Palmeiras e Ipatinga. Agora, com a invencibilidade em jogo, PC Gusmão terá que utilizar a cartola para encontrar uma solução mágica e voltar com um bom resultado do Rio de Janeiro.

“Uno di noi ?”

Acabou com final feliz a novela Ronaldinho Gaúcho. Pelo menos para o Milan e para o jogador, que passou dois dias na maior badalação entre jornalistas e torcedores do clube italiano, felizes com a nova contratação que fará companhia a Kaká e Pato. De Milão a Pequim é que, de agora em diante, a coisa tem que funcionar. Ronaldinho interrompeu o período especial de treinamento – não joga há meses – para viajar, assinar seu novo contrato e tornar-se um deles, como festejaram os milaneses. A seleção olímpica brasileira tem planos para se reunir somente a partir do dia 21 em Genebra, Suíça, mesma cidade da esbórnia nos preparativos para a Copa de 2006. Só a partir daí é que a CBF, Ronaldinho e os demais convocados começarão a levar a Olimpíada a sério.

Sempre o apito

As queixas contra as arbitragens alcançam todos os cantos do país e as duas séries do Campeonato Brasileiro. A maior delas é por causa do excesso de cartões amarelos e jogos muito truncados pela marcação de faltas a qualquer encontrão. Os critérios utilizados para as punições são diferentes de um jogo para outro, às vezes envolvendo o mesmo árbitro. A Comissão de Arbitragem da CBF bem que podia reunir a turma, passar uma carraspana geral e botar ordem na casa para acabar com essa zona que virou o apito brasileiro. Não escapam nem os chamados FIFA.

Inversão

Quem acompanha o telejornalismo brasileiro deve observar um interessante desvio de rota nos principais programas do gênero, hoje transformados em grandes revistas de amenidades. Enquanto isso um programa como o de Ana Maria Braga, por exemplo, além dos frufrus matinais, apresenta abordagens mais aprofundadas em reportagens sobre os grandes assuntos jornalísticos do nosso dia-a-dia. Foi assim com o tratamento dado às vítimas do Palace II, repetiu-se com o acidente da TAM, que completou um ano na última quinta-feira. Sobram para os grandes telejornais, pingüins, baleias e o noticiário policial, incluindo aí corrupção e a lama de Brasília.

Agonia e morte

O Marcílio Dias respira com dificuldade e o Metropolitano agoniza na série C do Brasileiro. A surpresa é a recuperação aparente do Marinheiro, ao mesmo tempo em que o representante de Blumenau derruba, pelo menos até o momento, a expectativa de uma boa participação nesta primeira fase da competição.

Mau jornalismo

Ufanismo e desinformação não podem ser parceiros no jornalismo. Como aconteceu no noticiário sobre o basquete brasileiro no pré-olímpico. Vitória fácil sobre o Líbano e pronto. Viramos os melhores do mundo, praticamente classificados para a Olimpíada. A possibilidade de uma derrota para a Grécia foi deixada de lado. Só ouvi um jornalista dizer que a vitória fácil sobre o Líbano não deveria esconder nossas dificuldades daquele momento em diante.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Quinta-feira

“Il capo di tutti capi”

Eu não quero, ele não quer, nós não queremos. É essa a mecânica que acaba na liberação ou não de jogadores brasileiros convocados para a seleção brasileira de futebol que vai à Olimpíada. Enquanto a CBF se omite na negociação direta que deveria fazer com os clubes europeus e transfere a responsabilidade para os jogadores, acabamos de assistir a mais um capítulo dessa novela. Agora a bola da vez é o poderoso chefão Sílvio Berlusconi, o dono do Milan, para onde Ronaldinho Gaúcho acaba de se transferir. Ronaldinho vai, Ronaldinho vem e Berlusconi diz que o dentuço está liberado para jogar a Olimpíada. Não é novidade, é uma repetição do que já aconteceu com Kaká. Manda quem pode, obedece quem precisa, conclui sabiamente o filósofo bodegueiro ali da esquina assistindo na tevê o noticiário esportivo e a arenga do vai-não-vai de Ronaldinho e outros menos votados.

Barriga fenomenal

O outro Ronaldo, o Nazário, está em recuperação da última cirurgia. Tem circulado pelos iates do mundo mostrando, em poucos meses de ócio criativo, uma barriguinha que um cervejeiro profissional gasta anos esfregando cotovelos em mesas e balcões para cultivar. As imagens chocam o mais desligado dos torcedores, o mais desinformado dos jornalistas acostumados à rotina dos grandes craques mundiais. Impressiona tanto que os incrédulos já levantam a hipótese de o volume abdominal do Ronaldo ser fruto de retoques fotográficos, hoje possíveis graças a um recurso chamado “fotoshop”. Quem seria capaz de uma maldade desse tamanho? E qual a razão?

Olho mecânico

As arbitragens andam mesmo muito ruins ou a tevê mostra mais do que os olhos de um simples mortal podem enxergar? Seja qual for a opção correta o fato é que os erros estão acontecendo em volume razoável em praticamente todos os jogos. Nos que eu assisto via “pay per view”, nas duas séries, dá para anotar, assim por alto, uma meia dúzia deles a cada rodada. O capixaba que apitou Avaí x Gama, por exemplo, foi uma calamidade. Aliás, pra que mandar um árbitro do Espírito Santo para apitar em Florianópolis? Estive há pouco tempo em Vitória e o futebol por lá andava abaixo da cola do cachorro.

Até que enfim

Guarani de Palhoça e Próspera não jogaram pela primeira rodada da segunda divisão, categoria que os gênios da Federação resolveram pomposa e enganosamente chamar de Divisão Especial. Um protesto do Guarani contra o Cidade Azul, que teria utilizado um jogador irregular na última rodada do Catarinense de 2007, motivou uma decisão do presidente do TJD, Luciano Hostins, impedindo a realização daquela partida até que se resolva a pendenga. Finalmente alguém de bom senso, com cara e coragem, resolveu tomar uma atitude. Em outros tempos a sujeira ia pra baixo do tapete e ponto final.

Nada se cria
Os Jogos Abertos de Santa Catarina de 2008 já têm logomarca, divulgada na terça-feira por sua Comissão Organizadora. A competição em quatro sedes, coisa do inventivo Marcelo Greuel, será repetida este ano em Pomerode, Timbó, Indaial e Rio dos Cedros. Marcelo foi atleta olímpico e durante muitos anos presidente da Fundação de Esportes de Blumenau. Da sua experiência de campo e criatividade como dirigente nasceram em 2004 os Jogos Abertos com sedes divididas, as mesmas que serão utilizadas este ano. O que é bom deve mesmo ser copiado.

As últimas dos técnicos

Leandro Machado saiu do Criciúma para o Náutico e foi demitido mesmo ganhando do São Paulo. É que na rodada seguinte perdeu o clássico no seu estádio para o Sport. Guilherme Macuglia, dispensado pelo Figueirense depois de goleadas históricas, mas credenciado por um bom trabalho com o Guaratinguetá no Campeonato Paulista foi parar no São Caetano. De cara, em casa, levou uma pancada de 4 a 0 do modesto ABC. No lado B dessa rotina tem o Caio Júnior, em lua de mel com a torcida do Flamengo e que por isso acaba de rejeitar uma proposta milionária do Qatar. Tomara o jovem e entusiasmado Caio não se arrependa, pois vida de técnico, todo mundo sabe, é só pra quem jogou pedra na cruz.


terça-feira, 15 de julho de 2008

Terça-feira

Bandeira branca

Uma campanha pela paz nos estádios está começando no Rio de Janeiro envolvendo duas carismáticas figuras de dois dos maiores e mais populares clubes brasileiros. O movimento é natural e espontâneo e tem as participações de Zico, hoje treinador desempregado, e de Roberto Dinamite, recém eleito presidente vascaíno. Pelo lado do Flamengo surge também o polêmico Márcio Braga, que no momento parece ter deixado a vaidade de lado para assumir um papel importante nessa luta pela volta da civilidade aos campos de futebol. Os presidentes de Vasco e Flamengo assistiram juntos na tribuna do Maracanã ao clássico de domingo. Zico e Dinamite têm participado lado a lado de entrevistas as emissoras de rádio e tevê, trocando gentilezas e elogios, revivendo suas glórias passadas e mostrando quem são no presente, uma espécie de lenitivo à convivência pacífica entre as torcidas. Como está fazendo bem ao futebol brasileiro a aposentadoria compulsória de uma figura sinistra como a de Eurico Miranda. Ainda tem muita gente nessa fila que precisa andar rápido, inclusive em Santa Catarina.

Brincando com o perigo

Sorte do Silas que o Ministério Público, Polícia Militar e dirigentes mal orientados não gostam de arquibancadas coloridas e cheias de torcedores. Caso contrário o treinador do Avaí passaria por mais uma sessão de vaias sábado em Criciúma. Como o torcedor do seu time não pôde ir ao jogo por causa da estapafúrdia decisão das autoridades e cartolas proibindo o azul no estádio Heriberto Hulse, Silas escapou de novos protestos. Ele parece não saber, talvez por falta de experiência no comando, que a voz das arquibancadas, apesar de passional, é sábia e sensível aos eventuais desvios de rota. Tanto que mesmo com a boa campanha a torcida do Avaí já emitira os primeiros sinais de descontentamento na partida com o Juventude. Contra o Criciúma montou um esquema medroso com a troca de um atacante por um zagueiro trapalhão. O time jogou recuado e tremendo diante de um adversário pedindo pra perder. Silas não aceita críticas nem as vaias, esquenta a cabeça e ameaça entregar o cargo. Antes que o caldo entorne seria melhor o técnico avaiano rever algumas de suas posições. É um método simples e indolor, com efeitos práticos e imediatos, que podem acalmar o torcedor já a partir do jogo contra o Gama esta noite na Ressacada.


Bravíssimo Diarinho

Sou do tempo das receitas de bolo substituindo matérias censuradas, de muita porrada no povo que ousasse ir às ruas protestar, da conversa cuidadosa pelos cantos nos corredores da PUC em Porto Alegre, das coberturas jornalísticas cheias de medo e desconfiança, de policiais militares nas redações de O Estado, em Florianópolis, com pranchetas para o editor dar o ciente da proibição disto e daquilo. Pensei que tudo isso era passado, especialmente para políticos que se apresentam como defensores da democracia, como combatentes de tudo o que vivemos com a ditadura. Bando de mentirosos. E pior: colegas de profissão assinando em baixo do “caça às bruxas” versão século vinte e um. Bravo Diarinho.

Bagunça olímpica

Estamos bem perto da Olimpíada e a seleção brasileira de futebol ainda não deu o ar da graça. Em matéria de preparação estamos reduzidos a dois amistosos ridículos e programados às pressas, combinados com a polêmica convocação de Ronaldinho Gaúcho pelo presidente da CBF. Diante dessa realidade Dunga já deveria ter tirado o time de campo, no mínimo para preservar sua imagem como o grande capitão brasileiro que foi na Copa de 1994. Carlos Alberto Parreira, que em 2006 se omitiu diante da bagunça generalizada que tomou conta da turma brasileira naquele Mundial, reclama da falta de um projeto olímpico e pergunta quantos partidas essa seleção jogou. Colocação oportuna, pena que feita por pessoa não muito gabaritada em função do ocorrido na Alemanha. Pena, também, que a mídia mais poderosa e próxima dos acontecimentos continue em silêncio.


sábado, 12 de julho de 2008

Sábado/domingo

Mentiras e vídeo teipe

Por mais que se esforce a CBF não consegue ser convincente na polêmica que envolve a liberação de jogadores para a Olimpíada. Quer os convocados, mas não luta por eles para não se atritar com a FIFA. Dá o tapa e esconde a mão. Agora que Joseph Blatter oficializou a obrigatoriedade de liberação de jogadores até 23 anos pode ser que Ricardo Teixeira se apresente para encarar a situação fazendo seu jogo de cena de sempre. Até aqui o presidente da CBF ignorou Dunga e convocou Ronaldinho, que não joga faz tempo e treina muito pouco, isto a menos de um mês da viagem a Pequim. Por sua vez o Barcelona anuncia que não vai liberar o jogador brasileiro que, para consumo externo, tem dito que gostaria muito de lutar pela medalha olímpica. Entre mentiras e dissimulações assistimos a mais uma reprise de situações já vividas pela seleção brasileira com a participação de dirigentes, comissão técnica e das estrelas convocadas, transformando a camisa amarela em pano pra manga. Só isso.

Não ajuda e atrapalha

Paralelamente às confusões olímpicas aparece Wanderley Luxemburgo para mexer nesse panelão com sua colher torta. No meio de uma palestra motivacional (treinadores adoram esse termo) para empresários em São Paulo enxertou o assunto seleção com críticas ao trabalho de Dunga. E ainda se disse candidato ao cargo para o qual, segundo ele, Dunga não está preparado. Gente fina esse Luxemburgo.

Convivência difícil

O torcedor, passional por natureza, não poupa ninguém quando está descontente e sua manifestação, poderosa e às vezes intimidadora, é capaz de provocar reações inesperadas dos atingidos pelas críticas. Como aconteceu com Silas, treinador do Avaí, durante o jogo contra o Juventude. Ao sair de campo ameaçou entregar o cargo depois de ser chamado de burro e vaiado por causa de uma substituição. Nada mais desproporcional do que esta reação de Silas, talvez por sua pouca experiência na profissão. O jovem técnico precisa se acostumar com esse chavão do futebol, herói hoje, vilão amanhã.

Na boca do túnel

Para superar esse tipo de problema vivido por Silas é preciso, além de ouvidos moucos, um bom suporte do túnel para dentro, o que significa sustentação para o trabalho da comissão técnica como um todo, não apenas do treinador. Coisa que não acontece, por exemplo, no Criciúma, que acaba de trocar de novo o comando do time. Edson Gaúcho chega ao clube pela quinta vez para substituir Gelson da Silva, outro que entra e sai, levando junto preparador físico, auxiliar técnico e toda “entourage” que costuma acompanhar quem entra pela porta da frente ou quem vai embora pela porta dos fundos. Até o Marcílio Dias, escondidinho na série C, resolveu dar o ar da graça e um pé no traseiro do Mauro Ovelha. Para o seu lugar já apareceu Sérgio Ramirez, até prova em contrário, o maior plantonista entre os treinadores brasileiros.

Jogo bomba

O confronto deste sábado entre Criciúma é Avaí tem todos os ingredientes para um jogo de altíssimo risco. Rivalidade, necessidade de afirmação de Silas e seu time, compromisso de recuperação para o estreante Edson Gaúcho e o agonizante Criciúma. Mas é nas arquibancadas e fora do estádio que mora o perigo. A imagem do seu Ivo e as seqüelas sentidas por ele depois do último encontro entre torcidas de Avaí e Criciúma devem orientar o planejamento dos responsáveis pela segurança no Heriberto Hulse, antes e depois da partida.

Frases

“Na Europa a paixão é pelo dinheiro, não pelo futebol”. De Júlio Grondona, presidente da Associação de Futebol da Argentina, a CBF deles, irritado com a posição dos clubes europeus que relutam em ceder jogadores convocados para a Olimpíada. “A polícia prende, a justiça solta e nós pagamos”. Do povo sobre a postura do judiciário soltando os quadrilheiros de “colarinhos brancos” presos todos os dias pela Polícia Federal. Não fica um na cadeia, independente da cor da moeda e do tamanho do delito, esportivo (CPI da Bola) ou não.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Quinta-feira

A esculhambação nossa de cada dia

Em matéria de preparação da seleção brasileira para a Olimpíada vamos muito mal, obrigado. Não houve planejamento, a convocação está saindo em cima da hora e sem o devido cuidado com a possibilidade de negativa por alguns clubes europeus. Ronaldinho é o caso mais gritante, pois além de estar completamente fora de forma a menos de um mês da competição, o Barcelona vem anunciando aos quatro ventos que não vai liberar o jogador. O mesmo pode acontecer com outros nomes escolhidos por Dunga porque os clubes europeus não se sentem na obrigação de atender as convocações da CBF sob a velha desculpa de que a Olimpíada não é evento FIFA. Resultado é que hoje não temos um grupo definido e muito menos um time. Como preparação fizemos apenas dois amistosos, um contra os melhores do Brasileiro de 2007, com derrota de 3 a 0, outro contra uma seleção carioca formada pelos times do terceiro mundo, os madureiras da vida. Vitória brilhante por 1 a 0. Nos dois casos os jogadores se reuniram no aeroporto, fizeram o aquecimento no avião e desceram para o gramado direto do ônibus da Infraero. Ou seja, a CBF está andando para o time que vai representar nosso futebol em Pequim. É bom não esquecer que medalha de ouro olímpica ainda não foi pendurada no peito de jogador brasileiro.

Dois senhores

Meu amigo e companheiro de muitas jornadas há mais de 30 anos, o jornalista JB Telles, está assumindo a assessoria de imprensa da Federação Catarinense de Futebol. Trago isso a público como notícia. A mim não cabe discutir escolhas, apenas lembrar ao amigo, como já fiz em conversa, olho no olho, que não se pode acender uma vela pro santo, outra pro diabo, caso do Telles que no momento é assessor da diretoria do Figueirense. Sei que aí tem santo e demo nos dois lados e que a opção profissional tem a ver com questões financeiras. Mas não há nada mais incompatível no nosso futebol do que servir a um clube e à Federação ao mesmo tempo.

O sul não é Brasil

Alguns setores da mídia esportiva de Rio e São Paulo, o chamado eixo, às vezes do bem, às vezes do mal, tem uma má vontade evidente contra o futebol do sul do país, incluindo arbitragem. Entre os treinadores, a vítima da hora é Dunga, seguido de perto por Renato Gaúcho e o paranaense Cuca. Antipatia que se estende a árbitros e times, sempre olhados com desdém, avaliados com desconfiança e preconceito. Não adiantam títulos nacionais e internacionais, grife FIFA no caso dos árbitros, o reconhecimento só acontece diante do indesmentível. Assim como reza a lenda de que durante muito tempo americano pensava que Buenos Aires era a capital do Brasil, cariocas e paulistas ainda se consideram o centro do planeta em matéria de futebol, classificação que mudou faz tempo.

Maus alunos

A maratona de jogos nas duas séries do Campeonato Brasileiro nas próximas semanas promete fazer estragos em quem não conseguiu a preparação adequada ou promoveu desmanches já a partir do início da competição, sem a reposição necessária. Três clubes em especial chamam a atenção nestas primeiras rodadas: o Internacional, mais uma vez relacionado como favorito, não confirma. Perdeu primeiro o técnico Abel, depois Fernandão, Yarlei e Gil e ainda pode ficar sem o argentino Guiñazu. Por enquanto só o zagueiro Bolívar, que já foi do Inter, apareceu como reforço e ainda assim para ser aproveitado só a partir de agosto. Os exemplos domésticos vêm de Figueirense e Criciúma que negociaram vários jogadores e trocaram de técnico durante o Brasileiro. Os resultados no Orlando Scarpelli agora começam a melhorar ainda que não se traduzam em confiança absoluta do torcedor. Em Criciúma a situação é muito mais complicada e aquela nuvem negra com ameaça de rebaixamento começa a pairar sobre o estádio Heriberto Hulse, trazendo junto a perspectiva de uma nova troca de treinador. É tudo uma repetição de anos anteriores com lições não assimiladas pelos dirigentes que reproduzem erros monumentais, intranqüilizam e desesperam o torcedor.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Terça-feira

Fla-Flu

A fila não andou para Grêmio e Cruzeiro, vice-líderes do Brasileiro até a rodada do final de semana, o que permitiu a aproximação de Vitória e Palmeiras e o distanciamento do Flamengo na liderança. Enquanto isso, lá em baixo na tabela, segurando a lanterna, está o Fluminense, uma tragédia para a nação tricolor até semana passada em lua de mel com o time por causa da Libertadores.

Filme antigo

Em casa o Figueirense surpreendeu o Vasco e pode confirmar fora, contra o Palmeiras na próxima rodada, que começou sua recuperação a partir da chegada do PC Gusmão. Assistimos no Orlando Scarpelli a repetição das últimas temporadas, com muitos erros nas contratações e troca de treinadores, até o time deslanchar e acabar fazendo boa campanha. Só falta acabar o silêncio e melhorar o comportamento de algumas figuras sinistras nos bastidores.

Decepção

O Bahia era o vice-lanterna, mas quem jogou como tal foi o Avaí, derrotado sexta-feira em Feira de Santana e derrubado do segundo para o quinto lugar. O Criciúma segue abrindo caminho para sua volta à serie C. Montar um time para o Brasileiro e iniciar a operação desmanche já nas primeiras rodadas é tragédia anunciada.

Aviso

É começo, ta certo, mas o desempenho na primeira rodada da série C dos nossos representantes já sinalizou problemas sérios para a campanha do Marcílio Dias e um futuro melhor para o Metropolitano.

Aula de tênis

Quem viu a decisão de Wimbledon entre o suíço Roger Federer e o espanho Rafael Nadal assistiu um tênis próximo do preciosismo e da perfeição. Federer bom na grama e Nadal, rei do saibro e campeão este ano, deram show em 4h48min de jogo, sem contar duas interrupções por causa da chuva. O torneio inglês não era a praia de Guga, mas dá saudade de quem foi o melhor em toda a história do tênis brasileiro. Ao mesmo tempo sentimos uma profunda decepção ao lembrarmos que, além de não estar mais em quadra, não deixou substituto. Guga passou e nosso tênis voltou à estaca zero.

Extremos

O Grêmio perdeu Roger para o futebol árabe e também o toque de qualidade que tinha no seu meio campo, resultado que pôde ser visto na derrota para o Botafogo. E o lateral Paulo Sérgio repete no time gaúcho o que fazia no Figueirense com um futebol de muita disposição e vigor físico, mas de péssimo acabamento.

Para constar

Enquanto o presidente Delfim Peixoto passeia pela Disney visitando Pateta & Cia, a Federação fica nas mãos do Murilo Capella e do filho Rodrigo, a eminência parda da entidade. Como se sabe que vice na maioria das vezes nem papel assina, o doutor vai e vem sem maiores novidades no front.

Controle de qualidade

Guliano Bozzano, escorraçado por Delfim “et caterva” para a Federação de Brasília, fez um bom trabalho no último sábado na partida entre Sport e Cruzeiro. No domingo Célio Amorim, um dos queridinhos do doutor, tratou de desagradar a gregos e troianos em Goiânia, onde jogaram Goiás e Fluminense.

Alô Brasil

Quem pediu a Copa do Mundo de 2010 para a África do Sul deve estar arrependido até o último fio de cabelo porque o orçamento já estourou em US$ 387 milhões acima dos US$ 1,28 bilhão previstos. E isso é apenas parte do que nos espera rumo ao delírio de 2014.

Papo furado

A paradinha continua rendendo reclamações tolas, principalmente por parte dos goleiros, os mais incomodados. Não há razão para tanta polêmica, a regra não faz nenhuma alusão a qualquer tipo de impedimento para esse tipo de cobrança de pênalti. É um artifício que beneficia quem tem coragem e habilidade, o que não é o caso, parece, daqueles três desastrados do Fluminense, transformados em pernas de pau exatamente porque não conseguiram se dar bem nem fazendo o básico.

Dinamite

A direção do Vasco mudou de mãos, provavelmente para melhor. Bem que estamos precisando dinamitar algumas estruturas arcaicas e perenes do nosso futebol. Que os bons fluídos orientem a nova presidência vascaína, irradiando seus resultados para várias instituições esportivas deste país, tão necessitadas quanto o clube carioca de uma implosão.









sábado, 5 de julho de 2008

Sábado/domingo

Gol contra

Parte da renda do jogo final da Libertadores no Maracanã (mais ou menos R$ 3 milhões) foi penhorada em favor de Branco, o coordenador de futebol do Fluminense, que cobra uma dívida do clube em ação que corre na justiça desde 1994. O advogado e o jogador decidiram executar a cobrança justo no dia mais importante da história do Fluminense. Não fosse estranha a própria atitude tomada por quem exerce uma função tão importante na defesa dos interesses da agremiação, é inusitada a decisão dos dirigentes contratando alguém em litígio judicial. Além do mais a origem da dívida é igualmente estarrecedora. São salários pagos pela CBF ao Fluminense no período em que Branco servia a seleção brasileira na Copa do Mundo, valores que não foram repassados ao jogador. Branco não deveria estar trabalhando no clube réu de sua ação na justiça muito menos a direção do Fluminense poderia contratá-lo nessa circunstância. Misturaram alhos com bugalhos e todo mundo saiu perdendo nesse episódio típico da administração do futebol brasileiro.

Pobre futebol

O “day after” da derrota do Fluminense virou uma comédia pastelão da pior qualidade. Junto com a notícia da penhora de parte da renda os jornais cariocas trataram de publicar as reações ridículas de jogadores do Flamengo brincando com a desgraça alheia. Uma impropriedade inadmissível e que mais adiante terá suas conseqüências, tomara sem desdobramentos além das quatro linhas com envolvimento das duas torcidas.

Fim de carreira

Ronaldo, em pose fenomenal, foi flagrado esta semana por fotógrafos “paparazzi” derramando uma razoável barriguinha sobre a cueca e com um cigarro em uma das mãos. O dia a dia do ex-fenômeno nos últimos meses indica que seu futuro como jogador de futebol e um final de carreira digno do seu passado como um dos grandes artilheiros mundiais ficaram em segundo plano. Que clube arriscará uma contratação milionária envolvendo um atleta que trata com tanto desleixo sua própria imagem e a condição física essencial para o exercício da profissão? Parece mesmo o fim da linha para quem viveu boa parte da carreira sob a mira de bisturis e em tratamento para recuperação de lesões graves.

Que Olimpíada?

Depois de convocado por Ricardo Teixeira para a Olimpíada, e não por Dunga, como, como seria natural, Ronaldinho Gaúcho contraria todas as informações e expectativas reveladas pelo presidente da CBF. A protuberância abdominal do dentuço mostrada em fotos e transmissões de tevê durante a semana denuncia a falta de cuidado de quem daqui a um mês e pouco deveria estar a serviço da seleção brasileira olímpica. Teixeira vai acabar dando razão a Dunga que há muito tempo e nem tão veladamente vem se mostrado contrariado com o comportamento de Ronaldinho fora do campo. Por razões até aqui desconhecidas o técnico da seleção brasileira prefere ver Ronaldinho tratando de seus assuntos particulares.

Caseiras

Voltando para os assuntos domésticos, a grande curiosidade da semana é a estréia do Marcílio Dias na série C do Campeonato Brasileiro. Pelo que tenho lido sobre os preparativos do Marinheiro, a esperança de uma boa participação está em Blumenau com o Metropolitano.

É assim que funciona

Os jornais da sexta-feira noticiaram que a CBF deu o oquei a mais de 60 estádios que serão utilizados na disputa da série C. Os relatórios elaborados pelos responsáveis por vistorias em alguns destes estádios devem ser verdadeiras peças de ficção. Acidentes graves e com vítimas fatais como o que aconteceu na Fonte Nova em Salvador continuam sem desdobramentos a não ser para aqueles que sofrem com a falta de segurança das nossas praças esportivas.

Judas

O Fluminense passou da noite para o dia do sonho do título da Libertadores ao pesadelo da lanterna no Campeonato Brasileiro. E Renato Gaúcho virou o grande vilão do fracasso nos dois jogos finais. Os três jogadores que cobraram ridiculamente os pênaltis decisivos continuam com seus empregos garantidos e sem nenhuma pressão da mídia ou da torcida.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Quinta-feira

E viva o torcedor brasileiro

Tenho um colega, comentarista de uma emissora de rádio de Florianópolis, que vive dando lições de moral e sugerindo regras de conduta para o torcedor. Pelo denodo com que se dedica à causa tão quixotesca quanto hilária, daqui a pouco estará editando o manual da torcida bem comportada, prefiro dizer, mais careta e descaracterizada do planeta futebol. Em respeito ao seu passado e presente, zelando pelo seu futuro e pela nossa amizade, prefiro não identificá-lo. Amigo, já não chega a cartolagem querer acabar com bandeiras, faixas, camisas, tudo o que faz o colorido das arquibancadas? Claro que os reparos que faço às contestações do companheiro de muitas jornadas se restringem aquilo que ele não aceita como manifestações civilizadas e pertinentes às reações que não infrinjam leis e façam da rivalidade motivo para agressões. De resto estou com ele e não abro. Esse comentário vem a reboque das críticas que li e ouvi de jornalistas consagrados, ou nem tanto, sobre o comportamento da torcida do Fluminense antes da decisão da Libertadores com a LDU. Ora, queriam o quê? Um carro fúnebre puxando um desfile de carpideiras com torcedores entristecidos e derrotados feito perus natalinos, mortos de véspera? Escrevo sem saber o resultado da partida mais importante na história do Flu, mas aceitando e entendendo o foguetório e a alegria dos seus torcedores, confiantes, exultantes com a chance de uma conquista grandiosa em um palco como o Maracanã. Como condenar o clima de euforia, o pó de arroz e o imaginário tricolor? Teve crítico lembrando a Copa de 50. Devagar com o andor: não foi a torcida quem tirou aquele título do Brasil. O presente dado aos uruguaios foi uma generosidade de dirigentes e políticos – sempre eles – responsáveis pela contaminação do ambiente na concentração da seleção brasileira. Não venham me dizer, em caso de derrota, que foi a torcida quem evitou o título do Fluminense e entregou as faixas os equatorianos.

Promessas vãs

Tem gente que beija o escudo do clube pregado na camisa, outros fazem juras de amor, promessas de dedicação extrema. E ainda tem aqueles que tentam passar a imagem do profissionalismo exercido com muita ética e retidão. Tudo isso dura até a primeira proposta, a primeira contrariedade, ou a conclusão de uma transferência envolvendo cifras inatingíveis por quem acaba perdendo o técnico ou o jogador. É o tal mercado de trabalho hoje movido a euros e dólares. O problema é que em muitos casos a mudança não se limita ao principal personagem. Os treinadores gostam de levar junto, além do restante da comissão técnica, atletas de sua absoluta confiança. Adilson Batista, por exemplo, anda com Marquinhos Paraná a tiracolo, primeiro no Japão, atualmente no Cruzeiro. Abel Braga, “colorado roxo”, como gostava de declarar, deixou o Inter na mão e não contente com isso, acaba de desfalcar o ex-clube do argentino Guiñazu, seu principal jogador, que fará companhia ao treinador no futebol árabe. Gallo passou pelo Figueirense como um furacão, criando polêmica e, de quebra, levando César Prates – outro que jurou amor eterno à cidade, à torcida e ao clube - para o Atlético MG.

Nome próprio

A paradinha renasceu e virou mania nacional como mostram os jogos do Campeonato Brasileiro nas duas séries. O artifício é válido e tem sido utilizado novamente em grande escala pelos cobradores de pênaltis. Pune com rigor quem cometeu a infração e facilita a vida de quem a sofreu. Coitado do goleiro que, por força da regra, mal pode se mexer sob as traves, enquanto à sua frente, na chamada marca fatal, o pé assassino prepara o golpe de misericórdia. Não é por outra razão que a falta cometida dentro da área se chama penalidade máxima.

Mudança na telinha

As partidas do campeonato catarinense devem voltar para a RBS. A rede hoje detentora dos direitos de transmissão tratou mal o produto e desinteressou-se por ele. Cá entre nós, lucraremos todos. Quem não tem competência, não se estabeleça.



terça-feira, 1 de julho de 2008

Terça-feira

Show

Um dos melhores produtos do jornalismo esportivo é oferecido hoje pela Sportv. Prova disso foi o programa comemorativo à conquista da Copa de 58, gravado e apresentado ontem pela manhã no Redação Sportv, no primeiro bloco da sua edição normal. A produção caprichou, a começar pelo traje da época do apresentador Marcelo Barreto e seu cabelo “abrilhantinado”, passando por um rádio bem antigo colocado sobre a bancada, em substituição ao computador portátil. Como convidados participaram o cineasta e produtor Luis Carlos Barreto, fotógrafo da revista “O Cruzeiro” na cobertura daquela Copa, mais os veteranos jornalistas Teixeira Heizer e Sérgio Noronha, testemunhas da vitória brasileira na Suécia. Pena que o acesso a esse tipo de programa seja limitado aos assinantes de tevê a cabo e disponível em horários em que a grande maioria dos interessados está fora de casa trabalhando.

Casa grande e senzala

Além das abordagens normais envolvendo lances dos jogos, Garrincha, Pelé & Cia, ficou no ar uma revelação séria de Luís Carlos Barreto. O cineasta disse, com todos os efes e erres, que por determinação de um “alto prócer” da então CBD, jogador negro não teria vez na seleção. Eles não sabem se comportar em hotéis, são saudosistas até em relação à comida, bate o banzo por qualquer coisa, enfim, a determinação era escalar somente branquelos. A exceção era Didi, “um negro de alma branca”, na reprodução antecipada desta máxima horrorosa criada por algum rancoroso com a Princesa Izabel. Os negros entraram no time a partir de uma determinação do chefe da delegação, Paulo Machado de Carvalho, contrariado com o racismo e com a burrice que deixava fora da seleção os melhores jogadores.

Castanholas

A Alemanha chega em quase todas, é verdade, mas também gosta de um vice como ninguém. Desta vez parou na Espanha, que demorou 44 anos para ganhar outra Eurocopa. E com o brasileiro naturalizado espanhol, Marcos Sena (encaixaria na nossa seleção, não é mesmo?) escolhido como um dos melhores da competição.

Atenção

Jogada de efeito é punida com porrada. Desmoraliza, dizem os mal humorados de plantão e os sem talento. Como a paradinha na cobrança de pênalti virou mania nacional aposto que vem proibição por aí.

Papo furado

O futebol brasileiro, visível para os olhos do mundo a partir da década de 50 e exatamente por causa daquele desastre diante dos uruguaios no Maracanã, deve ser examinado por períodos, inviabilizando discussões e comparações tolas como as que se repetem enfadonhamente pelo país. Tivemos os anos 50 e 60, os craques da época. Vieram mais duas décadas semelhantes, a transformação do futebol em um grande negócio, o grande êxodo brasileiro, e tudo o mais que desautoriza hoje abordagens e discussões supérfluas sobre o que foi bom e o que é ruim.

Lesões de ocasião

Impressiona o número de jogadores que freqüenta o departamento médico em véspera de determinados jogos. Carne de pescoço, muitas vezes fora de casa, ninguém costa de comer. O Figueirense viveu esse drama nas últimas semanas com Gallo e depois Macuglia. Teve gente machucada exatamente no período em que o próximo adversário representava algum risco ou a negociação estava em andamento. Negócio fechado, passado o perigo, lesão curada.

Barbas de molho

Ainda faltam 30 jogos para o final do Campeonato Brasileiro na série B. Mas os matemáticos já se apressam em apresentar suas estatísticas, a última delas colocando o Avaí com 83% de chances de chegar à série A. Como o passado condena os avaianos é bom evitar euforia extemporânea.

Clássicos

Os clássicos mostraram a força de clubes candidatos mais sérios ao título da série A. Fico com o jogo do Mineirão entre Cruzeiro e São Paulo. Acho que sai dali o campeão brasileiro de 2008. O Palmeiras corre por fora. O Grenal foi como todos os grenais, placar minguado, futebol feio e violência, com o Inter pela enésima vez neste ano tendo um jogador expulso. E o Grêmio mostrando suas limitações. O Atletiba foi parecido, Flu x Botafogo não conta.