quinta-feira, 20 de junho de 2013

As tietes que me desculpem


O brasileiro virou a semana dividido entre a rua e as arquibancadas. O noticiário sobre a Copa das Confederações perdeu espaço e quase ficou em segundo plano. Não fossem as coberturas especiais nem a seleção brasileira se salvaria, ainda mais nesse período de transição e incertezas em que vive, tal qual a nação como um todo.

A presença no Brasil de jornalistas de todo o mundo certamente vai ampliar a repercussão dos acontecimentos e da movimentação popular fora dos estádios. Por enquanto o torcedor ainda não se manifestou durante os jogos, o que pode acontecer com o envolvimento cada vez maior do cidadão – agora não só os jovens – que pede mudanças radicais no país. Quem sabe em Fortaleza, no jogo do Brasil, também apareça a força do clamor popular.

Queria falar só de futebol, do time do Felipão, das seleções que nos visitam, do carisma dos taitianos, da polêmica sobre a eficiência do campeoníssimo futebol espanhol, da tristeza que significa a aposentadoria de um craque como o italiano Pilro, dos favoritos, das possíveis zebras, e até dos nossos assuntos domésticos.

Impossível. Enquanto escrevo, feito um polvo midiático, a atenção fica dividida entre a tevê ligada em algum canal, o rádio sintonizado com notícias do país inteiro, e as manchetes dos jornais fartamente reproduzidas em sites diversos. O assunto é um só, seja qual for o tipo de mídia.
Haja cérebro e concentração para pensar no que pode acontecer no jogo desta quarta quando o Brasil terá a chance de garantir sua classificação antecipada. Basta derrotar o México e seremos semifinalistas da Copa das Confederações. Não fossem os acontecimentos dos últimos dias minha atenção estaria voltada somente para o futebol. Peço desculpas, então, às tietes que não deixam o menino Neymar e o galã Fred em paz. Tenho a pretensão de achar que só elas reclamam do foco um pouco desviado da seleção brasileira e seus ídolos.

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