terça-feira, 31 de julho de 2007

Terça-feira

Sedex

O vaiódromo itinerante do Pan mudou de lugar sábado, instalando-se no Maracananzinho, onde foi disputada a final do voleibol masculino. Ao perceberem o locutor oficial anunciando a ausência dos jogadores cubanos no pódio, os torcedores logo fizeram ouvir sua ignorância através da vaia. Nessa hora misturam-se histeria nacionalista e desconhecimento. Este bando de desinformados precisa se ilustrar um pouco. Assim ficarão sabendo que, infelizmente, existem razões além do esporte que impediram o comparecimento dos atletas de Cuba à premiação. A reprovação manifestada pelo torcedor deve isto sim, ser remetida pelo correio a alguma autoridade cubana, junto com as medalhas de bronze.

Cuba libre

Vamos ao roteiro, antes do episódio do Rio: tudo começou em 1971 com seis abandonos, chegando ao seu ápice em Winnipeg-1999, com 13 desertores incentivados pelas ofertas profissionais e também por organizações anticastristas baseadas em Miami (EUA). Durante estes Jogos no Rio as tentações de países capitalistas cooptaram dois boxeadores (o bicampeão olímpico Guillermo Rigondeaux e o campeão mundial Erislandy Lara), um jogador de handebol (Rafael D'Acosta) e um técnico de ginástica artística (Lázaro Lamelas). O número não é tão grande se comparado com edições anteriores do Pan.

Rubro negras

O Flamengo demitiu Ney Franco e trouxe de volta Joel Santana, sempre a postos com sua prancheta para substituir treinadores demitidos. A dúvida que fica nesta troca é se Joel continua sendo um técnico de ocasião, para atender um SOS, ou evoluiu ao ponto de se transformar em um profissional moderno, enquadrando-se em projetos e planejamentos. Se é que o Flamengo os tem.

Bagunça

Desistências de Videira e Balneário Camboriú, calotes em hotéis, comissões técnicas e treinadores, e clubes punidos por utilização irregular de jogadores. São alguns dos ingredientes que recheiam de confusões essa divisão de acesso servida pela Federação ao torcedor catarinense.

Selvageria

O Estádio Olímpico, em Porto Alegre, foi palco sábado de muita violência, sob olhar complacente do árbitro catarinense Paulo Henrique de Godoy Bezerra. Gritou muito, como sempre, repetiu os exageros no gestual, mas não puniu nem com advertência a atuação desclassificante de dois jogadores gremistas. Tcheco chutou o rosto de Alex Mineiro que, com nariz e maxilar quebrados, saiu do campo direto para o aeroporto em uma UTI móvel. Evandro perdeu um dente e teve outros três fraturados, graças a uma cotovelada de Gavilan. Tudo isso aconteceu no primeiro tempo do jogo entre Grêmio e Atlético Paranaense. Bezerra e seus auxiliares não viram nada.

Impunidade

Aliás, a arbitragem pintou e bordou na rodada do final de semana no campeonato brasileiro. Graças aos jogos pagos pela tevê pude ver diversos confrontos pelas duas séries e constatar a falta de critérios dos árbitros, em alguns casos até omissões diante de lances de muita violência. Fica tudo por isso mesmo e na próxima rodada lá estarão os de sempre, sorteados repetidamente como se nada tivesse acontecido. Parece até que temos uma ANAC no comando da arbitragem brasileira.

Brasileiros

O Joinville, classificado para a segunda fase da série C, salvou a honra do futebol catarinense no final de semana. A Chapecoense colheu o que plantou e foi prematuramente eliminada. Na série B o Criciúma quebrou o salto em Santo André, levou um tombo, mas ainda segurou um empate. Já o Avaí não respeitou os mais de três mil corajosos torcedores que enfrentaram o frio de sábado na Ressacada e jogou um futebol ridículo para empatar sem gols com os velhinhos (o mais novo tem 29 anos) do Santa Cruz.

Futebol da paz

No confronto entre dois treinadores brasileiros, a seleção do Iraque (Jorvan Vieira) derrotou a Arábia Saudita (Hélio dos Anjos) por 1 a 0 e conquistou a Copa da Ásia. Em Bagdá o povo saiu às ruas para comemorar sem bombas o título inédito.

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