sábado, 7 de julho de 2007

Sábado

Professor Pardal

Basta uma passada por alguns dos principais clubes brasileiros e chegaremos a uma triste conclusão: o conceito do defensivismo, no país onde se joga o futebol mais criativo do planeta, está dominando as pranchetas dos nossos destemidos treinadores. A praga, é claro, já alcançou a seleção e Dunga não abre mão de um meio de campo povoado por volantões. Pior é que o Brasil pode se dar bem na Copa América, pois ganhar do Chile de novo não será difícil e Uruguai ou Venezuela é que estarão no caminho antes de uma provável final contra a Argentina. Assim sendo, as invenções do Dunga estão próximas do sucesso, para infortúnio de todos e infelicidade geral da nação. Escrevi na quinta-feira que nosso treinador não esquece a Copa de 94, tese confirmada em suas entrevistas publicadas ontem. “Não é a receita para o sucesso, mas o espírito daquela Copa deve estar presente aqui”, sacramentou ele. Então, que venha o Chile.

Decepção

Além de tudo o que já foi dito e escrito sobre convocações e escalações, o que mais impressiona em Dunga é sua insistência em negar o óbvio. Nosso voleibol, por exemplo, continua hoje com times demolidores nos dois naipes e seus treinadores, jogo após jogo, apontam defeitos e ainda exigem melhor desempenho de seus atletas. Dunga, ao contrário, mantém o discurso, não reconhece os equívocos e, pior, com mau humor e declarações desaforadas, tenta convencer que está tudo bem.

CLT

Patrão não gosta de reclamação de empregado. Muito menos quando se trata de salário atrasado. Até parece que a legislação trabalhista é pra inglês ver. E cumprir. Clube de futebol é campeão no descumprimento da lei e a cartolagem só se dá por vencida quando um jogador rompe a barreira e, sem medo de ser infeliz, bota a boca no trombone. Ou quando o assunto vai para os tribunais. Cláudio Luiz, zagueiro do Criciúma, fez isso esta semana e provocou uma reunião emergencial da diretoria com o grupo. Como o clube é líder da série B devendo um mês de salários e alguns prêmios, parece que pagar as contas em dia virou um mero detalhe.

Fartura

O Avaí tem tanto jogador, mas tanto jogador que, mesmo com um time inteiro fora de ação por cartões e lesões, ainda sobram mais dois e gente no banco para levar a Fortaleza onde joga hoje. O resultado é que talvez não seja proporcional a essa opulência. Pelo menos por enquanto a zona de rebaixamento é uma ameaça concreta.

Pavor

Joinville em casa, contra o Caxias, e Chapecoense em Apucarana contra o Roma, começam a grande jornada representando Santa Catarina na série C do Brasileiro. É a competição mais difícil do nosso futebol, disputada por clubes com poucos recursos e elencos formados com a rapa do tacho. É por isso que quem está fora não quer entrar e quem está dentro quer sair rapidinho para nunca mais voltar.

Estranho

A Chapecoense viajou ao interior do Paraná desfalcada de seis titulares. Como é que tem tanta gente fora de ação se o time não joga desde a final do Catarinense? Das duas uma: o descanso da pré-temporada em uma estação de águas teve efeito contrário ou os treinos foram no campo do Arranca Toco Futebol Clube, habitat de Quero-Quero e Coruja Buraqueira.

Contrastes

O Figueirense está em Porto Alegre para enfrentar o Inter no Beira-Rio, palco de grandes vitórias catarinenses. Hoje em sexto lugar, o time de Mário Sérgio soube como poucos enfrentar a maratona de duas competições paralelas, Copa do Brasil e Brasileiro. O time não tem craque, mas usufrui de um grupo homogêneo, cheio de garotos e bem utilizado pelo treinador. Destoa no atual momento do Figueirense o comportamento do seu departamento de futebol e da comissão técnica, nas vozes do gerente Anderson Barros e do técnico Mário Sérgio. O tratamento desrespeitoso, arrogante e cheio de segredos dispensado aos jornalistas da Capital já passou dos limites.

Nenhum comentário:

Postar um comentário