quinta-feira, 19 de julho de 2007

Quinta-feira

Criminosos à solta

Acordei ontem sem vontade de escrever sobre esporte e com aquela sensação de impotência que toma conta do cidadão diante de algumas situações como a do acidente de avião que matou 200 pessoas em São Paulo. Essa é mais uma tragédia anunciada, e não será a última. Pelo menos enquanto persistirem a criminosa incompetência e omissão das autoridades brasileiras. Civis e militares do setor aéreo seguem enganando a população com ações e declarações mentirosas. Ninguém é responsabilizado por nada, ninguém vai preso e o presidente Lula ainda faz beicinho, magoado com as vaias no Maracanã.

A peste

Nenhum segmento da sociedade brasileira escapa às conseqüências nefastas produzidas por lideranças políticas sem nenhum comprometimento com o bem estar da população. O esporte é alcançado sem dó por interesses direcionados somente a resultados político-partidários. Como testemunham leitores através de e-mails em apoio às notas que escrevi sobre a atuação do Conselho Estadual de Desportos, órgão (des) regulador do esporte catarinense. No futebol o presidente da CBF, Rei Ricardo, acaba de ser reeleito por aclamação para um sexto mandato. Devidamente avalizado por um séqüito de presidentes de federações e de clubes, todos unidos por um mesmo ideal que pouco ou nada tem a ver com administrar seriamente nosso esporte preferido. Para o bem de todos e felicidade geral da nação o atleta brasileiro continua salvando a pele da cartolagem, no futebol ou em outros esportes menos votados.

Inércia

Um dos piores resultados é registrado ano a ano pelos clubes brasileiros, depenados impiedosamente de seus principais valores, a maioria deles crias da casa. Desprotegidos, perdem seus craques para os eurodólares porque nossa legislação esportiva é permissiva e omissa. Até hoje ninguém sequer cogitou da criação de uma lei protetora, suficiente ao menos para minimizar o estrago e o empobrecimento técnico do nosso futebol. Escondem-se todos, políticos e legisladores, sob o manto da esfarrapada desculpa do “direito de ir e vir” ou da “liberdade de escolha” do local de trabalho. Os dirigentes de clubes se justificam escolhendo o caminho mais cômodo – ou inevitável -, o da necessidade de fazer caixa.

Cardápio indigesto

Desde o final da Copa América e na chegada da delegação ao Brasil jogadores e integrantes da comissão técnica da seleção brasileira adotaram o discurso de Zagalo para defender o chefe. “Vocês vão ter que engolir o Dunga”, repetem todos solidários com o treinador.

Na moda

Antes da resposta um sorrisinho irônico. É a primeira evidência de que o entrevistado não vai reagir com tranqüilidade a perguntas consideradas incômodas. Na seqüência acontecem respostas desaforadas e/ou debochadas, como se os entrevistadores façam parte de um bando de ignorantes e despreparados. Tem sido essa a rotina de várias entrevistas coletivas de pós jogo com treinadores de clubes ou seleções.

Malandragem

Há mecanismos de toda a ordem criados espertamente por aqueles que pretendem se perpetuar como dirigentes de entidades esportivas. O Rei Ricardo, por exemplo, reeleito para o sexto mandato de cinco anos na CBF, pode ficar mais dois anos. Para isso basta que em outubro o Brasil seja confirmado como sede da Copa do Mundo de 2014. Aqui na terrinha o doutor Delfim promoveu alterações no estatuto da Federação Catarinense para garantir que ninguém lhe remova da presidência, cargo que é seu há 23 anos.

A corte se renova

Fábio Nogueira tem graduação em comércio exterior pela Univali e pós graduação em gestão esportiva. Apresento aos leitores o mais novo vice da CBF, homem da região sul indicado pelo triunvirato Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul. Fábio era vice na Federação Catarinense representando o litoral e deve estar sendo preparado pelo doutor Delfim como seu sucessor. Para quando, só Delfim e Deus sabem.











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