terça-feira, 24 de julho de 2007

Terça-feira

Pingo nos is

De nada adiantaram as evidências do sucateamento da saúde e da educação, das péssimas condições sociais do país, da corrupção desenfreada, da impunidade e do acobertamento de políticos e empresários criminosos. Precisou uma solenidade do esporte, a abertura oficial dos Jogos Pan-Americanos, com uma vaia de 90 mil pessoas, para mostrar o verdadeiro sentimento do povo brasileiro em relação ao governo. Agora uma segunda tragédia aérea em dez meses levanta uma sujeirada que as autoridades insistem em varrer para baixo do tapete, com muita mentira, omissão e incompetência. Pena que o esporte, através do noticiário do Pan, tenha ajudado a diluir um pouco a indignação que toma conta da população.

Queda livre

Não é preciso ser adepto do futebol bonito e cheio de técnica para ficar horrorizado com a mediocridade que assola os jogos do campeonato brasileiro. Impressiona a quantidade dos lances tipo peladas de fundo de quintal, como aconteceram nos jogos entre Corinthians e Náutico, Grêmio e Flamengo, entre outros da rodada do fim de semana. A realidade é assustadora, com grandes clubes na zona de rebaixamento ou fazendo papelão diante de adversários menos credenciados. O equilíbrio com qualidade é louvável e anima o torcedor, mas o nivelamento por baixo, tira o público dos estádios e traz perspectivas desanimadoras em relação ao futuro até das nossas seleções.

Talento em baixa

Escrevi acima “nossas seleções” porque a base do futebol brasileiro dá os primeiros sinais de que não passaremos impunemente por um presente de tanta desorganização. A seleção sub-20 teve uma participação vergonhosa no Mundial, eliminada com três derrotas, enquanto a equipe sub-17 não passou da primeira fase no Pan-Americano. Nosso futuro está sedo preparado assim, sem nenhum planejamento e com total desprezo pela seriedade administrativa. A não ser pelo trabalho isolado e a visão de alguns dirigentes de clubes, levados pela necessidade, o futuro do futebol brasileiro está irremediavelmente comprometido. Os jogadores que vivem hoje no exterior têm prazo de validade vencendo e sem perspectivas de substitutos à altura.

Professor Pardal

Na coluna de sábado abordei as invencionices de alguns técnicos, tomando como exemplo Alexandre Gallo, do Internacional, e Mário Sérgio, do Figueirense, Coincidência ou não, o fato é que seus times foram derrotados no final de semana, conseqüência de escolhas bastante discutíveis e estratégias equivocadas. No Inter a paciência dos dirigentes parece estar no limite, enquanto no Figueirense a peneira continua tapando o sol.

Máscara

O comportamento do ex-jogador e ex-comentarista de rádio e televisão, agora treinador, Mário Sérgio, segue merecendo reparos. Com o respaldo de um e outro dirigente – espero que não da assessoria de imprensa – o tratamento dispensado aos jornalistas catarinenses beira a falta de respeito. O que não acontece quando o técnico passa por outros estados, principalmente São Paulo e Rio Grande do Sul, onde a postura e a linguagem do Mário mudam.

Dodói

Que fantástica a recuperação do meia Pedrinho, hoje no Santos. Passou por Vasco e Palmeiras integrando com freqüência o “time do chinelinho”, tantas foram as lesões. Chamado por Wanderlei Luxemburgo, transformou-se em um dos melhores jogadores do grupo com 43 jogos consecutivos sem departamento médico. Mostrou sua boa forma atual enfrentando com desenvoltura 90 minutos diante do Figueirense.

Dia de São Nunca

Meu companheiro de espaço, o Aldo Pires, traz denúncia da Camboriuense contra a Federação Catarinense de Futebol e seu presidente, doutor Delfim Peixoto, por suposto “engavetamento” de um protesto contra o Joinville, que teria utilizado jogador irregular na disputa da divisão especial. O resultado deste julgamento poderia colocar a Camboriuense na primeira divisão em 2008 na vaga do Jec. Sabem quando o documento vai aparecer no TJD?

Zorra total

O Figueirense voltou a Florianópolis de ônibus, depois de jogar com o Santos na Vila Belmiro. Vôo da TAM levaria mais tempo do que a viagem por terra. Como o previsto, a esculhambação aérea chegou ao campeonato brasileiro.

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