sábado, 19 de janeiro de 2008

Sábado/domingo

Nosso pobre rico futebol

O futebol brasileiro todo ano começa cheio de novidades. São os campeonatos estaduais que, apesar dos pesares, mantém o torcedor ligadíssimo. É cada vez mais difícil acompanhar, seja qual for o grau de interesse por clube ou por estado, as informações produzidas pela mídia especializada com um leque cada vez mais diversificado de opções. A renovação é ampla, geral e irrestrita nos elencos e comissões técnicas, um drible à falta de organização e de estrutura da imensa maioria de clubes e entidades que dirigem o futebol no país. Os grandes centros comandam o espetáculo. No Rio tem estrelados de várias origens na dupla Fla-Flu e no Botofogo. O Vasco aparece como o patinho feio em uma competição inchado por 16 clubes e acréscimo de quase 50% no preço dos ingressos. No campeonato paulista quem dá o tom é o São Paulo cheio de craques, mas o novo Corinthians, a Portuguesa do italiano Benazzi e o Palmeiras do super-Luxemburgo fazem o contraponto em alto estilo. Só o Santos destoa, dando razão às lamúrias do sempre queixoso Leão. Em Porto Alegre Grêmio e Inter começam o ano um pouco distanciados pela qualidade, o que nem sempre é garantia de título em um estado dividido entre o azul e o vermelho. Vale o mesmo para os mineiros com Atlético e Cruzeiro. Santa Catarina e Paraná, norte e nordeste pintam este cenário com outras cores e adaptações às suas peculiaridades e limites.

Raridade

De tudo o que se analisa neste início de temporada o campeonato catarinense se destaca pelo inusitado. Dois entre os doze participantes não tem estádio – onde não existem estádios de municípios ou do Estado – e um deles tem dois nomes para escolha do torcedor: Clube Atlético Tubarão ou Cidade Azul.

Violência

Apesar dos cuidados da Polícia Militar e de seu experiente comando, o campeonato catarinense começou muito mal fora do campo. A batalha de Itajaí, entre torcedores de Marcílio e Criciúma, só não terminou em morte pela pronta intervenção policial. Ainda assim teve gente ferida necessitando de atendimento nos hospitais da cidade. Enquanto esse tipo de torcedor não for afastado dos estádios, não existe planejamento de segurança que dê jeito. Temo pelo futuro do nosso campeonato especialmente quando os incidentes acontecerem dentro de estádios liberados pela Federação Catarinense e pela própria PM.

Pilatos

Nossos vizinhos do Rio Grande vivem problemas parecidos. Começando neste final de semana, o campeonato gaúcho ainda tem os estádios do Passo da Areia, na Grande Porto Alegre, onde joga o São José, e o do Veranópolis, na Serra Gaúcha, sem liberação pela Brigada Militar. A Federação Gaúcha imita suas coirmãs, deixando tudo para a última hora ou simplesmente lavando as mãos.

Mulherengo

O meia Roger esgotou suas possibilidades nos mercados carioca e paulista e foi parar no Grêmio, sob desconfiança da mídia local e do torcedor. Freqüentador de ponte aérea, da vida mundana, e namorador dos bons, a chegada do jogador por enquanto só não foi reprovado pela mulherada gaúcha.

Questão de gosto

Atenção praieiros, apreciadores do sossego à beira mar, praticantes da pesca amadora, velejadores, enfim, curtidores do litoral, da brisa, da sombra e água fresca. Protejam-se. Fujam de Piçarras e proximidades e escondam seus instrumentos de “trabalho” como esteiras, cadeiras de praia, varas de pescar, barquinhos a vela e assemelhados. Vem aí a turma do jet ski para mais uma silenciosa e nada poluidora competição.

Qual é a minha?

Depois de ler a nota acima – a segunda que escrevo sobre o mesmo assunto – alguém pode pensar que é implicância com um esporte que nos dá um campeoníssimo como o Alesssander Lenzi, representante de Jaraguá do Sul. Simples: façam uma enquete com alguns dos listados na mesma nota e entenderão as razões da rejeição que, garanto, não é apenas deste humilde escriba. E imaginem, por exemplo, esse povo andando de jet em alguns dos poucos santuários marítimos que ainda existem em nosso litoral.











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