terça-feira, 30 de junho de 2009

Eles amam Jesus

E Jesus os ama


Já escrevi sobre isso e volto ao assunto porque não entendo como é que os patrocinadores de clubes e da seleção brasileira assistem sem protestar o comportamento atípico dos nossos jogadores. Pior, eles contam com a omissão dos dirigentes, justo os que deveriam zelar pelo cumprimento dos contratos que, em última análise, garantem a folha de pagamento em dia. Hoje quem marca um gol, corre para a torcida e tira a camisa para comemorar mostrando, infalivelmente, saudações de toda ordem a Jesus. É procedimento comum nos estádios brasileiros. Acontece também na saída do campo, no intervalo e no fim do jogo, quando é hábito trocar camisas com o adversário. Tudo bem não fosse a etapa seguinte, quando o jogador permanece sem camisa no gramado para dar entrevistas. E tome imagem de televisão em cima do nada, ou no máximo na camisa substituta, invariavelmente aquela do Jesus & Cia. A seleção acabou contaminada por essa desobediência contratual. Lúcio, logo ele, o capitão do time, e Kaká o craque da Copa das Confederações, foram os primeiros a tirar o uniforme da CBF para mostrar sua devoção a Jesus, no que acabaram seguidos por alguns companheiros. É uma atitude nada profissional, mas que pelo jeito não incomoda os donos da bola, ou do dinheiro.

Um voto no lixo, o meu


Busquei nos arquivos o flagrante do momento em que eu votava na senadora Ideli



Ideli Salvatti subiu no palanque nesta terça-feira para defender José Sarney. O palanque a que me refiro é o plenário do Senado da República, uma casa legislativa que a senadora transformou em reduto das suas atividades eleitoreiras. Aquele local deveria merecer o respeito dos que estão lá para nos representar, coisa que todo mundo sabe, não acontece. Eu votei nessa mulher. Nessa não, votei naquela professora batalhadora que subia em caminhões para em alto e bom som gritar e lutar por sua classe. Ela continua gritando, histericamente, mas agora apenas pelos seus objetivos pessoais e pelos interesses do seu partido, cuja sigla nem me atrevo a escrever. Ideli, tudo indica, cometerá a ousadia de se candidatar ao governo do estado em 2010. Pensando bem, nem chega a ser uma grande ousadia, pois a missão não é tão espinhosa assim. Afinal de contas, otários e/ou iludidos como eu existem aos montes por toda Santa Catarina, gente que não sentirá um pingo de arrependimento se o seu voto for parar na lata do lixo. Como o meu.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Os argentinos estão tremendo


A imagem que inspirou os jornalistas do OLÉ. Somos nós o próximo adversário deles nas eliminatórias


"Após a virada contra os Estados Unidos e o título da Copa das Confederações, sobra respeito por parte dos argentinos em relação à Seleção Brasileira. Pelo menos a julgar pelo tratamento da imprensa nesta segunda-feira.

O sempre provocador Olé coloca em sua capa a foto dos jogadores brasileiros ajoelhados após a conquista e faz um trocadilho na manchete: "Oremos". O texto destaca a dificuldade do confronto com o time de Dunga pelas Eliminatórias, em setembro, e enumera as qualidades e os feitos brasileiros na temporada:

"O Brasil de Dunga, o burro que não para de ganhar, é uma equipe tática. Não se envergonha de cortar com falta a saída do rival como parte de seu sistema, nem de jogar no contra-ataque, como fez como visitante na altitude de Quito ou no belicoso Centenário. (...) Uma certeza: se deres espaço a eles, te passarão pelo multiprocessador. (...) Sobram armas letais: os volantes pressionando, Kaká lançado, Robinho driblando, os laterais atacando, Luís Fabiano definindo... Só a enumeração já assusta. (...) Em 2009, está invicto. Ganhou 93% dos pontos e tem sete vitórias consecutivas. É o líder das Eliminatórias e já ganhou na África do Sul".

Por sua vez, o Clarín diz que a seleção americana se assustou. Sob o título "Brasil, sempre Brasil", o jornal faz coro aos elogios:

"O 3 a 2 permitiu ao Brasil saber que pode mudar seu destino em 90 minutos sem um futebol colorido, mas com coração e técnica. Permitiu também, claro, desfrutar de uma nova vitória talvez no momento mais alentador desde que Dunga é o treinador. Porque caminha primeiro rumo à África do do Sul e, claro, porque o próximo episódio será em setembro, contra a Argentina". (do clic RBS)

domingo, 28 de junho de 2009

Oremos, pois

São Lúcio, protetor do torcedor brasileiro, comemora o gol do título

Assistir à seleção brasileira dos tempos atuais, seja em que competição for, é um exercício de paciência e um teste de equilíbrio emocional para qualquer cristão que se disponha a ficar em frente à tevê, antes e depois dos jogos. Dunga acena com resultados, contra os quais não há argumentos, embora o título conquistado domingo não represente a realidade do melhor futebol, nem nosso nem dos adversários. Tanto que Kaká, na coletiva após a vitória sobre os Estados Unidos, alertou para que imprensa e torcida não sejam tomadas de euforia, referindo-se, claro, à Copa do ano que vem. O jogador sabe que precisamos melhorar muito e no íntimo ele pensa também o quanto devemos mudar em termos táticos e individuais. Até lá rezemos para que os santos de plantão iluminem Dunga nas suas escolhas.

É melhor entrar pelos fundos


Foi preciso que um jornalista argentino, participante do Encontro Catarinense de Turismo, viesse aqui meter o dedo na ferida para alertar sobre um problema grave que, embora em baixo do nariz de autoridades de todos os setores, ninguém toma providências. O cidadão falou que primeiro precisamos preservar o que temos e depois partir para projetos mais ambiciosos. Óbvio. Mais óbvio ainda foi o comentário sobre a precariedade do terminal rodoviário de Florianópolis, um caos que se arrasta por temporadas. E aqui falo eu, freqüentador assíduo daquele local onde meu barbeiro trabalhou durante muitos anos. O estacionamento tem mais buracos no asfalto do que vagas, a polícia militar desapareceu, à noite marginais e drogados agem à vontade sem nenhuma repressão e os serviços oferecidos envergonham qualquer cidadão menos exigente. À noite tudo é muito perigoso. Os carros ficam abandonados, seus proprietários sem proteção e as áreas que deveriam ser utilizadas apenas para embarque e desembarque ficam completamente tomadas e sem controle. É arriscado tirar dinheiro dos caixas eletrônicos ou mesmo manusear qualquer quantia para a compra de passagens. Nem é bom lembrar a situação dos banheiros, dá nojo. Dizem que o Deter é o órgão responsável pela administração daquele local, mas pelo estado atual da rodoviária, seu superintendente não tem tempo para sair da sala e ver o que se passa. E do jeito que deixaram o aeroporto, com aquele puxadinho para trânsito de quem chega e quem saí, é melhor que os turistas tentem outros acessos à cidade.

sábado, 27 de junho de 2009

A CBF perde mais uma

O jornalista Juca Kfouri continua batendo forte no presidente da CBF, Ricardo Teixeira. E mais uma vez levou vantagem nesse embate, agora em ação indenizatória impetrada pelo cartola mor do futebol brasileiro.


"Leia uma decisão, em laranja abaixo, de lavar a alma:"

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO COMARCA DA CAPITAL REGIONAL

BARRA DA TIJUCA JUÍZO DA 4a VARA CÍVEL

Processo nº 2007.209.007825-2

S E N T E N Ç A: CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL ajuizou ação indenizatória de rito ordinário em face de JOSÉ CARLOS AMARAL KFOURI (nome profissional JUCA KFOURI), alegando que o Réu, conhecido e experiente jornalista, mantém no site "uol esporte" o "Blog do Juca", no qual veicula suas opiniões acerca de diversos assuntos ligados ao esporte nacional, tendo no dia 26 de maio de 2007 publicada nota intitulada Navalha na bola, com o seguinte texto:
"Não bastasse o Senador Delcídio Amaral, agora um peixe ainda maior cai na rede da onda causada pela "Operação Navalha": o Presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Amaral e Calheiros receberam da CBF, em 2002, R$ 100 mil reais cada um para suas campanhas eleitorais. E foram os grandes responsáveis pela aproximação de Ricardo Terra Teixeira com o Presidente Lula, que não gostava do cartola e não fazia nenhuma questão de esconder. A "bancada da bola" é mesmo uma bola. Não há escândalo no país que atinja seus membros. Quando tem empreiteira no meio, então..."
Tal nota lançada no blog teve como pano de fundo doação feita pela CBF ao Senador Renan Calheiros.
Para a Autora da ação...Fica claro que o Réu tenta relacionar a CBF à empreiteira Gautama, alvo da "operação navalha" da Polícia Federal, insinuando para os leitores que a Autora teria doado, de forma irregular, dinheiro para a campanha eleitoral do Senador Renan Calheiros.
Esqueceu-se o Réu de esclarecer que doações de campanha são legais e passam pelo crivo da Justiça Eleitoral.
Quis o Réu com essas insinuações colocar em dúvida a reputação da Autora e causar-lhe toda a sorte de problemas institucionais.
Desta forma, postula a Autora a condenação do Réu ao pagamento de indenização por danos morais.
A petição inicial veio instruída com o texto questionado.
Citado, o Réu ofereceu contestação, afirmando inicialmente que o pedido formulado nesta ação é infundado, tratando-se de mais uma investida da CBF e de seu presidente Ricardo Teixeira no intuito de intimidá-lo.
Existem diversas ações ajuizadas pela CBF e por Ricardo Teixeira em face do Réu, que tem combatido em sua carreira com determinação todo e qualquer fato que se relacione à corrupção, suborno e outras mazelas que infelizmente também atingem o mundo do esporte.
O interesse do Réu é fazer prevalecer, não só no esporte, mas em toda a sociedade, o compromisso sério com a ética e com os interesses da população.
E é sabido que há anos o Réu incomoda a direção da CBF em razão de sua atuação crítica e corajosa.
Sobre o caso dos autos, aduziu o Réu não ter ofendido a Autora.
Não há qualquer ofensa no relato objetivo de um fato verdadeiro.
As doações foram feitas e o Senador Renan Calheiros caiu na rede da Operação Navalha, que visou desmantelar o esquema de fraudes em licitações de dimensões impressionantes, supostamente comandado pela empreiteira Gautama, levando à prisão várias autoridades.
Descobriu-se que o Senador Delcídio Amaral recebeu R$24.000,00 da referida empreiteira, havendo sido citado o nome do Senador Renan Calheiros na referida investigação realizada pela Polícia Federal.
No texto jornalístico publicado no seu blog, o Réu se limitou a mencionar o fato de que a CBF doou R$100.000,00 à campanha dos referidos Senadores.
Não foi afirmado nem sugerido que a doação fosse ilegal ou que o dinheiro doado teria origem ilegal.
Tais ilações decorrem de interpretação fantasiosa.
Fato é que a CBF, entidade máxima do futebol brasileiro, que exerce função de nítida natureza e interesse públicos, realizou doação vultosa à campanha dos Senadores cujos nomes estiveram envolvidos em investigação de fraude.
A menção a tal fato, cuja veracidade é incontroversa, atende ao interesse público de livre circulação de informações.
Pretendeu o Réu única e exclusivamente chamar a atenção do público leitor acerca da forma como a CBF administra suas verbas e o próprio futebol brasileiro que, como é sabido, envolve cifras milionárias.
Salienta o Réu ter agido no exercício regular da atividade de imprensa, não podendo responder por interpretações fantasiosas.
Lembrou o Réu que a CBF e o presidente Ricardo Teixeira tiveram suas condutas examinadas por duas Comissões Parlamentares de Inquérito instauradas pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal sobre irregularidades na administração do futebol brasileiro.
O futebol é patrimônio cultural imaterial, merecendo proteção contra aqueles que nele enxergam apenas possibilidades de lucros desmedidos.
E como resultado de tais CPI's, foram requeridos inúmeros indiciamentos e providências de natureza fiscal e penal.
Logo, o comentário feito pelo Réu bem demonstra sua opinião acerca da forma como a CBF administra o futebol brasileiro e seu vultoso orçamento, consubstanciando, portanto, lícito e legítimo exercício de crítica jornalística.
A Autora manifestou-se em réplica, destacando que o Réu empreende cruzada pessoal contra a CBF e seu atual presidente, em seu blog, em seus pronunciamentos na televisão e na Rádio CBN.
Nenhuma outra prova foi produzida.


Feito o relatório, passo a DECIDIR.


É cediço que a pessoa jurídica pode sofrer dano moral (Súmula 227 do STJ), mas isto não ocorreu, com certeza, no caso sub examen.
Não é preciso grande esforço para se concluir que o Réu não ofendeu de qualquer modo a honra objetiva da Confederação Brasileira de Futebol.
Com uma simples e rápida leitura do texto jornalístico questionado se verifica que a única menção feita à CBF diz respeito às doações de cem mil reais que a entidade máxima do nosso futebol realizou em benefício das campanhas eleitorais dos Senadores Delcídio Amaral e Renan Calheiros.
Apenas isso.
E essas doações não foram contestadas pela Autora.
Aconteceram de fato.
Portanto, como pode a Autora pretender responsabilizar o jornalista pela divulgação de fatos reais?
Esta investida da CBF beira a litigância de má-fé, isto sim!
Já soa estranho a qualquer um o fato de ter a CBF doado dinheiro para as campanhas eleitorais de dois Senadores. A CBF é uma associação de direito privado, de caráter desportivo, dirigente do futebol brasileiro.
Embora se trate de entidade privada, a CBF é responsável pelos destinos do futebol brasileiro, e o futebol não tem dono.
O futebol não é da CBF e de seus dirigentes, tão-somente.
O futebol é de todos nós, é do Brasil e é do mundo.
O futebol é uma maravilha, uma bela criação dos ingleses!
E futebol é coisa séria, desperta sentimentos agudos, paixões.
É a rivalidade sadia que o homem inventou para expressar sua virilidade.
É a guerra do bem, que não destrói, só constrói, que não deixa mortos e feridos.
Esporte completo, sinônimo de saúde, habilidade e força.
Repito: não tem dono!
E é por conta dessa força e dessa magia que o futebol movimenta muito dinheiro, gerando riqueza.
Pouco importa a natureza jurídica da Autora, de entidade privada, pois dita associação lida com um patrimônio do povo brasileiro.
O futebol brasileiro é o maior produto de exportação deste país.
Logo, deve ser gerido com seriedade e austeridade, administrado com transparência, como se fosse uma instituição pública.
Seus recursos devem ser empregados em prol do desporto e em ações sociais, como fazem diversos clubes neste país.
Nesse contexto, fica realmente difícil compreender o sentido dessas doações de vultosas quantias a determinados políticos.
E não interessa a este debate se as doações foram feitas sem violação da lei.
Não é este o cerne da discussão.
Sendo assim, foi a própria CBF que, com a sua conduta, deu margem à veiculação da notícia e aos comentários críticos feitos pelo jornalista Juca Kfouri em seu blog.
Aliás, o Réu revelou que foram instauradas CPI's em Brasília no intuito de se apurar desvios e irregularidades na administração do futebol brasileiro, com o exame de atos praticados pela CBF, que resultaram em indiciamentos e na adoção de diversas providências de natureza fiscal e penal em face dos envolvidos, não tendo a Autora negado a ocorrência de tais fatos em seu pronunciamento acerca da contestação.
Cumpre acrescentar que o Réu não afirmou em sua nota que tais doações seriam ilegais ou que o dinheiro doado teria origem ilícita.
A nota jornalística em apreço não contém ataque à instituição demandante.
Não se extrai de seu conteúdo a intenção deliberada do Réu de denegrir gratuitamente a imagem e a credibilidade da CBF.
Há sim, nas entrelinhas, uma veemente crítica à administração da entidade, baseada em fatos reais.
O Réu não pode ser responsabilizado pelo relato de fato verdadeiro, incontroverso, por sua manifestação no exercício legítimo de informação e crítica jornalística.
Existe um interesse social pela notícia.
Se é certo que devemos repudiar e combater todo e qualquer abuso de jornalistas que violam a liberdade e a honra de terceiros, de outro lado existe a necessidade de se preservar uma imprensa livre para a manutenção da democracia.
A imprensa exerce papel fundamental na vida de um país livre e democrático, e é através dela, do jornalismo investigativo, que muitos ilícitos praticados vêm à tona.
Não vislumbra este Juízo no texto de autoria do Réu, desvio ou excesso na informação veiculada, de modo a caracterizar um comportamento ofensivo, que atente contra a honra objetiva da entidade máxima do futebol brasileiro.
Em tais circunstâncias, JULGO IMPROCEDENTE o pedido formulado na inicial, resolvendo o mérito na forma do artigo 269, inciso I do CPC. Face à sucumbência, condeno a Autora ao pagamento das custas processuais e dos honorários advocatícios que arbitro em R$8.000,00 (oito mil reais). P.R.I.

Rio de Janeiro, 23 de junho de 2009.

Carlos Alfredo Flores da Cunha

JUIZ DE DIREITO

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Ricardão proíbe falar mal dos sul-africanos


O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse esta semana que a África do Sul está surpreendendo o mundo com a estrutura apresentada para fazer uma grande Copa ano que vem. Teixeira falou isso para livrar a cara do Brasil em razão das declarações do presidente da Federação Paraense de Futebol, Antônio Carlos Nunes Lima, chefe da delegação brasileira na Copa das Confederações, que deu uma esculhambada legal no país sede do próximo Mundial. O paraense, muito sincero, afirmou que não levaria sua família para a Copa de 2010 porque “às 6 da tarde parece que há um toque de recolher no país. Como vamos comemorar nossas vitórias?”, perguntou o simplório cartola. Contrariado com o fato, Ricardo Teixeira botou todo mundo de prontidão para falar bem dos africanos, inclusive os jogadores. Bem feito, seu Ricardo. Quem mandou fazer agradinhos com o nosso dinheiro. Afinal, quem paga estas viagens mordômicas dos seus eleitores somos nós.

Entendi o arrepio do cabelo do Dunga


Foi só falar bem do time brasileiro por causa daquele meio tempo arrasador contra a Itália que a decepção voltou. A partida contra a África do Sul deu sono no primeiro tempo e irritou a quem a assistia até o chute salvador do Daniel Alves. Estou começando a acreditar que aquele cabelo arrepiado do Dunga é de tanto susto que o homem toma na beira do campo. Só pode ser isso. Nunca vi uma seleção oscilar tanto como a nossa. E o homem fica ali parado, sem mexer no time a não ser para trocar seis por meia dúzia. Como jogamos muito mal contra a África do Sul, os americanos que se cuidem neste domingo. Pelo menos essa tem sido a rotina brasileira, fazer o bem-me-quer-mal-me-quer com o seu futebol. Um dia dá banho, no outro dá vexame. Melhor para o Dunga que, entre chuvas e trovoadas pode chegar enxuto a mais um título.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

O dia do touro

A torcedora americana vibrou com a chifrada que seu time deu nos espanhois

A seleção espanhola entrou em campo para o jogo com os Estados Unidos pensando na final com o Brasil. Quando seus jogadores se deram conta não só estavam derrotados como fora da decisão da Copa das Confederações. E os brasileiros só entram em campo nesta quinta à tarde e também podem perder para a África do Sul. Quer dizer, a marra espanhola atropelou os fatos duas vezes e volta pra casa, quem sabe, com o terceiro lugar. Enquanto isso Dunga e sua troupe devem estar com as barbas de molho, pensando na prancheta do Joel Santana. Que espécie de desenhos ele deve estar traçando para seus jogadores? Que tipo de surpresa os donos da casa podem aprontar? A meu ver nenhuma. Mas, como já me enganei em uma semifinal, pois apostei de olhos fechados na Espanha – o mais puro sangue dos cavalos paraguaios – não vou adiantar palpite. Falando em bicho, que chifrada levaram nossos amigos, invictos e favoritíssimos para disputarem a final com o Brasil. Cala-te boca.

Sonho e pesadelo


Foto do Sambaqui na rede (Celso Martins)

Dois assuntos me aporrinharam nos últimos dias. O diploma e o que fizeram com o cenário importante da história do jornalismo catarinense. Passei por cima do primeiro, tem muita gente escrevendo bem, contra e a favor, sobre a decisão do ministro Gilmar Mendes e seus parceiros. Mas não posso ignorar o segundo, por se tratar de grande parte da minha vida como jornalista. Revolta saber que o acervo do jornal O Estado, contendo registros significativos e históricos da nossa imprensa, está jogado no lixo.


Em 1971 saí da Zero Hora em Porto Alegre direto para Blumenau para trabalhar na fundação do Jornal de Santa Catarina. Fiquei lá nove meses, e logo depois de parir as primeiras edições do “Santa”, como o chamávamos carinhosamente, não resisti aos encantos de Florianópolis e me mudei literalmente de mala e cuia para os altos da Felipe Schmitt, primeira sede do “mais antigo” depois da Conselheiro Mafra. Trazido pelo Marcílio Medeiros Filho, cheguei a trabalhar ali uma semana antes da troca de endereço para começarmos o off set de O Estado. Foi em maio de 1972.


Não estou escrevendo para falar de mim, mas para situar o leitor. E para dizer, com muito orgulho, que minha vida profissional foi feita praticamente toda em Santa Catarina. Excluo apenas o período de quatro anos para conseguir o diploma cursando jornalismo na PUC, coisa que o STF não acha importante, e os primeiros passos de um “foca” desajeitado e sonhador nas redações da sucursal de O Estado de São Paulo e Zero Hora. Foi aqui, nessa terra, que me fiz profissionalmente.


E trabalhando durante muitos anos em O Estado, o melhor jornal de Santa Catarina enquanto teve fôlego. Era um diário realmente estadual, com sucursais e correspondentes em todo o canto e que atingia às regiões extremas pode se dizer, “no tempo das diligências”. Era duro colocar a edição do dia em Dionísio Cerqueira, por exemplo. Mas O Estado chegava lá, atualizado e em tempo de ser lido na mesma data estampada na capa.


Hoje não posso mais ler o jornal. Pior, fico sabendo através do César Valente, do Celso Martins e do Canga, que a história de O Estado foi pro lixo. Fiquei triste e revoltado, ao ponto de passar a noite assombrado por um pesadelo. Estávamos, César eu, a olhar por um janelão de vidro no piso superior de um prédio não identificado. De repente, lá em baixo, de terno, chapéu enterrado na cabeça e sem olhar para os lados, muito menos para cima, passou José Matusalém Comelli. Instintivamente e sem dizer palavra, César e eu viramos de costas para a cena.


Tinha pensado em outro título para esta postagem, mais próximo das novelas policiais. Ficaria muito pesado, soaria desrespeitoso. Optei pelo saudosismo cheio de boas lembranças, motivo de orgulho para uma geração que passou pelo jornal, nos seus bons e maus tempos, recordações que não espantam a tristeza de quem sabe por que O Estado virou um monte de papel velho jogado ao chão. E não culpem os vândalos.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Tapemos os ouvidos



A Fifa deveria proibir nos estádios aquelas cornetas sul-africanas chamadas de vuvuzelas. O barulho é insuportável e provoca prejuízos bastante abrangentes, como um apito do árbitro que pode não ser ouvido, poluição sonora nas transmissões de rádio e tevê e instruções dos treinadores impossíveis de serem passadas adiante. Como a entidade que comanda o futebol no mundo faz mais política do que administração, tudo indica que teremos que comprar tampões para os ouvidos na Copa do ano que vem. Outra insubordinação sul-africana é a utilização do telão paralela ao desenvolvimento do jogo. Parece que a idade afetou a audição e a visão dos senhores da Fifa que não ouvem as vuvuzelas nem enxergam os telões.

Devagar com o andor


Falta bem pouco para a seleção brasileira mostrar a verdadeira cara do nosso futebol. Ramires é o novo xodó da mídia sempre apressada que acompanha de perto o circo montado na África do Sul. Dunga resistiu, mas acabou se rendendo ao futebol dinâmico e corajoso do ex-joinvilense. Agora é o jogador que precisa resistir ao deslumbramento que pode vir, provocado pela avalanche de adjetivos verbalizados nos microfones e páginas de esporte. Basta Ramires olhar para o lado. Pertinho dele está o Robinho, exemplo bem acabado do que faz a contaminação pelos elogios para quem a imunidade chegou tarde ou nem aconteceu. Vamos ver nesta quinta-feira, contra a África do Sul, se Ramires confirma as expectativas que aumentaram muito em torno do seu futebol alegre, mas também muito eficiente.

Os galpões multiuso

Leitor amigo manda dizer que foi ver os Globbe Trotters, os malabaristas do basquete, na Arena de São José. Bom espetáculo, arena lotada, mas precisando de algumas providências: na área VIP (R$ 60,00) a visão fica prejudicada pelo excesso de cadeiras e falta de fiscalização. Com o piso no mesmo nível, se o ocupante da frente for um pouco alto ou cabeção, o de trás não vê nada. Pior, os mal educados "de última hora" vão colocando suas cadeiras onde querem e aí vira um problema sério. E o pior: os americanos chiaram com o piso da quadra. Não se pode jogar basquete ou qualquer outra modalidade em piso de cimento. Tem que ser de um material especial que ameniza o impacto. Depois que inventaram as tais das arenas multiuso deu nisso. Os oportunistas de plantão empurram goela abaixo da população verdadeiros galpões sem o mínimo cuidado técnico e completamente fora dos padrões exigidos para competições ou shows de alto nível.

Terapia do coice


Coitado do Bruno Perone nas mãos do técnico Roberto Fernandes e da direção do Figueirense, odiado pela torcida e enxovalhado pela imprensa. É um garoto, prata da casa, sofrendo as agruras que o futebol reserva aos que não caem nas graças dos donos da bola. Com um pouco de sensibilidade o técnico poderia ter evitado aquela situação constrangedora para o jogador, vaiado pelo estádio inteiro na hora em que foi escolhido para entrar em campo no segundo tempo da partida contra o Paraná. Voltando atrás em sua decisão, Roberto Fernandes fez a emenda pior que o soneto. E depois de tudo, usar a mídia para pedir apoio ao Bruno é querer tapar o sol com a peneira. O estrago é irrecuperável e só há uma solução: negociar o atleta antes que nem isso possa evitar que ele encerre precocemente a carreira. Esse mutirão desmoralizante superou aquele caricatural personagem criado pelo Luís Fernando Veríssimo, o Analista de Bagé, adepto da “terapia do joelhaço” no tratamento dos seus pacientes mais renitentes.

domingo, 21 de junho de 2009

Quem acredita em milagre?



Está certo que futebol é um esporte que permite grandes zebras ao contrário, por exemplo, do vôlei e do basquete, onde os melhores invariavelmente se dão bem. Mas quem acredita que Brasil e Espanha não farão a final da Copa das Confederações? A prancheta do Joel Santana terá que operar um milagre para que a África do Sul possa derrotar o Brasil em uma das semifinais. No outro jogo o raio terá que cair duas vezes no mesmo lugar. Só assim os Estados Unidos, classificados porque passaram pelo Egito e contaram com os três a zero do Brasil sobre a Itália, ganharão da Espanha e disputarão o título.

Ramires é o cara


Ramires, revelado pelo Joinville em 2004 (globo.com)


A vitória fácil do Brasil sobre a Itália foi resultado de um primeiro tempo impecável do time comandado por Dunga. No segundo, com o assunto resolvido, a turma relaxou e abriu espaço para algumas estripulias italianas que não derem em nada. Um nome do jogo? Aquele negrinho magrelo que atende pelo nome de Ramires e que outro dia foi desdenhado pelo treinador brasileiro que alegou não poder convocá-lo porque ele joga na mesma posição de Kaká. Dunga disse isso com todos os efes e erres e em alto e bom som. Tanto que na época provocou comentários azedos de boa parte da crônica esportiva do centro do país. O que será que mudou? Quem assistiu ao jogo contra a Itália e viu Kaká e Ramires em campo não entendeu a mudança radical de comportamento do técnico. André Santos na lateral esquerda foi outra alteração necessária e que acabou acontecendo por causa das más atuações de Kleber. Ainda falta resolver principalmente a falta de efeito positivo das pedaladas de Robinho que não tem acrescentado nada aos contra ataques do Brasil. Essa empreitada é complicada, mas Dunga está lá para isso. E quando ele deixa de ser turrão acerta em cheio.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

O Dunga está certo

Meu Brasil brasileiro vai a campo neste domingo para calar a boca dos críticos, ou seja, para jogar um futebol de primeira, derrotar a Itália com pompa, circunstância e, se possível, goleando. Dunga vai provar ao mundo a coerência de suas convicções: o titular da lateral esquerda tem que ser o Kleber, Gilberto Silva é um dos melhores volantes do planeta bola, Felipe Melo foi a descoberta do século, Elano está no time porque é bom pra chuchu (aquele troço insosso), o ataque titular deve ser este que está aí e que Kaká se escreve com dois kas e acento na última sílaba para evitar eventuais confusões com palavras que têm outro significado. Então vamos ao jogo.

Degola na Ressacada


Jogo para derrubar treinador o deste sábado na Ressacada entre Avaí e Fluminense. Façam suas apostas. Silas ou Parreira.

Que fase!


E o São Paulo, hein? Eliminado do campeonato paulista, da Libertadores e capengando no brasileiro. Imaginem o humor do Mucicy Ramalho e daquele baixinho que diz que é médico, mas não larga os microfones. Outro que está com a corda no pescoço e trepado no banquinho é Wanderlei Luxemburgo.

Tango e samba

É a melô dos finalistas da Libertadores. O uruguaio Nacional fará uma semifinal contra o Estudiantes argentino. Na outra veremos Grêmio e Cruzeiro. Não tenho palpite para o duelo brasileiro, mas acredito no Estudiantes.

Na estante


Porque não desisto – futebol, dinheiro e política. É mais um livro do jornalista Juca Kfouri, que será lançado terça-feira na Livraria Cultura em São Paulo. O prefácio é de Tostão e Juca analisa os temas atuais do esporte brasileiro, incluindo a realização no Brasil da Copa de 2014. E adianta uma indagação: por que tanto interesse para trazer para cá os Jogos Olímpicos?

O vice do vice


O piloto com maior número de segundos lugares na Fórmula I é o italiano Ricardo Patrese. De acordo com as estatísticas, adivinhem que é o segundo colocado: ele mesmo, Rubens Barrichelo. Esta maldade me foi passada, claro, por um ex- torcedor do alemão Schumacher e hoje fã de carteirinha do inglês Jenson Button.

De calça na mão, bunda de fora



Apesar da instabilidade da seleção brasileira, os italianos podem neste domingo chorar a eliminação da Azurra da Copa das Confederações. O Brasil tem seis pontos contra três do Egito e três da Itália. Os egípcios enfrentarão o fraco time dos Estados Unidos, zerado em pontos, enquanto a Itália terá que se ver conosco. Uma foto muito significativa de um jogador italiano perdendo o calção durante a partida contra o Egito, publicada pela Gazeta Dello Sport, dá bem a medida da situação difícil vivida pelos gringos. E o jogador egípcio parece ter gostado do que viu. Ah, esses italianos, românticos, impulsivos...surpreendentes, enfim

quinta-feira, 18 de junho de 2009

A vaca a caminho do brejo


Ou o choro de perdedor


Foi assim que Lula cretinamente se manifestou sobre os protestos contra a reeleição no Irã do presidente...Aquele maluco, como é mesmo o nome dele? Não importa, todo mundo sabe de quem estou falando. Pois parece que o Tite resolveu imitar nosso presidente. Sua entrevista lamurienta após a derrota para o Corinthians foi lamentável. Um time cheio de jogadores experientes como tem o Internacional não pode tomar os gols que tomou. No primeiro a bola cruzou a área cheia de jogadores colorados até cair no pé do pequeno Jorge Henrique. No segundo o zagueiro Índio ficou sozinho com Ronaldo que, mesmo com aquele peso todo, ganhou na corrida do defensor e ainda deu um drible de quebrar cadeira antes de chutar pra rede. Claro que o árbitro paranense Hebert Roberto Lopes não é flor que se cheire em matéria de qualidade. E no mais é tão pusilânime quanto a maioria dos que apitam por aí. "In dubio" pró time da casa. Mas, por favor Tite, vá escalar e orientar melhor seu time. E pense bem antes de colocar em campo com a camisa do Inter um atacante como o Leandrão. Quem tem na mão um time como tem o Tite e não consegue fazê-lo jogar, é o fim. Aí quando os dirigentes do clube se derem conta do treinador que contrataram para o ano do centenário a vaca estará no brejo, com a corda e o balde. Senhores, campeonato regional é diferente do Brasileiro, Copa do Brasil, Libertadores, etc, etc...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Porque e o que perdemos



Lima, lateral esquerdo, 18 anos, revelação do Criciúma, está indo para o Internacional. É mais um garoto que deixamos escapar para cobrir os buracos da incompetência e administrações falidas. Desprezamos o futuro, valorizamos o passado, aquele de pior resultado e que nos traz os caixeiros viajantes, beijadores de distintivos um dia aqui, outro acolá. E assim vamos montando nossos times, repletos de jogadores caros, próximos da aposentadoria, de nenhum retorno para o clube. Ou então apenas para o bolso dos mercadores de atletas que agem sob o manto da parceria que tem um lado só e que não deixa legado algum. Não é necessário procurar muita explicação para nossos atuais fracassos nas competições nacionais.

Mulher de malandro

É o que parecem alguns repórteres que acompanham a seleção brasileira e participam das entrevistas coletivas. Como gostam de apanhar de um sujeito mal humorado, sem o mínimo de polimento ou preparo para ocupar um cargo tão importante como o de Dunga. Que ele tenha lá seus fetiches com determinados jogadores, problema é dele. Mas então que agüente com humildade como manda o figurino das boas maneiras e que os jornalistas se dêem ao respeito. Num e noutro caso fica tudo como dantes.

A casa tremeu

O deslize de um assessor de imprensa ao chamar de mentiroso um companheiro de profissão que tentara entrevistar o presidente Zunino, do Avaí, mostrou sem maquiagem a ambigüidade da postura de quem deveria zelar pelo bom ambiente do clube em momento tão delicado. Dirigentes, comissão técnica, jogadores, todos pedem tranqüilidade para que o time possa melhorar conseguir sua primeira vitória. Só que são estes os primeiros a balançar a roseira.

Pilatos na FCF

Mal começou e a segunda divisão já deu xabu com o WO do Navegantes em Concórdia. Sem jogadores e com o ônibus quebrado o clube mostrou a fragilidade da sua estrutura para enfrentar uma competição. Claro que a Federação lavará as mãos, como faz sempre que os problemas resultantes da sua desorganização começam a aparecer. Ou será que a repetição destas confusões todo ano é culpa do Espírito Santo?

Pega na mentira

Foi um dos auxiliares que avisou o árbitro sobre o pênalti cometido pelo defensor egípcio. Assim a Fifa em nota oficial respondeu à indagação do Egito sobre o lance do final do jogo. Quer dizer, o sujeito do outro lado do campo, com um monte de jogadores à sua frente, deve ter olhos de lince. E se fosse o contrário, pênalti contra o Brasil, qual seria o procedimento da arbitragem e da Fifa?

Responsabilidade

Com o Marcílio Dias fora da série C, sobrou o Criciúma, com um pontinho apenas, para salvar o moral do futebol catarinense na terceira divisão. A não ser que o milagre dos peixes aconteça para o Marinheiro.

Uma seleção furiosa

A Espanha fez picadinho da Nova Zelândia na primeira rodada deste grupo na Copa das Confederações. Coisa que seleção brasileira poderia imitar quando pega um adversário mais fraco. Mas aí tem o cansaço, o fuso horário, o desgaste das viagens e das competições paralelas. Como se as outras equipes, incluindo a própria Espanha, não estivessem participando também das eliminatórias para a Copa do Mundo.

Uma torcida complacente

O brasileiro gosta de bola como ninguém. E não dá desculpa para não ir ao estádio, apesar do preço dos ingressos, do desconforto, da violência, dos maus tratos, dos horários absurdos determinados pela televisão e, muitas vezes do mau futebol apresentado por essas estrelas endinheiradas e cansadas.

País rico é assim

O Maracanã, reformado trocentas vezes, passará novamente por maquiagem para a Copa de 2014, brincadeira que pode custar aos cofres do governo do Rio de Janeiro a bagatela de R$ 1 bilhão. E os caras de pau não ficam nem vermelhos quando admitem estas cifras.

Me engana

A candidatura do Rio de Janeiro para a Olimpíada de 2016 foi a que teve a pior avaliação do Comitê Olímpico Internacional. No entanto o povo não desiste e conta com o apoio do presidente Lula para convencer os membros do COI que o Rio é uma cidade maravilhosamente olímpica. Do festerê com o nosso dinheiro nos Jogos Pan Americanos ninguém lembra, nem mesmo o Lula, que prometeu ir à Copenhague na Dinamarca, dia 2 de outubro, quando o Comitê Olímpico anunciará a cidade escolhida. As concorrentes são Madri, Tóquio e Chicago, uma barbadinha para nós, ricos e organizadíssimos.




segunda-feira, 15 de junho de 2009

Replay salvou o Brasil



"No grito", a Seleção espantou a zebra e venceu o Egito por 4 a 3, nesta segunda-feira, em Bloemfontein, na estréia na Copa das Confederações. O gol da vitória saiu nos minutos finais, em pênalti corretamente marcado após pressão dos brasileiros. (Lancepress)

A Seleção Brasileira chegou a fazer 3 a 1 e jogar em ritmo de treino, mas cedeu o empate por 3 a 3 para o Egito. A vitória só saiu aos 45min do segundo tempo, graças a um pênalti convertido por Kaká. A Seleção escapou por muito pouco de um vexame maior. (Alen Chahad-Renato Pazikas – Terra)

Em uma estréia marcada por panes defensivas em série, o Brasil começou a campanha na Copa das Confederações com uma suada vitória por 4 a 3 sobre o Egito. O time de Dunga se salvou com um pênalti polêmico nos minutos finais. (do Uol)
Nada a comentar, acrescentando apenas que o árbitro só marcou o pênalti depois de ver o replay no telão do estádio. Ela havia marcado escanteio na bola desviada pelo jogador egípcio. Os dois lados dessa polêmica nas palavras do Dunga e dos dirigentes da seleção do Egito:

Vitorioso, o técnico Dunga desdenhou da reclamação dos rivais. "Isso é um problema do Egito, não é um problema nosso. Se vocês deixarem o Brasil treinar desde maio, como o Egito fez, veriam uma partida totalmente diferente", respondeu o treinador brasileiro, saindo do foco do debate.

"O árbitro viu que o jogador não tinha nenhuma marca no rosto e teve a percepção de que tinha colocado a mão na bola", emendou Dunga.

Depois do jogo, a comissão técnica do Egito avisou que a federação do país formalizará uma reclamação junto à Fifa.

"Ele (árbitro) apitou um escanteio. A decisão do pênalti veio de fora, três minutos depois, com o quarto oficial que estava vendo pela TV. O Egito perguntará à Fifa quais são as regras. Queremos isso claro. Nossa federação vai reclamar", declarou Chawki Gharib, auxiliar técnico egípcio. Noticiário do (Uol)


Hora de arrumar a casa

Os jogadores, técnico, dirigentes e parceiros do Avaí precisam parar com aquele nhenhenhém de vestiário após resultados ruins e encarar a realidade porque o time é lanterna do Campeonato Brasileiro e corre o sério risco de voltar à segunda divisão. Nenhuma equipe fica seis rodadas sem vencer por acaso. Não adianta reclamar da falta de sorte, de erros de arbitragem e de oportunidades de gols perdidas. Não serve também alegar que o time joga bem e perde, que os jogadores se esforçam, que a bola bate na trave e não entra, enfim, todas as desculpas nessa hora acabam soando esfarrapadas. A torcida quer entender a razão da insistência com alguns jogadores, da improvisação nas laterais, da ausência de bons reservas para algumas posições, das opções estranhas de Silas por jogadores da parceria em detrimento de valores da casa. Há urgência na qualificação do time e se as correções não vierem logo, babaus série A.

O cachorro e o poste

Para completar a turbulência na domingueira do Avaí, a tentativa óbvia e necessária de ouvir o presidente do clube, João Nilson Zunino, foi rechaçada pela assessoria de imprensa. Um repórter da rádio CBN chegou a ser interpelado grosseiramente pelo assessor Gastão Dubois. O próprio presidente Zunino, ao ser questionado, mostrou irritação com o trabalho normal dos jornalistas. É o poste fazendo xixi no cachorro.

Idem para o Figueirense

Tudo isso que está escrito aí em cima vale para o Figueirense, perigosamente próximo dos últimos colocados da série B. Depois de uma boa arrancada o time mostrou que estava enganando e que, a exemplo do Avaí precisa de arrumação urgente, dentro e fora de campo, com ou sem Roberto Fernandes.

A piada do domingo

Marcelo Souza Néri, que apitou o jogo do Avaí com o Baruerí, e o catarinense Célio Amorim, árbitro em Porto Alegre de Internacional e Vitória, foram os nomes da rodada, com erros grosseiros e prejudiciais aos quatro times em questão. Tem mais, mas fico apenas neste registro, exceção segundo o coordenador de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, ao responder no domingo às críticas sobre as arbitragens do Brasileirão, especialmente nas séries A e B. Bem humorado esse senhor Sérgio.

Aproveitamento zero

As derrotas do Criciúma para o Brasil em Pelotas, e do Marcílio Dias para o Marília em Itajaí, somadas às do Avaí e do Figueirense, fechou um final de semana desastroso para o futebol catarinense. Caso a sequência negativa não seja interrompida, o futuro será tenebroso. Um voltando à segunda divisão, outro caindo para a terceira, e dois rebaixados para a quarta divisão. Que horror!

A realidade

Por enquanto a situação é administrável para os dois times da capital e o Criciúma até pode se recuperar em cima do Marcílio Dias. É cedo, no caso das duas divisões por pontos corridos. Em seis rodadas da série A a diferença é de três pontos da zona intermediária para os quatro primeiros, mesma quadro para a parte de baixo da tabela. Na série B o Figueirense também precisa apressar o passo porque desceu muito na classificação, embora a distância em relação aos adversários acima e abaixo ainda não seja assustadora.

sábado, 13 de junho de 2009

Um parque para Florianópolis, por favor

Caminhando pelo Parque Cidade em Brasília (foto), no final da tarde de sexta-feira, não pude deixar de pensar em Florianópolis e na minha obsessão. Nossa cidade não tem parques, não tem áreas de lazer para a população. Fora a Beira Mar Norte, temos somente um parque em Coqueiros e outro no Córrego Grande, ambos muito pequenos e sem os equipamentos necessários. Já falei com vereadores, conversei ligeiramente com o prefeito Dário Berger, no início do seu primeiro mandato, troquei idéias com jornalistas e com gente que poderia dar um empurrãozinho nessa idéia, mas até agora nada. Ninguém se interessou pelo assunto. Cito sempre como exemplos São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, três capitais importantes, próximas a nós, com imensas áreas verdes em seus centros de maior densidade populacional.

O túnel Antonieta de Barros separa o centro de Florianópolis de um espaço precioso, aquele aterro que nos leva ao sul da ilha. Lugar perfeito para um grande parque, de frente para o mar, todo arborizado, com lagos, pistas para caminhadas, ciclovias, quadras de esporte e outros equipamentos. Infelizmente o prefeito e os senhores vereadores desta maltratada cidade não estão interessados, só olham para seus respectivos umbigos, só têm tempo para o monte de baboseiras e ilegalidades que lhes rendam algum benefício logo adiante. Enquanto isso começam a surgir naquele espaço maravilhoso algumas obras não identificadas e muito suspeitas. As passarelas já foram depredadas e o mato toma conta de tudo, pelo menos até que alguém resolva fazer ali algum evento, como aconteceu recentemente com a RBS. Depois volta tudo ao normal. E eu já estou cansando desta arenga.

Que inveja!!!

Com 420 hectares, o Parque da Cidade - Sarah Kubitschek, por onde tenho andado para perder umas cem gramas, é assinado por três grandes nomes de Brasília. O projeto arquitetônico é de Oscar Niemeyer, a obra paisagística ficou a cargo de Burle Marx e a área urbanística foi desenvolvida por Lúcio Costa. E são muitas as atrações ali existentes, entre elas, parque de diversões, ciclovia, pista para patinação, velocípedes e minicarros, parques infantis, lago com pedalinhos e caiaques, bosques com churrasqueiras e lanchonetes, campos de futebol, futevôlei, vôlei de praia, kartódromo, campo de aeromodelismo, restaurantes, anfiteatro e estádio hípico. O Parque da Cidade oferece três círculos de quatro, seis e 10 quilômetros para a prática de caminhadas, cooper e passeios. Uma beleza, não? Por que não podemos ter uma área assim em Florianópolis?

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Uma semana assombrada e demoníaca

Dunga poderá dormir sossegado nas suas primeiras noites em Bloemfonteim, na África do Sul, enquanto espera pelo início da Copa das Confederações. A classificação para a Copa de 2010 está na mão, garantia de tranqüilidade para o treinador brasileiro. Ao contrario de Maradona, assombrado por duas derrotas consecutivas e pelo o surgimento das primeiras críticas da mídia e de boa parte da torcida que o idolatra pelo jogador que foi. E a primeira visão fantasmagórica para a Argentina na volta às eliminatórias, em 5 de setembro, será justamente o time de Dunga.

O fogo do inferno

A volta de Avaí e Figueirense ao paraíso do Brasileirão depende muito dos resultados deste final de semana em São Paulo e Goiás. Derrotas diante, respectivamente, do Grêmio Barueri e do Atlético Goianiense, remeterão os representantes catarinenses às portas do inferno. O diabinho do rebaixamento passará a freqüentar a Ressacada e o Orlando Scarpelli (em festa pelos 88 anos do clube) nos primeiros dias da próxima semana e o cheiro de enxofre ficará insuportável para jogadores e comissões técnicas. Vale o mesmo para Criciúma e Marcílio Dias, os chamuscados da série C.

Elefantes brancos e caros

Secretário Executivo para assessoramento ao Comitê de Gestão das Ações Governamentais nos Jogos Pan-Americanos de 2007. O nome do cargo é pomposo, e seu ocupante na época, Ricardo Leyser Gonçalves, do Ministério do Esporte, acaba de ser condenado pelo Tribunal de Contas da União a restituir R$ 2,7 milhões aos cofres da “viúva”. A condenação é por superfaturamento em obras para instalação de ar condicionado, montagem de cadeiras, camas, instalações de persianas e fornecimento de colchões, entre outros serviços na Vila Pan-Americana. Vila que por sinal está abandonada, a exemplo de outros equipamentos hoje transformados em verdadeiros elefantes brancos. Parece pouco, mas este é apenas um entre as dezenas de processos a serem desovados pelo TCU.

O da prancheta

Lembram quem é o treinador da África do Sul? É o Joel Santana, o substituto de Parreira, que voltou para o Brasil cansado de guerra e disposto a abandonar o futebol. Pela tevê teremos a oportunidade de rever o Joel e sua prancheta, quem sabe fonte de inspiração para Parreira dar uma ajeitadinha no Fluminense.

Corda no pescoço

E o Uruguai, quem diria, está ameaçado de ficar novamente fora de um mundial. Junto, e ladeira abaixo, estão Colômbia, Venezuela, Bolívia e Peru.

Liderança à vista

O Chile, treinado por um argentino, está em segundo lugar, um ponto apenas atrás do Brasil. E na próxima rodada jogará em casa contra a Venezuela, enquanto o time brasileiro estará em Buenos Aires.



Para reflexão dos nossos dirigentes

Vale a pena vender guris por estrelas ou dívidas?

Do blog Almanaque Esportivo – RBS


Um dilema tem assolado os dirigentes dos clubes brasileiros de elite. Vale a pena vender um garoto das categorias de base e jogar fora dinheiro para pagar dívidas urgentes? Ou para contratar jogadores mais afirmados? Existem casos negativos e exemplos de como isto pode ser uma aposta errada também para o comprador...

Tudo depende de como o garoto é avaliado internamente, e se o jogador a ser contratado representa investimento com retorno praticamente garantido. Por dívidas, não vale a pena pagar. Há casos de jogadores que não confirmaram as expectativas, mas também existem exemplos de grandes craques que saíram por ninharias do futebol brasileiro.

Nesta semana li que o Flamengo quer três garotos das categorias de base do Grêmio, incluindo Mário Fernandes (aquele que sumiu), Saimon e Maylson, ou parte do passe destes garotos. Tudo isto em troca de sete milhões de reais que o Tricolor ainda deve pela compra de Rodrigo Mendes junto ao Flamengo, na Era José Alberto Guerreiro, dívida em fase de execução.

Provavelmente o time carioca não conseguirá tudo que quer, mas o Grêmiocorre risco de perder uma parte do passe destes garotos, sob pena de não liberar todas as penhoras do Olímpico, ponto crucial para a construção da nova Arena, no Humaitá. Flamengo que, aliás, tem negociado garotos de nível médio do time júnior por ninharias para o futebol europeu, apenas para manter as contas mais ou menos (mais pra menos) controladas...

Ainda sobre o Grêmio: a venda do volante Tiago Dutra para o Villarreal por 1.2 milhões de euros deve manter Souza no Olímpico. Isto seria ótimo para o time, já que não existe substituto para Souza no elenco principal e a diretoria tricolor não vê um futuro tão brilhante assim no jovem das categorias de base, que já foi preterido ano passado por William Magrão e Renato Carioca, e que tem Bruno Renan como grande promessa do clube.

Li que o Corinthians, com grande prejuízo em 2008 e no primeiro semestre de 2009, vai conseguir equalizar as contas vendendo o garoto Dodô, zagueiro de 17 anos dos juniores, por valores em torno de 6 milhões de euros. O guri nem jogou no profissional, mas já está sendo observado pelo Manchester United há tempos e deve ser apresentado no início do ano que vem, quando completa 18 anos. Pena que 30% da transferência vai direto para o bolso da Traffic, que tem percentual do passe do garoto...

Quando isto deu certo para o comprador? Em 2006, o Fluminense negociou os gêmeos Fábio e Rafael para o Manchester United. Então com 16 anos, os garotos só foram para a Inglaterra aos 18. Hoje os dois são jogadores do elenco principal do gigante europeu, e Rafael deve assumir a titularidade da lateral-direita.

Outro exemplo clássico ocorreu em 2001, quando o Flamengo vendeu Reinaldo e Adriano, jovens e com atritos com a torcida, pelo já veterano Vampeta. O PSG agradeceu, pois negociou imediatamente Adriano para a Internazionale e Reinaldo jogou bem na França. Já o Flamengo...

Mas isto pode ser também uma negociação vantajosa para o clube brasileiro. Em 2004, Fernandão foi comprado por uma quantia junto ao Olympique Marseille, mais percentuais do passe de João Guilherme e Rodrigo Paulista. O primeiro sumiu e o outro está na China, enquanto Fernandão virou o mais importante jogador do Internacional na história. Negociação semelhante ocorreu no ano seguinte, quando Tinga veio em troca do passe de Marcelo Labarthe e 50% do passe de Cleiton Xavier para o Sporting Lisboa.

Curiosamente os times europeus nunca mais aceitaram negócios assim. Porquê será?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

As ameaças da Fifa

A reunião no Rio de Janeiro entre representantes das cidades-sedes para a Copa de 2014 surpreendeu pelo nível de exigência dos delegados da Fifa. A primeira vítima foi o São Paulo, que teve seu projeto para o Morumbi alterado duas vezes por causa das acomodações destinadas à imprensa. Inicialmente colocadas no anel inferior, as cabines passaram para o anel do meio, mas elas ficarão mesmo é no anel superior. O local previsto pelo projeto original foi considerado muito ruim por causa da má visibilidade. Os clubes brasileiros na maioria dos casos não dão a mínima para este detalhe e costumam reservar para a imprensa os piores locais nos estádios. Em Florianópolis, por exemplo, o Figueirense promoveu várias mudanças no espaço destinado à imprensa no estádio Orlando Scarpelli atendendo recomendações do jornalista JB Telles, o assessor de imprensa na época. Na Ressacada, desde a sua fundação, os jornalistas credenciados trabalham misturados a torcedores e em cabines sem nenhum conforto e praticidade. Só agora o Avaí resolveu pensar no assunto para promover algumas modificações em respeito aos profissionais que ocupam aquela área do estádio.

Menos sedes

Por causa deste e de outros detalhes relativos à infra-estrutura das cidades e de projetos mal elaborados ou sem sustentação, não se surpreendam se a Fifa voltar atrás e reduzir de 12 para 10 o número de sedes brasileiras para a Copa de 2014. O risco existe e é grande segundo informações que circulam junto à alta cúpula da CBF.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Para onde foi o Felipão



O Uzbequistão ou Usbequistão (24 milhões de habitantes) é uma ex-república soviética da Ásia Central, limitado a norte pelo Cazaquistão, a leste pelo Quirguistão e pelo Tadjiquistão, a sul pelo Afeganistão e a sul e a oeste pelo Turcomenistão. Além do território principal, inclui também os enclaves de Sokh e de Iordan, no Quirguistão. Tudo isso aí com uma diferença para mais de 8 horas no fuso horário, o russo como idioma oficial e a capital Tashken com 2 milhões e 700 mil habitantes é o novo local de trabalho do Luis Felipe Scolari. Ele vai treinar o Bunyodkor, principal clube daquele país e que já levou o Rivaldo. Felipão, que já não conseguiu gesticular, gritar ou praguejar em inglês, no Chelsea, certamente dará muito trabalho ao seu intérpetre. O treinador brasieiro aceitou a proposta para 18 mêses de contrato alegando que o projeto é muito interessante. Também acho. Minha conta bancária gostaria muito de conhecer o Uzbequistão.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

De pedágio em pedágio


Quinta-feira última meu amigo Pedrinho Schmitt e eu botamos o carro na estrada e nos tocamos para Brasília. Surpresa agradável: de Florianópolis a Uberlândia, passando pelo rodo anel em São Paulo, encaramos 1.200 quilômetros de estradas duplicadas. Uma maravilha para um motorista preguiçoso como este que vos escreve, uma barbada para o estradeiro Pedrinho. Sobraram até o destino final pouco mais de 400 quilômetros sem duplicação, mas nada que uma direção cautelosa não pudesse superar. Insuperável mesmo são os 21 – isso mesmo, vinte e um – pedágios do percurso até a fronteira de São Paulo com Minas Gerais. Nada contra o pedágio, sou até a favor, desde que o retorno venha em estradas bem pavimentadas e seguras, como no caso presente. O que assusta e intriga são o número de pedágios e as diferenças entre um posto e outro. Começamos pagando R$ 1,10 em Santa Catarina, passando depois por R$ 1,50, voltando a R$ 1,20, subindo para R$ 3,90, descendo para R$ 3,70, ladeira acima para R$ 4,90, descendo mais um pouquinho para R$ 4,70, passando por R$ 5,70, subindo de novo para R$ 7,90 até terminar em R$ 8,70. Licitações diferentes para trechos estaduais e federais e em tempos diversos. A BR-101, por exemplo, é a mais nova em termos de pedágio, por isso o preço mais baixo. Foi o que me explicaram pacientemente alguns amigos entendidos e mais acostumados à burocracia estatal. Tudo bem. Mas precisa picotar tanto pedágio ao longo de 1.200 quilômetros? De repente não se chega a andar nem 30 quilômetros entre uma mordida e outra. Deixei perto de 15 chopes bem tirados nos postinhos arrecadadores.

Pato ou Nilmar, eis a questão


Melhor o Brasil fazer uma boa apresentação diante do Paraguai nesta quarta-feira em Recife. Só assim parte da mídia brasileira dará um sossego ao Dunga, pois a vitória em cima do Uruguai com um bom desempenho do time não apagou a desconfiança sobre o seu trabalho. O pé atrás fica por conta de algumas escolhas não digeridas pelos jornalistas, entre elas a insistência com Kleber, Gilberto Silva e Felipe Melo, a nova descoberta na Europa. Acrescente-se agora a novela sobre quem será o substituto de Luis Fabiano. Para não perder a forma Dunga reluta em confirmar Alexandre Pato, que nem no banco ficou contra o Uruguai. Nilmar estava entre os reservas, mas é convocado novo. Se for esse o argumento para não utilizá-lo contra o Paraguai, por que a sua escolha para a reserva em Montevidéu?

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Vou lá e já volto

Estarei dois dias fora do ar. Portanto, não haverá postagem nova no blog. Vou para a estrada fazer uma viagem longa. Penso em passar por Brasília e dar um abraço no companheiro Lula. Se ele não estiver muito ocupado com suas andanças, claro. Na volta, ou ainda durante o trajeto, eu conto uma boa mentira para meus abnegados leitores. Inté

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O queridinho virou inimigo


Amigos, amigos, sedes da Copa a parte, diriam Delfim e Ricardo

O governo do estado, na palavra da sua maior autoridade, o governador Luiz Henrique, já tem um culpado pela eliminação de Florianópolis como uma das sedes da Copa de 2014. O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, teria marginalizado a capital catarinense, agindo politicamente em favor de Natal. Esta acusação ganhou corpo a partir das primeiras manifestações, ainda em Nassau, do secretário de Cultura, Turismo e Esporte, Gilmar Knaesel. Nessa má hora o sempre presente presidente da Federação Catarinense, Delfim Peixoto, virou Conceição, como aquela música celebrizada por Caubi Peixoto: “sumiu, ninguém sabe, ninguém viu” Claro, fica chato ouvir falar mal do “chefe” e não poder contrariar as más línguas para defendê-lo das acusações.

Baixaria no rádio e na tv


(Por Antunes Severo - do boletim Caros Ouvintes - com foto da menina Maísa)



Alguns comunicadores se imaginam acima do bem e do mal… Até para os mais velhos de idade, como é o caso deste colunista, acostumado com muitas mudanças de comportamento do brasileiro vida afora, a reação é de espanto ao ver e ouvir linguajar tão baixo no rádio e na TV.
Para exemplificar como os tempos mudaram, lembro de um fato ocorrido na ex-Rádio Mulher, de São Paulo, programa de Hebe Camargo, início dos anos 1980. A famosa apresentadora recebeu a visita de uma esteticista americana que mal falava o português. Abordando os traseiros femininos, ela disse que a bundinha da mulher brasileira geralmente era durinha.
Passados alguns dias, aquela rádio foi advertida – acho que pelo Contel, Conselho Nacional de Telecomunicações –, órgão que na época controlava o rádio e a TV, com a ameaça de que se a palavra bundinha fosse novamente ao ar, a penalidade poderia determinar até interrupção de sua transmissão.


De lá pra cá, houve uma liberação exagerada e hoje apresentadores de programas de ambos os veículos usam e abusam de palavreado de baixo nível num linguajar nada recomendável. E existe alguns, como Silvio Santos, que se imaginam acima do bem e do mal e acham que tudo podem fazer diante de microfones e câmeras.
Recentemente, o famoso animador das tardes de domingo extrapolou na apresentação de um quadro ao lado da menina Maisa – então com apenas seis anos de idade – claro que em busca de uma audiência fácil. Suas brincadeiras de mau gosto fizeram a míni artista chorar aos prantos.

A pequena Maisa não suportou o susto que lhe deu um menino maior que ela que apareceu em cena maquiado de monstro. Aí um bote de desinteligência de SS: chamou Maisa de medrosa e de “cagona”, demonstrando a pequenez de algumas de suas ações no seu SBT.
Essa agressão verbal figurou por inteiro no YouTube (já foi tirada do ar), realmente um triste episódio da TV brasileira, o qual não passou despercebido de alguns membros do Conselho Estadual dos Direitos da Criança (SP) que acionaram de imediato o Ministério Público Federal. O choro de Maisa virou caso de Justiça. A cena dela chorando de medo de um monstro falso, que foi ao ar no dia nove de maio, e outra imagem dela novamente chorando, após bater a cabeça em uma câmera no Programa Silvio Santos, noutro domingo, geraram uma série de representações públicas no MP.


E o Ministério Público de São Paulo não tardou para agir: em nota oficial, afirma que advertiu o SBT, avisando que poderá reclassificar o horário do “Programa Silvio Santos”, de 10 para 12 anos, “por conter exposição de pessoas a situações constrangedoras, com a agravante de envolver uma criança”.
Maisa foi impedida de atuar ao lado do chefe Silvio Santos e uma ação civil pública contra o SBT, promovida pelo Ministério Público do Trabalho, pede à Justiça que a emissora pague R$ 1 milhão de indenização aos trabalhadores, é o que conta o jornal Folha de S. Paulo.


Segundo a Folha, o valor seria revertido para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). O MPT contesta o trabalho de Maisa da Silva Andrade, alegando dano moral coletivo. A ação civil pública acompanhada de um pedido de liminar é de autoria do procurador Orlando Schiavon Júnior, da Procuradoria do Trabalho no Município de Osasco, que deu entrada na sexta-feira (22 de maio) e ainda não foi analisada pelo juiz da 2ª Vara do Trabalho de Osasco.


Ainda de acordo com a Folha de S. Paulo, a procuradoria quer mais controle sobre o trabalho de Maisa e liberou a garota de gravar nas tardes de quarta-feira. Além dos episódios em que Maisa chorou no “Programa Silvio Santos”, no quadro “Pergunte a Maisa” (barrado através de autorização judicial), a procuradoria cita ainda o fato de a garota ter substituído os apresentadores Yudi e Priscilla durante as férias deles em janeiro.


O trabalho para menores de 16 anos é proibido, mas autorizado em algumas manifestações artísticas desde que cumpra algumas obrigatoriedades, como poupança para o menor, e que não prejudique os estudos da criança.
Veja o que a escritora Lya Luft escreve sobre Maisa e Silvio na abertura de sua coluna na revista Veja desta semana (edição 2115):
“Fui uma das primeiras meninas a usar calças jeans na minha pequena cidade. Uma de minhas avós, luterana fervorosa, embora fosse uma mulher culta, exclamou: ‘Isso é o fim do mundo!’ Nem o mundo acabou nem deixaram de acontecer coisas bem mais esquisitas, a me recordar aquele episódio, que na hora achei muito engraçado.
Lembro-me dessa expressão com certa frequência. Por exemplo, quando uma criança de seis anos serviu de atração num programa de TV, eventualmente chorando de medo, nervosismo ou cansaço. Ninguém interveio logo. Se levassem a um programa desses, semana após semana, um filhote de cachorro para fazer gracinhas, as sociedades protetoras dos animais já estariam reclamando. (Quem cuida dos humanos?)
Finalmente, uma promotora impediu a criança de exercer esse trabalho. Parabéns – e que não haja recurso”.


Na programação vespertina da TV, comunicadores que ganham de 100 a 500 mil reais por mês, estão a desserviço da família brasileira. Entre 16h e 19h a baixaria tomou conta da telinha de três canais (Record, SBT e Bandeirantes).
A impressão que dá é que essas três emissoras, naquela faixa horária, estão disputando o primeiro prêmio de um concurso “Quanto pior, melhor…”. Depois, ainda tem gente que vive perguntando como a Globo consegue permanecer por tanto tempo na liderança da audiência nacional. Para enfrentar concorrentes assim, não é preciso fazer muita força.
No rádio também há um festival de asneiras. Existem programas “explícitos” que abordam assuntos relacionados ao sexo, de forma direta, chula e apelativa, sem nenhuma preocupação se crianças estão ouvindo.
Apresentadores (sic) discutem sobre o tamanho do pênis: Os “bem dotados” dão ou não mais prazer à mulher na hora de fazer amor. E até algumas sexólogas (?) de plantão, sem papas na língua, orientam de forma “bem explicadinha” tudo sobre como melhorar a performance sexual entre iguais ou não.


Na Rede TV, num recente programa “Superpop”, registra o colunista Daniel Castro, da Folha de S. Paulo: “Luciana Gimenez pediu para Renata Banhara, que tentava se equilibrar em um monociclo, deixar a “perereca” livre e segurar no “pau”.
Outra constatação é que o linguajar vulgar começa a ser usado inclusive na apresentação de programas noticiosos. Sexta-feira (15 de maio), Renata Maranhão, apresentadora do programa Leitura Dinâmica, saiu-se com esta logo na escalada das manchetes: Presidente Lula fica P da vida… (isso com referência á CPI da Petrobras). Ainda bem que ao ler a notícia ela não deu explicação para o P…


Na onda de acompanhar de perto o jeito desrespeitoso e abusado de falar da juventude de agora, algumas emissoras de rádio e TV seguem a moda e assumem postura deselegante e inaceitável desqualificando ainda mais o nível da conversação. Isso sem falar da agressão ao bom português.
A pergunta que fica no ar: Até quando nossos legisladores e o ministério competente (das Comunicações) permanecerão silentes quanto às barbaridades que diariamente os meios de comunicação, rádio e TV, despejam nos lares brasileiros?