quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Quinta-feira

A fonte da juventude

Desde que entrou para a série A do Brasileiro o Figueirense tem alcançado sucesso com a recuperação e aproveitamento de jogadores trintões. Marginalizados ou simplesmente rodando pelo País, os “velhinhos” chegam ao Orlando Scarpelli, tomam o soro rejuvenescedor, viram estrelas do time e queridinhos da torcida. Assim foi com Cleber, Evair - o único que saiu brigado com os torcedores -, Edmundo, Sérgio Manoel e César Prates. Seguindo a trilha da fonte chegou Rodrigo Fabri, 32 anos, também com boa quilometragem e a nova aposta do Figueirense e sua receita regeneradora.

Sem festa

Alguém conhece uma tribo que goste mais de samba, pagode e assemelhados do que jogador de futebol? Por suposto não se pode imaginar essa turma fora do Carnaval, seja na rua simplesmente batendo uma latinha ou, como geralmente acontece, desfilando em até mais de uma escola de samba. Vale para qualquer canto do nosso imenso país. Lembrem, por exemplo, do Rio, de Recife, da Bahia e, por que não, de Floripa e adjacências. Pois a cartolagem se encarregou de estragar a festa desse povo, graças às suas fórmulas mirabolantes e o aperto do calendário. Só para se ter uma idéia da maluquice e falta de sensibilidade, o jogo entre Figueirense e Criciúma estava programado para a noite do sábado de carnaval. “Corrigiram” em tempo, mudando para domingo à tarde. Mas não livraram a boleirada das concentrações, aquelas que não têm nada a ver com o espaço destinado ao esquenta das escolas.

Isso é que é

Desorganização. Como é que se define um campeonato cuja tabela é norteada pelos asteriscos? Tem jogo quase todo o dia, tem clube que já disputou cinco rodadas, outros apenas três.

Unanimidade

Fosse eu o único a enxergar o árbitro José Nazareno com um físico de lutador de sumô, poderiam dizer na sede mais linda do sul do País que é implicância deste escriba. Conferi, só por cisma, outras colunas, alguns programas esportivos e comentários pós jogo de Brusque. A opinião é geral de que o cara está mesmo fora das medidas e do peso recomendáveis para um árbitro de futebol.

Idem

E para não dizerem que só falo mal do nosso campeonato, passo uma curtinha sobre os cariocas. Eles também inovaram - e pioraram - o deles,, aumentando o número de clubes e fazendo com que os grandes Vasco, Flamengo, Botafogo e Fluminense só enfrentem os pequenos no Maracanã ou no Engenhão. Desfiguraram a competição e mataram a combatividade dos times que ganham força quando jogam em suas seus diminutos estádios.

Desconfio

O inglês David Beckham esteve em Natal lançando um empreendimento tipo resort em um dos lugares mais lindos e ainda pouco explorados daquela capital. Talvez para não despertar a desconfiança ou a ira dos defensores do meio ambiente, o jogador anunciou que junto aos interesses imobiliários estarão os sociais, com a construção de um estádio para 10 mil pessoas e escolinhas de futebol. O projeto prevê também um campo de golfe. Isso é o que se chama inclusão social em alto estilo.

Patacoada

Os jornais gaúchos estão com as caixas de e-mail entupidas com críticas ao excessivo espaço reservado aos primeiros passos de Alexandre Pato na Itália. Os jornalistas do estado vizinho se defendem alegando que os diários italianos não deixam passar um dia sem alguma matéria alusiva ao paranaense revelado pelo Inter. Uma pela outra, ninguém supera nossos narradores e comentaristas televisivos. E quarta-feira tem a seleção em Dublin.

Via crucis

Nilmar segue seu calvário provocado por lesões. Primeiro foram os joelhos, agora é a musculatura. Se não tiver metade da força de Ronaldo Nazário, que também passou por lesões graves, o fim da carreira para Nilmar virá mais cedo do que se espera, o que não desejam os fãs do futebol e de um atacante de exceção como ele é.

Falta de assunto

A grande polêmica instalada no Rio de Janeiro é sobre o esquema adotado por Renato Gaúcho no Fluminense. Dois ou três atacantes? Quem vai para o banco? Leandro Machado, Washington ou Dodô? Conversa fora

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Terça-feira

Os donos das federações


O caderno de esportes de O Estado de São Paulo trouxe sábado um levantamento completo das federações estaduais, seus presidentes e suas traquinagens. Notícia velha. Estamos todos cansados de saber quem são e o que fazem esses senhores. A novidade surgiu com a divulgação das manobras executadas (mudança de estatuto) pelos aplicados alunos de Ricardo Teixeira para se perpetuarem no poder, usando como pretexto o Mundial de 2014 no Brasil. Delfim Peixoto Filho está em terceiro lugar no ranking montado pelo Estadão, completando no ano seguinte à copa brasileira, 29 anos de dedicados serviços prestados ao futebol catarinense como presidente da nossa (dele) Federação. O segundo colocado é Antônio Lopes, do Acre, com 31 anos. O campeão, que promete ficar só até 2011, é José Gama Xaud, de Roraima. Até agora oito presidentes de federações estenderam seus mandatos, imitando o chefe Teixeira. Emociona ler as justificativas e as queixas por tanta abnegação: “Ser presidente há tanto tempo cansa...” “É preciso gostar muito de futebol...” O doutor Delfim, que em outubro do ano passado estendeu o seu mandato, disse ao jornal paulista que lamenta não ter oposição. “Eu gostaria de ter alguém com quem concorrer. Mas, infelizmente...” Juro que não inventei isso. Está lá, com todas as letras, no Estadão do último sábado.


Fora de rota


Segue normal o campeonato catarinense, apesar da programação estapafúrdia de alguns jogos. Domingo, 20h30, por exemplo. Fora mesmo do contexto estão a Chapecoense, campeã de 2007 hoje lanterna junto com o Cidade Azul. E dá para dizer, com segurança, que o Marcílio Dias é a grande decepção deste início de campeonato.


A bela e a fera

Heloísa Martinello, apenas 21 anos, é a nova atração da arbitragem catarinense. Trabalhou domingo no trio de Brusque com o gorducho José Nazareno, que está mais para lutador de sumô. Com barriguinha e tudo.


E agora?

Como vai se comportar José Carlos Bezerra, homem forte da Comissão de Arbitragem, depois das críticas contundentes do Figueirense ao seu filho Paulo Henrique, depois da partida com o Guarani? E qual será a reação do presidente da Federação, Delfim Peixoto, sempre tão próximo ao clube do Estreito? No Figueirense falou-se até em veto ao Bezerra filho.


Inexplicável

Gostaria de saber que critérios foram utilizados para considerar como seguro o estádio Augusto Bauer, do Brusque, e que também está sendo servindo ao Metropolitano. No jogo com o Avaí, domingo, apareceu aquele tipo de arquibancada que ano passado feriu torcedores com o desabamento de alguns degraus. Deu para notar, também, torcedores pendurados em uma parte do alambrado que balançava mais que trapézio de circo.


Mais um

Os juvenis do Figueirense completaram domingo, em São Paulo, uma série invejável de títulos conquistados pelas categorias de base. Depois dos estaduais no infantil, juvenil e juniores, veio a Copa São Paulo e, por último, a Copa Internacioal de Futebol Juvenil. Além de aumentar a galeria de troféus e ganhar visibilidade nacional, o Figueirense tem a expectativa de um futuro com bom aproveitamento de jogadores formados em casa. É o retorno de um investimento que muita gente boa não leva a sério no futebol brasileiro.


Bundões

O técnico Luís Felipe Scolari avisou que jogador baladeiro, que não cuida da forma física e deixa a bunda crescer, não tem vez no seu time. Felipão quer uma seleção de Portugal esbelta, com jogadores fininhos, parecidos com modelos de passarela. Vale mais que nunca, nesse caso, aquele ditado do macaco que nunca olha para o seu rabo. Quando zagueiro, Felipão ostentava um “derriére” fora das medidas, digamos, aceitáveis.


Patriotadas

Pato fez os dois gols na vitória do Milan sobre o Genoa e voltou a ser muito aplaudido pelos torcedores e incensado por determinados jornalistas. Mais difícil do que agüentar a dura marcação adversária deve ser driblar os exageros de setores da mídia esportiva brasileira, principalmente narradores e comentaristas de tevê.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Sábado/domingo

O valor de uma conquista

O título brasileiro de juniores, conquistado pelo Figueirense ontem pela manhã em São Paulo, ganha significado especial quando se examina a forma como competições dessa categoria são encaradas pela maioria dos clubes, federações estaduais e pela própria mídia esportiva. O Figueirense colheu em 2007 o que sua diretoria vem plantando nos últimos anos investindo cerca de R$ 2 milhões anuais nas divisões de base. Ganhou um título brasileiro e foi campeão estadual de infantis, juvenis e juniores. Em se tratando de futebol catarinense isso é quase uma exceção. Os garotos geralmente não merecem a devida atenção em seus clubes e jogam quase sempre escondidos em centros de treinamento ou gramados mais próximos de pasto do que um campo de futebol. Sem falar nos horários, cada vez mais distantes do público e de uma mídia que costuma ignorar jogos da base. Em São Paulo o Figueirense mereceu atenção somente na partida decisiva, e assim mesmo de apenas um jornal estadual de um solitário repórter de rádio de Florianópolis. Agora está todo mundo enaltecendo o feito catarinense, um oba-oba natural diante da importância deste título. Mas, até então, apenas as tevês por assinatura garantiam o merecido espaço ao futuro de clubes e seleções brasileiras.

Alienação

Kaká pode professar a fé que bem entender e fazer o que quiser com o seu dinheiro. Só não pode ignorar que sua igreja tem como líderes bispos encrencados com as justiças brasileira e norte-americana. Além do dízimo que chega a quase R$ 2 milhões anuais, Kaká entregou à igreja Renascer em Cristo o troféu que ganhou como o melhor jogador do mundo em 2007. Sem esquecer que na final do Mundial de Clubes ele utilizou por baixo da camisa do Milan uma outra enaltecendo Jesus com inscrições em inglês. É muita bobagem para um craque só.

Fio do bigode

Não vale para o governador Luiz Henrique, como valia em outros tempos passados, apenas a garantia de cumprimento de compromissos assumidos. O Guarani e a comunidade de Palhoça esperaram em vão o dinheiro prometido em papel assinado para o clube reformar seu pequeno estádio. Até placa de agradecimento apareceu nos últimos jogos do campeonato de 2007. Como ninguém no governo fala mais no assunto o Guarani está estudando proposta de uma empresa paulista que, em troca do terreno do estádio Renato Silveira, construiria outro estádio e um centro de treinamento. Enquanto isso o time tem que jogar no vizinho, a Ressacada, uma vantagem para o Avaí que jogará uma partida a mais em casa.

Guilhotina é pouco

De quem será a cabeça iluminada que programou o jogo entre Figueirense e Criciúma para a noite do sábado de Carnaval? Remendaram transferindo para domingo à tarde, por sugestão da Polícia Militar, sobrecarregada de trabalho naquele período.

É proibido proibir

Como é que o estádio do Brusque continua com uma arquibancada metálica atrás do gol à direita das cabines? No mesmo local onde ano passado desabaram alguns degraus ferindo torcedores do Avaí. Até onde se sabe havia uma proibição para instalações deste tipo nos estádios de Santa Catarina, determinação que obrigou o Brusque a desmontar aquela arquibancada e impediu o Guarani de Palhoça de jogar em seu estádio.

Sugestão

Não é só a Federação Paulista que não quer saber da bandeirinha Ana Paula. O carnaval carioca também não verá a musa da arbitragem porque ela foi desconvidada pela escola de samba Salgueiro, por quem desfilaria no carro alegórico que representará o Maracanã. Quem sabe a nossa Federação, convida a Aninha para alguns trabalhinhos por aqui? E que tal a passarela da Nego Quirido, em Floripa? Nem precisaria de ensaio por alguma escola da Capital, como exigia a turma da Salgueiro e demitiu a moça por excesso de faltas. Vocês não acham melhor que Tardelli e companhia??

Overdose

Futebol seis dias por semana, na tevê ou nos estádios, enche o saco de qualquer um. Até os responsáveis pela segurança acabam pedindo água. Começou ontem, tem mais no sábado e domingo.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Quinta-feira

Lei é lei

Graças a uma liminar da juíza Marivoni Kuncikoski Abreu, da 1ª vara cível de Florianópolis, as emissoras de rádio poderão transmitir jogos do Campeonato Catarinense sem pagar pela utilização de cabines. A decisão atende a um recurso da Associação Catarinense das Emissoras de Rádio e Televisão contra a cobrança de 900 inserções de 30 segundos em dias úteis, exigência da Associação de Clubes, prontamente encampada pela Federação e seu presidente. Direito de Arena, segundo a magistrada concluiu e está na Lei Pelé: só para transmissões das emissoras de televisão.

Pingo nos is

Tudo no seu devido lugar porque, quem conhece os estádios catarinenses sabe onde é possível trabalhar sem risco de levar choques, sujar a roupa e usar um banheiro sem medo de ser infectado. E só um clube – o Figueirense – por sua conta, risco e envolvimento da sua assessoria de imprensa, proporciona hoje boas condições de trabalho aos profissionais de qualquer mídia. O resto está na vala comum do desleixo e falta de respeito.

Quem é quem

Não sei (mas imagino, basta ler a resolução da FCF) quem enfiou na cabeça dos dirigentes da Associação de Clubes esta bobagem de cobrar pela utilização de cabines. O Guarani e o Metropolitano, por exemplo, que jogam na casa do vizinho, vão cobrar o quê e de quem? Além do mais, uma entidade que permite a participação de clubes sem um mínimo de condições, não pode ser levada a sério. Muito menos as competições por ela promovidas. Como aconteceu ano passado, quando teve clube que ficou pelo caminho na divisão de acesso ou sei lá que nome tinha o tal campeonato. Em 2009 vou inscrever o time da minha rua e quero ver quem vai dizer o contrário.

Tadinha

A bandeirinha Ana Paula foi reprovada pela segunda vez, vejam só, em um teste físico pela Comissão de Arbitragem da Federação Paulista. A Paulinha, sensação da revista Playboy ano passado, não poderá trabalhar nos jogos da divisão principal, só naqueles do interiorzão mesmo, nas tais divisões inferiores, bem escondidinha. Francamente, reprovar a moça – e duas vezes – em teste físico!!! É ciúme dessa turma da Federação ou os caras não são do ramo e jogam em outro time.

Bons meninos

Edmundo voltou para o Vasco beijando a camisa e garantindo que suas rusgas com Romário estão superadas. Roger foi para o Grêmio prometendo dedicação total porque estará longe das badalações e compromissos sociais irrecusáveis do eixo Rio-São Paulo. Pelo jeito Eurico Miranda saldou a dívida do clube – falam em R$ 14 milhões - com o Mundinho e Roger pensa que Porto Alegre é o local perfeito para um retiro espiritual.

Pois agora

O Figueirense insiste na sua versão de que não havia ambulância na Arena do Joinville domingo. Tanto que o zagueiro Felipe Santana foi levado a um hospital após o jogo em um carro particular. O médico Sérgio Parucker, preocupado com o estado do jogador, decidiu não esperar por uma providência dos dirigentes locais que alegam não ter como colocar uma ambulância no gramado. O Joinville e a Federação vão ter que resolver isso de alguma forma, pois trata-se de uma exigência do regulamento da competição e, mais que isso, do Estatuto do Torcedor (artigo 16). Derrubem paredes, criem acessos, se for preciso. Ou então rasguem a legislação.

Lá como lá

A FIFA e a UEFA pagarão, até 2014, cerca de R$ 450 milhões aos clubes que cederem jogadores para seleções. Vale como garantia de seguro para os eventuais convocados. E amistoso fora da Europa, só um por ano. Por aqui, a CBF ainda não sabe nem como vai preparar a seleção olímpica para Pequim.

Time de vampiros

Por sugestão de Romário e de Alfredo Sampaio, seu fiel escudeiro, o Vasco agora treina à noite. É para acostumar os jogadores aos horários de algumas partidas, justifica a dupla. O calor do Rio de Janeiro deve mesmo incomodar, principalmente a Romário, alérgico às primeiras luzes do dia e acostumado a trabalhar só a partir do entardecer.

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Terça-feira

Já?


Pensei que as críticas e denúncias sobre o estado de abandono das arenas construídas para os Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro chegariam mais ou menos em torno de cinco anos. Tempo demais. Passados apenas seis meses e a Folha de São Paulo, em matéria publicada domingo, alerta que os equipamentos esportivos estão às moscas ou foram repassados para a iniciativa privada a custos irrisórios. Nessa brincadeira que custou cerca de R$ 4 bilhões aos cofres públicos estão listados um parque aquático, um velódromo, estandes de tiro, canchas para hipismo e uma moderníssima arena multiuso, entre outros. O estádio João Havelange, o Engenhão (45 mil lugares – R$ 380 milhões), foi praticamente doado ao Botafogo. O clube do coração do prefeito carioca César Maia pagará de aluguel, durante 20 anos, suaves R$ 36 mil mensais.


Cadê?


Lembram da Timemania? Até hoje não vingou, mas a Caixa Econômica Federal promete acabar com a expectativa dos clubes e da imprensa com pompa e circunstância dia 17 de fevereiro, quando acontecerá a festa de lançamento de mais esta loteria brasileira
.


Prontuário cheio


Quem mexe com a natação e conhece do assunto sabe até onde vai o envolvimento de Rebeca Gusmão e a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos nos episódios do doping no Troféu José Finkel ano passado. Seu exame acusou taxas anormais de testosterona exógena e o julgamento, marcado inicialmente para dezembro pelo Tribunal de Arbitragem Esportiva, com sede na Suíça, será realizado somente dia 3 de março. E ainda continuam sob suspeita de falsificação os exames realizados durante o Pan-Americano.


Candidatura forte


Foram apenas duas rodadas, e uma delas pela metade, mas Guarani de Palhoça, Metropolitano e Cidade Azul (ou será Atlético Tubarão?) são os meus eleitos para o rebaixamento. Isso se chegarem ao fim do campeonato. Não há dinheiro nem para alimentação e transporte.


Embalagem é o que vale


Só a Federação Catarinense seria capaz de perpretar um campeonato com rodadas espicaçadas e jogos em cinco dias da semana. Como tem a anuência dos clubes, os maiores interessados, a bagunça está oficializada. Mas dizem que a cascata da sede nova é linda. Falta só colocar peixinhos nadando no lago.


Cartas marcadas


E ninguém fica vermelho depois de “sortear” Wagner Tardelli para apitar os dois jogos mais importantes nas duas primeiras rodadas do campeonato.


Irresponsabilidade


Um jogador do Joinville e outro do Figueirense, machucados com gravidade domingo, depois de um choque de cabeça, não tiveram o devido atendimento na Arena. Wagner Tardelli demorou a interromper o jogo, depois permitiu que o atleta do Joinville ficasse em campo completamente trôpego – onde estavam o departamento médico do Joinville e a sensibilidade do técnico Valdemar Lemos? –. Por fim, Rodrigo Prisco Paraíso, dirigente do Figueirense, reclamou da falta de atendimento adequado no estádio.


Registros


Em uma rodada e meia as duas vitórias do Criciúma fora de casa, e as boa estréias de Figueirense e Avaí são as notas positivas da abertura do campeonato catarinense. O começo ruim da Chapecoense, campeã de 2007, e os fiascos de Guarani e Metropolitano foram as decepções. As duas apresentações do Marcílio Dias em casa deixaram a torcida com a pulga atrás da orelha.


Chuvisco


Problemas de áudio e imagem prejudicaram bastante a transmissão da Record no jogo entre Joinville e Figueirense. Na metade do segundo tempo a imagem desapareceu de vez, ficando só o áudio. Por essas e outras é que a RBS anda muito assanhada tentando recuperar os direitos do campeonato catarinense.


Nacionais


Vasco, Inter e Corinthians fracassaram em suas estréias, contrariando todos os prognósticos. A administração anárquico-ditatorial vascaína vai levar o time para o buraco este ano. Os corintianos entusiasmados com a estréia vitoriosa amargaram uma quase goleada para o São Caetano, enquanto no Rio Grande do Sul começou a gangorra às avessas. O Grêmio ganhou fácil e o Internacional parou diante do homônimo de Santa Maria.

sábado, 19 de janeiro de 2008

Sábado/domingo

Nosso pobre rico futebol

O futebol brasileiro todo ano começa cheio de novidades. São os campeonatos estaduais que, apesar dos pesares, mantém o torcedor ligadíssimo. É cada vez mais difícil acompanhar, seja qual for o grau de interesse por clube ou por estado, as informações produzidas pela mídia especializada com um leque cada vez mais diversificado de opções. A renovação é ampla, geral e irrestrita nos elencos e comissões técnicas, um drible à falta de organização e de estrutura da imensa maioria de clubes e entidades que dirigem o futebol no país. Os grandes centros comandam o espetáculo. No Rio tem estrelados de várias origens na dupla Fla-Flu e no Botofogo. O Vasco aparece como o patinho feio em uma competição inchado por 16 clubes e acréscimo de quase 50% no preço dos ingressos. No campeonato paulista quem dá o tom é o São Paulo cheio de craques, mas o novo Corinthians, a Portuguesa do italiano Benazzi e o Palmeiras do super-Luxemburgo fazem o contraponto em alto estilo. Só o Santos destoa, dando razão às lamúrias do sempre queixoso Leão. Em Porto Alegre Grêmio e Inter começam o ano um pouco distanciados pela qualidade, o que nem sempre é garantia de título em um estado dividido entre o azul e o vermelho. Vale o mesmo para os mineiros com Atlético e Cruzeiro. Santa Catarina e Paraná, norte e nordeste pintam este cenário com outras cores e adaptações às suas peculiaridades e limites.

Raridade

De tudo o que se analisa neste início de temporada o campeonato catarinense se destaca pelo inusitado. Dois entre os doze participantes não tem estádio – onde não existem estádios de municípios ou do Estado – e um deles tem dois nomes para escolha do torcedor: Clube Atlético Tubarão ou Cidade Azul.

Violência

Apesar dos cuidados da Polícia Militar e de seu experiente comando, o campeonato catarinense começou muito mal fora do campo. A batalha de Itajaí, entre torcedores de Marcílio e Criciúma, só não terminou em morte pela pronta intervenção policial. Ainda assim teve gente ferida necessitando de atendimento nos hospitais da cidade. Enquanto esse tipo de torcedor não for afastado dos estádios, não existe planejamento de segurança que dê jeito. Temo pelo futuro do nosso campeonato especialmente quando os incidentes acontecerem dentro de estádios liberados pela Federação Catarinense e pela própria PM.

Pilatos

Nossos vizinhos do Rio Grande vivem problemas parecidos. Começando neste final de semana, o campeonato gaúcho ainda tem os estádios do Passo da Areia, na Grande Porto Alegre, onde joga o São José, e o do Veranópolis, na Serra Gaúcha, sem liberação pela Brigada Militar. A Federação Gaúcha imita suas coirmãs, deixando tudo para a última hora ou simplesmente lavando as mãos.

Mulherengo

O meia Roger esgotou suas possibilidades nos mercados carioca e paulista e foi parar no Grêmio, sob desconfiança da mídia local e do torcedor. Freqüentador de ponte aérea, da vida mundana, e namorador dos bons, a chegada do jogador por enquanto só não foi reprovado pela mulherada gaúcha.

Questão de gosto

Atenção praieiros, apreciadores do sossego à beira mar, praticantes da pesca amadora, velejadores, enfim, curtidores do litoral, da brisa, da sombra e água fresca. Protejam-se. Fujam de Piçarras e proximidades e escondam seus instrumentos de “trabalho” como esteiras, cadeiras de praia, varas de pescar, barquinhos a vela e assemelhados. Vem aí a turma do jet ski para mais uma silenciosa e nada poluidora competição.

Qual é a minha?

Depois de ler a nota acima – a segunda que escrevo sobre o mesmo assunto – alguém pode pensar que é implicância com um esporte que nos dá um campeoníssimo como o Alesssander Lenzi, representante de Jaraguá do Sul. Simples: façam uma enquete com alguns dos listados na mesma nota e entenderão as razões da rejeição que, garanto, não é apenas deste humilde escriba. E imaginem, por exemplo, esse povo andando de jet em alguns dos poucos santuários marítimos que ainda existem em nosso litoral.











quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Quinta-feira

Demorou

São muitas as variantes que decretaram a aposentadoria do Guga, mas duas foram determinantes: a questão física, de conseqüências danosas para sua condição técnica, e a necessidade de manutenção do prestígio conquistado ao longo de 13 anos de carreira. O maior tenista brasileiro de todos os tempos tinha que deixar logo as quadra, pois despencara no ranking, vinha jogando grandes torneios só como convidado e sofrendo derrotas nas primeiras rodadas para adversários inexpressivos. Talvez por isso a parada de Guga devesse ter acontecido já em 2007.

Dupla falta

Tem gente que gosta de brigar com a noticia. Vale tudo para um desmentido que acaba contrariado pelos fatos. Como aconteceu agora nesse assunto do Guga. Enquanto o jornal O Estado de São Paulo, há quase duas semanas publicava matéria assinada pelo repórter Chiquinho Leite Moreira anunciando a aposentadoria do tenista catarinense, tinha gente querendo negar o óbvio. Para desacreditar uma informação correta ou simplesmente por não ter se dado conta em tempo do que estava por acontecer. Quem confiou mais na assessoria de imprensa do tenista – e foi muita gente - cometeu dois grandes cochilos jornalísticos.

Gol contra

A Associação Catarinense de Clubes quer cobrar das rádios pela utilização de cabines durante o campeonato estadual. O pagamento mensal serie em torno de R$ 900 reais por emissora transformados em inserções publicitárias. A não ser pelas cabines administradas pelas próprias rádios, a maioria na verdade não vale um tostão furado. São imundas, com fiações expostas, lâmpadas queimadas ou inexistentes, cadeiras e mesas quebradas – quando tem – e pocilgas como sanitários. O descalabro não vale somente para os pequenos estádios. Tem clubes entre os chamados grandes perfeitamente enquadrados no quadro descrito acima. A Associação Catarinense de Cronistas Esportivos entrou muda e saiu calada neste e outros episódios.

Pimenta no dos outros

Li no Diarinho que tem dono de rádio achando tudo normal e disposto a aceitar a exigência dos clubes. Claro, a maioria não freqüenta estádio e nem tem que ralar duas vezes por semana, no mínimo, nestes cercadinhos chamados de cabine.

Só pra confirmar

Uma pesquisa do Instituto Datafolha diz o que todo mundo já sabe faz tempo: Figueirense e Avaí estão igualados em 2% na preferência do torcedor brasileiro. A liderança, claro, pertence ao Flamengo com 17%. O Corinthians é segundo com 12%.

Saara

Já tem jogador protestando contra a idéia de jogos às 11 horas da manhã aos domingos. Coisas da cartolagem paulista para acomodar interesses das televisões. Eles não jogam, mas sacrificam quem entra em campo com o sol do meio dia. Depois que na Copa dos Estados Unidos (94) marcaram partidas para este horário tudo é possível.

Quanto mais longe...

O Figueirense foi se esconder nos quintos dos infernos sob o calor de 40 graus de Foz do Iguaçu. E sem abandonar a idéia de treinos secretos. Para jogar o campeonato catarinense, Gallo? Os cariocas e paulistas dominam a Comissão Técnica estão irmanados no objetivo de atormentar a vida dos repórteres e antipatizar cada vez mais o clube. Não querem saber de proximidade com imprensa e torcida.

Compensação

Menos mal que as divisões de base do Figueirense continuam em alta. Os meninos fazem bonito na Copa São Paulo de Juniores, classificados para as oitavas de final. Falta uma vitória no mata-mata da sexta-feira para igualar a campanha de 2007. E com uma das equipes mais jovens da competição, média de idade de 17 anos.

Caras nem tão novas

Quem passou por experiências com Afonso e Wagner Love agora tem Luís Fabiano, mais Adriano, Ronaldo e Nilmar em recuperação, e ainda a revelação de Alexandre Pato. Se procurar bem aparece mais.

Opções

O coronel Eliésio, comandante geral da PM, usa sua experiência no controle da arquibancada e tenta sossegar, por bem, o ânimo das torcidas organizadas. Se não der, vai por mal mesmo. Resta saber se a estrutura de alguns estádios dará respaldo ao zelo da Polícia Militar.
Zebras
A primeira rodada anda não terminou. Foram só três jogos na abertura do estadual, mas o suficiente para provar o quanto é furado dar palpite em futebol. Que o digam os torcedores de Chapecoense e Marcílio Dias, favoritos que não confirmaram.








terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Terça-feira

Impunidade

Depois de anunciar a implosão da Fonte Nova e a construção de um novo estádio o governo da Bahia voltou atrás para dizer que optou apenas por uma grande reforma. Como se trata de dinheiro público é bom mesmo que os governantes pensem duas vezes antes de fazer besteira. A promessa do governador Jaques Wagner soou eleitoreira e foi feita no calor das discussões em torno das condições da grande maioria dos estádios brasileiros, apodrecidos pela incúria e falta de manutenção. Enquanto isso os envolvidos com investigações sumiram com laudos e resultados, jogando por terra a esperança de que alguém seja responsabilizado pelas sete mortes no estádio baiano.

À milanesa

A festa brasileira domingo em Milão foi no estádio San Siro porque o mandante era o Milan. Fosse a Inter, seria Giusepe Meazza, uma curiosidade do futebol italiano. O que não muda são as conseqüências da goleada 5 a 2 na vitória sobre o Nápoles, com dois gols de Ronaldo, um de Kaká e um do novo xodó milanês, Alexandre Pato. O holandês Seedorf, um dos jogadores mais eficientes do futebol europeu, participou da goleada aproveitando rebote do goleiro após a segunda tentativa de Pato. Além da tranqüilidade diante de tanta expectativa pela sua estréia, o paranaense revelado pelo Internacional provou haver uma grande empatia entre ele e a torcida milanesa, que o elegeu como ídolo antes mesmo de qualquer resultado prático em campo. Tudo muito bem, tudo muito bom, não fosse o entusiasmo exagerado de narrador e comentarista da televisão brasileira que transmitiu o jogo. Uma chatice.

A base de tudo

O Figueirense é o único clube catarinense classificado para a próxima fase da Copa São Paulo de Juniores. Avaí e Criciúma foram eliminados. Nenhuma novidade para um clube que ano passado fez barba, cabelo e bigode nos estaduais das divisões de base, e que este ano, já tem também os garotos até 15 anos disputando a 13ª edição da Copa Brasil de Futebol Infantil, em Votorantin.

Cartilha

Dá para observar nesta Copa de Juniores que a garotada nos seus primeiros passos copia tudo o que fazem os adultos já profissionais. A comemoração de gol tem as inofensivas dancinhas, juras de amor em frente às câmeras, e outras coreografias já conhecidas. Mas repetem igualmente as reclamações acintosas da arbitragem, pedidos de cartão a cada falta e tudo o mais que um atleta em formação deveria evitar, erradamente copiado a partir dos vestiários, de onde vem as orientações.

Onde a lei funciona

A Portuguesa não poderá jogar em casa contra o Santos, na abertura do campeonato paulista. Vai estrear no Morumbi porque o Canindé, seu estádio, não passou pela vistoria de Bombeiros e Polícia Militar. A Federação Paulista valorizou o trabalho das autoridades responsáveis pela segurança de atletas e torcedores.

Onde a lei não funciona

O campeonato catarinense, ao contrário, começará com a primeira rodada dividida em duas: três jogos amanhã, outros três daqui a quase um mês. E tem clube utilizando a casa do vizinho (Guarani na Ressacada, Metropolitano em Brusque) porque não tem estádio para jogar. O relatório da nossa PM sobre as condições dos estádios é segredo de estado. Ninguém sabe, ninguém viu. O Estatuto do Torcedor é papel sem utilidade em Santa Catarina.

Bolsa de apostas

O Figueirense está recebendo votos de grande favorito para o título de 2008. Depois, pela ordem, as opções são por Avaí, Criciúma e Joinville. Marcílio Dias e Chapecoense correm por fora, com a vantagem de terem começado mais cedo a temporada. Na parte de baixo da tabela, como principais candidatos ao rebaixamento, aparecem Atlético Tubarão (ou Cidade Azul?), Guarani e Juventus de Jaraguá. Brusque e Metropolitano têm boa cotação. Ano passado o favoritismo não vingou. É bobagem esse negócio de palpite sobre favoritos.

Bicudos

Flamengo e o uruguaio Huracan fizeram domingo um jogo de Libertadores na Granja Comary, em Teresópolis. Um simples treinamento terminou em bate-boca, empurrões, ameaças e acusações de racismo. Brasileiros e uruguaios em campo não perdoam nem jogo-treino.













sábado, 12 de janeiro de 2008

Sábado/domingo

Liberou geral

O coronel Eliéser Rodrigues, comandante geral da Polícia Militar, acaba de entregar à Federação Catarinense de Futebol um relatório sobre as vistorias realizadas nos estádios catarinenses. Foram detectados alguns problemas, mas estranhamente o coronel Eliésio vetou o acesso da imprensa a estas informações, bem como se negou a tornar público o nome dos estádios que merecem reparos. “Nada que afete a segurança do torcedor”, garante o policial com a autoridade que lhe confere a experiência de muitos anos lidando com futebol. Errado, coronel. Até para resguardo da instituição sob seu comando, os estádios com problemas, graves ou não, devem ser identificados por quem participou das vistorias. Não entendo as razões para tanto mistério, ao mesmo tempo em que coloco sob suspeita essa relação de cumplicidade com a entidade responsável pela organização do campeonato estadual. Afinal, quem determina a execução de melhorias visando a segurança nas praças esportivas? Mais tarde, diante de qualquer ocorrência, quem será responsabilizado? O presidente da Federação, que costuma amaciar com seus filiados e eleitores, ou a Polícia Militar e outras entidades envolvidas com o assunto? Porta arrombada vem o jogo de empurra.

Lições não aprendidas

A euforia do regime militar encobriu os efeitos das obras faraônicas que transformaram grandes estádios em verdadeiros elefantes brancos. Em algumas capitais do norte e nordeste a capacidade destes monumentos ao desperdício abrigaria mais da metade da população. Por razões óbvias, não houve contestação. Um questionamento primário revelaria o gigantismo e os custos absurdos da manutenção de cada um destes monstros criados pela ditadura, carga pesada para a maioria dos estados e municípios beneficiados com a generosidade do regime da época. Só agora, passadas quase quatro décadas, e depois da morte de sete torcedores e a condenação da Fonte Nova, a realidade começa a vir à tona, com a desoladora constatação de que tudo apodreceu. A casa está desabando, mas a CBF, Ricardo Teixeira e seus pares querem a Copa de 2014 no Brasil. Não convém esquecer que os equipamentos – ginásios, estádios, pistas e piscinas, entre outros - construídos para os Jogos Pan-Americanos custaram uma fortuna para os cofres públicos e estão sem uso. São caros e não há eventos que comportem suas grandiosidades. Estamos repetindo, sem as imposições de uma ditadura militar, os mesmos grandes erros do passado.

Gastança

Depois do Pan-Americano e da Copa 2014 vem aí o Rio Olímpico 2016. A um custo estimado – por enquanto – de R$ 5 bilhões.

Nada a declarar

A Federação Internacional de História e Estatísticas do Futebol (IFFHS) escolheu Dunga como o melhor treinador de 2007. Não existe no Brasil profissional mais vigiado e criticado do que o técnico da seleção brasileira e Dunga não tem fugido à regra. No entanto, sua indicação acabou concretizada por 148 votos de membros da entidade em 93 países. Grande parte da mídia esportiva brasileira está surpresa, mas não há o que dizer. A força dos números é irrefutável.

Esperança

Depois de Dunga ser eleito o melhor do mundo em 2007, o torcedor exige uma seleção brasileira nos padrões do seu técnico.

Portunhol

O mercado futebolístico brasileiro está cheio de cheio de gringos, repatriados da Europa ou trazidos de seus próprios países, de acordo com as condições oferecidas por nossa moeda e a estrutura financeira dos nossos clubes. Tem para todos os gostos, desde os vizinhos paraguaios, argentinos e uruguaios, até colombianos, chilenos e mexicanos. Corinthians, Vasco, Inter, Flamengo, Botafogo, e acreditem, os pequenos Madureira e Rezende, são os importadores do momento.

Mordomia

Li no Diarinho que o futebol de areia foi deslocado da praia central de Balneário Camboriú para a Barra Sul por força das exigências dos organizadores. A turma queria um bufê com cerveja, água e salgadinhos. É pouco. Faltou pedir limusines, massagistas e banheiras de ofurô.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Quinta-feira

Os reis

O personagem ostenta uma barbicha bem tratada e tem pose de presidente. Ele é mesmo presidente, mas de uma federação de futebol. Gordo como a maioria dos presidentes de federações, certamente por ceder com freqüência às tentações da boa mesa, possivelmente apreciador de um bom uísque, talvez também de bons charutos e, inegavelmente, beneficiário de ótimas hospedagens, sempre à custa da entidade que dirige por vários mandatos. Porque é poderoso e manipulador. Tem sempre clubes e ligas sob controle, e por isso não perde eleições. Dependendo da idade - que varia de acordo com o período em que despertou para as delícias do cargo – a obesidade pode acarretar alguns problemas. Como não depende do SUS, terá sempre do bom e do melhor em matéria de atendimento médico-hospitalar durante sua longa e profícua gestão. Com a benção de Ricardo Teixeira.

A corte

Uma vistoria séria, feita pelo Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura de Alagoas – CREA – e Corpo de Bombeiros, determinou a interdição do estádio Rei Pelé, uma das opções oferecidas pelo estado para a Copa de 2014 no Brasil. A outra, chamada de Arena Zagalo, ainda é projeto. Ou promessa, como queiram. O fato é que a situação do estádio interditado poderia repetir a tragédia da Fonte Nova, o que não vai acontecer pela intervenção de gente responsável e que não faz parte de nenhuma comissão criada nos bastidores para simular vistorias e atender interesses do eleitorado. Cansados de pagar o pato, polícia militar, bombeiros e conselhos de engenharia resolveram levar adiante suas determinações através da interdição de praças esportivas que representem algum tipo de risco para seus freqüentadores. No estádio de Maceió, lá estava o gordo e barbudo presidente da Federação Alagoana, misturado à turma que vistoriou o Rei Pelé e fazendo promessas de muito rigor na liberação de estádios para o campeonato estadual.

Os vassalos

Como aqui ainda não morreu ninguém, o jogo de cena continua. Todo início de temporada são anunciadas vistorias nos estádios catarinenses com participação da Polícia Militar, do Corpo de Bombeiros e, de uns tempos pra cá, dos tais conselhos de engenharia e arquitetura. Começa o campeonato estadual, vamos aos estádios ver que pouca coisa mudou. Dá para constatar que na grande maioria das nossas praças esportivas o torcedor e a mídia continuam desprotegidos e sem conforto. Até os responsáveis pelo policiamento sofrem com a falta de estrutura. Não existem banheiros limpos, bares com alimentação confiável, estacionamentos seguros e locais dignos para o trabalho da imprensa. Pior que isso é que ainda tem clube sem estádio utilizando casa alheia – sem condições até para seus donos – como sede de seus jogos. É um problema de décadas, mas a vassalagem segue baixando a cabeça e dizendo amém para os palacianos. Apesar de alguns alertas já terem soado em vários estádios de Santa Catarina.

Fôlego

Ao conquistar a Copa Dubai esta semana, o Internacional quebrou alguns paradigmas das pré-temporadas, tão em moda no planeta futebol. Com apenas uma semana de treinamento, os gaúchos venceram o Sttutgard, atual campeão alemão, e a Inter de Milão, bicampeão italiano, ambos em plena temporada européia. Assim é que não houve espaço para as tradicionais queixas de pouco tempo para preparação física e técnica, fuso horário, cansaço da viagem, coisa e tal. Um milhão de eurosl, o prêmio pelo título, e o prestígio internacional, enchem de gás qualquer equipe.

Noves fora

Além de ganhar de dois dos principais times europeus, o Internacional confirmou a recuperação de Nilmar para o futebol brasileiro. Resta agora saber de Dunga qual o camisa nove que será descartado.

Rio 40 graus

O Figueirense, sempre cauteloso com sua programação de pré-temporada, levou sua turma para o calor insuportável de Foz de Iguaçu nesta época do ano. Como a cariocada é que manda, a temperatura da cidade paranaense é refresco. Só que, quem precisa realmente perder uns quilinhos, ficou em Floripa à beira mar.









terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Terça-feira

Escondendo o futuro

A Copa São Paulo de Juniores, com 88 participantes, de Copinha não tem nada. É uma grande competição para um início de temporada e tão tradicional e valorizada que merece atenção de todas as mídias brasileiras. Trata-se de um contraponto para o que acontece na grande maioria dos estados onde as federações, ao invés de colocarem a meninada para jogar diante da torcida, fazem exatamente o contrário. Os campeonatos estaduais de juniores são disputados muito longe do público, geralmente em centros de treinamento e em horários impróprios. Quando questionados sobre este descaso com o futuro do nosso futebol, os dirigentes respondem com desculpas estapafúrdias, como poupar os gramados, por exemplo. Os juniores poderiam fazer preliminares dos jogos principais, um atrativo a mais para o torcedor que, diante do gramado às moscas, não faz outra coisa a não ser encher a cara nas cercanias ou dentro do próprio estádio. No tempo dos campeonatos de “aspirantes”, este times formados por candidatos a titulares faziam os grandes aperitivos da rodada. E os campos de jogo não tinham o sofisticado esquema de tratamento recebido hoje onde um buraco é visto como uma cratera e qualquer chuvisco provoca um operação de guerra dos responsáveis pela manutenção do estádio. Enquanto isso os garotos ficam distante da vitrine e deixando de experimentar a pressão de uma arquibancada lotada e nervosa pelas rivalidades que dão sabor ao futebol.

Voz da experiência

A assessoria de imprensa de Guga está desmentindo matéria assinada por Chiquinho Leite Moreira, publicada domingo em O Estado de São Paulo, falando da aposentadoria do tenista catarinense em 2008, depois de Roland Garros. Sou mais o Chiquinho, profissional que conheço de longa data e é um dos profissionais com maior vivência de tênis no jornalismo brasileiro. Sem contar que ele acompanhou o Guga pelo mundo ao vivo e a cores durante toda a sua carreira.

Desfalque de peso

O Figueirense não conta mais com o trabalho de J.B. Telles na assessoria de imprensa junto ao seu departamento de futebol. Pioneiro na profissionalização de assessoria de imprensa em um clube de futebol de Santa Catarina, Telles agora atenderá somente às diretorias do Figueirense e da Figueirense Participações. Os desentendimentos com o todo poderoso vice de futebol, Anderson Barros, tornaram a situação insustentável.

Quanto mais longe melhor

Desde que o sotaque carioca passou a dominar o futebol do Figueirense mudou o perfil do relacionamento com torcida e imprensa. Os indícios são de que o respeito pelo trabalho dos jornalistas que cobrem o dia-a-dia do clube e o carinho devido ao torcedor, estão cada vez mais distantes do Orlando Scarpelli. Tem sido comum, por exemplo, em dia de treino, repórteres serem obrigados a aguardar a abertura de portões já próximo das 19 horas, quando inclusive alguns jogadores nem estão mais disponíveis. Agora o grupo foi levado para uma pré-temporada em Foz do Iguaçu, longe de Florianópolis, dos incômodos jornalistas e dos torcedores, esses chatos.

Gangorra

O Internacional de hoje é o Grêmio de ontem, com as contas em dia e um bom time. Segundo um colunista gaúcho, a gestão que virou o século no Estádio Olímpico deixou uma conta que os netos ainda vão pagar.

Competência

Em matéria de aproveitamento de reforços contratados para 2008 a grande meta do São Paulo é a recuperação de Adriano para o campeonato estadual e Libertadores. Os dirigentes do clube confiam no retrospecto de trabalhos de médicos e preparadores físicos que colocaram Luisão, Amoroso e Ricardo Oliveira de volta aos gramados. A diferença é que nenhum dos três chegou ao Morumbi como “bad boy”.

Sansão

Está mesmo valendo muito o novo visual do Ronaldo Nazário com aquele cabelo comprido, em substituição à carequinha de sempre. Vale em euros correspondentes ao cachê pago por um produto que, diz a propaganda, faz crescer o cabelo. A Dalila de plantão vai ter que esperar.






sábado, 5 de janeiro de 2008

Sábado/domingo

Humor carioca 1

A melhor piada do final de 2007 foi contada por Kleber Leite, quando marqueteiramente criou o interesse do Flamengo por Ronaldo, o ex-Fenômeno. Ao preferir levar adiante a brincadeira flamenguista – de mau gosto, no meu modesto entender, porque traduzia uma enorme enganação -, a grande mídia deixou de exercitar o mais primitivo procedimento jornalístico, isto é, ouvir o outro lado. O Milan nunca alimentou, é bom que se diga, qualquer tipo de negociação envolvendo seu jogador e os bem humorados rubro negros.

Humor carioca 2

Para não ficar atrás do grande rival, o Vasco também criou o seu momento humorístico, fazendo a primeira piada futebolística de 2008. Romário de técnico e Alfredo Sampaio de auxiliar comandam a nova comissão técnica cruzmaltina, uma combinação inimaginável em tempo algum. Prova de que, além de bem humorada, a chamada crônica esportiva carioca não sabe o que se passa além dos limites do Maracanã. Bastaria buscar informações sobre a passagem de Sampaio por Florianópolis e o que ele fez no Avaí, complementando com as frases engraçadas que Romário tem produzido a cada entrevista como novo “treinador” vascaíno. Só falta promover Edmundo, a quem o Vasco deve R$ 14 milhões, a responsável péla preparação física do time. Os shows da Broadway aguardam por Kleber Leite e Eurico Miranda.

Treinador “collorido”

Quem diria, Luís Felipe Scolari foi lançado na profissão pelo ex-presidente Fernando Collor de Melo. Quando prefeito indicado de Maceió o jeito de popularizar seu nome era fazê-lo presidente do CSA, rival do CRB, outro clube alagoano de grande torcida. Felipão, zagueiro em fim de carreira contratado ao futebol gaúcho, foi colocado por Fernando Collor no lugar de um técnico que vinha perdendo muito e não ganhava uma do maior adversário. Parece que deu certo a aposta de Collor.

Banzo brasileiro

Nunca nós brasileiros entendemos direito a valorização pelos espanhóis de jogadores argentinos, com negócios fechados em valores muito acima daqueles pagos por nossos craques. A explicação parece simples, segundo dirigentes dos principais clubes da Espanha. Os argentinos são muito mais profissionais e não sentem saudades do arroz com feijão, das comidinhas da mamãe e, principalmente, dos pagodeiros de plantão.

Tempos bicudos

O estádio municipal Amando de Oliveira, em Camaçari, vai alojar a imensa e fanática torcida do Bahia a partir do dia 10, na sua estréia no campeonato baiano contra o Juazeiro. O município abriga o pólo petroquímico do estado e apressou as reformas no estádio que vai substituir a condenada Fonte Nova. O Bahia terá que dividir a casa nova com o Camaçari, clube da cidade e também participante do Baianão.

Burra cheia

Tirei das páginas esportivas do Diarinho a informação sobre a Lei de Incentivo ao Esporte, que vai dividir 400 paus entre as modalidades que apresentarem projetos adequados à dita cuja. Como o Marcílio Dias vai beliscar outros 300 mangarotes para construir um centro de treinamento, parece que dona Prefa decidiu cair de boca no apoio ao esporte de região. Tomara o TRE não implique com a generosidade do prefeito Volnei Morastoni.

Não confundir

A atual Copa São Paulo de Juniores que começa hoje inchou tanto que lembra os brasileirões dos tempos do almirante Heleno Nunes, presidente da ARENA e da Confederação Brasileira de Desportos, hoje CBF. Só lembra porque então vivíamos a Ditadura Militar.

São Francisco

A maioria dos clubes brasileiros ainda não fechou o ciclo das grandes contratações, anunciando nomes possíveis e impossíveis. Não perguntem de onde sai tanto dinheiro. Não sei. Na parte de baixo do mapa brasileiro, Grêmio e Inter aparecem como os primos pobres. Ambos foram à feira em busca de produtos mais baratos, sinalizando que não estão dispostos - ou capacitados - a grandes investimentos. Será cautela ou doutrina franciscana?

São Tomé

A temporada recém começou e a mídia do centro do país segue manifestando desconfiança em relação a Mano Menezes e seu futuro no Corinthians.







quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Quinta-feira

Divã

Adilson Monteiro de Carvalho, psicólogo e diretor do Corinthians durante a “democracia corintiana” disse na época, em entrevista à revista Placar, que em três anos no clube não aprendera nada com o jogador de futebol. “Eles são impenetráveis”, justificou Adilson. O exemplo é lembrado pelo hoje técnico da África do Sul, Carlos Alberto Parreira, quando fala sobre o vestiário e o trabalho que muitas vezes tem que ser feito para “arrumar” o ambiente. No entendimento de Parreira a psicologia só funciona se o profissional tiver acesso ao jogador de duas a três vezes por semana para conhecer melhor o ser humano com quem terá de lidar. Caso contrário o que vale mesmo é a “terapia do joelhaço”, praticada pelo analista de Bagé, conhecido personagem de Luís Fernando Veríssimo. No dia a dia do futebol, segundo Parreira, a tal terapia tem que ser executada por um dirigente ou pelo próprio treinador.

A espera de um milagre

O tempo passa, o tempo voa e a cabeça do jogador brasileiro segue na contramão do profissionalismo exigido desde as divisões de base. Os exemplos são muitos, incluindo Ronaldo, ex-fenômeno, mas o mais recente tem como personagem principal o atacante Adriano, promessa de recuperação física, técnica e pessoal como reforço do São Paulo para a Libertadores. Execrado no Milan pelo técnico Roberto Mancini por causa do seu comportamento extra-campo, Adriano acaba de confirmar seu momento “bad boy” (depois de flagrado bebendo em shows e festas) com um acidente de carro na madrugada paulistana. Uma lacônica manifestação de Juvenal Juvêncio, presidente do São Paulo, traduz a expectativa que cerca o jogador. “Ele tem que rezar mais”, falou o dirigente, uma espécie de apelo que pode significar a transferência de confiança para o santo que dá nome ao clube ou alguma proteção divina.

Guerra e paz

O pódio da São Silvestre não estava alegre como deveria para a comemoração dos quenianos vencedores da prova, Roberto Cheruyot e Alice Timbilili. Os conflitos tribais e políticos incendiaram Nairóbi, capital do Quênia, enquanto a tradicional maratona brasileira de fim de ano era disputada pelas ruas de São Paulo.

Manequim

O futuro do tênis brasileiro, todo mundo sabe, não é dos mais promissores. Ainda que Guga esteja presente em 2008 com novos contratos de patrocínio e um novo figurino da Diadora, empresa que volta a vestir o maior tenista brasileiro de todos os tempos. Dinheiro e roupa nova não são exatamente o que Guga precisa para recuperar sua força dentro das quadras.

Ser ou não ser

Os cursos de formação podem ter a sua importância para os treinadores europeus, obrigados a freqüentar bancos escolares para adquirir conhecimentos técnicos, táticos e até de gestão esportiva. No Brasil, ao contrário, um ex-jogador logo é alçado à condição de técnico de futebol, caso de Romário, o mais recente promovido. Em compensação os diplomados na Europa não passam nem perto da vida dura enfrentada pelos profissionais brasileiros. Como falta de estrutura da maioria dos clubes, atrasos de salário, em algumas situações até calotes completos, e calendário desgastante, envolvendo viagens continentais que mais parecem provas de obstáculos, tão grande é a desorganização do nosso transporte aéreo. Sem esquecer a guilhotina permanentemente armada.

Campeonato “zen”

Vem aí mais um campeonato catarinense, sem cor e sem atrativos para o torcedor. É o que determinam as regras dos maus organizadores, sem iniciativa, sem criatividade, escondidos sob a eterna justificativa da falta de recursos. O fato é que começaremos a temporada como sempre, isto é, sem a mínima graça, sem o glamour de uma programação bem feita e inteligente. É a oficialização da incompetência, assinada e carimbada.

Beleza é fundamental

A auxiliar de arbitragem Ana Paulo Oliveira foi chamada para a pré-temporada da Federação Paulista. Sinal de que a moça pode voltar aos gramados. Antes ela sai das páginas da Playboy para o carnaval carioca, onde desfilará pela Acadêmicos do Salgueiro no carro Maracanã.