sábado, 1 de março de 2008

Sábado/domingo

Só rindo

Repete-se à exaustão no futebol dirigido pelo Doutor Delfim o adágio “pimenta nos olhos dos outros é colírio”. Quer dizer, os erros de árbitros sem condições técnicas, alguns deles com medo até da própria sombra na hora de impor a disciplina dentro do campo de jogo – incluindo banco de reservas e comportamento de treinadores – só incomodam quando afetam interesses próprios dos eventuais reclamantes. É constrangedor – e revelador - o silêncio em relação aos organizadores do campeonato. Os que se sentem prejudicados, pelas mudanças constantes na tabela – a culpa é sempre e só da televisão –, por escalas mal feitas e que acabam determinando arbitragens ruins, e pela evidente proteção a determinados currais eleitorais, calam e consentem. Têm o voto como arma, mas reclamam só quando o colírio vira pimenta. Bem feito, bando de omissos e coniventes. Mesmo sem achar graça, é de morrer de rir essa bronca do presidente e do técnico do Marcílio Dias pra cima da arbitragem do João Fernandes.

Só rindo mais ainda

A Federação Catarinense de Futebol vai proibir qualquer manifestação nos estádios com críticas às autoridades esportivas. Estão na mira faixas, aquelas tipo “Fora Delfim”, bandeiras, papel higiênico, qualquer coisa que sirva para um torcedor descontente escrever algumas cobrinhas e lagartos. O Tribunal de Justiça desportiva promete rigor contra os infratores. Briga, tiro, bomba, pedrada, isso ta liberado.

Música antiga

Essa cantilena repetida ano após ano ao longo da administração Delfim tem dois lados: o dos eventuais reclamantes, que sabem onde o sapato aperta, mas preferem tratar dos calos, ao invés de trocar de calçado, mesmo sabendo que existem modelos mais confortáveis e confiáveis. O outro lado é o dos fabricantes, os que, visando apenas o lucro eleitoral e financeiro, entregam um produto de má qualidade, beneficiados pela falta de fiscalização e acomodação dos principais interessados em caminhar com mais tranqüilidade e conforto. Não tem Procon que dê jeito nessa turma.

Impunidade

Os árbitros são ruins e mal intencionados. A imprensa é desonesta e facciosa. Sobre estas teses inteligentes e bem elaboradas, assentam-se as bases da revolta da cartolagem e dos treinadores, todos investidos de poderes inquestionáveis. Só dá para entender assim o fulcro das preocupações que hoje afligem o futebol catarinense e que, por conseqüência lógica, acabam envolvendo as arquibancadas, disseminando o ódio entre torcidas. Na coluna do débito já se contabilizam tiros, morte, feridos graves e brigas dentro e fora dos estádios. No crédito, onde deveriam estar providências rigorosas e punições, o saldo é zero.



Quem diria

Minha faísca atrasada impediu que ligasse o nome à pessoa e, mesmo através das fotos, identificasse um dos envolvidos no episódio da bomba em Criciúma. Acordei ao ler a coluna do César Valente neste diário. Aí lembrei que trabalhei na Fesporte com Guilherme Lacerda, um sujeito bonachão, tranqüilo, pai coruja, e muito, mas muito mais dedicado às singelas causas avaianas do que a algumas poucas missões de trabalho a ele confiadas. O Guilherme da barbárie de Criciúma, esse eu não conheço.

Morte anunciada

Os dias de Sérgio Ramirez na Ressacada estão contados desde que assumiu pela segunda vez como técnico do Avaí no final de 2007. Só os parceiros e dirigentes do clube não se deram conta de que Ramirez não é e nunca será o homem que vai tirar o torcedor avaiano deste inferno astral que já dura mais de dez anos.

As desculpas esfarrapadas

Pressão psicológica é o nome do mais novo adversário do Avaí no campeonato. Os do Figueirense chamam-se desinteresse ou laboratório, graças à classificação garantida na final como campeão do turno.

Encrenca à vista

A seleção brasileira pode ficar sem os convocados acima dos 23 anos, Kaká, Ronaldinho e o zagueiro Juan, eleitos por Dunga para a Olimpíada em Pequim. Os clubes estrangeiros estão garantidos pelo estatuto da FIFA para não atender a solicitação da CBF.

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