A culpa é do seu Ivo
O pleno do Tribunal de Justiça Desportiva decidiu, com sabedoria e visão social, que o seu Ivo Silva, aquele aposentado de 62 anos, estava no lugar errado e na hora errada. E só por isso teve a mão amputada na explosão de uma bomba jogada por um torcedor do Avaí. Pensando bem, os iluminados do TJD estão cobertos de razão. O que um aposentado tem que se meter em uma arquibancada e torcer pelo seu time do coração? Ao invés de vestir a camisa do seu Criciúma, de se deslocar até o estádio, pagar ingresso, confraternizar com seus amigos tomando uma cervejinha, e vibrar com o time que pode ganhar o returno e decidir o título com o Figueirense, fique em casa. Além de desviar a atenção de quem está lá apenas para assistir futebol, dá um trabalho danado socorrer um ferido, chamar ambulância, transportá-lo ao hospital, reunir médicos, preparar centro cirúrgico e outras providências necessárias. E, por fim, ainda ouvir o seu Ivo, centro de todas essas atenções e transtornos, dizer que não sente raiva dos imbecis que o mutilaram. Ora seu Ivo, assista o Criciúma no conforto do seu lar pelo sistema pay per view – se não tiver dinheiro faça uma vaquinha no bairro – e não vá ao estádio incomodar meio mundo. Por sua causa os atarefados membros do TJD foram obrigados a se reunir e criar teses jurídicas mirabolantes para burlar o Estatuto do Torcedor. Esse documento que só tem criado problemas para os tribunais, dirigentes esportivos e autoridades responsáveis pela segurança de gente como o senhor, seu Ivo, que só vai a estádio para arrumar confusão.
Complô
Pelo jeito a ordem jurídica no país ainda não está suficientemente confusa e desmoralizada. Enquanto a justiça desportiva alivia a consciência daqueles que devem zelar pela tranqüilidade do torcedor, o Ministério Público luta para tirar o público dos estádios. Não ajuda nada proibir torcedor de vestir a camisa do seu clube quando ele for visitante. Ou impedir gremistas com suas camisas de se juntarem à torcida da Chapecoense no jogo da próxima semana com o Internacional pela Copa do Brasil. Já escrevi sobre isso e vou repetir em todas as colunas, se for necessário: tirem a rivalidade e a cor dos estádios e estarão matando aquilo que move o torcedor e dá graça ao futebol. O conflito não é gerado simplesmente pelas camisas, mas sim pela desorganização de nossos campeonatos, pela falta de planejamento e estrutura das áreas de segurança e, acima de tudo pelo despreparo dos dirigentes de federação e de clubes. E muito, mas muito mesmo, pela omissão e brandura dos tribunais esportivos.
Cadê o resultado?
A direção do Marcílio Dias está chorando o fim do convênio com a Prefeitura, através da Fundação Municipal de Esportes, que garantia um troco mensal para gastos com as divisões de base do clube. Diante do exposto, cabe a pergunta: quantos jogadores jovens, criados na casa, fazem parte hoje do elenco principal do Marinheiro? E mais: dinheiro para o futebol profissional, quando diversas outras modalidades vivem de chapéu na mão?
Fórmula mágica
Os cariocas deram um jeito para evitar surpresas nas fases mais quentes da Taça Guanabara, vencida pelo Flamengo, e da Taça Rio, ora em disputa. Basta fazer com que os chamados grandes não saiam de casa para enfrentar os pequenos, estes sim, envolvidos em competição autofágica. Aí fica fácil, embora sem a mínima graça, garantir que Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco participem das etapas mais quentes do campeonato. Quando se pensa que os cartolas esgotaram o repertório de tolices, eles aparecem com novidades. Como é criativa essa turma!!!
Martírio
Para o torcedor do Avaí não basta ver o time cair pelas tabelas todos os anos, há dez temporadas, às portas do décimo primeiro fracasso. O sofrimento tem que ser duplo, com o sucesso do maior rival, jogando a série A do Brasileiro, e se aproximando do tetra estadual. Como desgraça pouca é bobagem, o time se desestrutura e troca de técnico no meio de uma competição, véspera de outra.
O pleno do Tribunal de Justiça Desportiva decidiu, com sabedoria e visão social, que o seu Ivo Silva, aquele aposentado de 62 anos, estava no lugar errado e na hora errada. E só por isso teve a mão amputada na explosão de uma bomba jogada por um torcedor do Avaí. Pensando bem, os iluminados do TJD estão cobertos de razão. O que um aposentado tem que se meter em uma arquibancada e torcer pelo seu time do coração? Ao invés de vestir a camisa do seu Criciúma, de se deslocar até o estádio, pagar ingresso, confraternizar com seus amigos tomando uma cervejinha, e vibrar com o time que pode ganhar o returno e decidir o título com o Figueirense, fique em casa. Além de desviar a atenção de quem está lá apenas para assistir futebol, dá um trabalho danado socorrer um ferido, chamar ambulância, transportá-lo ao hospital, reunir médicos, preparar centro cirúrgico e outras providências necessárias. E, por fim, ainda ouvir o seu Ivo, centro de todas essas atenções e transtornos, dizer que não sente raiva dos imbecis que o mutilaram. Ora seu Ivo, assista o Criciúma no conforto do seu lar pelo sistema pay per view – se não tiver dinheiro faça uma vaquinha no bairro – e não vá ao estádio incomodar meio mundo. Por sua causa os atarefados membros do TJD foram obrigados a se reunir e criar teses jurídicas mirabolantes para burlar o Estatuto do Torcedor. Esse documento que só tem criado problemas para os tribunais, dirigentes esportivos e autoridades responsáveis pela segurança de gente como o senhor, seu Ivo, que só vai a estádio para arrumar confusão.
Complô
Pelo jeito a ordem jurídica no país ainda não está suficientemente confusa e desmoralizada. Enquanto a justiça desportiva alivia a consciência daqueles que devem zelar pela tranqüilidade do torcedor, o Ministério Público luta para tirar o público dos estádios. Não ajuda nada proibir torcedor de vestir a camisa do seu clube quando ele for visitante. Ou impedir gremistas com suas camisas de se juntarem à torcida da Chapecoense no jogo da próxima semana com o Internacional pela Copa do Brasil. Já escrevi sobre isso e vou repetir em todas as colunas, se for necessário: tirem a rivalidade e a cor dos estádios e estarão matando aquilo que move o torcedor e dá graça ao futebol. O conflito não é gerado simplesmente pelas camisas, mas sim pela desorganização de nossos campeonatos, pela falta de planejamento e estrutura das áreas de segurança e, acima de tudo pelo despreparo dos dirigentes de federação e de clubes. E muito, mas muito mesmo, pela omissão e brandura dos tribunais esportivos.
Cadê o resultado?
A direção do Marcílio Dias está chorando o fim do convênio com a Prefeitura, através da Fundação Municipal de Esportes, que garantia um troco mensal para gastos com as divisões de base do clube. Diante do exposto, cabe a pergunta: quantos jogadores jovens, criados na casa, fazem parte hoje do elenco principal do Marinheiro? E mais: dinheiro para o futebol profissional, quando diversas outras modalidades vivem de chapéu na mão?
Fórmula mágica
Os cariocas deram um jeito para evitar surpresas nas fases mais quentes da Taça Guanabara, vencida pelo Flamengo, e da Taça Rio, ora em disputa. Basta fazer com que os chamados grandes não saiam de casa para enfrentar os pequenos, estes sim, envolvidos em competição autofágica. Aí fica fácil, embora sem a mínima graça, garantir que Flamengo, Fluminense, Botafogo e Vasco participem das etapas mais quentes do campeonato. Quando se pensa que os cartolas esgotaram o repertório de tolices, eles aparecem com novidades. Como é criativa essa turma!!!
Martírio
Para o torcedor do Avaí não basta ver o time cair pelas tabelas todos os anos, há dez temporadas, às portas do décimo primeiro fracasso. O sofrimento tem que ser duplo, com o sucesso do maior rival, jogando a série A do Brasileiro, e se aproximando do tetra estadual. Como desgraça pouca é bobagem, o time se desestrutura e troca de técnico no meio de uma competição, véspera de outra.
colega Mário, que transmissão de pensamento incrível. Pena que não o Notícias do Dia ainda não tem versão online, mas vou te enviar a coluna de opinião que escrevi na dia seguinte à decisão do Tribunal Pleno. O títul foi "Atirem a próxima bomba no seu Ivo". O restante podes concluir.
ResponderExcluirE os advogados ainda se vangloriam.
PJ
Mário,
ResponderExcluirO problema do futebol é a impunidade. Aliás, como de resto, no País. Dirigentes, torcedores e atletas fazem o que bem entendem e ninguém toma providências. No brasileiro um torcedor joga um copa plástico no campo e o clube é punido. No catarinense atirar uma bomba que não acontece nada. Aliás até o presidente da federação já foi chutado num estádio, e nada aconteceu. Ontem, em Ibirama, o "coronel" Marchetti mandou o time cair e acabou o jogo. Aliás não precisa estar credenciado para acessar àquele local? ou a credencial só existe para a imprensa?
José Sellet