sábado, 31 de março de 2012

Parece que a conversa com Dilma deu sono



Primeiro foi a recomendação de chute no traseiro, por obra e graça de Jerome Valcke, secretário da Fifa e interlocutor do Brasil para a Copa de 2014. Agora é Joseph Blatter, o próprio presidente a Fifa, cansado de papo furado e promessas, quem cutuca o país, na convicção de que aqui nada anda, a não ser pra trás. “Queremos atos, não somente palavras”, disse ele em entrevista na sede da entidade, numa espécie de chancela ao que o secretário havia dito e que ofendera tanto alguns brasileiros chegados a um belo jogo de cena. É curioso que isso aconteça logo após a visita à presidente Dilma, quando se teve a impressão de não havia mais nada de podre no reino da Copa.

Sentindo-se insultados e temerosos quanto à nossa soberania, políticos e autoridades de todos os matizes rejeitam qualquer observação ou cobrança que venham de Valcker e Blatter. Enquanto isso seguimos confiando nas varinhas mágicas utilizadas em Brasília por nossos Midas às avessas. De concreto, e ainda assombrados pelos fantasmas das ilicitudes do Pan no Rio de Janeiro, não temos nada de positivo a mostrar sobre a Copa de 2014. Imagino o que vamos apresentar na Copa das Confederações, evento teste que o Brasil recebe ano que vem.

Os prazos estão cada vez mais apertados e continuamos sem soluções para aeroportos, estradas e mobilidade urbana. Temos, isto sim, a certeza que após a Copa deveremos ostentar verdadeiros elefantes brancos entre alguns dos estádios majestosos erguidos a peso de ouro e dos impostos em terras de ninguém quando se fala de futebol. Que a Fifa nos proteja, ignorado o pior, como já aconteceu na África do Sul, e o povo brasileiro não diga amém nas futuras eleições.

domingo, 25 de março de 2012

A fala equivocada do Ministro do Esporte

Nesses tempos de chantagem explícita dos senhores congressistas para a votação da Lei da Copa, o Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, com aquele jeito arrastado de se expressar dá sua contribuição negativa ao justificar os atrasos em obras de infra estrutura no país que assumiu a responsabilidade como sede da Copa do Mundo desde 2007.


O texto é de Walter Guimarães, postado no blog do José Cruz. São dois jornalistas atentos às estripulias oficiais ou extra-oficiais que retiram toda a credibilidade necessária a quem prepara(?) o Brasil para um evento que desperta a atenção do planeta. A Copa América, programada para 2015 no Brasil, a CBF já passou adiante, entregando o evento ao Chile. Será que vamos dar conta da Copa das Confederações, da Copa do Mundo e da Olimpíada? Do jeito que vai, quem sabe? O Ministro Rebelo acha natural a imobilidade brasileira, apesar do tempo que já se passou desde que o governo Lula e autoridades do esporte fizeram aquela grande festa na Suíça.



Escutei vossa entrevista no programa Bom Dia Ministro, da EBC, na sexta-feira, com a participação de radialistas de todo o Brasil.
O Senhor mostrou um grande conhecimento de fatos ocorridos em todas as regiões, passando da Batalha do Jenipapo, no Piauí, à viagem de canoa de Pedro Teixeira pelos rios amazônicos, além do sonho “brasiliense” de José Bonifácio, etc e tal.
Em determinado momento V.Excia. explanou sobre “problemas civilizatórios” do país.
Desculpe-me a ousadia, Caro Ministro, de um desportista apaixonado e torcedor de arquibancadas, mas não concordo com a seguinte colocação, quando se referiu aos atrasos nas obras para a Copa 2012.

Assim:
“ … um deles é o do atraso. A gente atrasa até para sair de casa para o cinema, para o restaurante, é correndo que o menino vai para a aula, está certo? Fica esperando um se aprontando, que não terminou. Então, isso é uma coisa da nossa cultura, mas tudo funciona. Se você comparecer a um galpão preparatório de uma escola de samba no Rio de Janeiro, em São Paulo, você aposta que não vai ter desfile nenhum, mas, quando é no dia do desfile, a escola está lá, bonita, pontual, organizada. Então, essa é uma característica do nosso povo e da nossa civilização”.


Senhor Ministro, com tal afirmação, deixo de lado o devido pronome de tratamento protocolar e hierárquico. Mas eu não me atraso para sair de casa, e conheço muitas pessoas que não se atrasam para cumprir seus compromissos, com os filhos, inclusive.
Desculpe-me discordar, mas isso não é coisa da nossa cultura. Se a organização da Copa e dos Jogos do Rio-2106 atrasarem, como ocorreu no Pan-2007, isto é, sim, da cultura de nossos gestores. Quem sabe, devido o histórico desleixo dos que têm certeza de que, ainda assim, não serão punidos por relaxar em seus compromissos.
Além disso, na mesma entrevista, outra manifestação me deixou indignado. E posso falar assim, pois o Senhor é um representante do povo no exercício da gestão pública. É, antes, um deputado que passou pelo vestibular das urnas, portanto com aval do eleitor.


Por isso, Senhor Ministro, considero total falta de respeito um ministro de Estado afirmar que os céticos em relação ao sucesso na organização da Copa possuem “complexo de vira-latas”. Garanto que a maioria deles também conhece muito bem a história do país na organização de eventos esportivos para assim se posicionarem.
Aí vai uma pequena memória sobre os “desastres” que já abrigamos:


- Mundial de Patinação Artística, em Brasília, com poças de água na área de exibição dos atletas e o evento sendo atrasado á espera que a chuva cessasse.


- Mundial de Futsal, também em Brasília, com estudantes da rede de ensino nas arquibancadas, por total falta de público, devido a péssima organização e divulgação.


Mundial de Handball, com arquibancadas igualmente às moscas, sem atrativo para o torcedor.


Pois é, Senhor Ministro. No lugar da erudição, da verborragia de fatos históricos discorridos na entrevista, gostaria de escutá-lo falando de dados concretos sobre o desporto nacional.


Onde estão os planejamentos dos ciclos da Matriz de Responsabilidade relativos à segurança, tecnologia da informação, saúde, fornecimento de energia, telecomunicações, dentre outros, que o Tribunal de Contas da União cobra há três anos?


Onde está a atualização do portal de transparência da Copa, obrigatória para a liberação de recursos?


Onde estão os projetos executivos dos estádios e obras de mobilidade?


Esse atraso, Senhor Ministro, é próprio da pasta que o Senhor herdou.


Para concluir:
Permita-me a ousadia de sugerir que reflita melhor ao afirmar que os promotores do Ministério Público são limitados e sem conhecimento para compreender “que é preciso combinar a razão da preservação com a razão do desenvolvimento, do crescimento do país, que o crescimento também é um fator importante de democratização”.


Senhor Ministro, por favor, não me agrida dessa forma, como se eu fosse um “vira-lata” ignorante.
Caso contrário, serei obrigado a questioná-lo sobre suas limitações e falta de conhecimento na área de gestão do esporte.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Tem muita gente merecendo chute no traseiro

Orlando Silva e Teixeira já foram

A saída de Ricardo Teixeira da CBF, do Comitê Organizador Local da Copa 2014 e do Comitê Executivo da Fifa é apenas o início de um longo e necessário processo de depuração entre os dirigentes do esporte no Brasil. Só para lembrar, Teixeira foi acusado de evasão de divisas, crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, crimes contra a ordem econômica, venda irregular de ingressos e favorecimento em negócios. A CBF com Marin & Cia até 2015 continuará sendo um galinheiro controlado por raposas.

Vale o mesmo para diversas confederações, federações e clubes espalhados pelo país que hoje não é mais só do futebol. São entidades sob controle de cartolas eternizados em seus postos e tão ou mais nocivos ao esporte do que estes que estão abandonando o navio. Os ratos da mesma laia continuam à espreita, prontos para assumir o comando de cargos que por ventura fiquem vagos.

Na esteira destes acontecimentos a mídia, esportiva ou não, precisa mudar de comportamento. É inaceitável, pelo mau exemplo que significam, figuras à margem da lei continamente paparicadas porque um dia foram grandes ídolos do esporte. O caso da hora é o do ex-jogador Edmundo, que embriagado, anos atrás, causou um acidente de trânsito e a morte de três pessoas. Além da impunidade, Edmundo ganhou uma nova profissão, a de jornalista, formador de opinião em rádio, jornal, televisão e agora até com um blog em portal de grande prestígio no meio esportivo.

A cartolagem e gente como Edmundo sobrevivem sob o manto protetor de muito jornalista conceituado, aval para suas estripulias, maracutaias e mal feitos de toda a ordem. O serviço público e as Ongs faz tempo foram contaminadas e igualmente exigem uma faxina moralizadora que impeça o desvio de recursos públicos para fins escusos. A roubalheira só é possível graças ao conluio criminoso de segmentos da mídia, de autoridades públicas e do judiciário. Lembram da CPI da Bola, presidida pelo atual Ministro do Esporte,Aldo Rabelo? Sumiu, ninguém sabe ninguém viu. Ministros já foram defenestrados mas nada se apurou e assim a vida segue até que eventos como os que envolveram a CBF caiam no esquecimento.

Em Brasília o escândalo recente é a chantagem de deputados e senadores com a presidente Dilma. Não votam a Lei da Copa enquanto ruralistas e aliados não verem atendidos suas exigências. É o último e mais novo capítulo obscuro nessas relações promíscuas que infelicitam a sociedade e o país. Depois reclamam quando alguém sugere um chute no traseiro.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Galdino deixa o Conselho do Esporte. E daí?

O presidente do Conselho Estadual do Esporte, o ex-atleta olímpico e campeoníssimo da marcha atlética, Sérgio Galdino, deixa o cargo em abril para se candidatar à vereança em Blumenau. Com ele que é do ramo já tem sido difícil a vida no Conselho, imagino o que vem por aí, pois infelizmente a política partidária-eleitoreira predomina nas relações com a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. Ou José Natal, um ex-suplente de deputado estadual por São José, e que não tem nenhuma afinidade das três áreas, não teria virado Secretário para acomodar uma situação no seu município visando a próxima eleição.

A postagem de 3 de março, com o desabafo do desportista Rubens Faccini, é um dos retratos fiéis da situação vivida hoje pelo segmento esportivo em Santa Catarina. Outro é o momento da Fesporte, onde o atual presidente e também ex-atleta, Adalir Peccos Borsatti, vive com a cabeça a prêmio. É igualmente uma demonstração clara da falta de apreço deste e de outros governos pela Secretaria em questão e seus objetivos.

A renúncia de Galdino, além de ser emblemática não vai acrescentar nada, nem mesmo vai alterar a postura da maioria dos conselheiros. Dos 21 membros, 11 trazem diversas representações do governo estadual. Tem pra todo o gosto. Fica, é claro, a curiosidade sobre o próximo presidente do Conselho, certamente alguém que manterá no colegiado a orientação do “sim senhor”. Políticas sérias para a cultura, o turismo e o esporte e destinação correta para os recursos disponíveis nestes Fundos? Nem pensar. Já escrevi muito sobre isso. Quem conhece o meio e vive nele há muito tempo já sabe o que vai acontecer.

segunda-feira, 12 de março de 2012

E agora José?



A não ser pela satisfação com a saída de Ricardo Teixeira, a festa ainda nem começou. O novo presidente da CBF, ex-Arena, amigo do regime militar, o oitentão José Maria Marin, tem pela frente apenas uma Copa do Mundo no Brasil, o Comitê Organizador Local, o COL, a Copa das Confederações também no país, organização da seleção para a Olimpíada em Londres e a recuperação da imagem de uma entidade que ele mesmo ajudou a desacreditar. Afinal, ao ganhar o apelido de Zé das Medalhas por ter surrupiado a medalha de um garoto campeão pela seleção sub-20, terminou por carimbar suas credenciais como um jurássico e mal visto dirigente esportivo. Este é o novo presidente da CBF.

Talvez estivesse embutida na saída de Teixeira aquela sugestão do secretário da FIFA e que provocou frissons nacionalistas em algumas autoridades brasileiras. O “pé no traseiro” foi dado, agora falta arrumar a casa, uma missão impossível com a continuidade na CBF, conforme assumiu o próprio Zé Maria. Não acredito nem na formação de um grupo “rebelde”, liderado pelos presidentes das federações Gaúcha, Carioca, Mineira e Baiana. A rebeldia dura até a acomodação das melancias no caminhão. Quando os interesses de cada um forem atendidos, cessa qualquer intenção mudar o que existe deste os tempos de João Havelange, almirante Heleno Nunes e, por fim, Ricardo Teixeira.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Os craques, a ousadia, o bêbado e o equilibrista



Leonel Messi 5 x 3 Neymar. Foi o placar da quarta-feira com Copa dos Campeões na Europa e clubes brasileiros na Libertadores. O massacre do Barcelona nos alemães do Bayern não tem um só responsável, apesar dos cinco gols do Messi. O time é muito bom, homogêneo, com esquema tático que todo mundo sabe, mas ninguém dá conta.

Já entre os brazucas, quem tem Neymar e um bom treinador dorme tranquilo. Mesmo assim o Inter e Dorival Júnior não precisavam exagerar estendendo o tapete vermelho – que ironia – para o craque santista desfilar, alegrando os gremistas que na mesma hora batiam num bêbado no Piauí aliviando a aflição do Luxemburgo. Começa a se esgotar a paciência dos colorados com Dorival, que vai se equilibrando nas suas explicações tortas e não consegue fazer o bom time do Inter jogar.

O Fluminense, do destemido Abel Braga, que escalou dois volantes, dois meias e dois atacantes, acabou com a invencibilidade de 36 jogos dos argentinos na Bombonera. Incluindo o pequenino Welington Nem, direto do Scarpelli para o caldeirão do Boca Juniors, cujo time não assusta mais, mesmo com o velho Riquelmi em campo e sua imutável cara feia. O Corinthians fez o dever de casa contra o fracote Nacional paraguaio, enchendo Tite de argumentos e alimentando suas incompreensíveis entrevistas.

sábado, 3 de março de 2012

O desabafo de um desportista



Rubens Fachini (foto) é um desportista das antigas. Gosta do que faz. Faz de graça e nem os inúmeros prejuízos e calotes que tomou ao longo dos seus 74 anos de vida o desanimaram ou o fizeram desistir do esporte. Fachini vive em Brusque, desde que com outros companheiros encampou a idéia de Arthur Schlosser para a criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, lá pelos idos de 1961.

As últimas enganações de que foi vitima, conforme seu relato à plenária do Conselho Estadual de Desportos, envolvem o ex-secretário de Cultura, Turismo e Esporte, César Souza Júnior, e o prefeito de Brusque, Paulo Eccel. Sua carta enviada ao então secretário César Souza Júnior e lida na plenária do CED, ficou registrada na íntegra em ata do Conselho. Até hoje não se sabe o resultado deste desabafo do Fachini, uma pequena amostra de como tratam nosso esporte e os desportistas.

Afinal, primeiro é preciso atender com extremo cuidado a troca do secretário, especialmente quando se trata de alguém que não é do ramo, mas que, como moeda de troca, atende aos interesses da politicagem que se pratica, especialmente em ano eleitoral.

A mídia não tomou conhecimento e, se tomou, não deu a mínima para um assunto tão grave e que repercute em todas as esferas do esporte de Santa Catarina. Menos, é claro, onde deveria repercutir.

“Caro Amigo César Souza Junior, ao agradecer pela gentileza do carinho e atenção dispensada, quero expressar e fazer justiça ao comunicar-lhe que tenho acompanhado a forma amigável , Cortez e educada com que o Carlos Eduardo tem atendido as pessoas na Secretaria. Fiquei observando como ele atende a todos de forma cordial. A dona Mara também é uma senhora muito querida e atenciosa com as pessoas. Pediria nesta oportunidade a gentileza de que seja prestada uma atenção especial ao Sr. Pecos Presidente da Fesporte , um dos mais capacitados administradores do esporte Catarinense e que desempenha profícuo trabalho na Fesporte e que engrandece nosso Estado.

Faço estas observações pelo fato de sempre ter sido humilhado em procurar na Secretaria pelo encaminhamento dos projetos do Fundesporte. Para que o senhor tenha conhecimento, no ano de 2011, nenhum projeto dos que apresentamos teve recursos liberados, inclusive o da “ Cerimônia de Atendimento e transporte do Fogo Simbólico dos 51° Jogos Abertos de Santa Catarina “ , no valor de R$ 30.000,00. No entanto realizei o evento e , mesmo segurado (sic) os gastos , tive despesa de R$ 23.000,00, pois tivemos também que atender as despesas com hospedagem e alimentação dos Conselheiros do Conselheiro Estadual de Esporte, que se reúne em Brusque por ocasião deste evento.

Por dedicação ao esporte de Santa Catarina , pelo que aprendi com Artur Schlösser desde 1957, com quem sempre estive na criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina , acabei acumulando um prejuízo em torno de R$ 600 mil reais nos últimos anos , tendo que me desfazer de meus bens , inclusive perdendo meu automóvel (hoje em dia viajo com automóvel usado cedido por meus familiares para que possa desenvolver minha atividade profissional.

Tenho 74 anos e com câncer na próstata e tumores pelo corpo , tomo diariamente remédios , 8 comprimidos e mais seis remédios líquidos, pois peço sempre que Deus me ajude pra que consiga pelo menos me dar mais 10 anos de trabalho para que possa deixar alguma coisa para minha filha Maria Clara, que tem 7 anos e que há dois anos me ajuda na solenidade de Acendimento do Fogo Simbólico dos Jasc, conforme a capa em folder anexo.

Não guardo ressentimento de ninguém, nem mesmo do nosso atual Prefeito de Brusque , que por ocasião do Cinqüentenário dos Jogos Abertos em Brusque em 2010 me causou um grande prejuízo, pelo fato de ser amigo do Ciro Rosa. do Governador Raimundo Colombo, Paulinho Bornhausen e do Senhor, e por ter gravado em 2010 na Arena de Esportes de Brusque , um depoimento para a campanha do Senador Luiz Henrique da Silveira.

Acompanho a forma correta como está sendo encaminhada a candidatura do amigo para a Prefeitura de Florianópolis , e temos certeza de que Deus abençoará seu caminho e sua eleição . Fiz e prece à Deus pedindo que o abençoe e o proteja.

Respeitosamente , Rubens Fachini.”

Felizes para sempre. E foda-se o futebol brasileiro



Os ventos fortes que ameaçavam com uma forte turbulência o prédio da CBF e a gestão do eternizado Ricardo Teixeira não passaram de uma brisa. Os 27 presidentes de federações estaduais, sustentáculo do atual presidente da entidade, acabaram refrescados com um cala a boca que representa aumento de 60% nos repasses mensais às suas combalidas entidades.

Ou seja, a Assembléia Geral da última sexta-feira deu em nada. A cartolagem voltou pra casa feliz e cada vez mais unida em torno do doutor Ricardo. No máximo ele vai tirar uma rápida licença pra tratar da saúde, um pouco debilitada nos últimos tempos pelas atribulações do cargo.

O fotógrafo Ricardo Stuckert captou bem o grau de satisfação dos presentes à Assembléia no Rio de Janeiro. Com nosso ínclito e barbudo Delfim Peixoto a frente, o enquadramento dos papagaios de pirata mostra o quão felizes estão todos com a administração do futebol brasileiro.

sexta-feira, 2 de março de 2012

As armadilhas do sotaque

A sexóloga apresentada pela Globo na mini série “As brasileiras” agitou a manezada. Muito gaúcha, protesta quem viu o capítulo da quinta-feira. Gente, sotaque e expressões regionais são sempre uma grande encrenca. Com patrulhamento, então, nem se fala. Lembro, por exemplo dos percalços da Globo com "O tempo e o vento", direção do gaúcho Paulo José. Nem um bom trabalho de pesquisa evitou as dificuldades para enquadrar os atores em sotaque muito característico como o do gaúcho da campanha.

Forçar a barra nunca dá certo e o meio termo é difícil de acertar. Fica melhor ao natural, desde que não tenha aquele chiado de chaleira tipo o da Xuxa quando ela decidiu que era carioca. Vale lembrar, também, a bronca dos gaúchos quando a maravilhosa e inigualável Elis Regina começou a apresentar o seu carioquês, chiando mais do que os "nativos". Houve um tempo em que o jornalismo global evitava o carregado sotaque nordestino para seus repórteres, num descabido preconceito.

Fernando Alexandre, um jornalista alagoano radicado em Florianópolis, tentou reproduzir e interpretar essa natural confusão lingüística. Acertou aqui, tropeçou ali, mas conseguiu parir o Dicionário da Ilha, se não me engano já na segunda edição.

A verdade é que de norte a sul nossa língua tem diferenças muito acentuadas e as adaptações, se mal elaboradas, no mais das vezes ficam quase caricaturais. E quando as exigências de hábitos e do falar são muito regionais, só uma escola que forme bons atores em uma demanda muito grande de tempo pode evitar ruídos que incomodem a ouvidos mais sensíveis e críticos atentos. Sem falar na xenofobia, uma perigosa e nociva distorção de julgamento.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Já gostei bem mais da nossa seleção e do Mano

O Brasil (7º no ranking) joga hoje às 16 horas, na Suíça, contra a Bósnia (19ª ) desafiando novamente o bom senso e tudo o que se pensa sobre um futebol bem organizado que cause prejuízos mínimos a quem sustenta esta gigantesca máquina de fazer dinheiro.

Seu gestor principal, maior beneficiário e presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está em lugar incerto e não sabido. Em Miami? No Brasil? Pode ser preso se voltar ao país, dizem as más e boas línguas. Aqui os clubes estão em plena disputa dos campeonatos regionais, alguns dividindo atenções com a Libertadores. Seus principais jogadores estão à serviço da seleção. É data FIFA, certo, mas a CBF tem conhecimento há séculos do calendário internacional e mesmo assim, seus dirigentes e das federações estaduais não dão a mínima e marcam jogos e compromissos sacrificando clubes e atletas.

Lá fora Mano Menezes faz a sua parte, levando Ronaldinho para ser coadjuvante de um meio de campo que tem Sandro, Fernandinho e Hernanes com Ganso no banco junto com convocações exóticas como a do atacante Hulk. Uma vitória hoje empurra tudo isso pra baixo do tapete graças ao oba oba e paparicação pós jogo, exercício praticado por boa parte da mídia esportiva brasileira, atualmente em menor número, felizmente, mas ainda assim bastante nociva.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Até Galvão Bueno leva dinheiro do Ministério do Esporte

Quando alguns membros do Conselho Estadual do Esporte contestam a liberação desenfreada de recursos do Fundesporte, tem gente que torce o nariz. Não interessa, para alguns conselheiros, contrariar o secretário de plantão na Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. Sim, porque nessa secretaria tão importante para três segmentos, não tem secretário, tem um político para atender seus interesses e do governo da vez. No Ministério do Esporte, agora na mão do deputado Aldo Rebelo, não é muito diferente, como contam dois jornalistas, José Cruz, da Uol, e Leandro Colon, da Folha de São Paulo. Lá como cá o dinheiro público é desviado para bem longe das finalidades para as quais foram criados a Lei do Incentivo ao Esporte, no governo federal, e o Fundesporte catarinense.


Por José Cruz - UOL

O companheiro Leandro Colon, da Folha.com, informa que o locutor Galvão Bueno conseguiu aprovar no Ministério do Esporte projeto de R$ 2 milhões para sua escola de formação de pilotos de automobilismo.
Na prática, não há ilegalidade no ato. Preenchidos os requisitos, a Lei de Incentivo ao Esporte permite esse tipo de projeto.
Agora, é de uma imoralidade sem igual, e com o aval do governo.
No mesmo momento em que o Palácio do Planalto faz cortes no orçamento federal – nas áreas da Saúde e Educação!!! – permite que o dinheiro público financie a formação de pilotos de uma modalidade elitista e de público reconhecidamente com altíssimo poder de consumo.
Já escrevi muito sobre isso e vou resumir: a Lei de Incentivo ao Esporte, na forma como foi aprovada e está sendo executada, é o maior assalto ao bolso do contribuinte brasileiro.
O governo abre mão de R$ 300 milhões anuais para “incentivar o esporte”. No entanto, o dinheiro vai para poderosíssimas organizações, como o Comitê Olímpico Brasileiro, o São Paulo F.C, Atlético-MG, Santos e tantos outros.
Os clubes usam o dinheiro nas suas escolinhas de futebol. E, depois de revelarem craques os vende para o exterior. A grana, claro, vai para o bolso do empresário e para o enriquecimento do patrimônio do “clube formador”. O Estado é ressarcido? Nada disso! Foi tudo “incentivo…”


Vergonha

Há três ou quatro anos tivemos a Federação Paulista de Hipismo aprovou R$ 6,5 milhões para “formação de novos atletas”.
Curioso, fui pesquisar o assunto e tive a surpresa: o público a ser atendido no tal projeto era ZERO!!!
Insisti na pesquisa e fiquei sabendo que o dinheiro se destinou para o milionário evento “Athina Onasis Horse Show”, que anualmente se realiza no Brasil.
Ou seja, o dinheiro de incentivo ao esporte, à formação de novos talentos no hipismo serviu, entre outras farras, para pagar parte de um espetáculo que envolve uma bilionária, Athina Onassis. E há outros projetos do gênero em análise no Ministério do Esporte. Cuidado, porque o proponente é experiente…


Urgente

O ministro Aldo Rebelo, que tem se mostrado eficiente no controle do dinheiro público ao longo de sua carreira política, tem a obrigação de mandar revisar a Lei de Incentivo ao Esporte e fixar prioridades na sua destinação. Essa obrigação, Ministro Aldo, está no artigo 217 da Constituição Federal. O Senhor tem base constitucional para tomar a medida. “O dinheiro público destinado ao esporte deve ser aplicado, prioritariamente, no desporto escolar”. No entando estamos aplicando no lazer, na diversão, na festa, no empreendimento rentável.
O ingresso dos clubes de futebol no texto da lei ocorreu na madrugada, nos acordos de plenário no momento da votação do projeto. O apelo do futebol sufoca as demais modalidades, e está aí o Estado – via contribuinte – financiando uma atividade profissional altamente rentável e suspeita nas transições milionárias que realiza.
Enquanto o ministro Aldo Rebelo não tomar essa decisão que o ex-ministro Orlando Silva não teve coragem, continuaremos a ser saqueados de forma vergonhosa. Pior: um saque legal, porque é de lei, mas em detrimento de projetos esportivos que contribuam, antes de tudo, para a formação do caráter dos nossos jovens.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Já vai tarde

São muito fortes os indícios sobre a renúncia de Ricardo Teixeira à presidência da CBF. A notícia vem sendo divulgada desde segunda-feira pelo jornalista Juca Kfouri, o primeiro a tocar no assunto, seguido pela grande mídia – menos a Rede Globo, claro – do Rio e São Paulo. Ancelmo Gois também publicou nesta quarta-feira em sua coluna de muita credibilidade na imprensa brasileira, como serão os últimos passos de Teixeira até a oficialização da sua renúncia.

Confirmada sua saída da CBF, ele será substituído pelo paulista José Maria Marins, vice para a região sudeste. Marins ficou conhecido como Zé das Medalhas, depois de flagrado afanando uma medalha na solenidade de premiação da seleção brasileira feminina de futebol.

A última informação é que Ricardo Teixeira vai deixar o Brasil para morar em Miami, onde já está sua família. A cidade é geralmente escolhida como moradia por aposentados, deserdados, cubanos, mafiosos, banqueiros e todos aqueles preocupados em fugir de perguntas inconvenientes e situações constrangedoras.

O desprezo pela Cultura, Turismo e Esporte

Já repercute mal, e muito mal, a indicação do ex-deputado pelo PSDB e ex-vereador de São José, José Natal, para a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. O político em questão é só político, não tem nem nunca teve nada a ver com os três segmentos abrigados na Secretaria. Aliás, uma excrescência em todos os governos de SC, comprovando a falta de comprometimento nesse estado com a cultura, o turismo e o esporte.

O jornalista e blogueiro Paulo Arenhart pauloarenhart.blogspot.com escreveu sobre o assunto e o desportista Hans Werner Hackradt mandou seu recado para esse blog, reproduzido aqui em parte.

“Mais uma vez estamos vendo a Secretaria de Estado do Turismo, Cultura e Esporte cair em mãos de políticos que mais se preocupam com seus partidos do que com o próprio Estado de Santa Catarina. (...)Aí pergunta-se: Quem é o Sr. José Natal no esporte de Santa Catarina? Além disso, leio no jornal que o Sr. Retro (sic) mencionado será uma tapa buraco até que o Prefeito de Imbituba possa assumir o cargo. (...)”

O senhor José Natal não conseguiu se reeleger e está hoje encostado na Assembléia Legislativa em um tal de Colegiado das Bancadas, invenção do atual presidente da casa, deputado Gerson Merísio, para abrigar seus apaniguados sem mandato. Trata-se de mais uma engenharia política governamental com desdobramentos na eleição para a prefeitura de São José, região do futuro secretário Natal.

Como membro do Conselho Estadual do Desporto, representando a Associação dos Cronistas Esportivos de Santa Catarina, tenho assistido nas reuniões plenárias um total desvirtuamento das funções deste colegiado. Ali também se instaurou a visão politiqueira, reflexo das ações e amarrações governamentais visando única e exclusivamente eleições futuras. Tem gente que chega a afirmar, sem o menor rubor facial, que o “Conselho é um órgão do Governo”.

Assim é que José Natal, apesar de estranho no ninho, pode assumir sem sustos. Para gerir cultura, turismo e esporte, não é preciso ser do ramo. Basta contar com o favorável e escuso jogo de interesses, e a caneta de um governador eleito pelo sistema e com promessas que jamais serão cumpridas

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O pesadelo de colorados e flamenguistas

Parada há sete meses, reforma do Beira-Rio levanta temor de Porto Alegre perder a Copa.

Flamengo oficializa saída de Wanderley Luxemburgo


A primeira manchete, publicada hoje nos veículos da RBS, deixou metade do Rio Grande preocupada. A outra metade está alegre e feliz com a possibilidade da desgraça alheia.

A segunda manchete pesada do dia envolve o Flamengo, a demissão de Wanderlei Luxemburgo, e a contratação do folclórico Joel Santana.

Num e noutro caso a origem é a irresponsabilidade, a falta de respeito e a incompetência que grassam no futebol brasileiro atualmente, em todas as suas instâncias. Os dirigentes do Internacional lidam há quase um ano com o impasse sem solução entre o clube e a uma construtora, colocando em risco Porto Alegre como uma das sedes da Copa, ou então simplesmente fazendo a felicidade do maior rival, o Grêmio, cujas obras de sua arena vão de vento em popa.

No Flamengo a presidenta Patrícia Amorim e seus companheiros de diretoria participaram do processo de demissão de Luxemburgo da maneira mais torpe e desrespeitosa que já vi em meus mais de 40 anos acompanhando o futebol. Pivô de todo o imbróglio, pra variar, Ronaldinho Gaúcho e sua entourage.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Os melhores do mundo na seleção de 2011

Casillas (Real Madrid), Daniel Alves (Barcelona), Piqué (Barcelona), Vidic (Manchester United) e Sergio Ramos (Real Madrid); Iniesta (Barcelona); Xabi Alonso (Real Madrid) e Xavi (Barcelona; Messi (Barcelona), Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e Rooney (Manchester United).

Esta é a seleção de 2011 que está sendo anunciada na festa da FIFA para os melhores do mundo. Só um brasileiro no time, Daniel Alves, e domínio do futebol espanhol, atual campeão do mundo e que tem o melhor time, o Barcelona

domingo, 8 de janeiro de 2012

Gente, olha aí o cinema do CIC

A notícia tá meio velha, mas ainda vale assuntar. Depois de quase três anos fechado para uma interminável reforma, graças à incompetência e corrupção que grassam no setor público, o cinema do CIC reabriu. Estou particularmente feliz. Era o meu cineminha de fundo de quintal, pois morava ali na Agronômica, ao lado da ex-padaria do Meira. Não passavA semana sem ir lá. Agora no Rio Tavares vou acompanhar de longe a programação do CIC, por 15 dias restrita a produções catarinenses e com entrada franca.

Sempre que possível e dependendo do que vier pela frente estarei no CIC, revivendo os bons tempos do Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro sob administração do Gilberto Gerlach. Sexta-feira, na Lagoa, o José Geraldo Couto, colunista da Folha, me disse que o Gilberto vai participar da licitação que definirá o futuro do CIC. Por seis meses o Paradigma Cine Arte, aquele próximo à entrada de Santo Antônio, manterá em boas mãos a sala tão querida para muita gente. Parece que não há mesmo a mínima chance de projeções tipo cinemão de shopping.

Dedinhos cruzados para o novo espaço de 137 lugares e tela reduzida e que os que pensam ser da Cultura só apareçam lá pra ver cinema de boa qualidade. Se tiverem interesse, o que acho difícil. Fora isso fiquem longe, por favor. De preferência não passem nem pela frente.

Net, a marca do despreparo e da falta de respeito

Dia 30 de novembro, prazo para devolução de um apartamento emprestado por uma amiga, fiz minha mudança de Jurerê para o Rio Tavares, onde hoje tenho minha casa. Apenas fiz a mudança porque a luz só chegou agora, quase depois de dois meses da obra concluída. Enquanto isso passei parte do tempo hospedado na casa de um amigo, outra parte na casa de uma irmã em praia gaúcha.

Mas o trecho aí de cima é capítulo de outra novela, já encerrada felizmente. A atual tem a ver com a Net e a falta de respeito dessa operadora de tv a cabo para com seus clientes. Na véspera da mudança fui à loja da Net na Av. Rio Branco e pedi suspensão temporária da assinatura até que a Celesc desse conta do seu papel. A atendente, apesar das minhas advertências sob a falta de energia, agendou visita de técnicos para a semana seguinte. Os caras, claro, perderam a viagem, pois eu ainda não havia comunicado sobre a ligação da luz.

Nos dias seguintes, no espaço de duas semanas, mais ou menos, recebi telefonemas enlouquecedores da Net. Uns estranhando que eu ainda não havia confirmado a troca de endereço e outro, o pior deles, pedindo a confirmação do cancelamento da minha assinatura, coisa que eu nunca havia solicitado.

Com luz em casa somente a partir da semana passada, voltei à loja da Net para pedir, finalmente e novamente, a troca de endereço e a reativação do meu sinal que envolve um pacote Combo com telefone, tv e internet. Antes tentara pelo telefone 10621, a pior coisa que fiz, essa e outras vêzes. É uma central que fica em Porto Alegre para atender o país inteiro. E que, para minha surpresa, não tem todos os acessos ao sistema como têm as atendentes da loja. Isso dito pelos seus próprios profissionais. Entre as bobagens que ouvi por telefone, uma me deixou furioso: meu sinal não podia ser reativado porque já havia “um contrato conectado” no meu endereço. Contei até dez e expliquei que devia se tratar de outra casa, em frente à minha, no mesmo terreno. Nada sensibilizou a funcionária despreparada. "Nada consta em nosso sistema" repetia feito papagaio. Sei que esse telefonema com a central portoalegrense, passando de uma atentende para outra e tendo que repetir a minha arenga, durou exatos 45 minutos.

Voltei sexta-feira à loja da Rio Branco preparado para um barraco. Pra sorte minha uma moça gentil e educada, chamada Vanessa, encaminhou sem problemas minha nova solicitação que ainda teve que passar por um monitor para agendar a visita dos técnicos.

Não terminou a encrenca. Pelo contrário, aumentou, No sábado os técnicos chegaram para constatar que um tal de “Tap”, equipamento que fica no alto do poste e que distribui os sinais para as residências em torno, estava “lotado”. Agora espero nova visita e de mais uma equipe da própria Net (a outra é terceirizada), que fará a vistoria para constatar o que os técnicos anteriores já visualizaram e notificaram.

Previsão dos gentis rapazes da terceirizada: até a finalização do processo – vistoria, troca por um Tap maior e outra visita dos técnicos que vão me liberar telefone, tevê a internet – pode demorar até uns 15 dias.

Como não pretendo enlouquecer nem me tornar um homicida e muito menos usar nariz de palhaço (ou será que já uso?), não vou mais fazer contatos com ninguém da Net. E peço desculpas pelo longo texto. É do tamanho da minha indignação.

SOS: se alguém da empresa supra citada se interessar em resolver o mais rápido possível meu problema, aí vai o número do contrato que um dia tive a desventura de assinar - 088/426354483 – Mário Luiz Hyarup Medaglia

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Se ficar o bicho pega, se correr o bicho...

A preguiça, as festas de fim de ano e as novidades do convívio familiar me entorpeceram. Aqui em Rainha do Mar, onde estou desde o dia 23, preferi as conversas, a leitura e até um capitulozinho ou outro de novela. Sem esquecer as comilanças e a beberagem. Ou seja, nada de blog. Internet só pra tuitar, consultar dívidas a pagar e uma passada rápida pelo noticiário. O de sempre: luzes natalinas, de fim de ano, mortes no trânsito por bebedeira e os assassinos livres, enquanto parentes dos mortos choram suas perdas. Pra encher o saco de vez nem os levantamentos sobre a roubalheira nacional deixaram de aparecer. Coisa de bilhões e ladrões a solta, em parceria com os assassinos do trânsito.

Pouca praia na pequena Rainha do Mar, balneário do litoral norte gaúcho. Bom pra quem não quer fazer nada nesta chuvosa e ventosa troca de ano. E assim fiquei,olhando o0 mar e de vez em quando contatando Florianópolis. Finalmente a luz da minha casa apareceu, única boa notícia.

Estou pronto pra voltar, mas não sei se pego a estrada para enfrentar os congestionamentos entre Tubarão e Laguna, o acesso a Florianópolis e a tranqueira pelo sul ou Morro da Lagoa. Leio os blogs dos amigos e quase perco a coragem. Tem gente presa em casa pelos quatro cantos da cidade. Daqui a pouco minha melhor opção ainda será o sossego de Rainha do Mar e o vento característico das praias gaúchas com seu mar achocolatado e água gelada.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Querem me enlouquecer

Levei um amigo ao aeroporto Hercílio Luz quarta-feira (21) à tarde para embarcar pela Gol às 14h50 com destino a Brasília, conexão em São Paulo. Vôo cancelado, dizia o quadro de partidas. “Avisamos os passageiros”, mentiu a funcionária no balcão da companhia. O amigo embarcou só às 16h40, correndo o risco de perder a conexão em Congonhas (antes era Guarulhos), seu novo destino intermediário.


No meu caso enfrento a Tim, Net e Celesc. É coisa, né? Para um final de ano, quando saúde e paz são os votos com mais ibope, é de encher o saco de qualquer cidadão desprotegido, apesar de todas as agências reguladoras inventadas por nossos governantes preocupados com o desemprego.


Com a Tim o problema é simples: falta de sinal em locais dos mais surpreendentes. Pode ser até ao lado de uma antena da companhia. Com a Celesc a relação é um pouco mais complicada: mudei pra casa nova e espero a luz há quase um mês.


A Net merece um parágrafo especial. Tenho o tal de Combo, tevê, telefone e internet. Um dia antes da mudança, que aconteceu dia 30 de novembro, pedi a suspensão temporária da assinatura. Ainda não tenho luz, não sei quando será ligada. Apesar da minha advertência, a atendente, “por garantia”, decidiu agendar a religação no meu novo endereço. Dias depois, e antes da data marcada, recebi telefonema da Net para confirmar o serviço. Repeti a ladainha. Não tenho luz. Para minha surpresa, no dia agendado apareceram dois técnicos para efetuar o serviço. Muita paciência (afinal, os caras não têm culpa pela esculhambação) e novo relato para explicar a situação. Acabou? Que nada. Passado um tempo, e eu ainda sem luz, recebo telefonema perguntando se a ligação podia ser ativada. Pqp, pensei. Só pensei, em respeito à senhora ou senhorita do outro lado do fio. Explicado o assunto ouvi a pergunta surpreendente. “Quer suspender a assinatura”? Pensei que já estava suspensa faz tempo, respondi já rezando um Pai Nosso. Esclarecido? Não. Nesta quarta, junto com a aventura no aeroporto, de novo a Net: “Estamos com um comunicado de cancelamento da sua assinatura. O senhor confirma”?

Não fiz um escândalo porque estava ao lado do meu amigo, no balcão da Gol, acompanhando sua tentativa de solução para poder chegar em Brasília, ainda naquele dia, com uma carga/encomenda de cinco quilos de camarão.

Quando a galinha do vizinho é muito pior

Santa Catarina foi escolhida sede do Campeonato Mundial do handebol Feminino, uma espécie de reconhecimento ao potencial desta modalidade no estado, com destaque para a equipe de Blumenau, várias vezes finalista da Liga Nacional.

Perdemos a sede do evento para São Paulo por conta de exigências absurdas feitas pela Federação Mundial aos dirigentes catarinenses. Como relata o leitor e desportista Hans Werner Hackradt:


"SC deveria ter sido a sede do evento. Exigiram climatização nos ginásios, áreas vips de qualidade superior, transporte individual para alguns figurões (40 no mínimo) ....etc. Orçamos tudo em 12 milhões. O Governo não topou e levaram para São Paulo.


Em São Paulo os ginásios não tiveram climatização, a área vip foi demarcada com folhas de papel almaço, pouquíssimo público ( o que aqui não iria acontecer), dificuldades com locais de treinamento e outros inúmeros problemas.


Acho que pelo que eles gastaram com os cortes nas exigências (que eram só para nosso Estado), nós teríamos feito muito melhor. Não acham?
Eu tenho certeza - somos um Estado que sabe recepcionar e acolher os amigos e na área do esporte. Apesar de jogados em 3º plano, ainda damos exemplo".



Também acho Hans. Mas se derem dinheiro para uma competição importante como essa do handebol, não vão sobrar recursos para a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte gastar a rodo com projetos eleitoreiros e inúteis. Inclusive desrespeitando e desmoralizando o Conselho Estadual do Esporte, que não aprova alguns desses projetos, mas os vê contemplados pela Secretaria com verbas de deixar o Tio Patinhas roxo de raiva.