Juntei a preguiça trazida pelo feriadão de Páscoa com uma sexta-feira etílica-gastronômica junto aos amigos. Acrescentei mais dois dias com aquela coisa que dá febre alta, dor no corpo e uma prostração miserável - e que os médicos, na falta do que dizer definem como virose - para acabar de cama sem vontade de fazer nada a não ser dormir. Ou seja, não produzi porcaria nenhuma e deixei meu blog às moscas. Volto hoje para comunicar nova ausência. Vou a Brasília, ver amigos sãos e doentes. Entre os sadios de corpo e mente está o Lourenço Cazarré lançando nesta quarta-feira seu último livro, "A longa migração do temível tubarão branco". Entre os dodóis verei o Kido Guerra, jornalista que poderia ter inspirado o personagem do livro do Cazarré. Kido trabalha, fuma e bebe como gente grande e sofeu um enfarte semana passada. Conforme a agenda, mando notícias. Prometo passar longe do Congresso. Posso pegar outra virose.
O livro
Dante Verga, 50 anos, casado, pai de três filhas, importante jornalista econômico em Brasília sofre um enfarte em plena Esplanada dos Ministérios. Levado pelos bombeiros a uma clínica cardiológica é atendido pelo bizarro doutor Tamandaré, que tem um método peculiar de tratar seus pacientes.
Para amenizar a angústia do jornalista workholic diante do repouso forçado, o médico permite-lhe que use o computador, mas não para redigir notas jornalísticas.
Pede-lhe que escreva sobre sua vida. De início contrariado, Dante Verga, que odeia escritores e poetas, começa então a relatar os fatos que antecederam e sucederam seu enfarte.
Suas reflexões recuam até a morte de sua mãe, dias depois do parto, e examinam a áspera relação com o pai, homem apaixonado por apenas um livro: A Divina Comédia.
Das transcrições das conversas que trava com a mulher e as filhas, quando elas vão ao hospital visitá-lo, surge um quadro da sua precária vida familiar.
Sarcástico e corrosivo, o delirante colunista de Economia, além de traçar um impiedoso auto-retrato, examina com seu texto venenoso o Brasil, Brasília, o poder, o jornalismo, a medicina e as relações familiares.
Para amenizar a angústia do jornalista workholic diante do repouso forçado, o médico permite-lhe que use o computador, mas não para redigir notas jornalísticas.
Pede-lhe que escreva sobre sua vida. De início contrariado, Dante Verga, que odeia escritores e poetas, começa então a relatar os fatos que antecederam e sucederam seu enfarte.
Suas reflexões recuam até a morte de sua mãe, dias depois do parto, e examinam a áspera relação com o pai, homem apaixonado por apenas um livro: A Divina Comédia.
Das transcrições das conversas que trava com a mulher e as filhas, quando elas vão ao hospital visitá-lo, surge um quadro da sua precária vida familiar.
Sarcástico e corrosivo, o delirante colunista de Economia, além de traçar um impiedoso auto-retrato, examina com seu texto venenoso o Brasil, Brasília, o poder, o jornalismo, a medicina e as relações familiares.
O cara
Lourenço Cazarré (Pelotas, 1953) é autor de mais de 40 livros, entre coletâneas de contos e novelas adultas e juvenis.
Recebeu mais de vinte prêmios literários de âmbito nacional, tendo inclusive vencido por duas vezes o maior certame literário dos anos 80, a Bienal Nestlé, nas categorias romance (1982) e contos (1984).
Um de seus livros para jovens, Nadando Contra A Morte (Formato Editora),
recebeu o Prêmio Jabuti, em 1998.
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