A mídia do centro do país está mobilizada, dedicando espaços generosos nas programações de rádio e tevê e nas páginas de jornal, com respingos na província. Os canais fechados, principalmente, não deixam passar nada. Falo do Campeonato Mundial de Futsal, com sedes em Brasília e no Rio de Janeiro. Nunca vi coisa tão medíocre e desinteressante. Os escores parecem de basquete, são altíssimos, criando a ilusão de que a emoção está presente em todos os jogos. Não é nada disso. O nível técnico é baixíssimo, o Brasil pode ganhar de 12 a 1, como na estréia contra o Egito, ou no segundo jogo massacrar os deslumbrados jogadores das Ilhas Salomão com 21 a 0. No final os goleados ainda fizeram questão de fotos ao lado dos seus algozes brasileiros, liderados pelo ídolo Falcão. Nem em jogo de solteiros contra casados isso acontece. Os maiores adversários do Brasil na competição são Espanha e Itália, em cujos times a língua oficial é o português. É por isso que a FIFA não briga pelo futsal na Olimpíada. Embora seja praticada no mundo todo, ainda é uma modalidade muito rastaqüera em termos técnicos para se tornar olímpica. Menos, é claro, para o nosso salomônico Ministério do Esporte, que investiu no evento a modesta quantia de R$ 25 milhões. Depois falta dinheiro para financiar atividades muito mais importantes para nosso esporte de base como as Olimpíadas Escolares, uma competição nacional que este ano só aconteceu por causa da chiadeira de pais e professores pelo país inteiro.
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