quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Quinta-feira

Futebol do absurdo

Decisões tomadas sob o impacto emocional de incidentes como os de domingo no estádio do Criciúma podem cair no ridículo ou, o que é muito pior, não atingir seus objetivos. Segundo os sábios da Segurança e da Federação Catarinense, a torcida visitante de agora em diante só poderá comparecer aos estádios sob disfarce, camuflada, olhando para os lados ou para cima, fazendo o tipo “não tô nem aí” para esse jogo. E nenhum item de sua indumentária poderá identificá-lo com seu time do coração. Vai, por exemplo, que o cara esquece e bota uma cueca azul para uma partida do Avaí em Joinville: tira a cueca ou volta para casa. Pendura ali, na saída nós devolvemos, exigirá um atento policial militar, ciente de suas novas funções. Para não deixar dúvidas, serão vendidos com antecipação ou nas secretarias dos clubes visitantes, uniformes com aquelas camuflagens comuns em operações de guerra, nesse caso utilizados para a paz. A primeira experiência mais concreta acontecerá domingo, por ocasião do confronto (será que pode usar essa palavra?) entre Guarani e Avaí, na Ressacada. Situação que dará o que pensar porque, nesse caso, o visitante será o Avaí. Quer dizer, nada de faixas, bandeiras ou camisas que identifiquem o torcedor avaiano que só poderá entrar em seu próprio estádio “disfarçado” de adversário. Coisa de louco.

Versão catarinense

Por causa das últimas decisões tomadas por quem responde pela organização do campeonato e segurança nos estádios, foi enviada correspondência ao cartunista norte-americano, Mort Walker, autor das tiras do Sargento Tainha e do Recruta Zero. A turma “querem” saber em quem foram inspiradas as criações destes dois personagens. Tenho lá minhas desconfianças.

O sério

Tirar o torcedor dos estádios e transformar o futebol em espetáculos sem cor e emoção não é o melhor caminho. A Polícia Militar tem homens treinados, o judiciário já é mais atuante nos estádios com o programa Justiça Presente, a Federação tem instrumentos para organizar melhor suas competições, a Legislação Esportiva está disponível, enfim, as “armas” para a paz existem. Basta que o policial militar receba mais apoio em número e equipamento, os organizadores exijam mais segurança nos estádios, o judiciário amplie suas atividades nas praças esportivas e o Tribunal de Justiça Desportiva, em todas as suas instâncias, deixe de ser frouxo. E, principalmente, dirigentes, treinadores e setores da mídia sejam mais responsáveis, reprimindo reações emocionais e desatinadas que só incitam o ódio entre torcida, arbitragem e jogadores.

O barato sai caro

A grande maioria dos clubes catarinenses – e quero falar apenas da nossa realidade -, por falta de recursos ou de planejamento, continua priorizando o balaio de ofertas nas contratações. É como ir às compras sem dar atenção à qualidade dos produtos, levado em conta apenas os preços para comprar em maior quantidade. O custo/benefício aparece logo no desempenho do time, na tabela de classificação e, pior, nas finanças já combalidas por uma seqüência de negociações mal conduzidas. Agora, terminado o turno do nosso campeonato, é grande a relação de dispensas, novas contratações e conseqüente aumento de custos e prejuízos. Clubes maiores e mais tradicionais, como Avaí e Joinville, repetem ano a ano essa prática predadora, deixando de investir na base e na possibilidade de bons negócios futuros. A opção é pelo já, pelo agora. O resultado é o nunca, jamais. As últimas temporadas destes clubes falam por si só.

Álvaromania

O senador pelo Paraná, Álvaro Dias, um dos maiores crítico do governo Lula, não perdoa nem a Timemania, loteria lançada semana passada e que tem como objetivo ajudar os clubes em dívida com o fisco. O senador não queria que agremiações cujos dirigentes tenham sido condenados em qualquer instância da justiça recebem os benefícios da Timemania. Emenda sua nesse sentido foi rejeitada pelo Congresso.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Terça-feira

Pesadelo

A torcida do Avaí começa sua décima primeira temporada de sofrimento e decepção com o time entregando de bandeja um título para o maior rival. O Figueirense estava fora da disputa e acabou ressuscitado pela incompetência de seus adversários, aproveitando com eficiência a oportunidade que lhe caiu no colo. O fardo, que já era pesado para os avaianos, tornou-se um trambolho difícil de carregar pelo segundo turno a fora. O pior de todos os males é que o Avaí perdeu em casa, além do título, uma vaga para a Copa do Brasil, nas derrotas para o Figueirense e Chapecoense.

Regularidade

O técnico Gallo não gosta de ser contestado ou de críticas. Mas ele tem razão em um detalhe quando diz que seu time chegou ao título com méritos: o Figueirense não perdeu nenhum jogo, esteve sempre entre os três primeiros colocados e soube até o fim manter o grupo focado em torno dos objetivos, as vagas na Copa do Brasil e final do campeonato catarinense. Pelo andar da sua carruagem e despreparo dos adversários, o Figueirense chegará ao tetra estadual.

Coração dividido

Resquícios do tempo em que o futebol catarinense não era nada em termos nacionais fazem com que torcedores pelo estado todo ainda dividam simpatias principalmente com clubes de Rio e São Paulo. Talvez a exceção seja a região oeste, de forte influência gaúcha e onde Grêmio e Inter predominam acima até de clubes locais. Em Florianópolis torcedores de Avaí e Botafogo acumularam decepções pelos fracassos dominicais.

Bagunça

Passou o tempo em que cada torcedor carregava no bolso a tabelinha do campeonato. Do começo ao fim se sabia horário e data dos jogos, quantos turnos tivessem as competições. Hoje as federações, alegando os mais diversos motivos, mudam tudo a toda hora. As tabelas têm mais asteriscos do que jogos. Exemplo: que razões levaram a Federação Catarinense a esfacelar a rodada decisiva do turno, marcando jogos para 16, 18 e 20 horas?

Bondinho da alegria

O Rio de Janeiro continua lindo. Tão lindo que o Ministério do Esporte terá um escritório regional na Cidade Maravilhosa. Serão efetivados 12 funcionários contratados provisoriamente para os Jogos Pan-Americanos e cinco outros serão transferidos de Brasília. O Ministro Orlando Silva Júnior vai sugerir que, ao invés de uma lanchonete, o escritório tenha uma tapiocaria.

Selvageria & impunidade

Tiro na arquibancada do estádio Hercílio Luz, em Itajaí e o assassinato de um torcedor do Joinville em Florianópolis com uma pedrada, crimes que continuam sem esclarecimento ou punição. Este ano aumentaram os conflitos e domingo um homem perdeu a mão, dilacerada por uma bomba jogada entre os torcedores do Criciúma no estádio Heriberto Hulse. Pelos antecedentes, nada deve acontecer.

INSS

Antes da aposentadoria o atacante Tuta passará pelo Figueirense, contratação confirmada por Gallo domingo. Estranho que um clube de tanto investimento e sucesso nas divisões de base se especialize na utilização de jogadores próximos do final de carreira. A lista tem Sérgio Manoel, Cleber, Evair, Edmundo e César Prates.

E agora José?

Wagner Tardelli, o amigo do Rei, foi omisso com a violência, feriu a regra ao deixar de expulsar William Amaral, o trapalhão zagueiro do Criciúma, e não deu um pênalti contra o Avaí no segundo tempo. Célio Amorim, o itajaiense preferido do Rei, pintou e bordou no Orlando Scarpelli com erros primários. E aí José Carlos Bezerra, pai do Paulo Henrique – vetado pelo Figueirense - e homem forte (?) na Comissão de Arbitragem?

Fiascos

Duas vitórias, três empates e seis derrotas. São os números do Joinville, a maior decepção do primeiro turno. O Marcílio Dias era forte concorrente até o adversário começar a despencar na tabela e dispensar a comissão técnica inteira. Quem está mais arrependido com a parceria? A Wanderlei Luxemburgo Sports ou o próprio Joinville?

Surpresas

As campanhas do Guarani de Palhoça e do Metropolitano – principalmente este – derrubaram no primeiro turno todos os prognósticos sobre candidatos a rebaixamento.

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Sábado/domingo

O lado B da rivalidade

A rodada deste domingo pode significar mais uma grande decepção para as torcidas de Avaí e Criciúma, que têm tudo para morrerem abraçadas no estádio Heriberto Hulse. O time da casa tem chances remotas – depende do resultado do Figueirense - de conquistar o título enquanto só a vitória dará esta condição ao adversário. Para que isto aconteça o Avaí terá que se superar, fazer o que não fez na Ressacada. Fora de casa, sua tarefa será ainda dificultada pelo restinho de esperança que moverá o Criciúma e sua torcida. A não ser que, sentindo o andamento do jogo em Florianópolis, uma repentina apatia acabe abatendo o Tigre por conta de uma exacerbada rivalidade com o Figueirense.

Faixas no cabide

O Figueirense não tem que fazer contas e muito menos ficar ouvindo o jogo de Criciúma. Tem só que vencer o Atlético de Ibirama no Scarpelli e torcer para que o Avaí não derrube todos os prognósticos no sul do Estado. Embora o Atlético seja treinado pelo avaiano Joceli Santos, ex-goleiro do clube, poucos apostam em fracasso dos donos da casa. O título do turno com garantia de presença na decisão do campeonato está batendo nos portões do Orlando Scarpelli. As faixas já estão no armário, à espera da confirmação de um favoritismo que apareceu de uma hora para outra, um tanto por méritos de Gallo e seus comandados, mas muito mais por incompetência dos maiores rivais.

Lei da selva

A torcida domingo no Scarpelli terá razões de sobra para comemorações. Depois de ver seu time na fila dos milagres, passa à condição de favorita para uma grande festa. Em compensação os jornalistas que cobrem o dia a dia do Figueirense terão motivos de sobra para temer o crescimento da falta de respeito e da arrogância que hoje dominam a comissão técnica. Dizimada a assessoria de imprensa do próprio clube, o gerente Anderson Barros agora bate no peito como um gorila, feliz por “eliminar” um a um seus “inimigos”. Impressiona nesses episódios a passividade da direção do Figueirense.

O pior para Guga

Guga foi convidado para disputar o Master de Miami. Em outros tempos seria uma boa notícia. Ou o convite seria desnecessário porque Guga teria direitos adquiridos com o seu ranking na Associação de Tenistas Profissionais. Mas hoje, até em respeito à sua história como atleta e grande campeão, Guga deveria evitar o constrangimento de acumular derrotas já nas primeiras rodadas.

O pior para o Joinville

Deu tudo errado no projeto do Joinville para o primeiro turno do campeonato catarinense. Na verdade começou errado com a contratação do técnico Waldemar Lemos, mais conhecido por ser irmão do outro treinador, Oswaldo de Oliveira, este sim com currículo profissional de acordo com as exigências do mercado. Agora é começar do zero e torcer para que a parceria com Wanderlei Luxemburgo renda alguma coisa diferente das tantas que já rondaram clubes catarinenses ou que continuam assombrando nossos dirigentes.

Kaká e a Copa no Brasil

“(...) O povo vai ficar feliz. As obras que têm que ser feitas são obras que têm que ficar para o povo brasileiro. Todo tipo de melhoria não deve ser só pensando na Copa. É para pensar no desenvolvimento, no crescimento o país de forma geral (...)” Entrevista à Folha de São Paulo no último domingo.

Favoritismo

Mais de 60 mil pessoas irão ao Maracanã neste domingo para assistir a decisão da Taça Guanabara entre Flamengo e Botafogo. Tudo indica ser a grande chance para os flamenguistas começarem 2008 como terminaram o ano passado, em alto astral. Todos os indícios levam ao favoritismo rubro-negro, enquanto o Cuca não para de reclamar dos desfalques – três no mínimo – por lesão e cartões. Mas, não se pode esquecer que aquele bichinho chamado zebra tem as cores preta e branca.

Onde estará Delfim?

Na casa dos amigos, em Florianópolis, para assistir Figueirense x Atlético? Ou será que o presidente da Federação vai enfrentar seus desafetos de Criciúma e Avaí?


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Quinta-feira

Emprego a perigo

O técnico da Chapecoense, Luiz Carlos Cruz, disse tudo o que ia fazer no intervalo para melhorar a Chapecoense. Como já acontecera no clássico, também em casa e também no segundo tempo, Sérgio Ramirez limitou-se a fazer substituições sem corrigir a postura do time porque não percebeu o que estava acontecendo à sua frente. Só prancheta e megafone não ganham jogo. O Avaí perdeu outra partida que não podia perder. Deixou o titulo escapar na Ressacada, ressuscitou o Figueirense, machucou feio a torcida e agora depende de uma vitória em Criciúma, tarefa próxima de um milagre. Ramirez pode voltar do sul desempregado.


Salve-se quem puder

A Timemania está nas ruas, mais uma Loteria no país onde o jogo é proibido. Hipocrisias a parte, os clubes brasileiros em dívida com o fisco esperam pagar o que devem para depois lucrar com a parte que lhes couber, 22% de uma arrecadação anual estimada em R$ 500 milhões. As cotas serão diferenciadas, com 65% para os 20 clubes da série A, 25% para a série B e apenas 8% para um terceiro grupo formado por 40 agremiações. É importante destacar que os clubes primeiro saldarão suas dívidas com a Receita Federal, Previdência e FGTS, mantendo os recolhimentos em dia e com o débito a ser coberto parcelado em 240 meses (20 anos). Descontado tudo isso da cota mensal a que tiverem direito, alguns ficarão devendo e terão que tirar do bolso para manterem em dia o compromisso assumido com a Caixa Econômica Federal. Aqueles que atrasarem qualquer pagamento cairão fora do jogo. É fácil deduzir que para muitos o sonho da redenção financeira ficará ainda mais distante.

Eles se entendem

A solenidade de lançamento da Timemania reuniu segunda-feira em Brasília o presidente Lula, o Ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, Pelé e Ricardo Teixeira, entre outros. Diga-me com quem andas que te direi quem és, observaria sabiamente a turma da arquibancada.

Garoto propaganda

Depois do “flagra” do pagamento de tapiocas com o cartão corporativo, o ministro Orlando Silva virou item do cardápio da tapiocaria Maria Bonita, uma das mais famosas de Brasília. A tapioca do Ministro tem sabor pizza e só pode ser paga em dinheiro, nada de cartão.

Chuvas e trovoadas

Edmundo, depois de perder um pênalti no clássico contra o Flamengo quando o placar estava em 1 a 1, botou a culpa pelo seu mau rendimento na preparação física. Eurico Miranda, sensível às queixas do “Animal”, demitiu o preparador Luís Flávio, provocando constrangimento entre os jogadores. Como também andou criticando o planejamento da pré-temporada vascaína, Alfredo Sampaio, técnico e porta voz de Eurico nos vestiários, entrou mudo e saiu calado em toda essa confusão.

Qualquer semelhança

Fidel Castro demorou 49 anos para entregar a rapadura. O futebol está assim de gente perseguindo os números do ditador cubano, alguns de barba, inclusive. E, coincidentemente, também apreciadores de bons charutos.

Para pensar

Seguindo nessa trilha, uma listinha para reflexão: Costa e Silva, Médici, Geisel, Figueiredo, Itamar, Collor, Fernando Henrique e Lula. Quem desse time mereceria algum tipo de elogio?

Guilhotina carioca

A bolsa de apostas na decisão da Taça Guanabara coloca o Flamengo como grande favorito. Confirmados os prognósticos, de novo Cuca morrerá na praia com o Botafogo, o que da última vez lhe custou o cargo.

Custo/benefício

Flamengo x Botafogo, no Maracanã, decisão da Taça Guanabara, custa R$ 40,00 na arquibancada, R$ 30,00 na cadeira inferior e R$ 150,00 na cadeira especial. Perguntem a quem organizou o campeonato catarinense quanto vale um ingresso para Guarani de Palhoça x quem quer que seja, à noite, na Ressacada.

Dois pesos

Paulo Pelaípe, diretor manda-chuva do Grêmio, acaba de ser punido no TJD gaúcho com 30 dias de suspensão por ofensas a um árbitro. Aqui o gerente de futebol do Figueirense, Anderson Barros, e o técnico Alexandre Gallo, dizem o que querem jogo após jogo e não acontece nada. A legislação esportiva deve ser diferente nos dois estados.

Perdulário

O Palmeiras paga R$ 70 mil de salários ao volante Marcelo Costa que nem como reserva está sendo aproveitado por Wanderlei Luxenburgo. Assim não tem Timemania que dê jeito.

Castigo

A Federação Paulista implantou a chamada “linha dura” para o seu quadro de árbitros. Quem for mal em alguma rodada do campeonato fica 15 dias no freezer e outros 15 na sala de aula para reforço técnico. A culpa é sempre do mordomo, nunca de quem escala mal o time, perde pênalti, gol feito, dá um passe errado ou toma frango.













terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Terça-feira

Agora ou nunca

Melhor impossível. Um simples empate diante da Chapecoense na Ressacada, desde que combinado com resultados negativos de Criciúma (20 pontos) e Figueirense (19 pontos), pode garantir com uma rodada de antecipação o título do turno para o Avaí (22 pontos). Empatar em casa com um dos piores times do campeonato e ainda em momento decisivo custou caro para o Criciúma e mais uma vez pode tirar a chance de um título que tem fugido do Heriberto Hulse ao apagar das luzes. Do favoritismo à decepção o passo é curto. Vale o mesmo para o Figueirense com a diferença na qualidade do adversário enfrentado no Scarpelli sábado. O Metropolitano é a boa surpresa do turno, contrastando com o fiasco do Joinville. O cavalo está encilhado para o Avaí montar.

Deu a lógica

A Taça Guanabara teve graça mesmo só a partir de sábado, quando Botafogo e Fluminense fizeram a primeira semifinal. A seqüência domingo, com Flamengo e Vasco, completou o desfecho lógico para uma competição esvaziada pelo número exagerado de participantes e pela falta de condições técnicas da grande maioria. Os quatro grandes passaram a primeira fase treinando para se enfrentarem na chamada fase quente. Triste nisso tudo, além das estripulias dos cartolas, é ver a situação do simpático Ameriquinha, sério candidato ao rebaixamento. Até prova em contrário ou alguma manobra de bastidores. Situação semelhante ao campeonato catarinense, com gente demais e qualidade de menos.

O Tostão jornalista

Por meio de mudança na regra do jogo, Ricardo Teixeira foi reeleito pelos amigos das federações estaduais para mais sete anos de mandato. Ele completará em 2014, ano da Copa do Mundo no Brasil, 25 anos no comando da CBF. Assim funcionam as coisas no Brasil. “É dando que se recebe”. Versão de Tostão, ex-craque e agora articulista da Folha de São Paulo, sobre o que ele chama de ação entre amigos, visando perpetuar Ricardo Teixeira no cargo. E, para que não haja interpretações equivocadas, Tostão explica o razoável sucesso do nosso futebol nesse período, creditando aos craques e as eficientes comissões técnicas a responsabilidade pelos títulos conquistados nos gramados durante o comando de Ricardo Teixeira.

O Tostão médico

Sobre a nova lesão de Ronaldo Nazário: Todos os especialistas afirmam que uma das causas da ruptura dos dois tendões do joelho de Ronaldo poderia ser o excessivo aumento da massa muscular após sua ida para a Holanda. Como o tendão que une o músculo ao osso não cresce, não suporta tanta carga.

Atos e fatos

Ricardo Teixeira demitiu o médico da CBF, Bernarino Santi, por ter falado sobre uso de anabolizantes por Ronaldo. Para Tostão, o médico não acusou o jogador de usar substâncias proibidas. Apenas admitiu, em tese, a possibilidade de o excessivo aumento muscular ter sido por uso de anabolizantes, mesmo sabendo que alguns jogadores desenvolvem a massa muscular por meio de exercícios.

Praga nacional

Não agüento mais ler manchetes noticiando os mistérios dos treinadores sobre as escalações de suas equipes. Essa prática abusiva que tenta enganar adversários e mídia chega a ser patética, tanta a sua inutilidade. Técnicos renomados, outros nem tanto, transformam torcedores, o bem mais precioso do futebol, em platéia para uma comédia que já perdeu a graça e efeito, se é que um dia teve algum.

Furacão

O Atlético Paranaense faz uma campanha avassaladora no campeonato vizinho. É líder invicto e isolado, com 33 pontos em 11 rodadas. Na última, jogando fora de casa, aplicou 7 a 1 no Iguaçu.

Urucubaca

O Milan precisa passar por uma sessão de descarrego. Depois das lesões de Alexandre Pato e Ronaldo, chegou a vez de Dida sair de campo na maca. Detalhe: o goleiro estava no banco de reservas sábado, quando deu um mau jeito e machucou as costas.

Quarteto fantástico

Por razões diversas, Guga, Ronaldo, Romário e Oscar foram notícia na semana que passou. Tênis, futebol e basquete estiveram representados nas páginas esportivas envolvendo uma aposentadoria, uma lesão grave, uma polêmica e uma comemoração de 50 anos. Dos quatro, apenas o “Mão Santa”, apagadas as velinhas, não deve seguir no noticiário. Os demais ainda vão render muito assunto, infelizmente pela proximidade com a aposentadoria.








sábado, 16 de fevereiro de 2008

Sábado/domingo

O novo velho

Chama-se Fábio Nogueira o vice da CBF para a região sul. Tem apenas 30 anos, gaba-se o site da Federação. Tão novo e já inserido no contexto das práticas da velha cartolagem, o que não nos dá a mínima esperança de que algo possa mudar no futebol de Santa Catarina. Ou alguém acredita que um dirigente criado por Delfim Peixoto e adepto da administração Ricardo Teixeira pode trazer novidades e moralização para o esporte? Só o fato de participar de gestões prorrogadas a base de manobras de bastidores já o desacredita totalmente. Fábio já foi vice de Delfim, 29 anos na presidência, e agora é vice do Ricardo, que vai para seu sexto mandato. É um péssimo cartão de apresentação.

Pobreza

Como é que alguém pode se vangloriar da organização de um campeonato profissional com dois clubes sem estádio? E que profissionalismo besta é esse que promove jogos para 75 pagantes como aconteceu com o Guarani na Ressacada? Esta é a federação da qual Fábio Nogueira já foi vice e de onde, por força da lei, se desemcompatibilizou para galgar um posto mais alto na CBF. Com medo de retaliações nossos clubes dizem amém a tudo e só comem pão dormido. E a turma do beija-mão dos que comem brioches, incluindo parte da mídia, cada vez aumenta mais. A corte agradece a devoção e devolve em migalhas.

Profissão de risco

A diretoria do Grêmio não esperou a primeira derrota para demitir o técnico. Wagner Mancini, trazido da Arábia, campeão da Copa do Brasil com o Paulista, conseguiu a façanha de ser dispensado sem perder um único jogo. Desde que foi contratado o Grêmio ganhou quatro partidas e empatou duas. A última vitória foi fora de casa pela Copa do Brasil. O time pode render mais, alegaram os dirigentes para mandar embora um treinador invicto.

Decisão antecipada

Se a partir deste sábado não houver nenhuma surpresa envolvendo os três candidatos ao título do turno e o equilíbrio mantido até aqui, a penúltima rodada pode definir o campeão. O Criciúma tem um trunfo, pois mesmo jogando fora de casa é favorito diante do Guarani. A dupla da Capital pode perder aí a chance de lutar pelo primeiro lugar já que o Avaí jogará em casa, mas terá pela frente a Chapecoense enquanto o Figueirense vai a Itajaí enfrentar o Marcílio Dias.

Aposentadoria

Só um super-homem, ainda assim na flor da sua juventude e plenitude da sua forma, teria condições de resistir a uma sucessão de lesões tão sérias como as que estão tirando Ronaldo dos gramados. Primeiro o joelho esquerdo afastou o Fenômenos quase dois anos do futebol. Agora o outro joelho praticamente determina a sua aposentadoria. O Milan e a seleção brasileira já podem ir preparando um jogo de despedida para seu ex-craque.

Promessas vãs
Sempre que um dirigente de clube ou qualquer instituição ligada ao futebol fizer uma promessa, faça assinar e reconhecer firma em cartório. O Centro de Treinamento do Marcílio Dias, anunciado com tanto alarde e até com local escolhido, virou sonho de uma noite de verão.

Mulheres, correi

Um homem chamado Rafael Silva, aquele valentão que bateu com o pau da bandeira em três jogadores adversárias no campeonato feminino de futebol de areia em Itajaí, pode atacar novamente. A Lei Maria da Penha pelo jeito não existe para a comissão da Fundação Municipal de Esportes que absolveu o agressor.

Liberou geral

Com a absolvição de Romário por uma das câmaras do STJD, o exame anti doping está desmoralizado. E todos os jogadores anteriormente punidos por causa de substâncias suspeitas deveriam exigir uma indenização da douta corte carioca, tudo indica recheada de vascaínos ou irresponsáveis.

Infiéis

Os bispos da Record cansaram do brinquedinho novo e acabaram com o futebol na emissora, demitindo Milton Leite e toda sua equipe responsável por dois programas de esporte semanais. Caso a vassourada atinja Santa Catarina as transmissões do nosso campeonato estadual devem mudar de canal. Isso é o que dá confiar um produto a gente que não tem o mínimo compromisso com o esporte e muito menos com o telespectador.










quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Quinta-feira

Era Dunga

Apesar de todas as contestações que tem sofrido desde que começou seu trabalho na seleção brasileira, há dois anos, Dunga tem os números a seu favor. Em levantamento feito pelo blogueiro Alexandre Perini, o treinador soma no comando da seleção 17 vitórias, seis empates e apenas duas derrotas. Na série vitoriosa foram duas goleadas sobre a Argentina, uma delas em final de Copa América e quebras de três tabus nas vitórias sobre o Uruguai, Irlanda e México. As maiores criticas a Dunga aconteceram pelas convocações de Afonso, Fernando e Vagner Love, a demora pela efetivação do goleiro Júlio César como titular e sua insistência com um quadrado mágico que não deu certo em nenhum jogo.

Era Guga

Agora parece que Guga está mesmo convencido que deve parar. A derrota para o desconhecido argentino Belocq no Brasil Open, logo na primeira rodada – precedida pela derrota em duplas na véspera – levou o catarinense às lágrimas. A emoção que tomou conta do público e jornalistas expôs o carinho e o carisma que o maior tenista brasileiro de todos os tempos carrega consigo. O próprio Guga sintetizou seu drama ao afirmar que não consegue mais jogar, apesar do seu esforço e da sua vontade. Os números de Guga tão cedo não serão alcançados por outro tenista do país, até porque não surgiu nenhum herdeiro ou ao menos uma promessa. Isso é o mais triste em todo esse episódio que envolve o fim de carreira de um grande campeão.

Era Roger

Outro atleta que tem seu ocaso em discussão é o meia Roger, hoje atuando pelo Grêmio. Sob desconfiança da mídia, de alguns dirigentes e dos próprios torcedores, o jogador tenta em Porto Alegre provar que ganhou fama não somente pelo seu currículo recheado de belas mulheres, lesões e conflitos com treinadores, mas também por seu talento para o futebol. Nos últimos tempos essa tem sido a tarefa mais difícil.

Era Bobô

O atacante Bobô, hoje funcionário público, segunda atividade depois do seu final de carreira e de uma tentativa como treinador está hoje no centro de uma grande polêmica em Salvador por causa de sua participação nos episódios que se sucederam à tragédia da Fonte Nova. A lambança mais recente do Bobô, que sempre tirou o seu da reta apesar de ser dirigente da instituição que administra aquele estádio, é a demissão de um funcionário subordinado seu que ousou denunciar as mentiras e contradições na tentativa de jogar uma cortina de fumaça sobre a morte de oito torcedores. Nilo dos Santos Júnior é o nome do denunciante que acabou demitido por um simples recado enviado pelo ex-craque Bobô.

Rambo lelé

O ator Sylvester Stallone acaba de dar uma grande porrada em todas as tentativas do mundo esportivo em combater o cada vez mais sofisticado mundo do doping. Stallone iniciou campanha recomendando para maiores de 40 anos a utilização de anabolizantes que ajudam no reforço muscular.

Boa ação

Torcedores do Vasco estão prometendo derrubar aquela estátua horrorosa erguida em São Januário para homenagear Romário, caso ele volte para o Flamengo como anuncia o presepeiro Kleber Leite. Pelo menos a estética e o bom gosto sairão ganhando neste rocambolesco tititi envolvendo o jogador, dois dos piores representantes da nossa (deles) cartolagem e dois dos mais tradicionais clubes brasileiros.

Folhinha

O atacante Alexandre Pato participa de uma campanha do novo patrocinador do Milan, posando de peito nu para fotos de um calendário. A exposição excessiva é um dos grandes problemas enfrentados por jogadores que ganham destaque nos clubes europeus. Pato, que ainda nem completou 50 jogos como profissional e recupera-se de uma lesão de tornozelo, é a vítima mais recente de cláusulas contratuais e insensatez de dirigentes.

Risco

A próxima cabeça a rolar entre os clubes catarinenses pode ser a de Sérgio Ramirez. O tropeço vexatório no clássico reavivou ressentimentos que ficaram adormecidos até a derrota para o Figueirense.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Terça-feira

Lições de superação e soberba

Os jogadores do Figueirense não se deixaram envolver pela instabilidade emocional do técnico Alexandre Gallo e do gerente de futebol Edson Barros e fizeram a festa da torcida na Ressacada. Que sirva de lição para os dirigentes esta manifestação de maturidade de um time que não tem na comissão técnica o suporte necessário para encarar adversidades como as ocorridas em Tubarão a três dias do clássico. Do outro lado um adversário embalado por resultados e um saldo de gols que não deixava duvidas sobre a potencialidade do grupo. Mesmo jogando no seu campo o Avaí acabou provocando a maior decepção até aqui neste campeonato. Novamente a torcida azurra saiu calada e muito triste da Ressacada, ouvindo a pior das chacotas, a de que sua casa virou um grande salão de festas para o maior rival. O que aconteceu com aquele time competitivo e de rendimento exemplar como atestavam os números da defesa menos vazada e do ataque mais positivo? Claro que os favoritos de ontem não são os fracassados de hoje, mas que essa decepcionante atuação do Avaí dá o que pensar, ah isso dá.

Equilíbrio

Os resultados da rodada devolveram a liderança para o Criciúma que agora tem outra vez três pontos de vantagem sobe o Avaí que livra um para o Figueirense. Os dois clubes a Capital têm um jogo a menos em relação ao líder a matemática da tabela pode tranquilamente ser invertida. A diferença nesta projeção é o Figueirense jogando no Scarpelli seus próximos dois compromissos enquanto o Avaí sairá duas vezes. Chama a atenção a recuperação do Metropolitano, um dos meus candidatos ao rebaixamento, hoje quarto colocado e um ponto apenas atrás do Figueira. Ao perder em casa para o Marcílio Dias, o Joinville passou o recibo da sua incompetência, além de devolver ao adversário a confiança perdida nas primeiras rodadas.

Contra a violência

Pelé foi até a FIFA levar uma proposta que pode tornar um pouco menos truculento o futebol que se joga em todo o planeta. O Rei quer, quando a falta for cometida pelo último homem, que ela seja cobrada sem barreira. Como os velhinhos da vetusta entidade são duros de roer, só mesmo o Pelé para dar uma animadinha na turma. Quem sabe...

Romário, Eurico & Cia

Os fãs do futebol do Romário, como eu, gostariam que seu final de carreira tivesse um outro roteiro. Coisa difícil de acreditar quando os envolvidos nessa tragicomédia são, além do próprio, Eurico Miranda e Kleber Leite.

Homens do rádio

Vale a pena dar uma olhada no último boletim eletrônico Caros Ouvintes para conferir o artigo sobre narradores esportivos escrito por Edemar Annuseck. Ali estão registros históricos sobre os profissionais que fizeram história no Brasil e um apelo candente para o fim da baixaria, a retomada da profissionalização, competência e ética jornalística neste veículo tão importante para o nosso futebol. O único reparo que faço é que entre os nomes citados não estão alguns dos catarinenses com passagem marcante pelo rádio esportivo.

Futebol do bom

Dez gols em dois dos principais clássicos brasileiros agitaram as arquibancadas do Maracanã e do Morumbi, nos quatro a um do Fluminense sobe o Flamengo e na vitória por três a dois do São Paulo em cima do Santos. Assim da gosto ir aos estádios, bem melhor do que ficar à frente da tevê controlando o sono em jogos sem emoção.

Festival de trapalhadas

Apesar de movimentado e com momentos de um futebol de alto nível, o clássico paulista teve lances de comicidade, patrocinados principalmente por Kleber, atacante santista que mostrou muita técnica na arte de perder gols. Mas o pior de todos os lances aconteceu com o ex-avaiano e filho do grande zagueiro Veneza, Fábio Fidélis, hoje no Ituano. Fazendo exatamente o contrário do que recomendava o refinado futebol do seu pai, que sabia sair jogando como ninguém, na tentativa de salvar um gol do Corinthians, Fábio fechou os olhos e deu um chutão. A bola bateu nas pernas de um companheiro e voltou para o fundo do gol do seu próprio time.







sábado, 9 de fevereiro de 2008

Sábado/domingo

Ganhamos da Irlanda. E daí?

Não fossem as boas atuações dos alas Leonardo Moura e Richarlyson a seleção brasileira teria passado por Dublin sem novidades. A vitória magrinha sobre a Irlanda não acrescentou nada e serviu apenas para deixar intrigados quem esperava pela chance de ver jogadores com idade olímpica testados neste amistoso. Só exigência de patrocinadores e interesses políticos da CBF e Ricardo Teixeira explicariam – mas não justificariam - o desperdício de uma oportunidade de ouro por quem vive reclamando de pouco tempo para preparar uma seleção, no caso a que vai este ano disputar a Olimpíada em Pequim. Mais de dez jogadores com idade olímpica foram chamados e só três entraram em campo, ainda assim a partir dos 32 minutos do segundo tempo. Rafael Sobis, um deles, nem encostou o pé na bola.

Atrás dos prejuízos

Nestes dez anos sem conquistas o Avaí acumulou uma desvantagem muito grande em relação ao Figueirense, seu grande rival no Estado. O adversário tem mais títulos estaduais e maior número de vitórias, inclusive na Ressacada. Por essas e outras muitas razões o clássico deste domingo tem um peso enorme para avaianos de todas as tribos. É certo que a torcida da casa vai invadir as proximidades do aeroporto Hercílio Luz na esperança de garantir justamente em cima dos visitantes números que mantenham sua caminhada rumo ao título do turno. Para o Figueirense não há oportunidade melhor que esta para recuperação do fiasco em Tubarão.

Futebol e Carnaval

Quando outro dia escrevi sobre a frustração de um grande número de jogadores impedidos de participar do Carnaval por causa dos campeonatos que não foram interrompidos, teve gente que não viu muito sentido na observação. Basta conhecer um pouco da história de algumas das principais escolas do Rio de Janeiro para entender a força desta simbiose entre as duas maiores paixões do brasileiro. A Mangueira, por exemplo, tem suas cores inspiradas no Fluminense, idéia do grande Cartola, torcedor e morador de Laranjeiras. Ouras escolas menores, como a São Clemente e a Imperatriz, nasceram em clubes de futebol. A maioria dos jogadores e suas famílias tem origem ou vida intensa nessas comunidades. Não há, portanto, como separar uma festa da outra. Só a insensibilidade dos dirigentes de clubes e federações é capaz de promover esta aberração. Não faz muito tempo os calendários da bola no Brasil eram planejados respeitando sempre o período do Carnaval. Hoje tem lei disso, estatuto daquilo, regulamentos, tribunais, comissões...pra nada. As festas do povo estão cada vez mais distantes. Do povo.

Pobreza e impunidade

O futebol catarinense não foge à regra e em apenas seis rodadas demitiu três treinadores. Começou com Lio Evaristo, no Metropolitano, logo no segundo jogo. Depois caíram Joceli dos Santos em Tubarão e Picolé no Juventus. No meio disso tudo estão clubes empobrecidos, quase na miséria, sem uma estrutura mínima e fazendo a turma entrar em campo na base do pão com mortadela e capilé. Podem ficar pelo caminho, como já aconteceu na segunda divisão e, pior, devendo na praça e para outras vítimas, os jogadores que nunca mais verão a cor do dinheiro. Sem problemas porque na próxima temporada esses mesmos clubes poderão voltar aos gramados e ao calote.

Os culpados de sempre

Os maus resultados do Figueirense já têm culpados: a arbitragem e a “imprensa desonesta”. O destempero do técnico Alexandre Gallo e do gerente de futebol, Anderson Barros, já merece intervenção do Tribunal de Justiça Desportiva. Estão jogando a torcida contra a imprensa e os árbitros, desviando o foco de um time ruim e desorientado.

Gastança

Quanto menor a transparência maior o grau de segurança. É a mais nova piada a circular em Brasília contada por membros do Governo Federal para justificar a censura na divulgação de gastos da equipe de segurança do Presidente Lula. Ainda bem que não existe este departamento na Federação Catarinense. Ou existe e a gente não sabe?

terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

Terça-feira

O torcedor, esse chato

A expectativa do torcedor de carteirinha, até onde eu entendo, está concentrada na formação do seu time, base dos seus anseios e para aquilo que ele poderá ver em campo. Hoje a maioria dos dirigentes e treinadores não entende assim, preferindo esconder da torcida as atrações que o clube disponibilizará aos seus simpatizantes no dia do jogo. O pretexto tão em voga é evitar que o adversário saiba o que é feito nos tais treinos secretos. Vejam, por exemplo, o caso do Figueirense, que domingo tinha como estréia não anunciada – porque era segredo - o recém contratado Rodrigo Fabri. Para o torcedor da casa que foi ao estádio os únicos atrativos eram o jogo em si e o adversário, o Criciúma. A escalação só foi conhecida momentos antes da partida. Em outros tempos, quando bilheteria tinha peso na contabilidade dos clubes, o público era levado em consideração. A mídia trabalhava em cima de nomes que estariam em campo, as rivalidades entre jogadores. Hoje, como a tevê é quem paga, o torcedor que se exploda. Se quiser, vá ao estádio. Caso contrário que fique em casa e não encha o saco.

Curiosidade incomoda

A presença de jornalistas também é perfeitamente dispensável. Não tem sentido cobertura diária das atividades dos clubes que agradecem penhoradamente a ausência de repórteres. São uns chatos que vivem bisbilhotando, querem saber tudo só para informar seus leitores e ouvintes, os torcedores, enfim. Não chegaram a inventar até cobrança por utilização de cabines? Torcida e mídia quanto mais longe melhor. Os negócios podem ser feitos a vontade, sem fiscalização de nenhum tipo, cada um faz o que quer com o dinheiro sem dar satisfações a ninguém. Como aconteceu no Corinthians, com uma administração que virou caso de polícia. Todas as denúncias feitas por alguns jornalistas de São Paulo nunca foram consideradas, com convém àquele tipo de dirigente que gosta de fazer tudo por baixo do pano.

Estaduais

Uma rodada sem surpresas colocou os principais clubes no topo da tabela do campeonato catarinense. Faltava ao Avaí, novo líder, uma boa vitória fora de casa e ainda fica faltando um confronto com algum dos chamados grandes, o que vai acontecer amanhã contra o Joinville na Ressacada. Dependendo dos resultados do meio de semana o clássico de domingo pode decidir o primeiro turno. No mais, fora de ordem só a decepcionante campanha do Marcílio Dias.

Mistério

Tem muita gente se licenciando na arbitragem catarinense. Depois de Paulo Henrique Bezerra chegou a vez das mulheres: Lucimar Lauxen e Cleidy Mari dos Santos pediram afastamento temporário. Coincidência, mera coincidência, diriam os otimistas de plantão.

Entrevero

No último jogo do Criciúma, em Tubarão, o vestiário do árbitro Wagner Tardelli foi palco de um desentendimento entre ele e um repórter local. Tardelli relatou o incidente através de carta à Federação, acusando o radialista cujo nome não foi divulgado, de “faltar com a verdade”. Vestiário da arbitragem não é lugar de jornalista.

Esbórnia

A cada dia uma novidade na tabela do nosso campeonato. São transferências de jogos, mudanças de horários, uma zorra. Tudo sob os auspícios do departamento técnico da Federação e o sim senhor dos clubes. No Brasileirão vai acontecer a mesma zona por conta dos acertos do Clube dos 13 com a televisão que pretende transmitir jogos pela manhã.

Onde está o dinheiro?

O Ministro do Esporte, Orlando da Silva Júnior, anunciou que devolveu cerca de R$ 30 mil aos cofres públicos. Gastou demais com o seu cartão corporativo, inclusive em uma barraquinha de tapioca.

Cinzas

A quarta-feira tem amistoso da seleção em Dublin e mais uma vez Pato é impedido de mostrar seu talento para o incrédulo e desconfiado Dunga. Uma jogada comum diante da Fiorentina no campeonato italiano e uma torção de tornozelo transformaram em cinzas a esperança de o torcedor brasileiro assistir este jovem atacante carimbando seu passaporte para a Olimpíada de Pequim.











domingo, 3 de fevereiro de 2008

Sábado/domingo

O veto disfarçado

Enquanto a mãe natureza dava uma de bruxa má com Florianópolis e região, os maus fluídos trazidos pela enxurrada acabaram contaminando os bastidores do futebol catarinense. Só foi preciso o Figueirense se julgar prejudicado – e foi mesmo - por uma arbitragem para as águas poluídas invadirem os corredores da Federação. A vitima da vez é Paulo Henrique Bezerra por causa da sua atuação no jogo entre Figueira e Guarani na Ressacada. O Gallo, técnico recém chegado, já detectou má vontade do Bezerra filho para com seu time. De onde o treinador, novo no pedaço, tirou essas conclusões, ninguém sabe. Reclamou para a direção do clube e foi atendido. O fato é que Paulo Henrique pediu afastamento temporário, alegando questões familiares. Nada a ver com o pai José Carlos, que até então não entendera a incompatibilidade existente no seu cargo na Comissão de Arbitragem, tendo um filho como um dos principais árbitros catarinenses. Como consequência Paulo Henrique Bezerra, se tiver coragem, deve tomar o mesmo caminho de Giuliano Bozzano, outro dos bons que foi apitar em outra freguesia. Enquanto faz as vontades do Figueirense a Federação esvazia qualitativamente nossa arbitragem, desvalorizando a boa prata da casa para importar decadentes em fim de carreira. E ainda manter a mediocridade que salta aos olhos a cada rodada do campeonato.

Rugido

O Santos está sob mau tempo no campeonato paulista e na zona de rebaixamento. A mídia de lá já sinaliza com problemas extra-campo criados por Leão que, todo mundo sabe, não é flor que se cheire em matéria de relacionamento com jornalistas e jogadores. Por onde passa, Leão briga com uma estrela do time, como aconteceu agora com o goleiro Fábio Costa, outro que não tira ninguém pra dançar.

Vida dura

Não é fácil encarar um campeonato como o de São Paulo. Vanderlei Luxemburgo, no Palmeiras, Leão no Santos e Mano Menezes, no Corinthians, ainda não decolaram. Só Muricy Ramalho, no São Paulo, anda em paz com a torcida. Sem deixar de lado aquela boa dose de mau humor nas entrevistas coletivas.

Vida curta

Alexandre Gallo repete no Figueirense as imprudências que o tiraram do Internacional. Indica jogadores que não emplacam, faz mistério em treinos sem que o time justifique em campo e o pior, mostra pouca convicção no resultado que pretende alcançar através de escalações carregadas de incoerência.

Agressão

Por ter divulgado uma informação equivocada em sua coluna no Diário Catarinense, o jornalista Roberto Alves acabou vítima de uma nota bastante agressiva assinada pelo Conselho Administrativo do Figueirense. Ao invés de simplesmente encaminhar ao colunista um pedido de retificação, o clube preferiu a virulência despropositada de uma nota ofensiva. Lamentável.

Um cavalheiro

Conta o Diarinho em sua página esportiva da quinta-feira, que um cidadão chamado Rafael da Silva, técnico do Elite, time que disputa o campeonato feminino de futebol de areia de Itajaí, agrediu algumas de suas jogadoras com o pau da bandeirinha de escanteio. O moço inventou uma corruptela para aquele conhecido ditado: “em mulher não se bate nem com uma flor. Só com um pedaço de pau”.

Cinismo

Diego Armando Maradona aproveitou suas andanças pela Inglaterra para pedir perdão aos torcedores britânicos pelo gol marcado com a mão na Copa do Mundo de 1986. “Foi a mão de Deus” disse ele na época, depois de eliminar os ingleses nas quartas de final. Maradona levou apenas 22 anos para fazer esse pedido de desculpas.

Lã de primeira

Desde que optou pela carreira de treinador o ex-zagueiro Mauro Ovelha tem contrariado as regras que regulam o futebol brasileiro. Ovelha deve ser o único técnico que não é derrubado por maus resultados. Foi assim no Atlético de Ibirama, onde começou e de onde saiu porque quis, e está sendo igual no Marcílio Dias, o grande saco de pancadas do campeonato.

Malvadeza

Para desespero da boleirada tem futebol pelo país inteiro durante o Carnaval
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