Dia desses dei uma passadinha no SOS Cárdio para ajudar na inauguração das suas novas instalações. Novas, mas nem tanto. Passei algumas horas, das 10h30 até quase às 16hs, sob atenção e bom atendimento de uma médica atenciosa e do pessoal da enfermagem.
Porém, sempre tem um, porém, saltavam aos olhos as improvisações e precariedade de algumas instalações e equipamentos.Talvez pelo pouco tempo de vida do empreendimento, apesar da promessa de modernidade. Para começo de conversa, minha pressão foi medida com o braço tendo como apoio uma gaveta aberta. Na sequência deitei em uma maca para o eletrocardiograma. Aqui sem reparos.
Passei depois para uma sala grande com pacientes de outros procedimentos. Esperei por alguns minutos sentado em uma cadeira velha para que colhessem meu sangue, novamente com o braço sobre uma mesinha quebra-galho. Para encerrar a série de exames com um raio xis do pulmão, na mesma sala e acomodado no mesmo móvel, experimentei a sensação esquisita de ter a chapa colocada entre as costas e o espaldar da cadeira.
Exatamente assim, com um equipamento portátil expondo a todos à radiação. Não houvesse esse risco, os enfermeiros e atendentes não seriam enxotados da sala pelo operador a cada “fotografia”. Os doentes em volta, presos por fios, tubos ou simplesmente catatônicos pela saúde debilitada, não tinham alternativas a não ser permanecer ali, imóveis e sem entender direito o que estava acontecendo.
O resultado do exame de sangue demorou mais de duas horas. "Trabalhamos com três laboratórios e o seu foi para Barreiros", me explicou gentilmente alguém de jaleco branco.Que azar. Lá pelas tantas da tarde, cansado pela demora e desconforto da recepção da emergência, reclamei um pouco. Uma funcionária educadamente sugeriu que eu fosse para a recepção do hospital que fica ao lado. Lá tem poltronas confortáveis e uma televisão, explicou.
Não sei se a pressa da inauguração foi a causa de tanto despropósito. Só pode ser. Lá fora mais problemas. O estacionamento é cobrado. Cinco reais a hora. Com tolerância de apenas 10 minutos, é uma mina de ouro, pois não há outra opção em torno do prédio.
Achar o acesso ao SOS Cárdio rodando naquele trecho final da SC-401, logo abaixo da “curva da morte”, é não só difícil como um risco de morte. Ou de vida, como queiram. Na saída, quase sob o viaduto do Itacorubi, o resultado caótico de mais uma improvisação, outra obra prima do Deinfra: caso o paciente tenha escapado de algum acidente cardíaco, pode morrer de acidente de trânsito.
Neste fim de semana passei por ali. Ví de novo mais máquinas e caminhões da Sul Catarinense - parece ser a única empreteira que temos por essas bandas - e continua tudo como dantes. Não há solução diferente para entrada e saída daquela casa de saúde recém transferida da Trompowski, equipada para curar e salvar vidas. Tomara lá dentro as coisas tenham mudado e correspondam à propaganda.
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