Todos os treinadores que passaram pela seleção brasileira não escaparam de críticas e contestações sobre convocação ou resultados. Alguns resistiram bravamente, entre eles os campeões Zagalo, Parreira, e Felipão. Este último sabiamente preferiu sair no lucro, deixando a seleção após a conquista da Copa de 2002 para fazer nome e fortuna na Europa.
Mano Menezes apenas segue o roteiro e a sina que perseguem os técnicos brasileiros, sem exceção. Depois de um início cheio de otimismo e de confiança por parte da mídia, Mano começa mais cedo a sofrer com o peso do cargo que ocupa há exatamente um ano.
Nesse curto período de trabalho a seleção tropeçou nos testes mais difíceis, solicitados pelo próprio treinador. Um time renovado empatou com a Holanda, perdeu para Argentina, Itália, França e Alemanha, além de ser eliminado da Copa América pelo Paraguai. Os adversários escolhidos pelo próprio Mano compensariam a falta de jogos complicados, já que o Brasil como sede da próxima Copa não precisaria passar pelas eliminatórias sul americanas.
No confronto com equipes de primeira linha, ao contrário daquelas babas de épocas anteriores, as teorias de Mano Menezes até agora não vingaram. Pior, os resultados negativos começam a lançar suspeitas sobre os métodos do treinador, convocações e suas ligações perigosas. Ninguém entende, por exemplo, a insistência com André Santos, de atuações irregulares e autor de um dos lances mais bizarros já vistos em um jogo da seleção. A Alemanha deve a ele o terceiro gol na vitória desta quarta-feira.
André é só um exemplo que pode ser acrescido a outros nomes como Renato Augusto, Lucas Leiva e Fernandinho, jogadores que pertencem ao empresário Carlos Leite, por coincidência o mesmo de Mano. A renovação já não está mais servindo como justificativa. Afinal, como entender a entrada do estreante Luiz Gustavo somente aos 41 minutos do segundo tempo? Presume-se que ele será chamado outras vezes, ou então a avaliação deste jogador em pouco mais de cinco minutos não fará nenhum sentido nem merecerá um pingo de crédito.
Felizmente ainda há tempo para as correções necessárias, com ou sem Mano Menezes. Depois da derrota para a Alemanha, com direito ao chamado "banho de bola", Ricardo Teixeira garantiu que Mano está “prestigiado”, o que na vida de um treinador representa muito pouco. Apesar deste apoio formal e explícito do poderoso chefão, não há mais espaço para um técnico que passo a passo derruba a confiança da mídia e do torcedor por equívocos pontuais na definição do time e nas convocações, alimentando as argumentações contrárias ao trabalho de renovação que a seleção brasileira exige.
A primeira providência para correção de rumo, para espantar suspeitas e críticas mais pesadas é trocar de empresário. Os Caça-Fantasmas já sinalizaram com a tentativa de captura de Muricy Ramalho e Luiz Felipe Scolari.
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