Leny: só na imaginação do torcedor
Gilberto, bom volante cujo passe pertence à empresa "parceira do Figueirense, recém transferido do Marcílio Dias, serve para o Atlético MG, não serve para jogar em Santa Catarina. O badalado Coritiba tem meio time formado por jogadores que passaram com sucesso pelo Avaí. Com exceção de Davi, que virou artilheiro no Paraná, mas que na Ressacada fazia par com Robinho (de volta ao Avaí) na contestação da torcida. Emerson, Léo Gago, Eltinho e o atacante Leonardo, os que fizeram bem ao time de boa campanha no Campeonato Brasileiro foram embora.Para substituí-los, ninguém da base, nenhum garoto. Coisas do imediatismo, da falta de planejamento e de interferências nem sempre muito saudáveis.
Só negócios onde apenas um lado leva vantagem e fica com os lucros. O clube assume sozinho todos os riscos de um eventual insucesso. Claro, lá adiante há de aparecer no mercado outra agremiação para se submeter ao “sebo” do futebol, criação desse novo tipo de comércio e cujas prateleiras seguem superlotadas.
Simples assim. Não é preciso muita profundidade de análise para entender a nova realidade da grande maioria dos clubes brasileiros médios e pequenos. É por isso que torço o nariz para um tipo de empresário que não é parceiro do clube, mas um mero negociante. Jogador que não serve aos interesses da sua empresa, não joga no time. Na real, nem é contratado. Avaí e Figueirense estão repletos de exemplos. Alguns inclusive serviram para desprestigiar a prata da casa, trocada até por jogadores em fim de carreira, de extenso currículo sem muito brilho, ou com lesões graves e que passam mais tempo no departamento médico do que em campo.
Fico em dúvida sobre o tipo e a qualidade dos exames a que são submetidos os futuros contratados. Como explicar o internamento por quase um ano no departamento médico do Figueirense do atacante de Leny? Chegou como uma das grandes atrações da temporada e até agora não estreou, afastado dos gramados por uma lesão nunca suficientemente explicada pelo departamento de futebol do clube. Quem paga, quem se responsabiliza pelo ônus técnico e financeiro? Como saiu de moda perguntar, saiu de moda também falar a verdade para a imprensa e para o torcedor.
Atualmente não faz o menor sentido investir nas divisões de base. Quem se destaca é mal aproveitado e não consegue mostrar seu futebol. É mal lançado, na sequência fica jogado às traças e acaba no exílio em outros centros, voltando pra casa, ou melhor, para a lista de espera de uma nova negociação. Alguém lembra dos avaianos da base, Johny, Rodrigo Thiesen e Medina, sumariamente afastados? Em Santa Catarina os dois clubes da Capital são campeões nesse tipo de postura, uma praga implantada pelos que se intitulam parceiros. O que é bom para eles, é só para eles. Com raríssimas exceções, como mostrou o Campeonato Catarinense.
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