Alguns companheiros do jornalismo esportivo andam furiosos com o tratamento dispensado aos nossos clubes pela apressada e imediatista mídia do centro do país, leia-se Rio e São Paulo. Não adianta só fazer beicinho e ficar magoado com o que dizem por aí especialmente sobre Avaí e Figueirense. A solução para amenizar ou até eliminar as críticas é nossos representantes mostrarem bola, qualidade, competência, bons times formados por jogadores não comprometidos apenas com interesses seus e dos empresários. Idem para dirigentes e técnicos chegados a agradinhos indevidos.
Não tem outro jeito e a responsabilidade, nesse caso, deve ser dividida. O Avaí, por exemplo, deu vexame no Rio de Janeiro diante de um adversário contestado até pelos cariocas. Ronaldinho foi desencantar justamente contra o time inventado por Silas com a desculpa de poupar jogadores por causa da Copa do Brasil. Bobagem pura. Então tá, para sumir com a desconfiança geral e calar os críticos agora cabe detonar o Vasco na Ressacada e garantir presença na semifinal. Se não for assim, aguentem a cornetagem.
Campeonato brasileiro, todos sabem, é longo e desgastante. Por isso é importante não perder de vista projetos que garantam uma boa campanha e regularidade na pontuação desde o início. Para cumprir essa missão com dignidade há que ter elenco e time.
O Figueirense, creio eu, surpreendeu sua própria torcida ao derrubar o favoritíssimo Cruzeiro, um dos candidatos ao título. E o time, uma incógnita e sem muitas alterações em relação ao estadual, estava há mais de mês sem entrar em campo, uma boa desculpa em caso de resultado negativo. É assim que se faz boa campanha. A vitória motiva e dá segurança, mas é bom conter a euforia. Vem aí o São Paulo no Morumbi, boa oportunidade para mostrar o que temos para oferecer e onde queremos chegar.
Passando pela série B o Criciúma já tomou um susto. O empate arrancado contra o Guarani deve ser creditado, em parte, à irregularidade do gramado, grande colaborador no primeiro gol. Agora tem jogo fora e o tropeço em casa obriga a uma vitória como visitante.
A realidade é essa. Estamos começando, faltam 37 jogos, por enquanto é só falatório e não há nada encaminhado em um campeonato que só termina em dezembro. O resto é ressentimento provinciano, coisa meio jeca de quem se sente sempre em condição de inferioridade. O tal complexo de vira latas sobre o qual se referia João Saldanha ao criticar conceitos da sua época quando se falava do futebol brasileiro. Deixem os cães ladrando e façam a caravana passar. Não vamos dar razão ao Saldanha passado todo esse tempo.
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