Virou moda o desfile para divulgação de novos uniformes. Como fizeram Avaí na terça-feira e fará o Figueirense em plena quarta-feira de Copa do Brasil e Libertadores. Não há novidades nos paramentos de jogo e passeio-viagem para o Campeonato Brasileiro que se avizinha. O único progresso é a numeração fixa e o nome dos jogadores nas costas, uma boa nova para narradores e comentaristas de rádio e tevê que andam meio perdidos com o desaparecimento dos números nesse arranjo confuso patrocinado pelas empresas que pingam mais recursos nos cofres dos clubes brasileiros.
Além de descaracterizar as camisas que carregam anos de história e tradição, o comprometimento excessivo que agora inclui também os calções - geralmente na bunda - transforma os jogadores em verdadeiros outdoors ambulantes. Todavia, apesar do exagero parece que os marqueteiros não se deram conta de que o assunto ainda não sensibilizou comissão técnica e jogadores.
Geralmente os treinadores optam por figurino próprio, ignorando as marcas negociadas para serem expostas a cada jogo. Vale roupa social completa, como gosta o Luxemburgo, independente do clima, ou paletós elegantes como prefere Falcão. Ou ainda o nepotismo do prêt-à-porter, como fez Dunga em plena Copa do Mundo para divulgar os modelitos de uma designer de moda, casualmente sua filha. O Zagalo deve ter adorado ver a beira do campo o técnico da seleção brasileira sem a “amarelinha”, como ele chama. Comprovadamente o único quesito comum aos dois é a rabugice.
Os atletas fazem pior, tirando a camisa no intervalo ou no fim da partida para troca com adversários. Quando não, fazem besteira ficando descamisados nas comemorações de gols. De torso nu acabam sendo punidos pela arbitragem com cartão amarelo, ou até vermelho, se já receberam algum tipo de pena prevista na regra. Nesse caso as entrevistas e movimentações em momentos importantes no gramado de modo geral deixam os patrocinadores a ver navios. Eles só aparecem naqueles painéis das enfadonhas entrevistas coletivas.
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