sábado, 29 de dezembro de 2007

Sábado/domingo

Alto falante da bola

Compras, compras e mais compras. Tem sido essa a realidade dos grandes clubes brasileiros nos últimos dias. Parece que apenas o Internacional, mesmo comprometido já de cara com um torneio em Dubai, resolveu guardar suas economias para mais tarde. Que não seja tão tarde como em 2007. No mais tem gente anunciando até Ronaldo Fenômeno como reforço para a temporada que se avizinha. Kleber Leite, o homem do anúncio, como diretor do Flamengo não deixou de ser aquele radialista boquirroto dos seus tempos de repórter de campo. Continua um grande locutor de quermesse, supervalorizando os produtos das tendinhas e seus efeitos.

Memória

Os dirigentes do Flamengo estão querendo montar o time dos sonhos para evitar um fracasso em 2008, projeto que inclui participação na Libertadores. O torcedor rubronegro já vivenciou esse negócio de sonho virar pesadelo, com o inesquecível – pelo fracasso – ataque dos sonhos que tinha Edmundo, Romário e Sávio.

Aleluia

Pois não é que a nossa federação de futebol não sucumbiu totalmente aos encantos e atrações de Balneário Camboriú? Fechou suas portas até 8 de janeiro mas manteve plantão para registros e transferências. Exceção, claro, aos dias 24 e 31 de dezembro. Ninguém é de ferro.

Quem é quem

A nadadora Rebeca Gusmão e seu técnico, Hugo Lobo, não gozam de bom conceito junto à mídia de Brasília, onde moram. Repórter de uma emissora de televisão, que não a Globo, claro, passou por maus tratos da dupla ao programar uma matéria. Marcada a entrevista na piscina onde Rebeca treina, a equipe enfrentou uma boa dose de mau humor misturada com falta de respeito porque o horário combinado foi ultrapassado em mais de duas horas. Com aval e orientação do treinador.

Chatice

O episódio de doping envolvendo Rebeca Gusmão está indo longe demais e provocando muitas baixas. Médicos, laboratórios, técnicos e especialistas em antidoping precisam encontrar um final, feliz ou não, mas acima de tudo sério e convincente, para essa novela de muitos capítulos e que não sai do lugar.

Divórcio à vista

Barcelona e Ronaldinho Gaúcho começaram a discutir a relação e estão pedindo um tempo para ver como é que fica a situação na seqüência. É o sintoma mais evidente de que o casamento entre o brasileiro, o clube espanhol e sua torcida, está bem próximo do fim.

Paixão

O brasileiro Beletti, lateral direito do Chelsea, criou um clube de futebol profissional, no interior do Paraná. Sua transformação de bolero em cartola se dará no Futebol Clube Beletti, que já em 2008 disputará as divisões paranaenses de acesso a partir das categorias de base.

Mentiras e vídeo tapes

Diz meu amigo e jornalista Paulo Parques sobre comentário que fiz na coluna anterior a respeito da intenção de Globo em ter o campeonato brasileiro no sistema mata-mata, ao invés de pontos corridos como agora, alegando maior interesse do torcedor e rentabilidade para os clubes. “A Globo fez o mesmo com a Superliga de Vôlei. Pressionou para fazer quatro torneios com o argumento de haver uma final por mês com tevê aberta. Falácia! Já na primeira final (?) apenas a Sportv, que já passa a Superliga, vai transmitir os jogos.”

Coerência

O livreto “Humor no Mundo do Futebol” tem registros de manifestações de dirigentes e jogadores, frases que não foram levadas pelo vento e nem caíram no esquecimento. Como essa do Romário, descartando a possibilidade de virar técnico assim que pendurar as chuteiras: “Como vou aturar um mala igual a mim?”

Filho mimado

Alguém duvida de que o Corinthians será o queridinho da série B? A paparicação da mídia e da CBF não terá limites. Para começar, estréia em casa contra um candidatíssimo ao rebaixamento, o CRB de Alagoas. Espera-se que os mimos não se estendam às arbitragens, como já aconteceu em 2005, gentilezas e arranjos repetidos no Brasileiro deste ano com o Flamengo. Nada com os árbitros em 2007, mas sim com a generosidade e tolerância da CBF na acomodação da tabela.








quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Quinta-feira

Golpe 1

Esqueçam tudo o que se fala hoje sobre a organização do futebol brasileiro a partir da criação do Estatuto do Torcedor, com o cumprimento de regulamentos e manutenção de fórmulas para as competições sob tutela da CBF. Digo isso porque nos bastidores a Rede Globo prepara um golpe contra os campeonatos por pontos corridos que, apesar de algumas estripulias, parece que caíram no gosto do torcedor e da mídia esportiva. A intenção ficou muito clara nas manifestações de Marcelo Gomes Pinto, diretor da Globo, em programa de debates na Sportv, quando disse ser muito mais interessante financeiramente uma competição em cujas fases finais os jogos sejam sempre decisivos. Ou seja, a emissora que paga para transmitir o Campeonato Brasileiro, quer de volta o sistema do mata-mata sob o argumento de que a média de ocupação dos estádios é bem mais alta e o interesse pelas partidas é redobrado. Como manda quem pode, obedece quem precisa, é possível que nos próximos dois anos tenhamos os últimos campeonatos brasileiros por pontos corridos.

Golpe 2

Dirigentes do São Paulo e Atlético Paranaense, presentes ao programa, não gostaram nem um pouco do que ouviram. Entretanto, como bilheteria não está hoje entre o maior volume de recursos com que contam os clubes, mas sim os contratos de televisão e patrocínios, é provável que a Rede Globo faça prevalecer seu ponto de vista. Até porque o Clube dos 13, até hoje responsável pelas negociações com Marcelo Pinto, está muito rachado por causa dos critérios para divisão de cotas. A não ser que a Record, atualmente a única a ameaçar o Ibope da Globo, resolva entrar para valer nessa bola dividida, como vem tentando há dois anos.

Gandaia profissional

A velha discussão sobre o que pode e o que não pode um jogador profissional fazer no seu período de folga voltou com força por causa da exposição de Adriano e Ronaldo Nazário. Os dois estão no Brasil em situação semelhante, tratando de lesões que os tiraram dos gramados nos últimos meses de 2007, e foram flagrados em festas e shows bebendo cerveja, dias depois de terem prometido dedicação extrema para começarem 2008 em boa forma. O caso mais sério é o de Adriano, aposta do São Paulo para a Libertadores. O jogador perdeu o lugar no Milan justamente por causa da bebida resultado, segundo o próprio, de problemas pessoais vividos desde o falecimento do pai. A diretoria do São Paulo minimizou o assunto, mas as exigências da Libertadores não perdoarão a negligência e falta de profissionalismo de Adriano.

Primeiro e único

O arquiteto Oscar Niemeyer, um século de existência, pode ser o autor do projeto do estádio que substituirá a Fonte Nova. Jaques Wagner, governador da Bahia, vai oficializar o convite logo após as festas de fim de ano. A idéia é, para ficar na moda, construir uma arena multiuso, com lojas, casa de espetáculo e, claro, um estádio de futebol. O principal argumento do governador baiano na tentativa de convencer Niemeyer é a inexistência de um projeto seu na Bahia.

Caipiras

Outro dia um repórter de uma emissora de rádio paulista arrotou uma frase absolutamente imbecil ao dizer que agora o Brasil vai conhecer o técnico Mano Menezes, pois no Corinthians “ele botará a cabeça pra fora do Sul”. Como grande parte dos jornalistas paulistas e cariocas costuma olhar apenas para seus próprios umbigos, não é de se estranhar que ignorem o mapa do Brasil e o futebol que se joga do Paraná para baixo. Temos times campeões de Copa do Brasil, Campeonato Brasileiro, Libertadores, Mundiais, Recopa Sul-Americana e outros. Sem esquecer as conquistas em competições das divisões de base, de onde saíram inúmeros jogadores para o futebol do mundo inteiro. Acrescentemos ainda a revelação de grandes treinadores campeões por seleções brasileiras e clubes de todo o país, incluindo Rio e São Paulo.

Sem teto

Com a devida tolerância da Federação, o Metropolitano jogará o campeonato estadual em Brusque e o Guarani de Palhoça na Ressacada. O Tubarão continua sem casa para mandar seus jogos.

sábado, 22 de dezembro de 2007

Sábado/domingo



Carecas e cabeludos

O julgamento do carequinha Romário, ocorrido esta semana no Rio de Janeiro, dá bem a medida de como são tratados os assuntos do futebol brasileiro na seara do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, o STJD. Condenado a 120 dias de suspensão por três votos a dois, pelo positivo do seu exame antidoping do jogo contra o Palmeiras no Brasileiro, o jogador do Vasco deve ser absolvido em um próximo julgamento no Pleno. Só faltou um pedido de desculpas dos auditores da Segunda Comissão Disciplinar, cujo presidente, Otávio Augusto Toledo – voto de desempate -, ficou trancado em uma sala antes da sessão com o presidente interino do Vasco, Eurico Miranda. Finasterina, a substância encontrada em remédio para tratamento de calvície e presente na urina de Romário, foi a mesma que serviu para condenar Marcão,o cabeludo zagueiro do Inter, cujo recurso foi negado pelo STJD. Pelo jeito é dos carecas que “eles” gostam mais.

Intromissão

O regulamento das competições realizadas pela Fesporte é uma questão técnica e, portanto, deveria ser de competência exclusiva da área especializada da instituição, muito eficiente, por sinal. O Conselho Estadual de Desportos nunca entendeu assim, tanto que se acha no direito de aprovar ou não a regulamentação de Jogos Escolares, Olimpíada Escolar, Joguinhos e Jogos Abertos. Foi o que aconteceu novamente semana passada, em reunião ordinária e última do ano, nas dependências do Figueirense, clube que acabara de ser homenageado pelo Conselho Estadual com a Comenda do Mérito Desportivo. Já a fiscalização das aplicações dos recursos do Fundesporte, por exemplo, não merece tanto cuidado e atenção de alguns conselheiros.

E agora?

Um exemplo destes desvios de foco é o atleta revelação do ano no esporte amador de Santa Catarina, o riosulense Felipe Lorenzon. Ele ganhou ouro no lançamento do disco na Olesc, Jogos Escolares Brasileiros e Jogos Sul-Americanos, competições na faixa etária de 12 a 14 anos. A Fesporte fez a sua parte com competência, através da gerência do desporto escolar, estendendo-lhe a oportunidade de competir e acompanhando Felipe nos três eventos. De volta à casa, o que acontecerá com esse campeão? Provavelmente nada. A não ser que ele se disponha a correr atrás de apoio, patrocínio e maior estrutura para desenvolver seu talento, será mais um entre os tantos que ficaram pelo caminho por falta de uma política esportiva que dê sustentação futura a um atleta com DNA de campeão.

No centro do poder

O catarinense Jorge Lacerda da Rosa, presidente da Confederação Brasileira de Tênis – CBT - entende que na maioria dos países desenvolvidos a capital é o centro das decisões, diferente do que pensa, por exemplo, o presidente da nossa Federação de Futebol, Delfim Peixoto, escondida em Balneário Camboriú. Por isso é que Jorge pretende criar uma sub-sede da CBT em Brasília, onde ficará mais perto do poder e das decisões, Essa proximidade com o GDF, as estatais e o governo federal abrirá um caminho de negociações para fortalecimento do seu esporte muito mais fácil de ser percorrido, com acesso a patrocínios e estruturação do tênis brasileiro. A começar por um centro de treinamento com 12 quadras públicas, disponibilizadas pelo Governo do Distrito Federal. Lacerda de agora em diante estará mais tempo em Brasília do que em São Paulo, onde fica a sede da Confederação.

Promoção celeste

Caso vingue a suspensão de Romário por doping ele não poderá ficar no banco do Vasco para seus primeiros passos como treinador, profissão que lhe foi outorgada por Eurico Miranda. Nesse caso o auxiliar técnico Alfredo Sampaio, que quase caiu com o Avaí, toma o lugar do baixinho, oportunidade caída do céu administrado pelo Deus Eurico.

Injustiça

O doping de Rebeca Gusmão custou caro à equipe brasileira de natação no Pan-Americano. Tatiana Barbosa, Flávia Delaroli e Monique Ferreira (prata no 4x100 livre), Fabíola Molina, Tatiane Sakemi e Daiane Santos (bronze no 4x100 medley) perderam suas medalhas por causa da companheira.



quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

Quinta-feira

Mocinhos e bandidos

A nadadora Rebeca Gusmão teve confirmado seu doping nos Jogos Pan-Americanos disputados no Rio de Janeiro, notícia fartamente divulgada pela mídia esta semana. A informação da Organização do Desporto Pan-Americano – Odepa - começa a colocar ordem nas coisas, revelando quem é quem neste embate entre a atleta, seu treinador, a médica da CBDA e o médico Eduardo de Rose, acusado de perseguição aos envolvidos no episódio do doping e duplicidade de DNA nos exames de urina da nadadora. Quem é do ramo e vive à beira das piscinas identificou, há muito tempo, os vilões deste filme.

Quatro erres

Rivaldo, Ronaldo e Ronaldinho foram os primeiros jogadores brasileiros na premiação da FIFA ao melhor jogador do mundo. A solenidade de segunda-feira acrescentou mais um erre à lista de craques do nosso país, de apelido Kaká, mas de nome Ricardo.

E daí?

A noite do Brasil com a premiação maior para Kaká ainda teve Buru no futebol de areia ou de praia, como queiram, e Marta, indicada pela segunda vez consecutiva no futebol feminino. Cristiane, outra brasileira que está indo da Alemanha para a Suécia, ficou em terceiro lugar. Irmanadas no discurso e nas críticas, as duas repetiram as queixas do abandono a que está submetido nosso futebol feminino. Nem a Copa Brasil disputada há pouco amenizou o tom das reclamações das meninas premiadas. Elas entendem que foi apenas um começo, e que o futuro desta modalidade no país é incerto. Por enquanto, muito barulho por nada, é mais ou menos o que querem dizer as futebolistas brasileiras.

Recado

Pelé, na mesma solenidade, também foi homenageado. Talvez uma compensação pela gafe e falta de respeito que significou sua ausência - trocado pelo escritor Paulo Coelho - quando o Brasil recebeu a sede da Copa de 2014. No imponente Palácio da Ópera de Zurique, o Rei recebeu o Prêmio Presidencial da FIFA, a mais importante condecoração da entidade a personalidades que se destacam no futebol. Local adequado para um oportuno desabafo: “Com tanto governante fazendo coisas erradas – tenho certeza que ele queria dizer “fazendo merda” – no Brasil, está aqui o esporte para limpar a cara do país no exterior”.

No escuro

A promessa de um transatlântico iluminado e navegando em águas tranqüilas está prestes a se transformar em uma barcaça à luz de lamparinas e enfrentando mar revolto. É dura a vida do Marinheiro.

Vivendo e aprendendo

A juba esbranquiçada do Leão parece representar o resultado de um longo e difícil aprendizado de convivência do novo treinador do Santos. Foi o que ele deu a entender na sua bem humorada entrevista coletiva ao ser anunciado no cargo que pertenceu a Wanderlei Luxemburgo. Para não dizerem que perdeu totalmente sua pose majestática, reservou algumas patadas com suas garras afiadas para o seu antecessor.

O Luxa de sempre

Já o agora palmeirense Wanderlei Luxemburgo não perdeu a pose nem a mania de tentar explicar o inexplicável. No seu conhecido e confuso “luxemburguês”, ilustrou sua primeira entrevista coletiva como treinador do Palmeiras com um tratado sobre as suas relações com a Traffic e o clube que passa a pagar seu salário.

Gás boliviano

Evo Morales, aquele amigão do Lula e dos brasileiros, continua indignado com a FIFA que insiste em proibir jogos a mais de 2.750m acima do nível do mar. O presidente da Bolívia considera discriminação contra Oruro, Potosí e La Paz e não vê nenhum problema em que falte gás aos visitantes na altitude destas três cidades. Como “Lulinha paz e amor” anda assim com a FIFA por causa da Copa de 2014 no Brasil, quem sabe dá resultado uma intervenção sua em favor do companheiro Morales.

No pedal

Robson Júnior, conhecem? Trata-se do recém nascido filho do Robinho. Como domingo tem o clássico espanhol contra o Barcelona, nosso craque do Real Madri só poderá vir ao Brasil na segunda-feira, quando pretende entregar o primeiro presente do garoto, uma bicicleta espanhola novinha em folha.





terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Terça-feira

Brasileiríssimo

Em campo, domingo pelo Milan, estavam Dida, Kaka, Emerson e Cafu. O ex-lateral Leonardo é dirigente do clube que ainda tem Alexandre Pato, Digão, irmão de Kaká, Serginho e Ronaldo. Nenhuma outra agremiação estrangeira tem tanta influência do futebol brasileiro como o tetra campeão mundial Milan.

Temente a Deus

Todo mundo já exaltou as qualidades do futebol de Kaká. Inevitável, tantas são as suas conquistas e atuações maravilhosas, exceção aos seus últimos jogos pela seleção brasileira. Mas, como será que o principal patrocinador do clube vê a comemoração de gols deste premiadíssimo jogador brasileiro? Ele costuma levantar a camisa do clube para mostrar uma frase em inglês – outra esquisitice - com sua opção religiosa. A FIFA não gosta nem um pouco destas demonstrações de fé, tanto que recomenda aos árbitros a punição com cartão amarelo. Seja qual for a inscrição da camisola, como diriam os portugueses. Espanta o fato de Kaká insistir com esse procedimento jogando por um clube do porte do Milan.

Importância da base

Internacional e Cruzeiro decidem nesta terça-feira à noite o título do Campeonato Brasileiro sub-20. Quase deu Grenal, não fosse a derrota do Grêmio nos pênaltis para o time mineiro. A participação destes clubes na fase final da competição confirmará na prática, mais tarde, o quanto valem os investimentos nas divisões de base. Em Santa Catarina o maior exemplo tem sido o Figueirense, que desmonta um time por temporada e consegue reposição no ano seguinte com muitos garotos da casa, geralmente campeões em suas respectivas categorias.

Mistério

A seleção argentina termina 2007 como a melhor seleção do ano, segundo o ranking da FIFA. São 1.523 pontos contra 1.502 do Brasil, segundo colocado. Classificação difícil de entender, principalmente porque a seleção brasileira ganhou a Copa América deste ano utilizando um time reserva e com vitória de 3 a 0 na decisão contra a Argentina. FIFA e CBF parece que combinaram rankings e critérios incompreensíveis para um simples mortal.

Oba!

Ana Paula Oliveira pode voltar ao futebol trabalhando como “bandeirinha” da Federação Gaúcha. Embora ainda seja filiada à entidade paulista, ela está inclinada – não sob o mesmo ângulo da Playboy, entendam – a aceitar o convite dos gaúchos.

Galinha do vizinho

O atacante uruguaio Acosta, um dos artilheiros do Campeonato Brasileiro, deve jogar a série B pelo Corinthians. Paulo Baier, destaque do Goiás e de várias temporadas, continuava sem clube até esta segunda-feira. Curioso como a turma da série A parece que só tem olhos para além fronteiras, desprezando o que está em baixo do nariz a um custo menor.

O dono do clube

Enquanto a justiça não define o resultado das eleições vascaínas, Eurico Miranda segue fazendo e desfazendo. Botou Romário como técnico e descobriu em Alfredo Sampaio, que aprontou todas em Florianópolis, no Avaí, um bom auxiliar técnico e eventual substituto do baixinho. De quebra arrumou uma encrenca dos diabos com Leandro Amaral, um dos principais jogadores do Vasco, ao renovar seu contrato na marra.

Exótico

O atacante Adriano Gabiru é uma daquelas peças raras criadas pelo futebol brasileiro. Reserva do Inter, mas, queridinho do técnico Abel Braga, saiu do banco e ganhou notoriedade ao marcar o gol do título mundial de 2006 na vitória sobre o Barcelona. Quando se pensou que Abel utilizaria este argumento irrefutável para mantê-lo no grupo, Gabiru virou jogador emprestado ao Figueirense, e novamente na reserva. Situação que se repetiu a seguir no Sport Recife. Ele agora voltou ao Internacional, dono do seu passe, garantindo que será titular em 2008.

Piada

Observação em nota do Correio Braziliense: a crise de ética no futebol brasileiro é tão grande que até Eurico Miranda e Wanderlei Luxemburgo estão reclamando.

Micharia

R$ 12 milhões ano é quanto a Fiat pagará para colocar sua marca na camisa do Palmeiras. Uma empresa japonesa de informática contribuirá com mais R$ 3 milharinas para ocupar as mangas palmeirenses.

sábado, 15 de dezembro de 2007

Sábado/domingo

Os omissos de sempre

A audiência pública realizada na Câmara dos Deputados quinta-feira para tratar do problema dos estádios brasileiros não teve a participação dos principais interessados. A começar por grande parte da mídia esportiva – basta conferir o noticiário do dia – passando pelos dirigentes e autoridades. Lá não estavam, por exemplo, o presidente do Clube dos 13, Fábio Koff, o Ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Nem representantes esses senhores se dignaram a mandar a Brasília para, pelo menos, saber o que foi discutido. Estamos a seis anos e meio de uma Copa do Mundo no Brasil e parece que teremos de contar com um milagre para iluminar cabeças de dirigentes e políticos.

Federações

A Federação Catarinense de Futebol aparece em nono lugar no ranking divulgado esta semana pela CBF. Além de São Paulo, Rio, Rio Grande do Sul, Minas e Paraná, perdemos para Pernambuco, Bahia e Goiás. Estamos um pouco à frente do Ceará, Pará, Rio Grande do Norte e outros menos votados. E nesse caso, penso eu, falamos somente de tamanho, não de organização, porque não dá para acreditar que pernambucanos, baianos e goianos tenham estejam estruturados ao ponto de figurarem entre as principais federações do país.

Clubes

Está certo que nossa vã filosofia não alcança os critérios estabelecidos por Ricardo Teixeira e seus pares, que na lista de clubes coloca, pela ordem, Criciúma (28º), Joinville, que faz tempo não ganha nada (33º), Figueirense (39º) e Avaí (43º). O Marcílio Dias aparece em 126º. E no mais, de quem são os méritos das conquistas nacionais de Criciúma, Figueirense e Avaí? Que tipo de suporte sustenta nossos clubes junto à CBF a não ser a força de suas próprias pernas?

Consagração

O Boca sem Riquelme vira um time comum, apenas brigador, enquanto o Milan de Kaká tem uma equipe acima da média, mas que não lhe garante um favoritismo consistente na decisão do Mundial de Clubes programada para as 8h30 deste domingo. Kaká entra em campo ungido por duas premiações, das revistas “France Football” e “World Soccer”, faltando só a da FIFA, cuja solenidade acontecerá na segunda-feira. Ganhando dos argentinos do Boca e o prêmio da FIFA, o brasileiro terminará o ano com quatro títulos mundiais.

Entra e sai

Mano Menezes do Grêmio para o Corinthians. Adilson Batista do Japão para o Cruzeiro. Nelsinho Bastista do Corinthians para o Sport. Geninho do Sport para o Atlético MG. Wagner Mancini da Arábia para o Grêmio. Luxemburgo do Santos para o Palmeiras. Leão do Atlético MG para o Santos. Nunca o mercado esteve tão bom para os treinadores.

Sacanagem

Tem competição de jet ski programada para a praia central de Balneário Camboriú. Nem a tranqüilidade da Ilha das Cabras será poupada deste evento que sai do Itajaí Açu para o mar. Como se não bastassem a poluição e a multidão que toma conta da praia, agora os seres marinhos ganham o ruído ensurdecedor deste equipamento da era Collor.

Prêmio indesejado

Adriano, Dida e Ronaldo são os três brasileiros contemplados com o “Bidonedoro”, equivalente a “Lixeira de Ouro”, brincadeira de uma emissora de rádio que costuma eleger os piores jogadores do ano na Itália.

Amarga missão

A transferência do excelente zagueiro Chicão do Figueirense para o Corinthians mereceu apenas uma nota lacônica da assessoria de imprensa do clube, assinada pelo companheiro J.B Telles. É duro dar notícia ruim.

Doce notícia

Em compensação o Figueirense termina a temporada de 2007 comemorando a tríplice coroa nas divisões de base com os títulos dos infantis, juvenis e juniores.

Agora lembram da lei

A CBF acaba de pedir às federações laudos técnicos dos estádios dos clubes que participarão da Copa do Brasil em 2008. É exigência da lei federal 10.671/03, atendida agora depois do ocorrido na Fonte Nova. O que será que vem de Chapecó sobre o Índio Condá?

Batata quente

O Tribunal de Contas da União divulga nos próximos dias o relatório sobre os gastos para a realização dos Jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro.










quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Quinta-feira

Encenação

O palco foi o Palácio do Planalto e a peça, dirigida pelo Ministro do Esporte, Orlando Silva Junior e pelo vice-presidente, José Alencar, a Bolsa-Atleta, encenada terça-feira na presença de dezenas de atletas que se deslocaram a Brasília. Lula estava em outro palco, ocupado com a CPMF e não pôde comparecer à solenidade que serviu para ampliar a abrangência da aplicação de recursos do programa que vai beneficiar 1.029 atletas em 2008, contra os 846 atuais.

Cumpra-se a lei

A festa palaciana só não foi completa porque a Federação das Associações dos Atletas Profissionais – a Faap – está cobrando do governo e da CBF a aplicação do decreto lei agora regulamentado e existente desde 1998 com a Lei Pelé, no seu artigo 57. De acordo com a legislação, a Faap deve receber o repasse de parte dos recursos originados em competições e em contratos dos atletas para investimentos em programas sociais, bolsas de estudo e cursos profissionalizantes, entre outros. De agora em diante a responsabilidade no cumprimento da lei é da CBF, segundo Wilson Piazza, presidente da Faap, e do capitão da seleção brasileira na Copa de 70, Carlos Alberto Torres, presentes à solenidade. Os interessados acreditam que isso só será possível se Ricardo Teixeira incluir no regulamento do campeonato brasileiro o que está determinado pelo decreto lei. Como nunca se soube de Papai Noel entrando por chaminés, é pagar pra ver a cobrança, a fiscalização do governo e o cumprimento por parte do presidente da CBF do que está escrito e assinado.

Magia alvinegra

A exposição das mazelas corintianas começou já em Porto Alegre, com o defunto ainda quente no vestiário do Olímpico. As primeiras especulações falavam em dívidas cujo total andaria próximo dos R$ 100 milhões. Não seja por isso. Concluído o sepultamento, a diretoria recém eleita tratou de contratar, a peso de ouro – R$ 250 mil mensais -, o técnico Mano Menezes, hoje o segundo mais bem pago do país. Perde só para o Luxemburgo. Em seguida vieram os primeiros reforços, entre eles o ex-Figueirense Chicão, fora outras negociações em curso e a toque de caixa. Ah, sim, as dívidas. Ora isso é assunto para mais tarde, bem mais tarde. Mesmo que o fantasma de uma CPI continue assombrando fiéis e infiéis. Como quer um grupo de torcedores de Brasília, que em meio a cepeemeefes e escolha do novo presidente do Senado, promoveu manifestação em frente ao Congresso.

O coração não engana

Por essas e por outras é que o jornalista Juca Kfouri – apontado pela revista Época da semana passada como uma das 100 pessoas mais influentes do país - tem manifestado sua descrença garantindo que a segunda divisão para o Corinthians será difícil e duradoura. Juca, corintiano assumido, não esconde sua preocupação com o futuro do time do coração.

Vou de táxi

O ex-Fórmula I, Michael Schumacher, não perde tempo nem vôo. Atrasado para uma viagem a Coberg, centro da Alemanha, o piloto colocou o motorista de um táxi no banco de carona e mandou ver até o aeroporto de Munique. Motivo para tanta pressa? A compra de um cachorro para presentear mulher e filha.

Pai coruja

Como o papo é pé na taboa, nada melhor do que as opiniões de um conhecedor do assunto. “Meu filho não vai ser segundo piloto de ninguém”, atirou Nelson Piquet, o pai, em declarações ao jornal espanhol Marca. Ele não admite o filho abrindo passagem para o companheiro de equipe na Renaux, Fernando Alonso, só porque o espanhol tem mais tempo de casa e já foi bicampeão.

Negócio das Arábias

Val Baiano, vice-artilheiro da série B com 23 gols marcados pelo Gama, não viu seu futebol valorizado por nenhum clube brasileiro. A solução foi arrumar as malas e chutar em outra freguesia mais atenta, no caso o Al Ahli, da Arábia Saudita, onde ganhará em petro-dólares por um contrato de seis meses.

Olheiros

Antes que o ano termine, ou no comecinho de 2008, o Marcílio Dias pode perder Luis Ricardo, revelação e artilheiro da fase final da Recopa Su-Brasileira, com cinco gols em dois jogos.





terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Terça-feira

Pato com molho insosso

Às vezes é bom escrever na segunda-feira, depois de ler e ouvir tudo, ou quase tudo, sobre um domingo esportivo que teve jogo de seleções, final da Recopa Brasileira, campeonatos europeus em andamento e a tragédia de uma morte no automobilismo brasileiro. Os ingredientes ficam todos à mão, disponibilizados pela rapidez e facilidades da comunicação. No futebol as atenções de mídia e torcida estavam concentradas no Engenhão, um estádio novinho, mas com gramado já expondo os efeitos de maus tratos. A seleção olímpica do Dunga contra os craques do campeonato brasileiro foi um confronto desigual. Os mais velhos, ou mais experientes, tinham que levar vantagem, como levaram. Os meninos, assustados e sonolentos, entraram e saíram de campo como promessas mal elaboradas. Dunga terá muito trabalho pela frente para evitar o pior, queimando seu filme e o de garotos promissores, casos de Diogo e Alexandre Pato, exemplos mais fortes de um time sem sal, sem pimenta.

Urgência

O fato é que essa seleção olímpica sem tempo, sem treino e, por isso sem conjunto e personalidade, não terá muito espaço para erros. Como, por exemplo, deixar o criativo meia Hernanes jogando pelo time errado. Ele já deveria estar incorporado ao grupo que daqui a oito meses em Pequim disputará a Olimpíada e um título inédito para o futebol brasileiro.

Porta arrombada

A morte de um piloto em Interlagos repetiu discussões envelhecidas sobre segurança de carros e autódromos e retomou o esperado jogo de empurra. Quem falhou e por que um acidente comum nesse esporte terminou em tragédia? Agora as soluções aparecem ao alcance de todos.

Corintianas

O publicitário e corintiano Washington Olivetto fez uma frase de muita repercussão, ao advertir, antes da fatídica última rodada que, “se o Corinthians cair quem fica rebaixado é o campeonato brasileiro”. Traduziu essa opinião provocativa e arrogante afirmando que o evento perderia em competição, emoção e audiência. Só isso.

Jogo limpo

O campeonato brasileiro de 2007 teve média de 44 faltas por partida, números superiores aos das ligas européias, que oscilam em torno de 30 infrações. Mas são índices bem melhores do que o padrão nacional tabulado desde o final da década de 80, quando o Datafolha começou a montagem de suas estatísticas. A média atual representa 16 faltas a menos em 90 minutos do que aconteceu, por exemplo, no brasileiro de 1999.

Tosquia

Quem tentou buscar lã junto ao Mauro Ovelha saiu tosquiado. O técnico do Marcílio Dias chegou aos 100% de aproveitamento no Paraná com a conquista do título da Recopa Brasileira na goleada de 4 a 1 em cima do Caxias. Antes o Marinheiro garantira participação neste torneio sul brasileiro ganhando a Copa Santa Catarina. Pra começo de trabalho Ovelha e seus jogadores foram muito além da expectativa, mas é preciso manter o barco navegando em águas tranqüilas, dentro e fora do campo. O campeonato catarinense com o favoritismo intimidador de Figueirense, Avaí, Criciúma e Joinville será o grande teste para o Marcílio Dias e Ovelha já no começo de 2008. Aí veremos se a pretensão de chegar à segunda divisão do brasileiro como um dos quatro primeiros da série C é realidade ou ficção.

Seleção DF

O Correio Braziliense, jornal mais importante da capital federal escolheu, com votação de 29 de seus jornalistas, o treinador e a seleção do campeonato brasileiro de 2007. Confira: técnico, Joel Santana; O time tem Felipe: Leonardo Moura, Breno, Miranda e Kleber; Hernanes, Richarlyson, Ibson e Valdívia; Dodô e Acosta. A curiosidade é que Leonardo Moura, Breno, Kleber, Hernanes, Richarlyson, Valdívia e Acosta foram as únicas unanimidades em relação às listas da CBF e revista Placar.

Tão longe, tão perto

Em Brasília, onde ficarei até o dia 20, estarei mais próximo da política e da votação da CPMF, o grande assunto da semana. Tentarei me garantir no esporte com o auxílio da internet e informações de algumas fontes muito mais confiáveis do que o tititi dos bastidores da política.







































sábado, 8 de dezembro de 2007

Sábado/domingo

Sete pedras no caminho

De tudo o que já foi dito e escrito sobre o que antecedeu a tragédia da Fonte Nova e suas conseqüências, colhi na coluna de Augusto Nunes, no Jornal do Brasil, uma boa análise dos cartolas, políticos e suas estripulias. Para conhecimento, leitura e reflexão de quem ainda não se deu conta de quem são os tipos e o que faz essa irmandade contra o futebol brasileiro.

"Vocês não têm outro assunto”?, irritou-se Ricardo Teixeira ao ouvir a pergunta que abriu a entrevista improvisada na manhã de segunda-feira (26/11). Ele estava no Palácio da Cidade para conversar com o prefeito Cesar Maia sobre a Copa de 2014. Pensava no futuro. Os jornalistas estavam lá para saber o que tinha a dizer o chefão da CBF sobre a tragédia ocorrida em Salvador no domingo. Para o cartola, pensavam num passado remoto.

Dez minutos antes do fim do jogo entre Bahia e o Vila Nova, diretores do clube abriram os portões para que mais torcedores engrossassem a multidão de 70 mil convivas da festa que não houve. O desabamento de um pedaço da arquibancada matou sete, feriu quase 200 e impôs ao País do Futebol o mais dramático domingo. Mas Teixeira não é de perder o sono por tão pouco.

"Estamos pesarosos pelos resultados", tentou virar a página, com a voz na fronteira que separa o tédio da exasperação. Perdeu de vez a paciência ao constatar que os jornalistas só pensavam naquilo. "Por que falar só do acidente?", subiu o tom Teixeira. "Vocês não querem falar de futebol, não? Vamos falar de futebol", desafiou. Para sorte do desafiante, os desafiados recusaram a proposta formulada por um homem que nada entende de futebol. Nunca jogou bola, nem na infância. Se subir num par de chuteiras, certamente vai cair de quatro.

O cargo que ocupa caiu-lhe no colo como parte do dote da noiva, filha única de João Havelange. Quando o casamento terminou, o alpinista conjugal já chegara ao cume da montanha. Descobrira que não era preciso entender de futebol para ficar por lá. Bastavam jogadas fora do campo.

O flamenguista Teixeira nunca decorou o nome completo do Flamengo, nem a escalação do time liderado por Zico. Mas aprendeu a escalar presidentes de federações estaduais e chama pelo prenome as figuras que mandam na Fifa. A Copa do Mundo de 2014 não é nossa. É de Teixeira.

Na segunda-feira, não estava preocupado com a tragédia, mas com a festa. Não via mortos, mas pedras no caminho. "Não vou dizer mais sem ler o relatório", esbravejou. "Vocês conhecem o relatório? Nem eu". Mentia. Teixeira conhece vários relatórios sobre o estádio administrado em parceria pelo governo estadual e pela cartolagem do Bahia. Todos anunciaram a tragédia.

Em 2005, a prefeitura de Salvador pediu a interdição da Fonte Nova. O pedido foi reiterado em 2006 pelo Ministério Público e, em setembro passado, pelo Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia. "O estádio foi inteiramente reformado", jurou o governador Jaques Wagner num programa de rádio. Ele driblou a verdade para garantir um jogo da Seleção na Bahia. Teixeira fingiu acreditar em Wagner, que agora resolveu implodir o alçapão assassino. Agora é tarde.

A Bahia de Jaques Wagner não merece a Copa que a CBF de Teixeira tampouco merece organizar. Os brasileiros querem só ganhar a Copa. Cartolas e políticos espertos só pensam em ganhar com a Copa.

São Jorge Menezes

As conseqüências do rebaixamento do Corinthians serão sentidas ao longo da temporada de 2008, a começar pelas dificuldades criadas para os demais participantes da série B. Ou alguém duvida de que uma das quatro vagas do acesso é corintiana? O técnico Mano Menezes apostou nisso ao recusar convites do exterior e da primeira divisão. Vai ganhar muito dinheiro e virar estátua no Parque São Jorge. Haverá uma enxurrada de transmissões de jogos do Corinthians e a mídia esportiva do país inteiro redobrará suas atenções com a segunda divisão, criando uma blindagem natural para eventuais problemas que possam ameaçar o desenvolvimento da competição.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Quinta-feira

Justiça

Houve de tudo na administração do Corinthians. A variedade de delitos graves é grande, mas nunca a CBF ou os tribunais aplicaram algum tipo de sanção ao clube paulista. Como acontece na Europa sempre que há infrações à lei, independente da importância e da força política de quem sai dos trilhos. Dirigentes vão para a cadeia e clubes são rebaixados para a segunda e até terceira divisões. No Brasil, ao contrário, Ricardo Teixeira, presidente da entidade que deveria zelar pela lei e pela ordem no futebol brasileiro, vai ao Congresso para fazer lobby e impedir a instalação de uma CPI que investigaria não só o Corinthians, mas todas as ações decorrentes de conhecidas irregularidades sempre convenientemente empurradas para baixo do tapete. Os presidentes de federações estaduais geralmente acompanham o seu líder máximo em suas investidas foras da lei. Felizmente ainda nos restou resultado de campo para corrigir injustiças e as patifarias cometidas pela cartolagem brasileira. Os corintianos que o digam.

Colheita

Torcedores do Figueirense devem cobrar dos dirigentes e treinadores que passaram pelo Orlando Scarpelli a participação mediana na temporada. Fracasso no estadual e, nada de Libertadores ou Sul-Americana, patamares estabelecidos nas promessas para a arquibancada. O time ficou aquém dos objetivos e boa parte da cobrança deve cair sobre a cabeça dos técnicos Alexandre Gallo e Mário Sérgio que, a certa altura dos campeonatos, enfrentaram os adversários montando suas equipes como se dirigissem o Arranca Toco futebol Clube. O Figueirense acabou colhendo o que foi plantado por gente que está mais interessada em negócios do que satisfazer as exigências de uma torcida a quem muito foi prometido e que hoje não tem nenhuma identificação com quem manda no clube.

Na praia

O bom trabalho de Geninho na recuperação do Sport não foi mais adiante em números por causa da derrota em Caxias para o rebaixado Juventude. A última rodada é sempre um perigo e pode macular uma campanha, como aconteceu com os pernambucanos.

Regionalismos

O Rio Grande do Norte subiu e desceu no campeonato brasileiro. O ABC chegou à série B, para onde caiu o América com uma participação vexatória na primeira divisão.

Ética ou a falta de

A “holding” de Wanderlei Luxemburgo assume o Joinville e já sobrevoa Criciúma e Corinthians. A empreitada inclui negociação de jogadores, certamente tarefa comum a empresários, situação que o Luxa sempre negou, mas que agora, através de sua empresa, começa a ficar escancarada. Sem prejuízos ou abalos na carreira do treinador Luxemburgo. Será?

Estrela

Quando a fase é boa, tudo e todos ajudam, inclusive o extra-quadra. Assim é a seleção vitoriosa de Bernardinho, capaz de provocar uma decisão inédita no voleibol, como reverter o placar adverso no Mundial do Japão, graças a um erro de rodízio dos donos da casa. A arbitragem retirou os pontos dos japoneses, que venciam o quarto set por 7 a 2, decisão que empurrou o Brasil para o 21º título em 26 disputados.

Vistorias (?)

O Criciúma pode jogar as primeiras rodadas do estadual no estádio do Próspera por conta de reformas no gramado do Heriberto Hulse. Ué, mas e as confusões de jogos lá realizados, já foram esquecidas? De ontem pra hoje parece que ficou tudo resolvido.

Tolices

As classificações do Cruzeiro para a Libertadores, e do Atlético para a Sul-Americana, derrubaram mais uma das tantas teorias formuladas antes da última rodada. O que ganhariam Leão e seus jogadores perdendo para o Palmeiras e prejudicando o Cruzeiro?

Pior, impossível

São Paulo, Santos, Flamengo, Fluminense e Cruzeiro estão na Libertadores. Grêmio, Palmeiras, Atlético Mineiro, Botafogo, Vasco e Internacional garantiram vaga na Sul-Americana. O Corinthians foi o único dos chamados grandes clubes com fracasso amplo, geral e irrestrito no campeonato brasileiro. Não chegou a lugar nenhum e ainda caiu para a segunda divisão.

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Terça-feira

Titanic

Depois de ignorar todos os avisos sobre os perigos existentes na carta náutica desenhada por uma parceria que não merecia um mínimo de confiança, o Corinthians sofreu um rombo irrecuperável, por onde entraram safadeza, incompetência e um acúmulo de decisões equivocadas, terminando com o naufrágio de domingo em Porto Alegre. Poucos dirigentes, alguns profissionais das diversas comissões técnicas formadas em 2007 e um número reduzido de jogadores mereceram ser salvos desta tragédia que se abateu sobre a nau corintiana.

Mediocridade geral

Pelo nível dos times que disputaram a última rodada da série A do brasileiro dá para entender a extrema facilidade com que o São Paulo chegou ao título e a grande diferença de 15 pontos para o Santos, segundo colocado. Os jogos de Goiânia e Porto Alegre foram de uma indigência técnica vergonhosa, especialmente porque em campo estavam um campeão mundial e um vice da Libertadores.

Casa da mãe Joana

Vergonhosa também foi a organização da rodada decisiva. Goiás e Corinthians entraram em campo na hora em que bem entenderam, o técnico Nelsinho Batista só liberou a escalação do seu time pouco antes do jogo, as autoridades delegadas pela CBF nada fizeram, torcedores ficaram feito bobos nas arquibancadas e as televisões acabaram comprometendo seus horários e patrocínios. Para quem pretende organizar uma Copa em 2014, foi uma pequena mostra do quanto estamos despreparados. E o mais grave: ninguém dá bola para o Estatuto do Torcedor, principalmente as entidades que deveriam zelar pelo seu cumprimento.

Não é com eles

Quando perguntam a Ricardo Teixeira sobre a tragédia da Fonte Nova, ele se irrita e responde que quer falar sobre futebol. Coaraci Nunes, presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos, não gosta de falar sobre o doping de Rebeca Gusmão e Nelsinho Batista, na coletiva do rebaixamento em Porto Alegre, negou-se a falar sobre os problemas do Corinthians, alegando que estava ali para responder sobre o jogo.

Coerência

Depois do jogo de domingo, quando a arbitragem mandou repetir dois pênaltis cobrados por Paulo Baier e defendidos por Clemer, goleiro do Inter, todos os árbitros e auxiliares, de agora em diante, deverão adotar o mesmo procedimento, seja qual for a importância da partida ou dos clubes envolvidos. Quero ver.

Conversa de comadre

A teoria da conspiração, que correu solta feito fofoca antes da rodada de domingo, acabou desmentida pelos fatos. O Inter, por exemplo, perderia para o Goiás para prejudicar o Corinthians, uma vingança pelo título de 2005. De fato, a derrota aconteceu, mas com o goleiro do time perdedor defendendo dois pênaltis. Seria muito sacrifício para premeditar um resultado negativo.

O mínimo

Figueirense e Avaí, os representantes de Florianópolis no campeonato brasileiro, conseguiram manter-se em suas respectivas séries, não mais que isso. O Criciúma fez pior, deixando escapar uma grande oportunidade de voltar à primeira divisão, depois de liderar a série B por 18 rodadas. Esse cavalo encilhado tão cedo não passa de novo no Heriberto Hulse.

Cabeça ruim

O goleiro Felipe, ídolo corintiano acusou, sem citar nomes, três ou quatro jogadores do Inter que estariam interessados em mandar seu time para a segunda divisão. Felipe talvez estivesse bastante incomodado por ser um campeão do rebaixamento: com o Vitória em 2004, e em 2005 também com o clube baiano, da série B para a C. E agora com o Corinthians.

Tentativa de suicídio

O narrador Luciano do Vale e os repórteres Fernando Fernandes e Antônio Petri, integrantes da equipe da TV Bandeirantes na transmissão do jogo entre Grêmio e Corinthians, foram trabalhar uniformizados com uma camisa vermelha. Logo em um estádio onde o único vermelho permitido é o da bandeira do Rio Grande do Sul. Lá até o Papai Noel veste azul.

Torcedores de cabine

Difícil de aturar algumas transmissões da tevê fechada. Narradores e comentaristas vestem ardorosamente a camisa dos times dos seus estados.