sexta-feira, 27 de abril de 2012

Dinossauros na pista. Imperdível



Dia 26 de maio vamos à grande festa dos Dinossauros de O Estado a partir de 19 horas no Lira Tênis Clube, salão Cristal, muito chique. Dançaremos sim, porque ainda não extamos nem extintos, nem paralisados. E ao som da grande banda Get Back. Quem foi à Ressacada dia 25 assistir o clone Paul McCartney sabe do que estou falando. Comeremos e beberemos também, para repor as energias e deixar os pés de valsa tinindo. Então meninos, meninas e assemelhados, todos ao salão. Não percam


CONVITES/CAMISETAS


 De 2 a 15 de maio custam apenas R$ 50,00 e quem comprar ainda leva, de brinde, uma camiseta.

A partir de 16 de maio, custam R$ 60,00. E quem quiser a camiseta paga mais R$ 10,00.

Locais de vendas dos convites Rua Felipe Schmidt nº 51, Sala 501 – Prédio do antigo Senadinho e rua Conselheiro Mafra 758, Sala 102 – Edifício Kosmos


Quem mora fora de Florianópolis e precisa fazer pagamento via depósito bancário, favor ligar para (48) 3324-0191 ou (48) 3222-0100 no horário comercial.

terça-feira, 17 de abril de 2012

Jornalismo esportivo - Verdades inconvenientes

Por Rafael Casé

Reproduzido do Observatório da Imprensa



O atacante do Botafogo Loco Abreu foi o convidado do programa Redação Sportv nesta segunda-feira (9/4). Conhecido por não ter papas na língua, o uruguaio disparou contra a imprensa esportiva. Perguntado pelo apresentador André Rizek sobre a declaração de um jogador do Cruzeiro, de que ainda perderia muitos gols além dos que já perdeu, Loco respondeu “na lata”. “Eu acho o seguinte: O garoto fez dois gols na partida e o repórter vai lá pra falar justamente do gol que ele perdeu. [...] Mas é isso que acontece aqui no Brasil. Já aprendi que aqui não se faz um jornalismo sério, mas um jornalismo de confusão. Ficam explorando a negatividade pra ver se vai render. [...]Por exemplo, tem três jornalistas do Globo Esporte com quem não falo mais; eles vão ao treino do Botafogo e eu não falo mais com eles, pois já sei no que vai dar.”


E deu um exemplo: “O jogo acaba o repórter vem perguntar o que eu achei; eu falo que o time jogou num 4-3-2-1 mais avançado e tal [...] e aí o cara vai lá e escreve depois que eu tô querendo questionar o treinador. [...] Aí agora, sabe o que eu faço? Não falo mais nada.”


Se no gramado Loco não tem rendido o que a torcida alvinegra espera, à frente de um microfone só tenho elogios a ele. O uruguaio, até por sua experiência profissional, foge do lugar comum da maioria dos jogadores que, por morrerem de medo da repercussão de suas declarações, preferem seguir a cartilha do bla-bla-blá. O problema é que os jornalistas se contentam com tais respostas. Ou seja, um finge que falou algo relevante e o outro finge que acredita. Sobra para os leitores/ouvintes/telespectadores/internautas que têm que se contentar com o “teatrinho”.


O jornalismo esportivo, como já afirmei outras vezes, a meu ver está cada vez mais burocrático e igual. É só pegar os jornais ou sites de notícias para ver que as matérias são praticamente as mesmas. A televisão ainda consegue variar um pouco mais, mas no hard news dos clubes, tudo é igual. Em relação à rotulação dos jogadores, como o Abreu falou, a situação fica bem clara. Quando a imprensa decide marcar alguém sob pressão, o ataque é coletivo. Há aquele que perde gols, o gordo, o baladeiro, o bad boy, o fanfarrão, o contestador... E os treinadores: o supersticioso, o retranqueiro, o professoral, o prepotente, o “filósofo”...


Puxões de orelha

Quantos jovens jogadores já não foram queimados por não corresponderem às expectativas propaladas pela mídia? Brincadeiras à parte, o que se fez com o Deivid depois dele perder aquele gol incrível, beirou o massacre. Entende-se que nas mídias sociais a gozação corra solta, mas parte da mídia entrou na pilha. E, nesses casos, se o cara não estiver com sua cota de amor próprio muito em dia, pira.


O “Inacreditável futebol clube” é um exemplo. É engraçado para quem assiste, mas e para quem perde o gol? Uma vez, questionado se merecia o título depois de perder um gol feito, o próprio Loco Abreu teve coragem de dar sua opinião sobre o quadro, que rotulou de palhaçada. A desculpa é de que o futebol não precisa ser levado tão a sério, mas se o deslize parte de dentro das quatro linhas, o discurso é outro, o da cobrança de profissionalismo.


Acho que nosso jornalismo esportivo tem muito a melhorar. É preciso mais ousadia para se livrar de velhos modelos e de soturnas velhas práticas, como a do chamado “jabá” (publicação de material jornalístico favorável em troca de benefícios financeiros ou vantagens pessoais). Por isso mesmo, puxões de orelha como o do uruguaio são bem-vindos e necessários.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Os segredos do bruxo revelados pelo Brito



É hoje, 19 horas, na Assembléia Legislativa, o lançamento do livro LAURO BÚRIGO – SEGREDOS DO BRUXO, autoria do jornalista Paulo Brito. É o segundo livro dele, que estreou contando a vida do Roberto Alves.

Faz tempo convivo com os três. Com o Brito, desde o curso de jornalismo da PUC em Porto Alegre. Polêmico já naquele conturbado período universitário, fim dos anos 60, comecinho da década de 70, meu espalhafatoso colega não deixava em paz o mulherio do curso e adjacências. Em Florianópolis virou meu repórter na editoria de esportes de O Estado.Conheci o Lauro aqui, primeiro como treinador, polêmico como o Brito. Repórter com ele não tinha vida fácil. Alternava boas conversas com mau humor e intolerância em grau máximo às críticas. A convivência com o Roberto se deu aos poucos nas lidas diárias do jornalismo esportivo. Brito e eu só brigamos com ele. Com o Lauro as “peleias” eram freqüentes. Dois bicudos não se beijam, três, então...

Não sei o que está no livro. Espero por relatos saborosos de todo esse tempo de gramados e microfones com o treinador e hoje comentarista de rádio e tevê. São mais ou menos 40 anos de pedra pra todo o lado.

sábado, 7 de abril de 2012

Fatos e versões em torno de uma perna quebrada

Carta aberta ao TJD publicada por Mário Nascimento no site Meu Joinville e avalizada por aqueles que acham que a perna quebrada de um atleta em dois lugares é resultado apenas de um acidente do futebol.


Embora concorde com muitas das colocações do texto, lamento que seu autor tenha descambado para a velha arenga de que Avaí e Figueirense são sempre beneficiados, em detrimento dos clubes do “interior”, como gostam de se classificar os pretensos prejudicados. É uma visão altamente nociva ao esporte e serve somente para alimentar uma rivalidade que só leva à violência dentro e fora dos gramados



Caros Senhores membros do Tribunal de Justiça Desportiva de Santa Catarina.


Eu poderia criticar o fato de a comunicação da suspensão preventiva do atleta FABIANO DE OLIVEIRA SOUSA não ter sido feita a ele ou ao seu clube, mas antes a determinado órgão de imprensa que, numa atitude desleal e antiética, fez a comunicação ao atleta ao vivo sem informar-lhe previamente da notícia, expondo-o ao ridículo inaceitável para os padrões do bom jornalismo, para não dizer da boa convivência social.


Eu poderia criticar o fato de que sequer uma prova ou argumentação dos julgadores tenha sido citada que não fosse material deste mesmo órgão de imprensa, dando a impressão de ter sido ele o responsável pela montagem do processo, tarefa que cabe ao Procurador denunciante e aos Relatores.


Eu poderia criticar, até porque assim admitiu um dos julgadores do pleno do Tribunal, o fato de que o caso só ter ido a julgamento pela repercussão que teve na imprensa, por o atleta lesionado pertencer a clube da capital.


Eu poderia criticar a ausência do voto de um dos auditores no julgamento na Primeira Câmara Disciplinar. Trata-se do auditor de cabelos louros, que pareceu fazer muitas anotações em um papel à sua frente, mas não manifestou seu voto.
Eu poderia criticar a não aplicação de punição ao árbitro que nada marcou, embora a jogada tenha se constituído, nas palavras do denunciante, no “mais contundente exemplo do tipo jogada violenta”.


Eu poderia criticar a ausência de justificativa para a desqualificação da súmula da partida, que goza de “presunção relativa de veracidade” e só pode ser desqualificada “quando houver indício de infração praticada pelas pessoas referidas no caput” (no caso, os membros da equipe de arbitragem), uma vez que “as decisões disciplinares tomadas pela equipe de arbitragem durante a disputa de partidas, provas ou equivalentes são definitivas, não sendo passíveis de modificação pelos órgãos judicantes da Justiça Desportiva”.


Eu poderia criticar o enxovalhamento do instituto da jurisprudência, basal no direito, arrogando-se um dos julgadores o direito de desconhecer decisões de outros tribunais, alegando a alta qualidade do direito esportivo catarinense, ocasião em que citou o grande Marcílio Krieger, de saudosa memória.


Eu poderia criticar o fato de a maioria do Tribunal ter utilizado a palavra “continuará” em lugar de “poderá continuar”, ignorando a primariedade do réu para aplicar-lhe pena que, se é compatível com a gravidade da lesão, é incompatível com o histórico do réu, que em quatro anos de disputas do campeonato catarinense não recebeu sequer um cartão vermelho.


Muitos outros motivos para críticas haveria, como também os há para elogios aos paladinos da moralidade e do fair play que apareceram no episódio, notadamente um determinado órgão de imprensa, a exigir punição exemplar, e o próprio Tribunal, que celeremente a aplicou conforme a exigência. Tudo pelo bem do esporte.


Entre a crítica e o elogio, vou ficar com o elogio e esquecer a crítica. E tomarei para mim também a crença, por vezes difícil de ser aceita, de que se está agindo pelo bem do esporte. Vou ficar também com a certeza de que se o fato tivesse ocorrido ao inverso, denúncia de atleta de clube da capital teria ocorrido da mesma forma e a punição teria sido aplicada na mesma medida.


Igualmente me invade também a convicção de que o atleta Tulio Lustosa Seixas Pinheiro só não foi a julgamento pelo mesmo motivo (entrada violenta, embora sem produção de fratura, contra seu colega de profissão Athos dal Asta de Almeida aos 23 minutos do primeiro tempo da mesma partida) porque talvez o citado órgão de imprensa estivesse sobejamente ocupado juntando provas e argumentos contra o atleta que viria a ser punido exemplarmente. Ou porque talvez se concluísse que apenas uma punição exemplar por jogo é o bastante para moralizar o esporte e reprimir os jogadores violentos no futebol catarinense.


O fato de os procuradores do TJD não terem feito denúncia deste outro lance, com certeza decorre do fato de a jogada não ter sido mostrada com a ênfase que se deu ao lance que resultou na punição exemplar. Que culpa poder-lhes-ia caber? Ou talvez do fato de o clamor popular pela equanimidade de tratamento ter vindo de lugares outros, quiçá por suas distâncias, menos importantes ou menos visíveis.
Tudo bastante compreensível, certamente, uma vez que cremos na intenção única dos envolvidos de coibir a violência e tornar o futebol mais seguro para os atletas e mais bonito para os espectadores. E por isto, estão todos de parabéns.


Para que não me acussem de me ater somente a palavras, se pudesse, passaria à ação. Como neste caso não me é possível, procurarei colaborar com quem mostra tanta boa vontade de tomá-las. Tendo este Tribunal mostrado com tanta propriedade sua forma justa de proceder, proponho-me a colaborar com o mesmo, no sentido de alertá-lo para um fato que pode ter passado despercebido aos atentos olhos de seus Procuradores, já que, humanos, somos falíveis.


Em 1º de abril de 2012 jogou no estádio Orlando Scarpelli a equipe do Figueirense contra seu mais tradicional adversário, o Avaí. Quando a pugna encaminhava-se para o seu final, o atleta Anderson Francisco Nunes, do Avaí, atingiu com uma cabeçada seu colega de clube Bruno Cesar Pereira Silva. Este respondeu com uma cusparada e, incontinenti, recebeu uma segunda cabeçada. Além da foto que ilustra este post, o lance pode ser visto no link http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte/v/figueirense-e-avai-ficam-no-2-a-2-em-jogo-marcado-por-agressao-entre-companheiros-de-time/1885258/. Sugiro que seja acessado o quanto antes, para que não se corra o risco de ser retirado do ar.


Como ficou provado no julgamento citado acima, é intenção deste Tribunal que todos os atletas de má conduta sejam exemplarmente punidos. Correndo o risco de ser excessivo, visto que esta providência talvez já tenha sido tomada por algum dos Procuradores, sempre tão céleres em coibir violência ou atitudes anti-desportivas venham elas de atletas de que time forem, proponho que seja feita a denúncia contra ambos os atletas, com base no seguinte:
> Infração grave que escapou à atenção da equipe de arbitragem (Art. 58-B, parágrafo único), o que confere a necessária legitimidade à denúncia, minimizando a possibilidade de argüição de impossibilidade de reforma de decisão do árbitro, ou rechaçando-a com facilidade;
> O atleta Anderson Francisco Nunes poderá ser denunciado com base no artigo 254-A (Praticar agressão física durante a partida, usando o exemplo do § 1º I – desferir dolosamente soco, cotovelada, cabeçada ou golpes similares em outrem, de forma contundente ou assumindo o risco de causar dano ou lesão ao atingido) ou no artigo 250 (praticar ato desleal ou hostil durante a partida, usando o exemplo do § 1º II – empurrar acintosamente o companheiro ou adversário, fora da disputa da jogada). Como não sou profissional da área, confio no bom senso dos membros deste Tribunal para o melhor enquadramento. Tivesse eu que optar, seria pelo Art. 254-A, já que este não cita que o alvo da agressão tenha que ser um adversário e uma cabeçada é certamente mais grave do que um empurrão. A pena prevista é de suspensão de quatro a doze partidas.
> O atleta Bruno Cesar Pereira Silva poderá ser denunciado com base no Art. 254-B (Cuspir em outrem). Notando que novamente o alvo (da cusparada) não está explícito e, portanto, é indiferente se o mesmo é de equipe adversária, equipe de arbitragem, repositor de bola, torcedor, pipoqueiro ou qualquer dos demais circunstantes de uma partida de futebol. A pena prevista é de suspensão de seis a doze partidas.


Sendo assim, cumprimento novamente o TJD/SC e dou-me por feliz por poder colaborar com este Tribunal, no seu sempre maior objetivo de melhorar a prática do desporto em terras catarinenses, estejam elas cercadas pelo Oceano Atlântico ou nos mais recônditos rincões do interior do estado.

sábado, 31 de março de 2012

Parece que a conversa com Dilma deu sono



Primeiro foi a recomendação de chute no traseiro, por obra e graça de Jerome Valcke, secretário da Fifa e interlocutor do Brasil para a Copa de 2014. Agora é Joseph Blatter, o próprio presidente a Fifa, cansado de papo furado e promessas, quem cutuca o país, na convicção de que aqui nada anda, a não ser pra trás. “Queremos atos, não somente palavras”, disse ele em entrevista na sede da entidade, numa espécie de chancela ao que o secretário havia dito e que ofendera tanto alguns brasileiros chegados a um belo jogo de cena. É curioso que isso aconteça logo após a visita à presidente Dilma, quando se teve a impressão de não havia mais nada de podre no reino da Copa.

Sentindo-se insultados e temerosos quanto à nossa soberania, políticos e autoridades de todos os matizes rejeitam qualquer observação ou cobrança que venham de Valcker e Blatter. Enquanto isso seguimos confiando nas varinhas mágicas utilizadas em Brasília por nossos Midas às avessas. De concreto, e ainda assombrados pelos fantasmas das ilicitudes do Pan no Rio de Janeiro, não temos nada de positivo a mostrar sobre a Copa de 2014. Imagino o que vamos apresentar na Copa das Confederações, evento teste que o Brasil recebe ano que vem.

Os prazos estão cada vez mais apertados e continuamos sem soluções para aeroportos, estradas e mobilidade urbana. Temos, isto sim, a certeza que após a Copa deveremos ostentar verdadeiros elefantes brancos entre alguns dos estádios majestosos erguidos a peso de ouro e dos impostos em terras de ninguém quando se fala de futebol. Que a Fifa nos proteja, ignorado o pior, como já aconteceu na África do Sul, e o povo brasileiro não diga amém nas futuras eleições.

domingo, 25 de março de 2012

A fala equivocada do Ministro do Esporte

Nesses tempos de chantagem explícita dos senhores congressistas para a votação da Lei da Copa, o Ministro do Esporte, Aldo Rebelo, com aquele jeito arrastado de se expressar dá sua contribuição negativa ao justificar os atrasos em obras de infra estrutura no país que assumiu a responsabilidade como sede da Copa do Mundo desde 2007.


O texto é de Walter Guimarães, postado no blog do José Cruz. São dois jornalistas atentos às estripulias oficiais ou extra-oficiais que retiram toda a credibilidade necessária a quem prepara(?) o Brasil para um evento que desperta a atenção do planeta. A Copa América, programada para 2015 no Brasil, a CBF já passou adiante, entregando o evento ao Chile. Será que vamos dar conta da Copa das Confederações, da Copa do Mundo e da Olimpíada? Do jeito que vai, quem sabe? O Ministro Rebelo acha natural a imobilidade brasileira, apesar do tempo que já se passou desde que o governo Lula e autoridades do esporte fizeram aquela grande festa na Suíça.



Escutei vossa entrevista no programa Bom Dia Ministro, da EBC, na sexta-feira, com a participação de radialistas de todo o Brasil.
O Senhor mostrou um grande conhecimento de fatos ocorridos em todas as regiões, passando da Batalha do Jenipapo, no Piauí, à viagem de canoa de Pedro Teixeira pelos rios amazônicos, além do sonho “brasiliense” de José Bonifácio, etc e tal.
Em determinado momento V.Excia. explanou sobre “problemas civilizatórios” do país.
Desculpe-me a ousadia, Caro Ministro, de um desportista apaixonado e torcedor de arquibancadas, mas não concordo com a seguinte colocação, quando se referiu aos atrasos nas obras para a Copa 2012.

Assim:
“ … um deles é o do atraso. A gente atrasa até para sair de casa para o cinema, para o restaurante, é correndo que o menino vai para a aula, está certo? Fica esperando um se aprontando, que não terminou. Então, isso é uma coisa da nossa cultura, mas tudo funciona. Se você comparecer a um galpão preparatório de uma escola de samba no Rio de Janeiro, em São Paulo, você aposta que não vai ter desfile nenhum, mas, quando é no dia do desfile, a escola está lá, bonita, pontual, organizada. Então, essa é uma característica do nosso povo e da nossa civilização”.


Senhor Ministro, com tal afirmação, deixo de lado o devido pronome de tratamento protocolar e hierárquico. Mas eu não me atraso para sair de casa, e conheço muitas pessoas que não se atrasam para cumprir seus compromissos, com os filhos, inclusive.
Desculpe-me discordar, mas isso não é coisa da nossa cultura. Se a organização da Copa e dos Jogos do Rio-2106 atrasarem, como ocorreu no Pan-2007, isto é, sim, da cultura de nossos gestores. Quem sabe, devido o histórico desleixo dos que têm certeza de que, ainda assim, não serão punidos por relaxar em seus compromissos.
Além disso, na mesma entrevista, outra manifestação me deixou indignado. E posso falar assim, pois o Senhor é um representante do povo no exercício da gestão pública. É, antes, um deputado que passou pelo vestibular das urnas, portanto com aval do eleitor.


Por isso, Senhor Ministro, considero total falta de respeito um ministro de Estado afirmar que os céticos em relação ao sucesso na organização da Copa possuem “complexo de vira-latas”. Garanto que a maioria deles também conhece muito bem a história do país na organização de eventos esportivos para assim se posicionarem.
Aí vai uma pequena memória sobre os “desastres” que já abrigamos:


- Mundial de Patinação Artística, em Brasília, com poças de água na área de exibição dos atletas e o evento sendo atrasado á espera que a chuva cessasse.


- Mundial de Futsal, também em Brasília, com estudantes da rede de ensino nas arquibancadas, por total falta de público, devido a péssima organização e divulgação.


Mundial de Handball, com arquibancadas igualmente às moscas, sem atrativo para o torcedor.


Pois é, Senhor Ministro. No lugar da erudição, da verborragia de fatos históricos discorridos na entrevista, gostaria de escutá-lo falando de dados concretos sobre o desporto nacional.


Onde estão os planejamentos dos ciclos da Matriz de Responsabilidade relativos à segurança, tecnologia da informação, saúde, fornecimento de energia, telecomunicações, dentre outros, que o Tribunal de Contas da União cobra há três anos?


Onde está a atualização do portal de transparência da Copa, obrigatória para a liberação de recursos?


Onde estão os projetos executivos dos estádios e obras de mobilidade?


Esse atraso, Senhor Ministro, é próprio da pasta que o Senhor herdou.


Para concluir:
Permita-me a ousadia de sugerir que reflita melhor ao afirmar que os promotores do Ministério Público são limitados e sem conhecimento para compreender “que é preciso combinar a razão da preservação com a razão do desenvolvimento, do crescimento do país, que o crescimento também é um fator importante de democratização”.


Senhor Ministro, por favor, não me agrida dessa forma, como se eu fosse um “vira-lata” ignorante.
Caso contrário, serei obrigado a questioná-lo sobre suas limitações e falta de conhecimento na área de gestão do esporte.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Tem muita gente merecendo chute no traseiro

Orlando Silva e Teixeira já foram

A saída de Ricardo Teixeira da CBF, do Comitê Organizador Local da Copa 2014 e do Comitê Executivo da Fifa é apenas o início de um longo e necessário processo de depuração entre os dirigentes do esporte no Brasil. Só para lembrar, Teixeira foi acusado de evasão de divisas, crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, desvio de recursos públicos, crimes contra a ordem econômica, venda irregular de ingressos e favorecimento em negócios. A CBF com Marin & Cia até 2015 continuará sendo um galinheiro controlado por raposas.

Vale o mesmo para diversas confederações, federações e clubes espalhados pelo país que hoje não é mais só do futebol. São entidades sob controle de cartolas eternizados em seus postos e tão ou mais nocivos ao esporte do que estes que estão abandonando o navio. Os ratos da mesma laia continuam à espreita, prontos para assumir o comando de cargos que por ventura fiquem vagos.

Na esteira destes acontecimentos a mídia, esportiva ou não, precisa mudar de comportamento. É inaceitável, pelo mau exemplo que significam, figuras à margem da lei continamente paparicadas porque um dia foram grandes ídolos do esporte. O caso da hora é o do ex-jogador Edmundo, que embriagado, anos atrás, causou um acidente de trânsito e a morte de três pessoas. Além da impunidade, Edmundo ganhou uma nova profissão, a de jornalista, formador de opinião em rádio, jornal, televisão e agora até com um blog em portal de grande prestígio no meio esportivo.

A cartolagem e gente como Edmundo sobrevivem sob o manto protetor de muito jornalista conceituado, aval para suas estripulias, maracutaias e mal feitos de toda a ordem. O serviço público e as Ongs faz tempo foram contaminadas e igualmente exigem uma faxina moralizadora que impeça o desvio de recursos públicos para fins escusos. A roubalheira só é possível graças ao conluio criminoso de segmentos da mídia, de autoridades públicas e do judiciário. Lembram da CPI da Bola, presidida pelo atual Ministro do Esporte,Aldo Rabelo? Sumiu, ninguém sabe ninguém viu. Ministros já foram defenestrados mas nada se apurou e assim a vida segue até que eventos como os que envolveram a CBF caiam no esquecimento.

Em Brasília o escândalo recente é a chantagem de deputados e senadores com a presidente Dilma. Não votam a Lei da Copa enquanto ruralistas e aliados não verem atendidos suas exigências. É o último e mais novo capítulo obscuro nessas relações promíscuas que infelicitam a sociedade e o país. Depois reclamam quando alguém sugere um chute no traseiro.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Galdino deixa o Conselho do Esporte. E daí?

O presidente do Conselho Estadual do Esporte, o ex-atleta olímpico e campeoníssimo da marcha atlética, Sérgio Galdino, deixa o cargo em abril para se candidatar à vereança em Blumenau. Com ele que é do ramo já tem sido difícil a vida no Conselho, imagino o que vem por aí, pois infelizmente a política partidária-eleitoreira predomina nas relações com a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. Ou José Natal, um ex-suplente de deputado estadual por São José, e que não tem nenhuma afinidade das três áreas, não teria virado Secretário para acomodar uma situação no seu município visando a próxima eleição.

A postagem de 3 de março, com o desabafo do desportista Rubens Faccini, é um dos retratos fiéis da situação vivida hoje pelo segmento esportivo em Santa Catarina. Outro é o momento da Fesporte, onde o atual presidente e também ex-atleta, Adalir Peccos Borsatti, vive com a cabeça a prêmio. É igualmente uma demonstração clara da falta de apreço deste e de outros governos pela Secretaria em questão e seus objetivos.

A renúncia de Galdino, além de ser emblemática não vai acrescentar nada, nem mesmo vai alterar a postura da maioria dos conselheiros. Dos 21 membros, 11 trazem diversas representações do governo estadual. Tem pra todo o gosto. Fica, é claro, a curiosidade sobre o próximo presidente do Conselho, certamente alguém que manterá no colegiado a orientação do “sim senhor”. Políticas sérias para a cultura, o turismo e o esporte e destinação correta para os recursos disponíveis nestes Fundos? Nem pensar. Já escrevi muito sobre isso. Quem conhece o meio e vive nele há muito tempo já sabe o que vai acontecer.

segunda-feira, 12 de março de 2012

E agora José?



A não ser pela satisfação com a saída de Ricardo Teixeira, a festa ainda nem começou. O novo presidente da CBF, ex-Arena, amigo do regime militar, o oitentão José Maria Marin, tem pela frente apenas uma Copa do Mundo no Brasil, o Comitê Organizador Local, o COL, a Copa das Confederações também no país, organização da seleção para a Olimpíada em Londres e a recuperação da imagem de uma entidade que ele mesmo ajudou a desacreditar. Afinal, ao ganhar o apelido de Zé das Medalhas por ter surrupiado a medalha de um garoto campeão pela seleção sub-20, terminou por carimbar suas credenciais como um jurássico e mal visto dirigente esportivo. Este é o novo presidente da CBF.

Talvez estivesse embutida na saída de Teixeira aquela sugestão do secretário da FIFA e que provocou frissons nacionalistas em algumas autoridades brasileiras. O “pé no traseiro” foi dado, agora falta arrumar a casa, uma missão impossível com a continuidade na CBF, conforme assumiu o próprio Zé Maria. Não acredito nem na formação de um grupo “rebelde”, liderado pelos presidentes das federações Gaúcha, Carioca, Mineira e Baiana. A rebeldia dura até a acomodação das melancias no caminhão. Quando os interesses de cada um forem atendidos, cessa qualquer intenção mudar o que existe deste os tempos de João Havelange, almirante Heleno Nunes e, por fim, Ricardo Teixeira.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Os craques, a ousadia, o bêbado e o equilibrista



Leonel Messi 5 x 3 Neymar. Foi o placar da quarta-feira com Copa dos Campeões na Europa e clubes brasileiros na Libertadores. O massacre do Barcelona nos alemães do Bayern não tem um só responsável, apesar dos cinco gols do Messi. O time é muito bom, homogêneo, com esquema tático que todo mundo sabe, mas ninguém dá conta.

Já entre os brazucas, quem tem Neymar e um bom treinador dorme tranquilo. Mesmo assim o Inter e Dorival Júnior não precisavam exagerar estendendo o tapete vermelho – que ironia – para o craque santista desfilar, alegrando os gremistas que na mesma hora batiam num bêbado no Piauí aliviando a aflição do Luxemburgo. Começa a se esgotar a paciência dos colorados com Dorival, que vai se equilibrando nas suas explicações tortas e não consegue fazer o bom time do Inter jogar.

O Fluminense, do destemido Abel Braga, que escalou dois volantes, dois meias e dois atacantes, acabou com a invencibilidade de 36 jogos dos argentinos na Bombonera. Incluindo o pequenino Welington Nem, direto do Scarpelli para o caldeirão do Boca Juniors, cujo time não assusta mais, mesmo com o velho Riquelmi em campo e sua imutável cara feia. O Corinthians fez o dever de casa contra o fracote Nacional paraguaio, enchendo Tite de argumentos e alimentando suas incompreensíveis entrevistas.

sábado, 3 de março de 2012

O desabafo de um desportista



Rubens Fachini (foto) é um desportista das antigas. Gosta do que faz. Faz de graça e nem os inúmeros prejuízos e calotes que tomou ao longo dos seus 74 anos de vida o desanimaram ou o fizeram desistir do esporte. Fachini vive em Brusque, desde que com outros companheiros encampou a idéia de Arthur Schlosser para a criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina, lá pelos idos de 1961.

As últimas enganações de que foi vitima, conforme seu relato à plenária do Conselho Estadual de Desportos, envolvem o ex-secretário de Cultura, Turismo e Esporte, César Souza Júnior, e o prefeito de Brusque, Paulo Eccel. Sua carta enviada ao então secretário César Souza Júnior e lida na plenária do CED, ficou registrada na íntegra em ata do Conselho. Até hoje não se sabe o resultado deste desabafo do Fachini, uma pequena amostra de como tratam nosso esporte e os desportistas.

Afinal, primeiro é preciso atender com extremo cuidado a troca do secretário, especialmente quando se trata de alguém que não é do ramo, mas que, como moeda de troca, atende aos interesses da politicagem que se pratica, especialmente em ano eleitoral.

A mídia não tomou conhecimento e, se tomou, não deu a mínima para um assunto tão grave e que repercute em todas as esferas do esporte de Santa Catarina. Menos, é claro, onde deveria repercutir.

“Caro Amigo César Souza Junior, ao agradecer pela gentileza do carinho e atenção dispensada, quero expressar e fazer justiça ao comunicar-lhe que tenho acompanhado a forma amigável , Cortez e educada com que o Carlos Eduardo tem atendido as pessoas na Secretaria. Fiquei observando como ele atende a todos de forma cordial. A dona Mara também é uma senhora muito querida e atenciosa com as pessoas. Pediria nesta oportunidade a gentileza de que seja prestada uma atenção especial ao Sr. Pecos Presidente da Fesporte , um dos mais capacitados administradores do esporte Catarinense e que desempenha profícuo trabalho na Fesporte e que engrandece nosso Estado.

Faço estas observações pelo fato de sempre ter sido humilhado em procurar na Secretaria pelo encaminhamento dos projetos do Fundesporte. Para que o senhor tenha conhecimento, no ano de 2011, nenhum projeto dos que apresentamos teve recursos liberados, inclusive o da “ Cerimônia de Atendimento e transporte do Fogo Simbólico dos 51° Jogos Abertos de Santa Catarina “ , no valor de R$ 30.000,00. No entanto realizei o evento e , mesmo segurado (sic) os gastos , tive despesa de R$ 23.000,00, pois tivemos também que atender as despesas com hospedagem e alimentação dos Conselheiros do Conselheiro Estadual de Esporte, que se reúne em Brusque por ocasião deste evento.

Por dedicação ao esporte de Santa Catarina , pelo que aprendi com Artur Schlösser desde 1957, com quem sempre estive na criação dos Jogos Abertos de Santa Catarina , acabei acumulando um prejuízo em torno de R$ 600 mil reais nos últimos anos , tendo que me desfazer de meus bens , inclusive perdendo meu automóvel (hoje em dia viajo com automóvel usado cedido por meus familiares para que possa desenvolver minha atividade profissional.

Tenho 74 anos e com câncer na próstata e tumores pelo corpo , tomo diariamente remédios , 8 comprimidos e mais seis remédios líquidos, pois peço sempre que Deus me ajude pra que consiga pelo menos me dar mais 10 anos de trabalho para que possa deixar alguma coisa para minha filha Maria Clara, que tem 7 anos e que há dois anos me ajuda na solenidade de Acendimento do Fogo Simbólico dos Jasc, conforme a capa em folder anexo.

Não guardo ressentimento de ninguém, nem mesmo do nosso atual Prefeito de Brusque , que por ocasião do Cinqüentenário dos Jogos Abertos em Brusque em 2010 me causou um grande prejuízo, pelo fato de ser amigo do Ciro Rosa. do Governador Raimundo Colombo, Paulinho Bornhausen e do Senhor, e por ter gravado em 2010 na Arena de Esportes de Brusque , um depoimento para a campanha do Senador Luiz Henrique da Silveira.

Acompanho a forma correta como está sendo encaminhada a candidatura do amigo para a Prefeitura de Florianópolis , e temos certeza de que Deus abençoará seu caminho e sua eleição . Fiz e prece à Deus pedindo que o abençoe e o proteja.

Respeitosamente , Rubens Fachini.”

Felizes para sempre. E foda-se o futebol brasileiro



Os ventos fortes que ameaçavam com uma forte turbulência o prédio da CBF e a gestão do eternizado Ricardo Teixeira não passaram de uma brisa. Os 27 presidentes de federações estaduais, sustentáculo do atual presidente da entidade, acabaram refrescados com um cala a boca que representa aumento de 60% nos repasses mensais às suas combalidas entidades.

Ou seja, a Assembléia Geral da última sexta-feira deu em nada. A cartolagem voltou pra casa feliz e cada vez mais unida em torno do doutor Ricardo. No máximo ele vai tirar uma rápida licença pra tratar da saúde, um pouco debilitada nos últimos tempos pelas atribulações do cargo.

O fotógrafo Ricardo Stuckert captou bem o grau de satisfação dos presentes à Assembléia no Rio de Janeiro. Com nosso ínclito e barbudo Delfim Peixoto a frente, o enquadramento dos papagaios de pirata mostra o quão felizes estão todos com a administração do futebol brasileiro.

sexta-feira, 2 de março de 2012

As armadilhas do sotaque

A sexóloga apresentada pela Globo na mini série “As brasileiras” agitou a manezada. Muito gaúcha, protesta quem viu o capítulo da quinta-feira. Gente, sotaque e expressões regionais são sempre uma grande encrenca. Com patrulhamento, então, nem se fala. Lembro, por exemplo dos percalços da Globo com "O tempo e o vento", direção do gaúcho Paulo José. Nem um bom trabalho de pesquisa evitou as dificuldades para enquadrar os atores em sotaque muito característico como o do gaúcho da campanha.

Forçar a barra nunca dá certo e o meio termo é difícil de acertar. Fica melhor ao natural, desde que não tenha aquele chiado de chaleira tipo o da Xuxa quando ela decidiu que era carioca. Vale lembrar, também, a bronca dos gaúchos quando a maravilhosa e inigualável Elis Regina começou a apresentar o seu carioquês, chiando mais do que os "nativos". Houve um tempo em que o jornalismo global evitava o carregado sotaque nordestino para seus repórteres, num descabido preconceito.

Fernando Alexandre, um jornalista alagoano radicado em Florianópolis, tentou reproduzir e interpretar essa natural confusão lingüística. Acertou aqui, tropeçou ali, mas conseguiu parir o Dicionário da Ilha, se não me engano já na segunda edição.

A verdade é que de norte a sul nossa língua tem diferenças muito acentuadas e as adaptações, se mal elaboradas, no mais das vezes ficam quase caricaturais. E quando as exigências de hábitos e do falar são muito regionais, só uma escola que forme bons atores em uma demanda muito grande de tempo pode evitar ruídos que incomodem a ouvidos mais sensíveis e críticos atentos. Sem falar na xenofobia, uma perigosa e nociva distorção de julgamento.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Já gostei bem mais da nossa seleção e do Mano

O Brasil (7º no ranking) joga hoje às 16 horas, na Suíça, contra a Bósnia (19ª ) desafiando novamente o bom senso e tudo o que se pensa sobre um futebol bem organizado que cause prejuízos mínimos a quem sustenta esta gigantesca máquina de fazer dinheiro.

Seu gestor principal, maior beneficiário e presidente da CBF, Ricardo Teixeira, está em lugar incerto e não sabido. Em Miami? No Brasil? Pode ser preso se voltar ao país, dizem as más e boas línguas. Aqui os clubes estão em plena disputa dos campeonatos regionais, alguns dividindo atenções com a Libertadores. Seus principais jogadores estão à serviço da seleção. É data FIFA, certo, mas a CBF tem conhecimento há séculos do calendário internacional e mesmo assim, seus dirigentes e das federações estaduais não dão a mínima e marcam jogos e compromissos sacrificando clubes e atletas.

Lá fora Mano Menezes faz a sua parte, levando Ronaldinho para ser coadjuvante de um meio de campo que tem Sandro, Fernandinho e Hernanes com Ganso no banco junto com convocações exóticas como a do atacante Hulk. Uma vitória hoje empurra tudo isso pra baixo do tapete graças ao oba oba e paparicação pós jogo, exercício praticado por boa parte da mídia esportiva brasileira, atualmente em menor número, felizmente, mas ainda assim bastante nociva.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Até Galvão Bueno leva dinheiro do Ministério do Esporte

Quando alguns membros do Conselho Estadual do Esporte contestam a liberação desenfreada de recursos do Fundesporte, tem gente que torce o nariz. Não interessa, para alguns conselheiros, contrariar o secretário de plantão na Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. Sim, porque nessa secretaria tão importante para três segmentos, não tem secretário, tem um político para atender seus interesses e do governo da vez. No Ministério do Esporte, agora na mão do deputado Aldo Rebelo, não é muito diferente, como contam dois jornalistas, José Cruz, da Uol, e Leandro Colon, da Folha de São Paulo. Lá como cá o dinheiro público é desviado para bem longe das finalidades para as quais foram criados a Lei do Incentivo ao Esporte, no governo federal, e o Fundesporte catarinense.


Por José Cruz - UOL

O companheiro Leandro Colon, da Folha.com, informa que o locutor Galvão Bueno conseguiu aprovar no Ministério do Esporte projeto de R$ 2 milhões para sua escola de formação de pilotos de automobilismo.
Na prática, não há ilegalidade no ato. Preenchidos os requisitos, a Lei de Incentivo ao Esporte permite esse tipo de projeto.
Agora, é de uma imoralidade sem igual, e com o aval do governo.
No mesmo momento em que o Palácio do Planalto faz cortes no orçamento federal – nas áreas da Saúde e Educação!!! – permite que o dinheiro público financie a formação de pilotos de uma modalidade elitista e de público reconhecidamente com altíssimo poder de consumo.
Já escrevi muito sobre isso e vou resumir: a Lei de Incentivo ao Esporte, na forma como foi aprovada e está sendo executada, é o maior assalto ao bolso do contribuinte brasileiro.
O governo abre mão de R$ 300 milhões anuais para “incentivar o esporte”. No entanto, o dinheiro vai para poderosíssimas organizações, como o Comitê Olímpico Brasileiro, o São Paulo F.C, Atlético-MG, Santos e tantos outros.
Os clubes usam o dinheiro nas suas escolinhas de futebol. E, depois de revelarem craques os vende para o exterior. A grana, claro, vai para o bolso do empresário e para o enriquecimento do patrimônio do “clube formador”. O Estado é ressarcido? Nada disso! Foi tudo “incentivo…”


Vergonha

Há três ou quatro anos tivemos a Federação Paulista de Hipismo aprovou R$ 6,5 milhões para “formação de novos atletas”.
Curioso, fui pesquisar o assunto e tive a surpresa: o público a ser atendido no tal projeto era ZERO!!!
Insisti na pesquisa e fiquei sabendo que o dinheiro se destinou para o milionário evento “Athina Onasis Horse Show”, que anualmente se realiza no Brasil.
Ou seja, o dinheiro de incentivo ao esporte, à formação de novos talentos no hipismo serviu, entre outras farras, para pagar parte de um espetáculo que envolve uma bilionária, Athina Onassis. E há outros projetos do gênero em análise no Ministério do Esporte. Cuidado, porque o proponente é experiente…


Urgente

O ministro Aldo Rebelo, que tem se mostrado eficiente no controle do dinheiro público ao longo de sua carreira política, tem a obrigação de mandar revisar a Lei de Incentivo ao Esporte e fixar prioridades na sua destinação. Essa obrigação, Ministro Aldo, está no artigo 217 da Constituição Federal. O Senhor tem base constitucional para tomar a medida. “O dinheiro público destinado ao esporte deve ser aplicado, prioritariamente, no desporto escolar”. No entando estamos aplicando no lazer, na diversão, na festa, no empreendimento rentável.
O ingresso dos clubes de futebol no texto da lei ocorreu na madrugada, nos acordos de plenário no momento da votação do projeto. O apelo do futebol sufoca as demais modalidades, e está aí o Estado – via contribuinte – financiando uma atividade profissional altamente rentável e suspeita nas transições milionárias que realiza.
Enquanto o ministro Aldo Rebelo não tomar essa decisão que o ex-ministro Orlando Silva não teve coragem, continuaremos a ser saqueados de forma vergonhosa. Pior: um saque legal, porque é de lei, mas em detrimento de projetos esportivos que contribuam, antes de tudo, para a formação do caráter dos nossos jovens.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Já vai tarde

São muito fortes os indícios sobre a renúncia de Ricardo Teixeira à presidência da CBF. A notícia vem sendo divulgada desde segunda-feira pelo jornalista Juca Kfouri, o primeiro a tocar no assunto, seguido pela grande mídia – menos a Rede Globo, claro – do Rio e São Paulo. Ancelmo Gois também publicou nesta quarta-feira em sua coluna de muita credibilidade na imprensa brasileira, como serão os últimos passos de Teixeira até a oficialização da sua renúncia.

Confirmada sua saída da CBF, ele será substituído pelo paulista José Maria Marins, vice para a região sudeste. Marins ficou conhecido como Zé das Medalhas, depois de flagrado afanando uma medalha na solenidade de premiação da seleção brasileira feminina de futebol.

A última informação é que Ricardo Teixeira vai deixar o Brasil para morar em Miami, onde já está sua família. A cidade é geralmente escolhida como moradia por aposentados, deserdados, cubanos, mafiosos, banqueiros e todos aqueles preocupados em fugir de perguntas inconvenientes e situações constrangedoras.

O desprezo pela Cultura, Turismo e Esporte

Já repercute mal, e muito mal, a indicação do ex-deputado pelo PSDB e ex-vereador de São José, José Natal, para a Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte. O político em questão é só político, não tem nem nunca teve nada a ver com os três segmentos abrigados na Secretaria. Aliás, uma excrescência em todos os governos de SC, comprovando a falta de comprometimento nesse estado com a cultura, o turismo e o esporte.

O jornalista e blogueiro Paulo Arenhart pauloarenhart.blogspot.com escreveu sobre o assunto e o desportista Hans Werner Hackradt mandou seu recado para esse blog, reproduzido aqui em parte.

“Mais uma vez estamos vendo a Secretaria de Estado do Turismo, Cultura e Esporte cair em mãos de políticos que mais se preocupam com seus partidos do que com o próprio Estado de Santa Catarina. (...)Aí pergunta-se: Quem é o Sr. José Natal no esporte de Santa Catarina? Além disso, leio no jornal que o Sr. Retro (sic) mencionado será uma tapa buraco até que o Prefeito de Imbituba possa assumir o cargo. (...)”

O senhor José Natal não conseguiu se reeleger e está hoje encostado na Assembléia Legislativa em um tal de Colegiado das Bancadas, invenção do atual presidente da casa, deputado Gerson Merísio, para abrigar seus apaniguados sem mandato. Trata-se de mais uma engenharia política governamental com desdobramentos na eleição para a prefeitura de São José, região do futuro secretário Natal.

Como membro do Conselho Estadual do Desporto, representando a Associação dos Cronistas Esportivos de Santa Catarina, tenho assistido nas reuniões plenárias um total desvirtuamento das funções deste colegiado. Ali também se instaurou a visão politiqueira, reflexo das ações e amarrações governamentais visando única e exclusivamente eleições futuras. Tem gente que chega a afirmar, sem o menor rubor facial, que o “Conselho é um órgão do Governo”.

Assim é que José Natal, apesar de estranho no ninho, pode assumir sem sustos. Para gerir cultura, turismo e esporte, não é preciso ser do ramo. Basta contar com o favorável e escuso jogo de interesses, e a caneta de um governador eleito pelo sistema e com promessas que jamais serão cumpridas

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

O pesadelo de colorados e flamenguistas

Parada há sete meses, reforma do Beira-Rio levanta temor de Porto Alegre perder a Copa.

Flamengo oficializa saída de Wanderley Luxemburgo


A primeira manchete, publicada hoje nos veículos da RBS, deixou metade do Rio Grande preocupada. A outra metade está alegre e feliz com a possibilidade da desgraça alheia.

A segunda manchete pesada do dia envolve o Flamengo, a demissão de Wanderlei Luxemburgo, e a contratação do folclórico Joel Santana.

Num e noutro caso a origem é a irresponsabilidade, a falta de respeito e a incompetência que grassam no futebol brasileiro atualmente, em todas as suas instâncias. Os dirigentes do Internacional lidam há quase um ano com o impasse sem solução entre o clube e a uma construtora, colocando em risco Porto Alegre como uma das sedes da Copa, ou então simplesmente fazendo a felicidade do maior rival, o Grêmio, cujas obras de sua arena vão de vento em popa.

No Flamengo a presidenta Patrícia Amorim e seus companheiros de diretoria participaram do processo de demissão de Luxemburgo da maneira mais torpe e desrespeitosa que já vi em meus mais de 40 anos acompanhando o futebol. Pivô de todo o imbróglio, pra variar, Ronaldinho Gaúcho e sua entourage.

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Os melhores do mundo na seleção de 2011

Casillas (Real Madrid), Daniel Alves (Barcelona), Piqué (Barcelona), Vidic (Manchester United) e Sergio Ramos (Real Madrid); Iniesta (Barcelona); Xabi Alonso (Real Madrid) e Xavi (Barcelona; Messi (Barcelona), Cristiano Ronaldo (Real Madrid) e Rooney (Manchester United).

Esta é a seleção de 2011 que está sendo anunciada na festa da FIFA para os melhores do mundo. Só um brasileiro no time, Daniel Alves, e domínio do futebol espanhol, atual campeão do mundo e que tem o melhor time, o Barcelona

domingo, 8 de janeiro de 2012

Gente, olha aí o cinema do CIC

A notícia tá meio velha, mas ainda vale assuntar. Depois de quase três anos fechado para uma interminável reforma, graças à incompetência e corrupção que grassam no setor público, o cinema do CIC reabriu. Estou particularmente feliz. Era o meu cineminha de fundo de quintal, pois morava ali na Agronômica, ao lado da ex-padaria do Meira. Não passavA semana sem ir lá. Agora no Rio Tavares vou acompanhar de longe a programação do CIC, por 15 dias restrita a produções catarinenses e com entrada franca.

Sempre que possível e dependendo do que vier pela frente estarei no CIC, revivendo os bons tempos do Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro sob administração do Gilberto Gerlach. Sexta-feira, na Lagoa, o José Geraldo Couto, colunista da Folha, me disse que o Gilberto vai participar da licitação que definirá o futuro do CIC. Por seis meses o Paradigma Cine Arte, aquele próximo à entrada de Santo Antônio, manterá em boas mãos a sala tão querida para muita gente. Parece que não há mesmo a mínima chance de projeções tipo cinemão de shopping.

Dedinhos cruzados para o novo espaço de 137 lugares e tela reduzida e que os que pensam ser da Cultura só apareçam lá pra ver cinema de boa qualidade. Se tiverem interesse, o que acho difícil. Fora isso fiquem longe, por favor. De preferência não passem nem pela frente.