domingo, 20 de janeiro de 2013

Alguém não cumpriu a lei



Nos dois mandados de garantia analisados por Mário Bertoncini, presidente do TJD catarinense, os clubes alegam que entregaram para a Federação, com cinco dias de antecedência ao prazo, os laudos dos seus estádios, exigência da lei (artigo 23 do Estatuto do Torcedor). Não caberiam, portanto, a decisão do Ministério Público sugerindo jogos sem público nas duas primeiras rodadas, muito menos a resolução assinada por Delfim Peixoto, presidente da FCF, referendando aquele ato.

Faço o registro em atenção à regra básica do jornalismo, ouvindo as duas partes. Mário Bertoncini me mandou os dois processos com seus despachos. Pela extensão dos documentos não tenho como publicá-los na íntegra, mas o presidente do TJD garante que não houve “jeitinho” ou “acomodação” na concessão das liminares liberando jogos com público, como queriam os reclamantes.

(...) a  concessão  de  liminar  invocando  o  art.  88,  do  CBJD,  alegando  haver  direito líquido  e  certo  que  os  socorrem  ao  dizer:  “de  jogar  em  seu  estádio  sem  publico  fere diretamente seu direito, já que possui os laudos que regula a questão (sic)

De qualquer forma, e juridiquês a parte, acho estranho que uma decisão do Ministério Público não tenha o efeito desejado, punição e um alerta para que clubes e Federação levem a sério o Estatuto do Torcedor, e parem de afrontar a lei ano após ano. A mesma lei que de repente é invocada na defesa dos interesses supostamente ofendidos.

Se a Federação tinha os tais laudos, como alegam seus filiados nos pedidos de liminares, por que estavam retidos em alguma gaveta da presidência?  E que diabo de laudo é esse que libera o estádio do Guarani de Palhoça, em obras até a véspera do jogo contra o Figueirense? A Federação foi rápida na sua resolução para atender a recomendação do Ministério Público, mas muito lenta e nada cuidadosa ao lidar com a documentação que provocou toda essa celeuma. Ao contrário do TJD que em menos de 24 horas concedeu liminar aos mandados de garantia impetrados pelos dez clubes do campeonato que começa sem brilho, mas com muita confusão.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Finalmente alguém cumpre a lei

A oportuna intervenção do Ministério Público de SC no campeonato catarinense está sendo contestada com leviandade e desconhecimento por dirigentes e parte da mídia. O fim do "jeitinho" e o conflito de interesses promovem um grande festival de besteiras. Tem gente defendendo a infração à legislação estabelecida pelo Ministério do Esporte, Estatuto do Torcedor e pelo próprio regulamento do campeonato.

Para essa turma laudos incompletos e entregues fora do prazo não servem de justificativa para que os clubes sejam punidos nas duas primeiras rodadas com jogos sem torcida. Na verdade nem chega a ser uma punição, mas apenas resultado de uma medida cautelar de quem assume a responsabilidade pelo cumprimento da lei e pela segurança do torcedor e até da própria imprensa.

O Tribunal de Justiça Desportiva não deve passar a mão na cabeça de quem criou toda essa confusão, não levando em conta as declarações do advogado da Associação de Clubes, Sandro Barreto, que chegam a ser bizarras. Liminar a um mandado de segurança dos infratores defendidos por Sandro empurraria para baixo do tapete todas as irregularidades sustentadas e toleradas até hoje pela cartolagem.

Estão acostumados a deixar sem solução os grandes problemas existentes na maioria dos estádios e fora deles,ignorados sempre pela Federação que faz vistas grossas a cada começo de temporada. Mas, agora, Delfim Peixoto & Cia foram surpreendidos pela atitude enérgica do MP. Dirigentes irresponsáveis e inescrupulosos estão apelando até para a chantagem com ameaças de baderna na porta dos estádios, caso a torcida seja mesmo impedida de entrar.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Irresponsabilidade

O Secretário da Agricultura, João Rodrigues, sem conhecimento e demagogicamente, mente e tenta faturar politicamente em cima da tragédia da maricultura. Como ele consegue garantir nas entrevistas que a saúde da população não está ameaçada pelo vazamento de óleo no sul da Ilha? Chegou a dizer que peixes e moluscos estão livres de contaminação porque foram colhidos antes do vazamento. Ora, se o problema ocorreu em novembro - e só agora foi divulgado - quer dizer que o que está sendo vendido no mercado, peixarias e restaurantes tem, no mínimo, quatro meses de idade? Cara de pau esse secretário. Deve entender de frango e linguíça, e olhe lá.

Secretário vai, secretário vem


O recém empossado Secretario da Cultura, Turismo e Esporte, Beto Martins, fez sua primeira visita ao Conselho Estadual do Esporte nesta quinta-feira. Foi curto e grosso na sua fala prometendo não usar o cargo para fazer política. Prefeito por oito anos de Imbituba, não acredito que tenha sido escolhido longe deste viés que tanto tem prejudicado a secretaria conhecida pela sigla SOL, o que por si só deveria credenciá-la melhor junto aos segmentos que representa.

Em todo o caso, vamos dar um voto de confiança ao novo secretário, o quarto neste governo a lidar com áreas tão importantes e de tanto peso para a sociedade. No final do encontro quase informal não resisti e fui conversar com ele, como conselheiro, mas principalmente como jornalista, perguntando de cara: o senhor fica até o fim mandato? "Sou um homem político - e todo homem o é, pensei com meus botões -, não sei o que vai acontecer até abril. Mas, prometo que até lá vou deixar a minha marca".

Vamos traduzir: fica até abril de 2014, prazo para desimcompatibilização dos candidatos na próxima eleição. Ou seja, vamos fechar o mandato Colombo com cinco secretários na SOL, um recorde para não ser comemorado por qualquer esportista.

Quanto aos recursos para socorrer a crescente demanda de eventos e projetos, pouco a declarar depois da minha segunda pergunta que foi sobre suas prioridades em relação ao esporte. "Já conversei com o Pecos - presidente da Fesporte - sobre o assunto". E saiu de fininho para atender compromisso político com o governador Colombo em Grão Pará, sul do estado, sua região.

Foto: SOL VAI BATER RECORDE DE SECRETÁRIOS

O recém empossado Secretario da Cultura, Turismo e Esporte, Beto Martins, fez sua primeira visita ao Conselho Estadual do Esporte nesta quinta-feira. Foi curto e grosso na sua fala prometendo não usar o cargo para fazer política. Prefeito por oito anos de Imbituba, não acredito que tenha sido escolhido longe deste viés que tanto tem prejudicado a secretaria conhecida pela sigla SOL, o que por si só deveria credenciá-la melhor junto aos segmentos que representa.

Em todo o caso, vamos dar um voto de confiança ao novo secretário, o quarto neste governo a lidar com áreas tão importantes e de tanto peso para a sociedade. No final do encontro quase informal não resisti e fui conversar com ele, como conselheiro, mas principalmente como jornalista, perguntando de cara: o senhor fica até o fim mandato?  "Sou um homem político - e todo homem o é, pensei com meus botões -, não sei o que vai acontecer até abril. Mas, prometo que até lá vou deixar a minha marca".

Vamos traduzir: fica até abril de 2014, prazo para desimcompatibilização dos candidatos na próxima eleição. Ou seja, vamos fechar o mandato Colombo com cinco secretários na SOL, um recorde para não ser comemorado por qualquer esportista.

Quanto aos recursos para socorrer a crescente demanda de eventos e projetos, pouco a declarar depois da minha segunda pergunta que foi sobre suas prioridades em relação ao esporte. "Já conversei com o Pecos - presidente da Fesporte - sobre o assunto". E saiu de fininho para atender compromisso político com o governador Colombo em Grão Pará, sul do estado, sua região. 

Colombo com Beto Martins, o quarto da SOL (foto James Tavares)
Colombo com Beto Martins, o quarto na SOL (foto James Tavares)

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Mudam as moscas, mas o bolo é o mesmo



 Os clubes catarinenses vão receber apenas R$ 3.120,000,00 da tv aberta pela transmissão do campeonato estadual. O acordo, com contrato assinado, foi de R$ 4 milhões, mas a Federação beliscou R$ 400 mil e a Associação de Clubes R$ 480 mil. E a arrecadação do pay per view, não entra nessa conta? 

E o patrocínio da Chevrolet, que dará nome ao campeonato, foi de quanto? Miiiistério. O que se comenta, porque os beneficiados não divulgam, é que os presidentes das federações por um período terão um carro da marca para circular "pelaí". Tudo de acordo com a mais saudável transparência, tão comum no futebol e na cartolagem brasileira.

A divisão da bolada (?) entre os clubes ficou assim: Figueirense, Avaí, Criciúma e Joinville, R$ 436.800,00 cada;

Chapecoense R$ 374.400,00;

Metropolitano, Atlético Ibirama e Camboriú R$ 249.600,00 cada;

Juventus e Guarani R$ 124.800,00 cada.

A tv paga pouco, os clubes, donos do espetáculo, ganham uma migalha, a Federação Catarinense de Futebol e a Associação de Clubes, proporcionalmente, são contempladas com as fatias maiores do bolo. O Avaí já teve Joao Nilson Zunino na presidência da Associação, agora ocupada por Wilfredo Brillinger, do Figueirense, ambos empresários bem sucedidos. Mas, na defesa dos seus filiados, parece que a competência não é a mesma.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

Ausência de cobertura local debilita a democracia

Por Carlos Castilho em 07/01/2013

Observatório da Imprensa

Com a crise no modelo de negócios das empresas jornalísticas, um dos primeiros setores a sentir os efeitos dos cortes foi o do noticiário local — gerando uma lacuna que impede o monitoramento de vereadores, deputados e senadores pelos seus eleitores.

A esperança era que os milhares de blogs, twitters e integrantes de redes sociais pudessem preencher esse espaço, mas a realidade não corresponde à expectativa, pelo menos por enquanto. A maioria dos blogs e perfis no Twitter têm se preocupado mais com as idiossincrasias de seus autores e com questões político-partidárias do que com as necessidades e interesses de comunidades sociais urbanas e rurais.

O vácuo no noticiário local contribui para o isolamento entre os eleitores e os seus representantes em instâncias legislativas, criando condições para que vereadores, deputados e senadores administrem os seus cargos como se fossem um emprego privado, onde o eleitor só entra quando há a necessidade de renovar o mandato.

Este comportamento tornou-se meridianamente claro em episódios como os aumentos salariais autoconcedidos. Os parlamentares, por se sentirem isentos de qualquer preocupação em prestar contas, tomam decisões em beneficio próprio, sem o menor escrúpulo.

É uma situação potencialmente critica, conforme constatou, já em 2011, um informe da Knight Foundation, fundação norte-americana que estuda as consequências da crise na cobertura local. Nos Estados Unidos, a ausência de notícias locais é vista como um fator de enfraquecimento na relação entre governantes e governados, gerando um clima propício ao dirigismo autoritário.

No Brasil, a consequência do mesmo fenômeno é mais próxima da delinquência legislativa, pois serve de pretexto para a generalização do desvio do dinheiro público para fins privados ou corporativos. Também aqui a democracia está sendo minada pela falta de patrulhamento por parte do eleitor, do qual não nos damos conta porque a noção de direitos do cidadão ainda é muito recente entre nós.

A emergência dos blogs como ferramentas a serviço do eleitor é inevitável, mas tomará algum tempo porque implica a mudança de comportamentos e valores ainda muito entranhados na população brasileira. O tempo pode contribuir para que o distanciamento entre governantes e governados chegue a um ponto crítico.

Por isso, ganha corpo a ideia de uma cooperação entre as empresas jornalísticas e blogueiros preocupados com a cobertura de temas locais. Uma parceria seria ideal porque os cidadãos podem oferecer notícias, imagens e sons cuja coleta sairia muito caro para empresas que estão trabalhando “no osso” em matéria de pessoal nas redações. Por seu lado, as empresas poderiam retribuir oferecendo capacitação técnica para os jornalistas “amadores” melhorarem a qualidade do noticiário publicado em seus blogs.

Quase todos os grandes jornais já criaram espaços para a participação dos leitores, mas isso ainda não configura uma parceria, pois há resistências dos dois lados. As empresas alegam que o treinamento de amadores ou praticantes do jornalismo não é sua função, ao mesmo tempo em que demonstram uma clara má vontade em tratar os leitores em pé de igualdade. Elas aceitam fotos, vídeos e notícias que não poderiam obter por custo, mas a relação pára aí. Por seu lado, os blogueiros se queixam que são usados como mão de obra barata ou gratuita no fornecimento de material local.

Enquanto as duas partes mantiverem essa desconfiança, ambas saem perdendo — os cidadãos, porque continuarão impedidos de monitorar seus representantes legislativos. A imprensa brasileira tem se preocupado ultimamente em patrulhar políticos, mas isso tem sido feito com uma forte influência de interesses corporativos ou eleitorais, o que não contribui para reduzir as reticências dos blogueiros.

Assim, estamos agora num limbo onde a falta de informação local prejudica o exercício da cidadania e impede a imprensa de transformar essa modalidade de cobertura jornalística em fonte de renda num tempo de vacas magras.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

"Sem querer enrolar". Mas já enrolando, digo eu


"Mesmo antes da posse, no final da tarde de ontem, o secretário Beto Martins
(Turismo, Cultura e Esporte) reuniu-se com os diretores da Santur, Fundação Catarinense de Cultura e Fesporte para dizer que precisa que eles elejam as prioridades em cada setor. Martins não quer um desfiar de lamúrias na gestão de uma área importante para o estado, pede ação.

A chegada do tucano à pasta deverá imprimir uma nova realidade no setor. Em um primeiro momento, a contenção financeira do governo evitará a utilização maciça dos fundos das três áreas. Até hoje, o secretário executivo de recursos desvinculados (do Fundo Social), Celso Calcagnotto, havia feito gestão dos recursos e fechado a porta para ações oportunistas. Resultado: deixa R$ 12 milhões além do orçamento de cerca de r$ 130 milhões da pasta para este ano.

Martins quer dar um tempo para que as coisas se ajeitem. A ordem do governador é liberar recursos em regime de parceria. Foi-se o tempo em que o estado era o maior patrocinador de determinado evento, da festa ao show. Há também o componente político. A chegada de um tucano à pasta reafirma o compromisso de Raimundo Colombo com os partidos da tríplice aliança. A relevância do gesto é tanta que gente como o ex-governador Leonel Pavan, presidente estadual do PSDB, que andava sumido, quieto na muda, apareceu para dar um abraço em Martins.

Os tucanos se dizem satisfeitos com os espaços que possuem no governo, mas também reclamam por mais, depois de perderem a SC parceria, os assuntos estratégicos e o planejamento. Em resumo: estão felizes."

A coluna do companheiro Roberto Azevedo no jornal Notícias do Dia deixa bem claro e as deduções óbvias são minhas: a posse de um tucano - aliás de bico muito novo - em secretaria tão importante se trata apenas de mais uma ação política nos conhecidos arranjos eleitorais. Luta por espaço e ocupação de cargos importantes visando sempre a próxima eleição. A cultura, o turismo e o esporte - que deveriam estar em pastas separadas - na realidada não são prioridades do surfista imbitubense. Ao que se sabe, este quarto secretário do gov Raimundo Colombo deve desembarcar antes do término do seu mandato. É o pau do galinheiro agora ocupado por tucanos felizes levando mais uma candidatura ao ninho de 2014.

segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Planeta kart

Festinha rica em casa de pobre

O evento Planeta está no kartódromo do Sapiens Parque, aquele mesmo kartódromo que servia para o brinquedinho milionário do Felipe Massa, e que todo o ano leva dos cofres do governo estadual a bagatela de quase dois milhões de reais, enquanto nosso atletas morrem à míngua mendigando recursos do Fundesporte. Produções culturais, atrações para moradores e turistas, nada disso merece atenção dos governantes do município ou do estado.

Tem ali perto o kartódromo original, em Ingleses, que ainda está lá, mas não presta pra mais nada. Este ano o Festival das Estrelas, que recebe a troupe de Massa & cia, vai reunir os milionários do automobilismo mundial no Beto Carreiro, na Penha. É uma rapaziada que precisa mesmo do dinheiro público para a sua corrida anual. A pista e a estrutura do Sapiens estão soterradas por equipamentos e aquela bugigangada necessária para a montagem do show musical de dois dias. Como ficará depois e quanto custará sua recuperação?

Vamos ver se o novo secretário da Cultura, Turismo e Esporte, o surfista Beto Martins, bota um pouco de ordem na casa. É o quarto secretário a pisar nesta secretaria no governo Raimundo Colombo. Até aqui cultura, turismo e esporte serviram apenas como trampolim eleitoral, começando pelo novo prefeito de Florianópolis, o garoto César, cuja passagem pela área custou muito caro aos cofres do estado.

Esta desmazelada Secretaria tem sido ao longo dos anos um doutorado em matéria de desperdício, de omissão, incompetência e descaso com a coisa pública, soma de irregularidades para botar gente na cadeia. Mas só em país de gente séria e de políticos comprometidos com as propostas vendidas em época de eleição. Quem sabe o brother Martins tem um pouco mais de respeito pelos que dependem da sua pasta. Meu amigo São Tomé não acredita.

sábado, 5 de janeiro de 2013

Polícia para quem precisa

O caos em Laguna sem fiscalização policial
Nestes dias de congestionamentos na cidade e nas estradas tenho notado a ausência da polícia rodoviária nos principais pontos de imobilidade quase total. Exemplinhos fáceis:

1 -quem mora no sul da ilha ou quer acessar as praias da região sofre com o trevo do Rio Tavares, na temporada a qualquer hora do dia. Enquanto isso carros da Polícia Rodoviária Estadual podem ser vistos nos dois sentidos da Via Expressa Sul. De tocaia e radar em punho, seus agentes fazem a vigilia contra o excesso de velocidade. Louvável a preocupação com a obediência às leis de trânsito. Mas não seria interessante, também, uma equipe para organizar o vai-quem-quer no trevo em questão?

2 - Passei por Laguna vindo do litoral gaúcho na quinta-feira pela manhã. Perdi hora e meia obedecendo a imensa fila formada logo após Capivari. No anda-e-para desse tempo observei apressadinhos utilizando o acostamento para ultrapassagem e vias laterais para encurtar o caminho até a ponte de Cabeçudas. Esperei por alguma ação da Polícia Rodoviária Federal. Em vão. Lá pelas tantas vi um carro passando rapidamente pelo acostamento. Vão dar um jeito nos fura-filas, pensei esperançoso. Que nada, o veículo policial evaporou. Antes de me livrar daquele furdunço ainda vi, no gargalo que se forma na cabeceira da ponte, um caminhoneiro jogar  seu peso-pesado sobre um carro Gol danificando parte da lateral. Ficou no salve-se quem puder, nada aconteceu.

sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Denúncias, ora, denúncias

O Jornal do Almoço da RBS apresentou hoje (sexta) denúncia sobre as péssimas condições da Rodoviária Rita Maria e o risco que representa frequentar aquele local. Nenhuma novidade nas informações que foram levadas aos jornalistas daquela empresa por uma informante, ex-funcionária da casa, cuja identidade não foi revelada. A matéria é velha, quase jurássica.

Esse é o grande problema da nossa mídia. Equipes de jornalismo, com seus respectivos editores, pauteiros e repórteres, sejam elas de tv, rádio ou jornal, têm que ser levadas pela mão até onde está a notícia. Se não houver um denunciante ou um fato consumado, os problemas da cidade ou do estado não merecem a atenção dos nossos veículos de comunicação. Exemplo bem recente: incêndio (mais um) no Mercado Público. O próximo "fato jornalístico" pode acontecer em uma das portas de entrada de Florianópolis, a Rodoviária, ameaçando desabar e com um estacionamento esburacado.

É assim. Tem que acontecer uma tragédia com destruição e muitas vítimas, como as inundações anuais na Baixada Fluminense, para o jornalismo e os jornalistas se mexerem. Bem ao gosto dos políticos e administradores públicos, omissos e incompetentes. Por enquanto o que vale é só entretenimento e de gosto duvidoso. Coisas como BBB, Planeta, festival milionário de kart, shows sertanejos, festivais de moda e outras excrescências do gênero.

domingo, 30 de dezembro de 2012

Violência à romana


Estou surpreso com o envolvimento e o interesse de tanta gente nessa coisa estúpida chamada UFC disputada em um octógono. Voltamos à Roma daqueles tempos em que se jogavam cristãos aos leões e os gladiadores faziam o povo ensandecido vibrar com a violência e o sangue das lutas na arena. A diferença é o dedinho do Imperador de plantão, para cima ou encolhido na mão fechada, sinalizando para a morte ou vida ao derrotado. Que horror!!!

Corrigindo um erro histórico que o cinema consagrou

(O gesto que significava morte era realizado com o polegar para cima (nosso sinal de positivo, representando a espada desembainhada), e não com o polegar para baixo como não cansa de mostrar o cinema. O gesto que significava vida era feito com a mão fechada e o polegar oculto (representando a espada embainhada).  




Erro histórico nasceu neste quadro, Pollice Verso (1872), do pintor francês Jean-Léon Gérôme


segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Mau uso do dinheiro público, praga nacional


Placas substituem operação tapa buraco

    

A Avenida Paraguaçu, ligando Rainha do Mar, onde passo as festas com a família, a outras praias gaúchas como Xangrilá, Atlântida e Capão da Canoa, tem mais crateras do que qualquer face da lua. É um perigo para qualquer desavisado andar à noite ou depois das enxurradas comuns nesta época do ano. É risco de vida e/ou de prejuízos matérias sérios caso uma roda do seu carro seja engolida pela buraqueira.

As ruas destes balneários, ainda cobertas por calçamento jurássico de pedras irregulares, não ficam atrás.O abandono é total provocando alagamentos, acúmulo de areia e muito buraco. Nem a proximidade da temporada sensibiliza os administradores das prefeituras de locais. A solução criativa e muito econômica encontrada por eles foi a colocação de placas sinalizando os buracos, ao invés de tapá-los.

O questionamento sem resposta ano a ano é para onde vai o dinheiro dos impostos. Para melhorias e atendimento das necessidades básicas dos veranistas é que não é. Entra temporada, sai temporada, e a situação não muda. E nós em Florianópolis ainda reclamamos da situação precária de algumas de nossas praias. A praga da incompetência, omissão e mau uso do dinheiro público é ampla, geral e irrestrita.

sábado, 22 de dezembro de 2012

Marca Felipão

O Brasil só vai enfrentar campeões mundiais no primeiro semestre de 2013 até a Copa das Confederações. Começa em fevereiro, em Wembley, contra a Inglaterra, amistoso já marcado ainda na era Mano/Teixeira. Depois, a novidade: seguem a Inglaterra, de novo, mas no Maracanã em junho, Itália na Suíça, em março e em junho a França, no Mineirão.

Logo após ganhar a Copa Felipão sentiu que a seleção seria vendida por 30 dinheiros pela CBF, por isso deu no pé. Basta ver os adversários que o Brasil teve pela frente na sequência, cada um pior que o outro. O Mano Menezes aceitava tudo, Dunga ídem, mas com Felipão parece que o buraco é mais em baixo. Parece. Se vai dar certo, é outra conversa. O interessante é que a seleção de cara voltará aos braços do povo. Ave, Luiz Felipe Scolari.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Humanizar o centro da cidade? Nem pensar

Chopinho dos Dinossauros O Estado no Mercado vai ser difícil
Começou de novo a arenga da av Paulo Fontes. Parece que agora vai ser liberada definitivamente para automóveis, caminhões, ônibus e tudo que puder poluir o entorno do Mercado Público.

Vamos ocupar os já exíguos espaços nas calçadas (sobrou alguma?)para tomar um chopinho respirando monóxido de carbono e conversar ao som da barulheira de buzinas, descargas de motos e de automóveis.

Boulevard deve ser coisa pra francês ver e curtir. Aqui o pessoal tem ódio do mar. Quanto mais longe, melhor. De costas, então, melhor ainda. Por que não derrubam de uma vez o Mercado? Qual a sua utilidade? Enquanto nas principais cidades valorizam os mercados públicos, em Florianópolis se faz o contrário com esse tipo de espaço. Caminhar mais uns 200 metros ou fazer roteiros um pouco mais longos com o carro deve fazer um mal danado à saúde. Muito mais do que poluição ambiental, por ruído ou sujeira no ar. Bando de burros e preguiçosos

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

A farra do kart empobrece nosso esporte

O povo não sabe quanto custa aos cofres públicos esta brincadeirinha de todo fim de ano. Em 2012 o Fundesporte e os atletas catarinenses perderão R$ 1.750,000,00 para o kart com mais uma edição do Desafio Internacional das Estrelas. A vítima mais recente, entre outras tantas, é a velocista Tamiriz de Liz, de Joinville, revelada nos nosso Jogos Escolares realizados pela Fesporte. A menina foi à Olimíada, ficou em terceiro no Mundial Juvenil e não mereceu um tostão do Fundo. Ela pediu apenas R$ 9.800,00, não levou nada do projeto aprovado pelo Conselho Estadual do Esporte.

E a farra do kart está aumentando. Fim de semana o Beto Carreiro entrou no circuíto com as 12 horas, evento para poucos privilegiados e sem projeto provado pelo Conselho. Quando custou, hein pessoal da SOL que, por sinal,  vive à sombra do desconhecimento, da omissão e da incompetência?

Nada contra o kartismo, mas tudo a favor do nosso atleta que traz medalhas e troféus para Santa Catarina, divulga o estado, gera emprego, e não ganha nem reconhecimento.

O Felipe Massa que vá se coçar na Ferrari e peça patrocínio para trazer seu circo para cá. O dinheiro gasto pelo governo estadual faz muita falta por aqui. Garanto que na fábrica de Maranello 1 milhão e 700 não faz nem cosquinha.

domingo, 16 de dezembro de 2012

Dá-lhe Tite

Tite, campeão de quase tudo
Ele quase foi demitido na outra Libertadores depois da derrota para o Tolima e a eliminação precoce. Depois ganhou paulista, brasileiro, Libertadores e agora o Mundial. E ainda bem que o bandeirinha estava atento para o impedimento do Torres. Na única falha do Cássio o Chelsea ia melando a festa corintiana no finzinho do jogo. Tite passou Muricy, Luxemburgo, Abel, Felipão, e outros menos votados. Preparem as barricadas no aeroporto de Guarulhos.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Na onda

Ultimamente acordo assombrado por pesadelos com uma secretaria do governo Colombo, uma das mais importantes e uma das mais maltratadas. Falo da Secretaria da Cultura, Turismo e Esporte, conhecida pela sigla nada a ver, SOL.

Informações mais recentes dão conta que, após mais de ano jogado às traças, ou aos políticos oportunistas, o que dá na mesma, este importantíssimo segmento da sociedade vai merecer a atenção de um novo e efetivo secretário. Pelo menos até a próxima eleição.

A rádio corredor joga nos alto-falantes do Centro Administartivo o nome do atual e futuro ex-prefeito de Imbituba, José Roberto Martins, o Beto. É a velha prática. Perde a eleição lá, acomoda por aqui.

A seu favor os aliados de plantão, ou puxa sacos de carteirinha, como queiram, apregoam que o homem é do esporte. Pratica surfe, dizem. Muito bem, então o desporto catarinense está salvo. Prancha nele.

Mas, e a cultura e o turismo, como é que ficam? Quem sabe um cursinho à distância dá jeito? Também, depois de um tal de Celso Calcagnotto, o cão de guarda do gov. Colombo, qualquer coisa serve. Estamos pulguentos de tanto dormir com cachorros.

Obra pronta marromeno

Finalmente, depois de mais de seis meses de martírio ( e não foi pelos contratempos naturais de uma obra) a minha rua, a já conhecida Manoel Isidoro Augusto, Rio Tavares, está pronta, lajotada de cabo a rabo.

Claro, com as imperfeições esperadas de um trabalho feito aos trancos e barrancos, às vezes meio na marra, tantas foram as reclamações dos moradores e a pressão para cima de um em

preiteiro, digamos, mal preparado e mal assessorado.

Em alguns trechos já se notam os adensamentos de lajotas mal assentadas. Em outros falta o acabamento nas bocas de lobo. Enfim, ganhamos esta guerra, mas estou desconfiado que a batalha ainda não terminou. Meu amigo São Tomé não para de me assoprar o "só vendo para crer". Fui, mas posso voltar a qualquer momento em edição extraordinária.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Coisa de clube pequeno, caso de polícia

Campeón del bochorno

Tras los incidentes, con jugadores agredidos e intimidaciones con armas, Tigre no salió a jugar el segundo tiempo y la Conmebol le dio por perdida por 2-0 la final. San Pablo es el nuevo campeón de la Copa. Insólito.
  
Tigre perdía 2-0 pero no pudo terminar la final de la Sudamericana, que increíblemente le dieron por ganada a San Pablo. En el entretiempo agredieron al equipo: "Nos cagaron a palos", denunció Galmarini. "Hasta sacaron revólveres", agregó Gorosito. Vergonzoso.


 (Do diário argentino “Olé”, isento e nada passional)


Os argentinos estão saindo de vítimas de uma situação que eles mesmos criaram já a partir do primeiro jogo contra o São Paulo na Bombonera. O comportamento da delegação do Tigre no Morumbi, antes, durante e no intervalo do jogo, apenas confirmou a disposição de melar a inevitável conquista da Copa Sulamericana por um adversário muito superior.

A violência argentina iniciada em Buenos Aires foi trazida para São Paulo. É possível que dirigentes do clube brasileiro tenham exagerado em medidas restritivas e desnecessárias, mas em campo ficou evidente a disposição de um time de apenas jogar futebol e do outro de só promover o antijogo. 



Na verdade o Tigre miou, optou por fugir de campo já na saída para o vestiário com 2 a 0 contra e o prenúncio de uma goleada. Resultado de medo e covardia, sentimentos misturados aos atos de violência explícita no gramado, como a agressão ao meia Lucas, atendido fora do campo com a cara ensanguentada, fato ignorado pelo fraquíssimo árbitro chileno.


Não é assim que se faz uma decisão entre rivais históricos. A não ser quando um dos envolvidos é um clube pequeno como o Tigre, nada acostumado a grandes finais como esta contra o São Paulo. Boca ou Ríver cairiam “peleando”. O resto e caso de polícia.
 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Oba oba para um bando de irresponsáveis

Espero que o torcedor corintiano que foi a Nagoya para assistir o Mundial de Clubes não pense que está no Brasil. A mídia faz só oba oba e não fala sobre o problema, que é grave. Depois a embaixada tem que salvar a pele de malucos e irresponsáveis. Ou "bando de loucos", como gostam de se ser chamados. Lembrem da invasão daquela horda no aeroporto de Guarulhos que terminou em depredação. E é sempre assim quando o Corinthians joga fora de São Paulo. Os renomados midiáticos paulistas e cariocas, principalmente, acham tudo muito bonitinho e engraçado.