sábado, 24 de maio de 2008

Sábado/domingo

A regra é clara

Nosso futebol está cheio de jogador manhoso e reclamão, não interessa o tipo ou a importância do jogo. Hoje basta o vento soprar mais forte que o sujeito já vai caindo com a mão levantada, olhando para o árbitro e pedindo cartão para o adversário. Ou então é jornalista fazendo comparações tipo, “em tal lugar essa falta não é falta”. Por essas e outras é que os árbitros viram as “genis” dos nossos campos. Todo mundo – inclusive eu - sempre tem um bom argumento para jogar pedra na arbitragem, como se a regra fosse flexível ao ponto de atender conceitos inventados a cada dia, a cada partida.

Palanque

Leitor que sou da coluna Linha de Fogo, do meu parceiro Zélio Prado, não posso deixar passar seu comentário sobre o que ele chama de aventureiros e picaretas que povoam nosso futebol É uma crítica procedente à intenção de Delfim Peixoto de criar uma terceira divisão no futebol catarinense com clubes sem a mínima estrutura. Concordo e acrescento e explico: o doutor Delfim precisa atender um eleitorado que o mantém por 26 anos – se não me engano - na presidência da Federação.

Bairrismo exacerbado

Está até engraçado acompanhar o que dizem jornalistas cariocas e paulistas sobre a classificação do Fluminense e as eliminações de São Paulo e Santos na Libertadores. Renato Gaúcho virou o melhor técnico do continente na atualidade, e o Flu um timão. Muricy Ramalho precisa deixar o Morumbi e o Santos é muito superior ao América do México e, por tanto, merecia passar às semifinais. Quem tiver como, dê uma lida em jornais do Rio e São Paulo, ou então veja algum programa de televisão gerado nessas cidades. A boa e velha isenção certamente não faz mais parte dos manuais de redação.

Luxa ataca outra vez

Wanderlei Luxemburgo, cujo peso na folha de salários do Palmeiras é de apenas R$ 500 mil mensais, tem propostas do exterior. Uma delas, segundo plantou na imprensa, vem do México. Por conta disso pleiteia um merecido reajuste em seus parcos rendimentos, carcomidos pela terrível inflação brasileira.

Cosa nostra

O Criciúma sofreu, mas passou com vitória em casa sobre o São Caetano na abertura da terceira rodada da série B. A vez do Avaí é neste sábado à noite em Barueri, contra o Grêmio local. A vacilada contra o ABC coloca Silas e seus jogadores na berlinda, ou seja, nova derrota vai mexer com os vestiários. O Figueirense no calor de Salvador quer mostrar ao seu novo técnico, Guilherme Macuglia, com quantos paus se faz uma canoa no Orlando Scarpelli. O Vitória só tem um ponto, está lá em baixo na tabela e não pode perder de novo. Muitas dúvidas no ar quanto às chances dos catarinenses no fim de semana.

Morte e vida

Morreu o meu senador, o amazonense Jefferson Peres. Meu e, acredito, de todos os brasileiros que ainda têm estômago para votar e acompanhar a estripulias de seus eleitos vivos no parlamento.

O lado B

Os times ingleses e espanhóis são verdadeiras seleções. Há jogadores de todo o planeta valorizando suas competições e levando multidões aos estádios graças ao encantamento provocado em suas torcidas. A decisão da Copa da Uefa entre Manchester e Chelsea é o maior exemplo desta situação. Em compensação as seleções da Inglaterra e Espanha faz tempo não ganham um título europeu ou mundial. No Brasil, ao contrário, a seleção continua valorizada e os clubes cada vez mais empobrecidos tecnicamente. O maior prejuízo é nosso, claro, grandes formadores de craques que somos. A meninada hoje sonha em jogar na Europa antes de pensar na seleção.

Ver para crer

Depois de uma entrevista com o advogado Luciano Hostins, optei por uma trégua ao Tribunal de Justiça Desportiva. Recém empossado presidente, Luciano promete arrumar a casa antes do final deste seu primeiro mandato. E por isso estou dando meu voto de confiança, esperando ainda que se confirme outra promessa, a de distanciamento e independência, apesar de o TJD viver sob o mesmo teto da Federação. Ah meu São Tomé.



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