terça-feira, 7 de agosto de 2007

Terça-feira

Sem choro

Figueirense e Vasco saíram de campo reclamando muito do mineiro Clever Gonçalves. Foi realmente uma arbitragem ruim, com prejuízo para os dois lados, uma rotina nas rodadas do campeonato brasileiro. Aconteceu em São Januário, Maracanã, Olímpico, Mineirão, série A, série B. Vi de tudo um pouco neste final de semana. A má fase da arbitragem brasileira é fato. O jeito é garantir a vitória quando as chances aparecerem, o que não aconteceu com o Figueirense no Rio de Janeiro.

Mordaça

O futebol do Figueirense vai razoavelmente bem garantindo, por enquanto, o que se espera do representante catarinense, uma boa participação na série A. Como não tem craques, o time faz do empenho e do jogo coletivo suas maiores virtudes. Em compensação o relacionamento com a torcida e imprensa vai de mal a pior. Parece que tem alguém no clube determinado a garantir o “troféu antipatia”. São injustificáveis os maus bofes e a lei do silêncio em um vestiário onde a comissão técnica é comandada por um homem experiente e que já foi comentarista de rádio e tevê.

Mediocridade

São visíveis os sinais do mal que faz ao futebol brasileiro essa sangria desvairada. Primeiro saiam os craques confirmados. Agora estão levando as promessas, as revelações. Ficam os repatriados, as sobras do exterior, os que não interessam ao mercado dos eurodólares. Os clubes seguem desprotegidos, ninguém é poupado e o conformismo toma conta da mídia, dos dirigentes e dos legisladores. Ninguém esboça a mínima reação. Vão matar a galinha dos ovos e ouro, secar a fonte, até bater o desespero diante do número crescente de espetáculos (?) ruins como os jogos a que temos assistido.

Para onde vamos

O campeonato brasileiro é hoje um diversificado painel da pobreza franciscana do nosso futebol. Ufanismos a parte, o caminho é conhecido e os reflexos já aparecem em jogadores da seleção brasileira. Há depoimentos de jornalistas que ouviram frases estarrecedoras ditas por alguns de nossos craques na informalidade de um bate-papo. Coisas tipo: “estou com a vida feita, conta recheada de dólares”, não sei o que estou fazendo aqui”. O “aqui” é a seleção, antigamente objetivo de qualquer jogador. Hoje a busca pela camisa amarela vale no tempo necessário para a garantia de uma bela conta bancária. Que o digam Kaká e Ronaldinho Gaúcho.

Caras de pau

O futebol feminino é um exemplo pronto e acabado de omissão. Só é reconhecido e recebe atenção quando ganha títulos, medalhas e suas equipes são destaques aqui e lá fora. Vejam, por exemplo, o caso da lageana Maicon. Cada vez que vai à sua cidade expõe a pobreza da família. Mas os políticos da terra, sem o mínimo constrangimento, estão lá para homenageá-la. Oferecem ajuda, plano de saúde, assistências de toda ordem. Basta ela virar as costas ou arrefecer a repercussão das conquistas para bater a amnésia nos oportunistas de sempre.

Discriminação

Os 1.300 atletas portadores de necessidades especiais que participarão dos Jogos Para-Pan não estarão protegidos por nenhum plano de saúde durante a competição. Ao contrário do que aconteceu no Pan-Americano, a empresa privada que assistiu aos queridinhos do COB não teve o contrato ampliado. Isso levará a turma do Para-Pan para as filas do Sistema Único de Saúde, popularmente conhecido como SUS.

Baixo nível

O flagra dos microfones no técnico Joel Santana mandando dar “porrada” nos jogadores do Santos que tocavam a bola a 44 minutos do segundo tempo mostrou a cara atual do Flamengo. Na zona do rebaixamento, sem time à altura da sua camisa, é candidato sério à série B em 2008. A não ser que faça uma campanha fora do comum no returno. Aquele expediente de esperar a liberação do Maracanã, deixando a equipe quatro jogos atrás, está na cara, foi uma grande bola fora.

Corporativismo

Depois do jogo Wanderlei Luxemburgo surpreendeu a todos no vestiário ao concordar com seu companheiro de profissão. Um papelão de dois profissionais que ainda não foram apresentados a uma cartilha de bons modos.



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