quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Globo, Record & Cia

Está no blog de Juca Kfouri

E se o Nuzman virar bispo?

Será muito interessante observar o que acontecerá na TV no novo ciclo olímpico, daqui até Londres 2012
O jornalista Armando Nogueira gosta de contar que, quando dirigia o "Jornal Nacional", da Rede Globo de Televisão, recebeu uma noite a visita de um amigo nem bem a edição daquele dia tinha acabado. E o amigo foi definitivo: "Nossa, como o doutor Roberto meteu a mão no jornal hoje, hein Armando?".
Desnecessário dizer que o "doutor Roberto", no caso, era uma referência a Roberto Marinho.
Pois naquele dia, o dia inteiro, o dono da Globo nem sequer telefonado tinha para a emissora, pois estava em visita a alguns haras, se não me engano em Teresópolis, para escolher cavalos de raça, uma de suas paixões.
Armando Nogueira sempre conta o caso quando quer mostrar que há jornalistas mais realistas do que o rei, gente que gosta de interpretar a cabeça do dono e o faz pagar pelo que, às vezes, não fez.
Assim tem sido, parece, a postura editorial da TV Globo em relação ao esporte nacional, seja o futebol comandado pela CBF, seja em relação ao COB. Cobertura crítica nem pensar, muito embora tanto o jornal "O Globo" quanto as rádios CBN e Globo tenham posição oposta, muito mais crítica, ou melhor, muito mais verdadeira, por factual.
Por que, se normalmente é o jornal quem orienta a posição editorial, não sei, mas, ainda, imagino.
O interesses comerciais, as compras de direitos de transmissão acabam por influenciar os profissionais da Globo Esporte a tal ponto que os cartolas passam a ser tratados como sócios, não como vendedores, e acima das críticas. Agora começa a especulação em torno de que a Globo deixará de cobrir esportes olímpicos, já que perdeu para a Record os direitos da Olimpíada de Londres.
Quem sabe, se for verdade, passe a adotar uma postura mais realista em relação ao COB -que passo a chamar de COBRE, porque só sabe cobrar mais dinheiro público e não quer ser avaliado- e ao seu também eterno presidente.
Porque não será surpresa se o cartola virar bispo e se aproximar da IURD. Igreja que é até capaz, com o dinheiro do dízimo, de passar a investir em esportes que possam render medalhas, como o halterofilismo, lutas etc., para atender também
ao ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., o enganador das multidões.
Sim, ele agora defende que o Brasil invista em esportes que rendam medalhas em vez de se preocupar com a massificação do esporte no país. Se Ricardo Teixeira tem sido fiel aos interesses da Globo Esporte, tudo indica que Carlos Nuzman não foi, a ponto de seus executivos terem sido surpreendidos com a venda dos direitos pelo COI à Rede Record, cujo dinheiro não tem custo nem esforço, vem basicamente da exploração da fé e da ignorância alheias.
Seja como for, será interessante observar o que vem por aí.
Mais pelos mais realistas do que pelos reis.

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