Desde que resolvi morar em Florianópolis, em março de 1972, ouço aquela máxima da “cidade dos casos e ocasos raros”. Sempre vi nisso certo exagero, quase um estigma, mas depois do episódio da semana sou obrigado a admitir um tantinho de verdade na afirmativa. O Figueirense teve sua bandeira colocada nos mastros que sustentam as bandeiras do Brasil, do Estado e da Capital na entrada da cidade, no contorno da ponte Pedro Ivo, o que aconteceu logo após a conquista do titulo catarinense de 2008. O prefeito Dário Berguer, não esqueçam, é torcedor do Figueira e, por razões óbvias, muito próximo à direção do clube. Em seguida à confirmação do acesso do Avaí à primeira divisão, alguém do paço municipal e, claro, simpático às cores azul e branca, decidiu fazer a mesma homenagem pela recente conquista. Prá que? Rebuliço total nos dois lados das pontes. Mesmo em viagem de trabalhou ou turismo – ainda não está bem esclarecido – o Prefeito aceitou algumas “orelhadas” e determinou a retirada da bandeira avaiana que, talvez volte por mais uma semana ao mastro de onde saiu. Como sempre achei que lugar de material de clube é junto à torcida, sala de troféus ou nos mastros de estádios, considero a polêmica da semana previsível e por isso mesmo totalmente evitável. São poucas as cidades com rivalidades bi polarizadas como Florianópolis. São os exemplos de ânimos mais acirrados, independente da importância dos times e do tamanho da população, razão para muita cautela. Imaginem, por exemplo, uma camisa de Grêmio ou Inter vestindo a estatua do Laçador, monumento orgulho da gauchada e colocado na entrada de Porto Alegre, próximo ao aeroporto Salgado Filho. Já deu encrenca, e da braba, quase uma “guerra civil”.
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