sábado, 24 de novembro de 2007

Sábado/domingo

Falhas nossas 1

Alguns jornais brasileiros mantêm o hábito de dar notas para as atuações dos jogadores, como aconteceu nas apresentações da seleção. Nunca fui simpático a essa prática. Os critérios são subjetivos e constantemente submetem os avaliados a injustiças ou equívocos irreparáveis. Aconteceu comigo, quando editor de esportes do velho e bom, mas falecido “O Estado”. Por um erro de digitação, um ponteiro do Figueirense chamado Land ganhou nota um em jogo decisivo do campeonato catarinense. Natural de Vitória – ironia do destino -, Land foi um dos destaques da partida que garantiu o título, não lembro contra qual adversário. Na segunda-feira ele chegou furioso à redação com o jornal em baixo do braço, lamentando que não pudesse levar aquela edição especial para seus familiares. Coube ao editor, claro, receber o inconsolável jogador e explicar o inexplicável. Missão impossível.

Falhas nossas 2

Outra vez, como correspondente de um jornal gaúcho, passei por telefone informações sobre o Figueirense, que jogaria em Porto Alegre contra o Inter dois dias depois. Orcina era um zagueiro trazido de Bagé, forte como um halterofilista e com cara de mau, graças a um farto bigode em curva. Acrescentei, em tom de brincadeira, alguns detalhes tipo seu gosto pela noite e que, ao contrário da maioria dos atletas, isso o deixava com uma disposição incomum para combater os atacantes. O editor - sempre ele – decidiu “esquentar” a matéria e mandou o redator incorporar ao texto final os ingredientes com os quais ingenuamente brinquei, completando o “crime” com a minha assinatura. No dia seguinte, à tarde, no embarque do Figueirense, tiveram que segurar o Orcina no aeroporto. Ele queria voltar à cidade, depois de ler o jornal, para uma conversinha particular com “aquele jornalista safado”. Pior foi, na volta de um derrotado Figueirense, ir cedo pela manhã à casa do zagueirão e, de novo, explicar o inexplicável. Missão cumprida. Saí ileso, depois de muita conversa e o café matinal mais tenso da minha vida.

Grevistas em campo

O Ituano, último colocado da série B, é o adversário do Avaí neste sábado na Ressacada. Na próxima quarta tem Náutico no Scarpelli contra o Figueirense. Nada de novo, apesar do aspecto decisivo dos dois jogos para os representantes catarinenses no brasileiro, não fosse a ameaça de paulistas e pernambucanos não entrarem em campo, nem para treinamento, enquanto não recebessem salários atrasados desde setembro.

Em baixa

Exceção feita ao jogo contra os frágeis equatorianos no sempre festivo Maracanã, em termos de seleção o ano termina melancolicamente para Ronaldinho, Kaká e Robinho.

Em alta

Luís Fabiano só chegou à seleção e ao time titular graças à lesão de Afonso. Imaginem jogar contra o Uruguai e aquela faceirice toda, com Wagner Love como primeira opção para o ataque.

Mala branca

Os jogadores da Croácia venceram a Inglaterra em Wembley e ajudaram a classificar a Rússia para a próxima fase da Eurocopa de seleções. Como prêmio receberão quatro carros Mercedes-Benz, doados pelo magnata russo Leonid Fedun, presidente do Spartak Moscou.

Voz das urnas

Para felicidade do lateral esquerdo André Santos, do Figueirense, a voz do povo nem sempre é a voz de Deus. Passou o ano vaiado e sob desconfiança da torcida, mas acaba de ser indicado com Juan, do Flamengo, e Kleber, do Santos, como um dos candidatos à eleição dos melhores do ano da posição no campeonato brasileiro. O jogador do Figueira está nessa graças aos votos de jogadores, ex-jogadores, técnicos e jornalistas.

Consolo

Paulo Baier, do Goiás, também é candidato, como meia-direita, ao lado de Ibsen, do Flamengo, e Diogo Souza, do Grêmio. Reconhecimento a um dos melhores jogadores do campeonato, mas que carrega o peso do pênalti perdido contra o Corinthians, e que poderá fazer falta na matemática do seu time na luta contra o rebaixamento.

Infame

Circula pela internet e não resisti: “Robinho é triatleta. Corre, pedala e NADA”.



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