sábado, 3 de novembro de 2007

Sábado/domingo

O paraíso ao alcance de todos

Nossas pontes, escolas, trapiches turísticos, túneis, estradas, tudo está em petição de miséria por falta de manutenção e omissão criminosa das autoridades. Tem gente morrendo na porta dos hospitais públicos, a educação mendiga recursos, a corrupção não tem mais partido, e as instituições que deveriam zelar pela ordem e progresso do país apodreceram. Até nosso futebol, cantado em prosa e verso pelo mundo, já não é mais o mesmo porque aqui ficou a rapa do tacho. Tudo isso, no entanto, é paranóia de brasileiro pessimista, mal acostumado com a excelente condição de vida desfrutada em nosso amado país. E querem mais para parar de se preocupar com questões comezinhas? Aguardem, vem aí a Copa 2014, aquela que fará os argentinos morrerem de inveja, como prometeu nosso estimado presidente.

Para bom entendedor

Se nosso sensível e bem humorado treinador da seleção brasileira aderiu às modernidades da internet, deve estar com sua caixa de e-mail entupida. Principalmente depois que o São Paulo confirmou seu quinto título brasileiro e consagrou o goleiro Rogério Ceni como um dos melhores do mundo na posição. Até o Muricy Ramalho resolveu, sem ferir a ética, dar o seu pitaco sobre questão tão óbvia, mas que Dunga transforma em segredo de estado, assunto de segurança nacional. Mesmo o Rogério, sempre discreto e comedido, ironizou sobre seu futuro, garantindo que a única coisa em que pensa no momento é jogar futebol até 2014.

Desregulamentar é preciso

O atletismo, apesar de modalidade nobre, não recebe o tratamento que merece e acaba de levar mais uma pancada na atual edição os Jogos Abertos. A culpa, outra vez é da chuva, que teria impedido a conclusão da pista sintética de Jaraguá do Sul. Não tem problema, leva-se a competição para Itajaí, onde existe a única (e mal tratada) pista sintética de Santa Catarina. Mas, e o regulamento, que permite competições fora da sede dos Jasc desde que num raio de 60 quilômetros? Itajaí dista mais de 90 quilômetros de Jaraguá, mas isso também não será empecilho. Rasgue-se o regulamento e pronto. O aval do Conselho Estadual de Desportos está garantido, para espanto e decepção do povo que ainda tenta ignorar a politicalha e levar o esporte a sério.

Arbitragens de risco

Depois que o Márcio Rezende de Freitas foi indo, foi indo, até aprontar aquela bobagem no jogo entre Corinthians e Inter, brasileiro de 2005, não vale a pena ver de novo clubes sofrendo prejuízos irrecuperáveis por imperícia de arbitragem. Mas pode se repetir. Carlos Simon e Wagner Tardelli estão prometendo faz tempo. A prudência recomenda aposentadoria, para evitar o que aconteceu com o Inter por causa do mineiro Márcio. Pacaembu, Orlando Scarpelli e Arena da Baixada foram os palcos mais recentes, tendo como vítimas de Simon e Tardelli, Corinthians, Figueirense, Fluminense, Grêmio e Atlético Paranaense.

Elementar

A lama chegou ao tênis e até o Guga teria sido vítima de uma tentativa de suborno. Alguns tenistas já foram identificados pelas investigações que se alastram pela Europa com participação inclusive de detetives Scotland Yard.

Malandragem recompensada

Ninguém reclamou quando o Flamengo do Márcio Braga decidiu não jogar fora do Maracanã durante o Pan-Americano, ao contrário dos outros clubes cariocas. E ainda conseguiu a inversão do mando de campo para a partida com o São Paulo. Os bobos que ficaram quietos na época e não deram bola para as evidências trazidas com o benefício concedido pela CBF, agora decidiram chorar sobre o leite derramado. Esperteza da cartolagem flamenguista, pois o time de então era bem inferior ao atual. O Flamengo quer mais, além de não dar a mínima para o queixume da turma: depois de liderar uma rebelião no Clube dos 13, com apoio de Botafogo, São Paulo e Cruzeiro, Márcio exige cotas maiores da televisão, alegando média de público, coisa e tal. São estatísticas no mínimo discutíveis levando em conta que o número de jogos do Flamengo em casa é bem maior porque divide o domicílio com Botafogo, Vasco e Fluminense.







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