quarta-feira, 4 de agosto de 2021

ESPORTE BRASILEIRO É UM MURO DE LAMENTAÇÕES

Os competidores brasileiros que estão em Tóquio são, em sua maioria, cercados por dramas pessoais. Medalhistas, ou não, nossos atletas revelam suas origens humildes e histórias tristes que acabaram atrapalhando seus treinamentos ou valorizando suas participações na Olimpíada. Chegar ao pódio é a glória, máxima conquista, participar da competição já é, por si só, a grande realização dos brazucas.

Eles/elas vêm das favelas, das periferias das suas cidades, de convívio familiar longe do ideal. Muitos nem conheceram pai ou mãe e, até sem adotados por alguma entidade ligada ao esporte, inclusive setores das Forças Armadas, vivem quase como párias da comunidade esportiva. É cada um por si, torcendo por algum programa social que os socorra.
Exceção feita a alguma modalidade coletiva, caso do voleibol, superação é o mantra da maioria. O futebol, acessível aos mais pobres, é parte significativa dos atletas que precisam matar um leão por dia desde que fazem sua opção pelos gramados. Quem pode jogar tênis, velejar, nadar, praticar esgrima, por exemplo? O acolhimento é mínimo e muito difícil. Há poucos mecenas no esporte.
O Comitê Olímpico Brasileiro há muito deixa a desejar e, como nossas confederações e federações, volta e meia se vê envolvido com denúncias de corrupção. O Ministério do Esporte não existe mais, virou secretaria, e não há programas de estado visando o incremento da atividade esportiva, seja ela de rendimento ou participação. Escolar, então, socorro! Salvam-se ações estaduais isoladas, caso de Santa Catarina, ainda assim por mérito muito mais dos desportistas de escol, de uma elite de gestores cada vez mais esvaziada, principalmente pela politicagem. Se depender dos governos que se sucedem, nada a comemorar.
É por tudo isso que cada manifestação de atleta brasileiro, no pódio ou fora dele, vira um muro de lamentações. As medalhas são escassas e custam muito suor, lágrimas e dedicação extremada dos que chegaram à Olimpíada ou pretendem defender o país em uma competição internacional de menos amplitude.


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