quarta-feira, 4 de agosto de 2021

EMPODERADAS

 O Lance ) - Ana Marcela Cunha, Kahena Kunze, Laura Pigossi, Luisa Stefani, Martine Grael, Mayra Aguiar, Rayssa Leal e Rebeca Andrade. Elas são as estrelas da maior participação feminina do Brasil em uma Olimpíada. São três ouros, duas pratas e dois bronzes, e a estas sete medalhas será somada pelo menos mais uma, que a pugilista Beatriz Ferreira já garantiu. Se a delegação em Tóquio não é a mais feminina que o país já teve (percentualmente, fica atrás de Pequim-2008), em resultado jamais se viu algo tão expressivo, e ainda com chances reais no vôlei feminino, que disputa semifinais hoje à noite. Foram anos, décadas de falta de apoio, estrutura e preconceito. Na mesma Tóquio que recebe os Jogos neste ano, Aida dos Santos sofreu em 1964 para dar ao seu país um incrível quarto lugar no salto em altura. Foi ridicularizada, ouviu piadas de dirigentes, teve de competir com sapatilhas emprestadas. Ninguém pôde pará-la e por pouco não subiu no pódio onde nenhuma brasileira até então havia pisado. Foi apenas em 1996 que Jaqueline, Sandra, Adriana e Mônica, finalistas do vôlei de praia, tornaram-se as primeiras mulheres brasileiras a colocar no peito uma medalha olímpica. A batalha não está ganha. Ainda há luta a ser vencida no caminho de igualdade entre homens e mulheres no esporte brasileiro. Ainda há luta a ser vencida conta o preconceito, contra o machismo. Mas estas duas semanas em Tóquio mostram que não há volta. E haverá uma Olimpíada em que mulheres trarão ao Brasil mais medalhas do que os homens. Em nome do legado de Aida, Jaqueline, Sandra, Adriana, Mônica e de todas que construíram esta estrada.

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