O presidente da Federação
Catarinense de Futebol não gosta mesmo de ostracismo e volta à cena sugerindo
que o Avaí entregue o jogo para o Criciúma. Delfim Peixoto, um quarto de século
de cartolagem na entidade que deveria gerir com seriedade e eficiência nosso
futebol, declarou em alto e bom som que é favorável à marmelada no jogo da
sexta-feira na Ressacada.
Só quem
não conhece o Delfim e sua gestão à frente da FCF pode estranhar esse
posicionamento a favor do jogo sujo e da trambicagem. Ele está acostumado a
manobras do tipo. Afinal, para se perpetuar como presidente da “sua” Federação
mudou o estatuto na cara e na coragem. Com a anuência da cartolagem, bando de
vaquinhas de presépio sob o comando de Nilson Zunino, presidente do Avaí e da
Associação de Clubes.
E vai
continuar assim, apesar de o Romário ter começado em Brasília um movimento no
Congresso por uma CPI do futebol. Ou da CBF, sei lá. Mais uma ação inócua de
parlamentares em busca de holofotes. Houvesse seriedade de propósitos, a
Bancada da Bola não só não existiria como não teria derrubado duas CPIs, uma da
CBF, relatada pelo médico e Senador por Tubarão, Geraldo Althoff, outra da
Nike, isso no final da década de 90.
Na época
a CBF mantinha uma Embaixada em Brasília, numa mansão alugada que
consumia 660 mil reais em despesas por ano. Esta mansão se tornou uma espécie
de sede da tal Bancada da Bola. Ali, em partidas de futebol, festas
concorridas, bem servidas de comidas, bebidas e outras atrações, parlamentares
e cartolas confraternizavam e buscavam a orientação de RicardoTeixeira, naquele
tempo o todo poderoso do futebol brasileiro e mundial.
Se alguém
acredita em Papai Noel, Coelho da Páscoa e outros símbolos do gênero, pode
então apostar que alguma coisa um dia ficará em ordem com o fim de Delfins,
Teixeiras, Nuzmanns e outros da mesma estirpe mamando nas opulentas tetas
esportivas deste país. E que nunca mais vamos ler ou ouvir propostas indecentes
como a que vomitou Delfim em benefício do Criciúma, de repente seu filiado
preferido.
Já existe
até um projeto que impede a reeleição ilimitada de dirigentes de federações e
confederações esportivas e restringe a quatro anos a duração máxima de um
mandato. Está em fase de hibernação em alguma prateleira da Comissão de
Educação, Cultura e Esporte do Senado. Continuem sonhando.
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