Dizer que os treinadores de futebol são corporativistas é chover no molhado. Quem não o é? Que categoria escapa da autodefesa? Médicos, engenheiros, jornalistas, todos aplicam a autoproteção corporativa.
Mano Menezes agiu assim ao deixar Neymar fora da convocação divulgada nesta quinta-feira. Indiretamente manifestou claramente seu apoio a Dorival Júnior, demitido do Santos por causa do bololô com o menino mimado do Santos.
O treinador da seleção brasileira ao apoiar Dorival e punir o jogador está abrindo mão da qualidade em troca de uma duvidosa ação disciplinadora. O técnico do Santos já havia cometido esse erro, conduzindo mal o litígio e a insubordinação do atacante. A reação dos dirigentes foi ainda pior e culminou com a sua demissão.
Faltou em todas essas instâncias no mínimo a conversa cara a cara, aquela que poderia encaminhar uma solução melhor para o conflito. Ao deixar Neymar fora da sua lista de convocados, Mano Menezes sacramentou a falta de tato para chegar à solução de um assunto rotineiro no futebol e que equivocadamente o clube e o time acabam sendo punidos, ao invés do infrator. Neymar, por seu talento hoje raridade entre nós, merecia outro desfecho para esse episódio, com Dorival Júnior, Mano Menezes e os dirigentes da sua agremiação. Todo mundo pisou na bola.
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