Coisa de cinema
Tivesse algum interesse pelos bastidores do futebol brasileiro, o cineasta Francis Ford Coppola, arranjaria fácil muito assunto para mais um filme sobre máfia e seus poderosos chefões. Uma consulta ao botafoguense Carlos Montenegro, mais conhecido por episódios envolvendo o Ibope, seria o suficiente para montar um bom roteiro. O suspeitíssimo episódio da absolvição de Dodô vai para um tribunal internacional, por decisão da FIFA. Antes passou pela invasão na madrugada de uma farmácia em Ipanema, de onde foram tiradas as cápsulas com a substância proibida ingerida pelo jogador do Botafogo. O laboratório da Usp, para onde foi encaminhado o material apreendido, garante que o resultado da análise não serviria para absolver o atleta, a farmácia foi ilegalmente interditada e a polícia tira o seu da reta.
Resultados do ufanismo
Nosso basquete masculino pena no pré-olímpico e joga tudo contra a Argentina, para quem já perdeu. Perdendo de novo adeus vaga em Pequim. No Pan, com uma equipe caseira, foi medalha de ouro, mas na disputa por uma vaga na Olimpíada, reunindo jogadores que estão na NBA e na Europa, já perdeu três partidas. Apenas os dois primeiros classificam e um deles, certamente, será o time norte-americano. As estrelas brasileiras do atletismo, medalhistas no Rio de Janeiro, estão passando longe do pódio no Mundial que se disputa no Japão. O desempenho pós-Pan destes e de outros campeões, em esportes individuais ou coletivos, confirma a tese de que fizemos muito barulho por nada.
Chupeta e bengala
A realidade do futebol brasileiro leva a uma previsão de futuro desastroso, parecido com aquele jejum que começou em 1970 e foi quebrado somente na Copa de 1994. Estamos vendendo os garotos e repatriando os velhinhos quase aposentados. Nossas crianças, projetos de craques, que saíram para fazer o pé de meia mundo afora, não têm mais aquele espírito que em outros tempos vingava nos jogadores convocados para defender a seleção. A impressão é de que a camisa amarela deixou de ser objeto de desejo, uma vez que o futuro com segurança está sendo garantido fora do país.
Vende-se
A janela para o exterior fechou ontem. Segundo levantamento da CBF, até 14 de agosto foram vendidos 694 jogadores brasileiros. Não há como enriquecer tecnicamente nosso futebol concorrendo com euros e dólares, moedas fortes e consumidoras da nossa matéria prima. O dilema está colocado para dirigentes de clubes e federações, partindo do pressuposto de que este processo devastador tem origem na lavagem de dinheiro, como preconiza a mídia de Rio e São Paulo. A opção de aceitar o dinheiro sujo, como já fizeram Corinthians e Grêmio, com desfecho conhecido, determina riscos e danos irreparáveis trazidos pela ilegalidade. A solução é organizar o balcão de negócios, acelerando a produção de “craques” através de bem estruturadas divisões de base.
Questão de honra
Gelson Silva deixou o Criciúma com o time na liderança da série B, mesmo sem vencer há cinco rodadas. Deveria ter saído antes, e de cabeça erguida. Moacir Fernandes faz tempo deu o recado, criticando publicamente as opções do técnico já no segundo resultado negativo. Gelson fingiu que não entendeu, prolongou sua agonia e aceitou o tratamento desrespeitoso. E ainda saiu praticamente escorraçado, sem tempo para desculpas ou alguma explicação convincente.
Tão perto, tão longe
O Joinville viu o cavalo passar encilhado e não soube montar, deixando escapar a classificação para a próxima fase da série C. Foi aos 46 minutos do segundo tempo, no jogo contra o Vila Nova na Arena, com o pênalti perdido e o empate em zero a zero. Agora, na última rodada, precisa ganhar em casa do Águia MS e torcer por uma derrota dos mineiros que também jogam em casa contra os já classificados gaúchos da Ulbra.
Justiça ?
O pleno do STJD puniu Renato Gaúcho com 60 dias de suspensão e manteve a absolvição de Joel Santana. Em uma das câmaras disciplinares a vítima foi Dorival Júnior, com 120 dias de gancho. Lá como cá a credibilidade da justiça esportiva foi embora pelo ralo há muito tempo.
Tivesse algum interesse pelos bastidores do futebol brasileiro, o cineasta Francis Ford Coppola, arranjaria fácil muito assunto para mais um filme sobre máfia e seus poderosos chefões. Uma consulta ao botafoguense Carlos Montenegro, mais conhecido por episódios envolvendo o Ibope, seria o suficiente para montar um bom roteiro. O suspeitíssimo episódio da absolvição de Dodô vai para um tribunal internacional, por decisão da FIFA. Antes passou pela invasão na madrugada de uma farmácia em Ipanema, de onde foram tiradas as cápsulas com a substância proibida ingerida pelo jogador do Botafogo. O laboratório da Usp, para onde foi encaminhado o material apreendido, garante que o resultado da análise não serviria para absolver o atleta, a farmácia foi ilegalmente interditada e a polícia tira o seu da reta.
Resultados do ufanismo
Nosso basquete masculino pena no pré-olímpico e joga tudo contra a Argentina, para quem já perdeu. Perdendo de novo adeus vaga em Pequim. No Pan, com uma equipe caseira, foi medalha de ouro, mas na disputa por uma vaga na Olimpíada, reunindo jogadores que estão na NBA e na Europa, já perdeu três partidas. Apenas os dois primeiros classificam e um deles, certamente, será o time norte-americano. As estrelas brasileiras do atletismo, medalhistas no Rio de Janeiro, estão passando longe do pódio no Mundial que se disputa no Japão. O desempenho pós-Pan destes e de outros campeões, em esportes individuais ou coletivos, confirma a tese de que fizemos muito barulho por nada.
Chupeta e bengala
A realidade do futebol brasileiro leva a uma previsão de futuro desastroso, parecido com aquele jejum que começou em 1970 e foi quebrado somente na Copa de 1994. Estamos vendendo os garotos e repatriando os velhinhos quase aposentados. Nossas crianças, projetos de craques, que saíram para fazer o pé de meia mundo afora, não têm mais aquele espírito que em outros tempos vingava nos jogadores convocados para defender a seleção. A impressão é de que a camisa amarela deixou de ser objeto de desejo, uma vez que o futuro com segurança está sendo garantido fora do país.
Vende-se
A janela para o exterior fechou ontem. Segundo levantamento da CBF, até 14 de agosto foram vendidos 694 jogadores brasileiros. Não há como enriquecer tecnicamente nosso futebol concorrendo com euros e dólares, moedas fortes e consumidoras da nossa matéria prima. O dilema está colocado para dirigentes de clubes e federações, partindo do pressuposto de que este processo devastador tem origem na lavagem de dinheiro, como preconiza a mídia de Rio e São Paulo. A opção de aceitar o dinheiro sujo, como já fizeram Corinthians e Grêmio, com desfecho conhecido, determina riscos e danos irreparáveis trazidos pela ilegalidade. A solução é organizar o balcão de negócios, acelerando a produção de “craques” através de bem estruturadas divisões de base.
Questão de honra
Gelson Silva deixou o Criciúma com o time na liderança da série B, mesmo sem vencer há cinco rodadas. Deveria ter saído antes, e de cabeça erguida. Moacir Fernandes faz tempo deu o recado, criticando publicamente as opções do técnico já no segundo resultado negativo. Gelson fingiu que não entendeu, prolongou sua agonia e aceitou o tratamento desrespeitoso. E ainda saiu praticamente escorraçado, sem tempo para desculpas ou alguma explicação convincente.
Tão perto, tão longe
O Joinville viu o cavalo passar encilhado e não soube montar, deixando escapar a classificação para a próxima fase da série C. Foi aos 46 minutos do segundo tempo, no jogo contra o Vila Nova na Arena, com o pênalti perdido e o empate em zero a zero. Agora, na última rodada, precisa ganhar em casa do Águia MS e torcer por uma derrota dos mineiros que também jogam em casa contra os já classificados gaúchos da Ulbra.
Justiça ?
O pleno do STJD puniu Renato Gaúcho com 60 dias de suspensão e manteve a absolvição de Joel Santana. Em uma das câmaras disciplinares a vítima foi Dorival Júnior, com 120 dias de gancho. Lá como cá a credibilidade da justiça esportiva foi embora pelo ralo há muito tempo.
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