quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Quinta-feira

Pátria quase sem chuteiras

Amanhã tem comemoração pela pátria, feriado, coisa e tal. Chato que o país do futebol tem pouco a festejar com o seu esporte preferido. Estamos praticamente descalços, perdendo nossa independência, tamanho o êxodo de bons jogadores. Entre os 200 países filiados à FIFA, em 180 há gente nossa nos gramados. Perdemos a concorrência até para países como Tailândia e Vietnã, sem nenhuma tradição no futebol e não somos assediados apenas por nações pobres da África. Os dados são do departamento de registros da CBF, revelando que este ano os números superam em 10% a 2006 com a saída de 981 jogadores contra 915 da temporada passada.

Lei áurea.

Juristas e dirigentes esportivos estão trazendo de volta a discussão sobre a Lei Pelé, responsabilizando-a pelas facilidades hoje existentes para ruptura de contratos e saída de nossos principais jogadores para o exterior. O fato é que esta lei tem sido rigorosamente observada somente nesse aspecto. Uma leitura ainda que rápida e superficial leva à constatação de que os clubes profissionais de futebol foram os principais (se não os únicos) atingidos pela legislação em vigor. No dia a dia do esporte outros segmentos estão contemplados por esta lei que permanece ignorada ou interpretada ao bel prazer dos interessados.

Gosto é gosto

As comendas concedidas ano a ano pelo Conselho Estadual de Desportos sempre tiveram fundamentações políticas. Em respeito aos merecedores da homenagem e, na certeza de que os bicões entenderão o recado, omitirei nomes. Até porque, quem é da aldeia conhece os caboclos. O certo é que tem comendadores demais e desportistas de menos.

Bom pra quem?

A seleção brasileira em excursão pela Europa, em 1973 passou por um episódio conhecido como o Manifesto de Glasgow. Liderados pelo capitão Wilson Piazza, os jogadores instituíram a lei do silêncio, negando-se a falar com a imprensa. Consideravam-se injustiçados com críticas feitas por alguns jornalistas que acompanhavam a delegação. Lembro do “Manifesto” a propósito da decisão semelhante tomada por jogadores e comissão técnica do Avaí, irritados com comentários do radialista Miguel Livramento na TV COM. A lei do silêncio avaiana é burra como foi a da seleção. E igualmente covarde porque repete o equívoco da generalização. Os mentores dessa idiotice, o técnico Alfredo Sampaio e zagueiro Paulo Turra (hoje banco do banco), amanhã vão embora. O clube fica, seguindo mal administrado como tem sido pela atual diretoria que, como nosso estimado Presidente da República, não vê, não ouve, não sabe de nada.

Aos seus lugares

No Figueirense também há uma velada disposição para a não aceitação da crítica. Por parte do técnico Mário Sérgio fica mais explícita sua incapacidade de diálogo a cada entrevista que dá após os jogos. Gosta de cutucar os repórteres locais colocando-se no pedestal dos detentores da sabedoria, sem nunca dar respostas convincentes e baseadas em um mínimo de bom senso. Postura que ajudaria a explicar, por exemplo, a queda assustadora de rendimento de jogadores colocados jogo a jogo fora de posição, um rodízio insano que tem prejudicado os zagueiros Felipe Santana e Édson, os experientes Ruy e César Prates. Ou ainda o entra e sai do time dos atacantes Ramon, Otacílio Neto e Frontini, o não aproveitamento de Rafael Coelho. Enfim, tem assunto para muita conversa boa onde a lei do silêncio e os segredos de treinamento não encubram a realidade.

Está explicado

O site da CBF e uma reportagem especial do Estadão SP estão divulgando que foi um desastre o teste de múltipla escolha feito com árbitros e bandeiras de todo o país. As questões versavam sobre regras do futebol e somente 30% deles obtiveram nota acima de sete.

Tapeação

Um mutirão com funcionários da Prefeitura trata de deixar o estádio Hercílio Luz em condições para a disputa da Copa Santa Catarina. Quer dizer que o Marcílio Dias cuida da casa só quando tem festa. O resto do tempo não passa nem por uma vistoria da FCF. E olha que a turma lá é generosa com seus filiados, principalmente os que moram do lado esquerdo do peito.



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