quinta-feira, 14 de junho de 2007

Quinta-feira

Fundesporte I

O Sistema Estadual de Incentivo à Cultura, Turismo e Esporte – SEITEC - foi criado pela lei 13.336 de 8 de março de 2005 com objetivo de estimular o financiamento de projetos culturais, turísticos e esportivos. Pelo menos é o que está escrito no Artigo 1º desta lei que, em seu Artigo 3º fala da instituição dos fundos de incentivos em suas respectivas áreas, onde então aparece o Fundesporte. Os recursos para a formação deste fundo têm origem, por exemplo, na arrecadação de ICMS e tributação de atividades lotéricas, entre outras, como “8% da modalidade bingo”, ao que me consta atividade irregular.

Fundesporte II

Situado o leitor vamos ao que interessa. Como explicar o repasse de R$ de 96 mil para custear viagem à Europa de um clube de futebol profissional? Trata-se do Metropolitano, de Blumenau, que viajou segunda-feira à Suíça e Áustria para disputar amistosos e arrumar dinheiro com a negociação de alguns de seus jogadores. A delegação tem 39 pessoas: 21 atletas, mais sete na comissão técnica, e o grupo dos 11 formado por diretores e convidados. A turma teve direito à despedida oficial, pomposa e solene, para apresentação do uniforme com a logomarca do governo estadual.

Fundesporte III

A viagem de turismo e negócios do Metropolitano é apenas a pontinha de um novelo grande e polpudo. Este fundo é administrado pelo Secretário de Cultura, Turismo e Esporte, Gilmar Knaesel, e o diretor geral da Fesporte, Cacá Pavanello. E basta prestar atenção em algumas chamadas de eventos esportivos nas rádios e tevês para se ter uma idéia de como o Fundesporte é gerido. Daqui a pouco estão financiando torneio de bola de gude e rinha de galo, atendendo interesses meramente eleitoreiros. Sei que tem membros do Conselho Estadual de Desportos de olho nesta movimentação financeira, incomodados com os rumos de recursos que deveriam dar sustentação a projetos sérios e jamais financiar campanhas eleitorais.

Gastança

A torneira aberta dos cofres públicos em Santa Catarina é pouca perto do que acontece pelo país. Vejam o Pan-americano, por exemplo, com orçamento estourado em quatro vezes. A Globo, em um de seus telejornais, mostrou a suntuosidade dos equipamentos esportivos onde até as torneiras levam a logomarca do evento. Não dou cinco anos para a Globo voltar lá e “denunciar” o estado de abandono destas instalações construídas especialmente para o Pan Rio.

Protesto andino

Depois de nacionalizar o gás, o bravo presidente boliviano, Evo Morales, parece não ter nada muito importante com o que se ocupar. Agora resolveu promover uma “peladinha” a 5.500 metros de altitude para demonstrar à FIFA que é possível jogar futebol nas alturas sem maiores prejuízos. É um protesto contra a entidade que não quer mais ver ninguém submetido ao suplício de jogos acima de 2.500 metros nas competições internacionais.

Bombonera do sul

Dirigentes e torcedores do Criciúma pegaram pra cristo os clubes de Florianópolis e sua gente. Jogo de Figueirense ou Avaí no Heriberto Hulse virou conflito de grandes proporções a merecer intervenção diplomática. É desconhecida a origem desse ressentimento que não tem reciprocidade na Ressacada ou Scarpelli.

Fogo amigo

Técnico de seleção brasileira antes de pensar em estratégias para enfrentar os adversários tem que esquentar a cabeça com graves questões domésticas. Primeiro são as lesões de alguns convocados, depois vem a pressão da mídia e, agora, um fato novo, o desinteresse de jogadores importantes em atender o chamado para a Copa América. Kaká, Ronaldinho e Zé Roberto abriram um precedente gravíssimo de só jogarem pela seleção quando acharem conveniente.

Mudança

Minha amiga e companheira de muitas jornadas, Claudia Sanz, passou para o outro lado do balcão. Depois de onze anos de redação e reportagem trocou a editoria de esportes do Diário Catarinense pela assessoria de imprensa da Fesporte. Boa sorte, Claudinha.




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