sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Papai Noel não pode entrar na minha rua

Papai Noel este ano só de trator




(A não ser que ele troque de veículo)


Faz seis meses que levanto da cama na madrugada, de segunda a sexta-feira, para tirar o carro de casa e levá-lo para a rua de trás porque a minha está em obras. Ou deveria estar. Um dia sim, dois não, às vezes uma semana inteira, moradores da Manoel Isidoro Augusto, Rio Tavares, convivem com o que delicadamente vou chamar de atividade irregular. E ilegal, pelos últimos acontecimentos.

As placas da obra já estão cercadas de mato, denunciando o prazo ultrapassado em muito. A partir de junho o empreiteiro tinha 90 dias para concluir o trabalho. Entramos dezembro e tudo indica que vamos atravessar o Natal e fim de ano com pouco mais de 200 metros inconclusos. Agora os operários estão dedicados a atender particulares, isso mesmo, trabalhando para alguns moradores que, não se sabe como, engambelaram alguém na Secretaria de Obras da Prefeitura do ex-alcaide Dário.

O empreiteiro aumentou o número de trabalhadores com homens da sua confiança, os que fazem “bicos” para moradores mais espertos, enquanto o coitado que sobrou da outra turma, nos dias de ócio vive andando pela rua como um zumbi. Para piorar ele foi intimado a cavar com picareta a areia da própria rua para assentar as lajotas. A caçamba, por economia, não traz mais esse tipo de material, imprescindível para que daqui a pouco não dê chabú na lajotagem. Como já deu.

O resultado, óbvio, além da demora, é o pior possível. Uma fiscalização séria da Prefeitura recomendaria mais agilidade, a recuperação de vários trechos prontos (valeria esperar mais um pouco) e colocaria tudo em ordem, inclusive enquadrando esse empreiteiro picareta. Mas é querer demais de uma Secretaria entregue às traças, à vadiagem, e disposta a encerrar 2012 sem enxugar as mãos.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Vale a pena ver de novo



Sassá Mutema já tem. Quem será a Clotilde?

Faltou só o Zagalo para completar o time das Copas, comandado pelo Sassá Mutema, inesquecível personagem da novela Salvador da Pátria, incorporado no Felipão & cia. Deve ser esquecimento na seleção de elenco ou preparação para alguma homenagem mais adiante, tipo aquelas "in memoriam". Calma, Velho Lobo, sua hora vai chegar. 

O resto está lá, começando por Parreira e Felipão, este com seu fiel e bigodudo escudeiro, o Murtosa. Bigode por bigode tem ainda o Américo Faria. Experiência, experiência, pede o Marin. Lamentamos informar ao oitentão presidente da CBF que o Feola não tem mais jeito de chamar.

O melhor destes primeiros capítulos veio do Felipão – tinha que ser com ele -, quando disse que para aceitar o convite consultou familiares e jornalistas gaúchos. Parece que os companheiros do RS estão com peso nas escolhas, quem sabe até para a marca da erva mate e o tamanho da cuia.

Legal para o noticiário e para agitar o ambiente já de cara, é que o Felipão Scolari, gentil como só ele sabe ser, começou esculhambando a turma do Banco do Brasil. “Não querem pressão? Vão trabalhar no BB”, sentenciou nosso sutil treinador. Com a bala na agulha que tem o homem, nenhum dos 116 mil funcionários da casa espalhados por esse mundão brasileiro, vai se atrever a encerrar sua conta no banco que hoje faz qualquer negócio para pegar peixe pequeno, quanto mais um grandão e pesado como o Luiz Felipe. A turma acusou o golpe, certo, e resmungou, chamou o sindicato, mas não há ameaça de greve.

Para tranquilidade da nova, mas nem tanto, Comissão Técnica, porque desfalcada apenas do Zagalo, a Rede Globo já se incorporou ao time, vestiu a camisa e começou a trabalhar seu inconfundível e inesgotável ufanismo. Não faltarão chamadas, campanhas, gingles, inserções nos programas da rede, esportivos, ou não, lançamento de produtos, merchandising e mais toda a parafernália a qual estamos acostumados antes, durante e depois das novelas, digo, da Copa. A não ser que o resultado seja muito ruim, tipo aquele final infeliz com o qual Dunga nos brindou na eliminação para a Holanda.



terça-feira, 27 de novembro de 2012

Seleção & Cia ilimitada



O jogo das convocações para a seleção brasileira é duro e não muito limpo. Rogério Ceni uma vez comentou o assunto e nunca mais foi chamado. A bola da vez na administração de interesses nem sempre ao alcance do torcedor é Mano Menezes, recém defenestrado por José Maria Marin. Mano convocou 102 jogadores. Segundo levantamento feito por um jornalista de São Paulo, 27 deles são ligados a Carlos Leite, seu empresário. Hulk, a mais estranha preferência do ex-treinador da seleção, não está na lista dos negócios do Leite, mas também nunca caiu nas graças da mídia e da torcida. Vale pelo seu futebol, argumentaria Mano.

Alguns nomes chamaram a atenção, inclusive nosso mané Renan, goleiro do Avaí, que depois foi contratado pelo Corinthians e desapareceu. A surpreendente precocidade da convocação parece que fez mal ao jogador. Cássio, também corintiano como o marido enganado Andres Sanches, transformado em titular por Tite, virou convocável, enquanto Diego Cavalieri só apareceu para enfrentar a Argentina no último jogo do ano, junto com quatro companheiros do Fluminense. Outra atitude estranha do técnico, pois enquanto o Flu disputava o título, não chamou ninguém, muito menos Fred, até então seu desafeto.

Na relação dos empresados por Carlos Leite e convocados por Mano, ainda aparecem os meias Elias (Sporting), Jucilei (Anzhi), Luiz Gustavo (Bayern de Munique), Renato Augusto (Bayern Leverkusen), Fernandinho (Shakthar) e o atacante Jonas (Valência).  Mais cedo ou mais tarde, e depois da seleção, claro, alguns acabaram envolvidos em negociações. A renovação com experiências era uma das tarefas de Mano Menezes, mas nunca com jogadores sem futuro ou envelhecidos. Até o zagueiro Durval, do Santos, apareceu para jogar contra os argentinos, junto com o meia Fellype Gabriel, rejeitado no Botafogo pelo técnico Osvaldo Oliveira e pelos torcedores.

Seja quem for o próximo treinador, não acredito que a seleção fique livre deste balcão de negócios acrescidos dos amistosos vendidos para uma empresa das arábias. Jogar no exterior dá lucro, dizem os cartolas da CBF. Dane-se o torcedor no Brasil, lamentamos nós. O gozado nessa história é  que vender nossos craques para o exterior é imperioso, jogar lá fora, tudo bem, contratar um técnico estrangeiro, nem pensar.

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Falta é vergonha na cara, não técnico



Antes de discutirmos o nome de um novo treinador para a seleção brasileira o assunto a ser debatido é outro. Temos que descobrir um jeito de varrer da CBF toda a sujeirada que vive sendo empurrada para baixo do tapete. Sem esquecer, claro, dos porcalhões que deixaram essa imundície espalhada pelo futebol brasileiro e por outros segmentos esportivos.

Difícil, não? De que adianta ficar especulando quem pode assumir a seleção? Acho pouco provável, por exemplo, que um profissional como o Guardiola, que vem causando frisson na mídia brasileira, se disponha a vir aqui sujar o currículo nesse emaranhado de más gestões e corrupção. Se fizer algumas consultas, pensar um pouquinho e usar de bom senso, Guardiola recusará o desafio e permanecerá incomunicável pelo resto da sua temporada sabática. Ou então se manterá ocupado com a luta da Catalunha pela sua independência.

Quanto aos nomes brasileiros vamos cair na mesmice. Desconfio do Abel Braga que, imaginem, seria a novidade. Apesar de campeão recente com o Flu e muito badalado nacionalmente, não custa lembrar como foi campeão mundial com o Inter, vencendo o Barcelona depois de tirar da cartola o Adriano Gabiru. É um iluminado por estranhas luzes vindas não sei de onde. Cruzes.

Além do Abel a casa oferece os de sempre. Felipão parou no tempo, Murici é muito ranzinza – não me esqueço do Dunga – e Tite virou a menina dos olhos da imprensa por causa do Corinthians. Só por isso. Até então era motivo de chacota pelas entrevistas, pelo palavreado pastoral e pela incapacidade de ganhar grandes títulos. Cariocas e paulistas tinham os dois pés atrás com ele.

Diante desse quadro irreversível, a curto ou médio prazo, sugiro que deixemos tudo por conta dos jogadores. Eles que se virem para juntar o grupo. Eles que escolham uma comissão técnica sem técnico, mas com médico, fisiologista, preparador físico e tudo o mais necessário ao bem estar dos selecionados.

Definam o capitão do time, quem sabe até para discutir o esquema tático dentro do campo, de acordo com o andamento do jogo. Sem esquecer que o eleito deve ter aquilo roxo para enfrentar o que o frouxo do André Sanches, atual e não se sabe até quando, diretor de seleções, chamou de “hierarquia”. Para demitir o Mano Menezes ele aplicou o “manda quem pode, obedece quem precisa”. É coisa de quem não tem amor próprio ou vergonha na cara, produto em falta no país não só nos meios esportivos.

Revirando o baú



1971 - Esta foto foi tirada em outubro, novembro, imagino, nos fundos do Jornal de Santa Catarina, em Blumenau, na antiga sede dos altos da Rua São Paulo.



O JSC nasceu em 21 de setembro daquele ano. 


Da esquerda pro outro lado, Cinara Hack(se bem me lembro, chefe de redação), Nestor Fedrizzi(editor chefe, sócio no jornal, responsável pela maluquice e com paciência necesária pra aguentar essa turma), Renan Sedano Ruiz (diagramador, cabeludo, meio encoberto pelo Fedrizzi), Sérgio Becker (redator e repórter de texto perfeito), este saudosista, (meio bombril na redação, na época também meio riponga), José Antônio Ribeiro, (Gaguinho, um dos editores mais competentes que conheci) e o esfuziante Nei Duclós (jornalista, escritor, poeta, hoje homiziado nos Inglêses).

Fedrizzi e Gaguinho já foram, os demais ainda andam incomodando por aí. Alguns mais, outros menos.

sábado, 24 de novembro de 2012

Mudam as moscas, mas...



Tiraram o Mano. Ele colheu o que plantou. E quem tira essa corja que dirige a CBF e federações? Ou pensam que afastando um treinador que não se escondeu, como outros, quando foi chamado, vão resolver o problema do futebol brasileiro?

Eu também não gostava do Mano Menezes por suas contradições expressadas em algumas convocações, escalações, e ausências de jogadores que poderiam ser experimentados nesta fase de renovação. Mas, daí a achar que o próximo vai montar um supertime e aproxima-lo do torcedor, vai uma distância muito grande.

Tão grande quanto é a milhagem de uma seleção que só joga fora do Brasil para atender compromissos nunca bem explicados e assumidos pela cúpula que administra nosso futebol com incompetência e muita safadeza.

Afinal, não foi por nada que Ricardo Teixeira saiu de fininho, pela porta dos fundos, e encontra-se em lugar incerto e não sabido.