segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Como cão e gato




Pela motivação que ainda move o Figueirense, apesar da ducha fria no domingo, e pelos ânimos exaltados na Ressacada e arredores, o clássico de da última rodada merece atenção das autoridades de segurança. Já me contestaram com o argumento de que esse jogo já não vale mais nada e que perdeu a graça em função da colocação dos dois clubes, ambos cumprindo tabela. Embora o Figueirense ainda tenha uma pequena chance de chegar à Libertadores.

Nunca vi confraternização entre cão e gato. No caso das torcidas dos dois maiores rivais do estado a chance de troca de gentilezas é zero. Não existe clássico por laranjas. A faceirice de um pela boa campanha vai bater de frente com a mágoa do outro pelo rebaixamento iluminado pela lanterna na classificação. Figueirense e Avaí vão a campo no próximo domingo de pelos eriçados, mostrando os dentes, juntando tudo o que ainda resta de ânimo em fim de temporada e entre dois times de resultados tão díspares.

sábado, 26 de novembro de 2011

Os Dinos em Santo Antônio










Os Dinos de O Estado estiveram juntos mais uma vez, reunidos pela musa dos encontros, a Lena Obst. Ela recusa a homenagem e passa o título à Linete Martins. Paulo Brito, você decide. Afinal, o responsável pela polêmica és tú. Em todo o caso, e musas a parte, valeu o encontro agradável sexta à noite, no bar Açôres, em Santo Antônio de Lisbôa. Se a Lena não errou nas contas mais ou menos 30 Dinossauros confraternizaram ao som ensurdecedor da banda Casa das Bruxas. O próximo furdunço está programado para dezembro, dependendo das festas natalinas (coisa horrível, pior que isso só "o bom velhinho"). Já tem gente escolhendo local e exigindo casa à beira mar. Querem pular as sete ondas antes do tempo.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A justiça esportiva e suas polêmicas decisões

Os membros do judiciário esportivo geralmente não gostam que mexam com eles, que contestem suas decisões, que façam críticas ao resultado de julgamentos na maioria das vezes incompreensíveis para os leigos. A reação é quase sempre mal humorada e o nariz torcido faz parte do retrato falado dos que lêem e ouvem o que a mídia contesta e divulga. Costumam classificar os jornalistas de “ignorantes” por desconhecerem a lei e a rotina de procedimentos dos tribunais.

Têm razão quando dizem que não somos “experts” em legislação, que não temos familiaridade com o rito jurídico. Até aí tudo bem. Mas não damos as costas ao bom senso, não nos conformamos quando tentam nos enrolar com as firulas e com o juridiquês utilizados em alguns casos para justificar o injustificável. Estamos, isto sim, acostumados com a “malandragem” dos tribunais de todos os matizes, com as acomodações cavocadas na lei que acabam mudando o rumo dos acontecimentos e, regra geral, favorecendo os mais fortes.

Acontece aqui, acontece no Rio de Janeiro, onde está o STJD, pródigo em decisões suscetíveis a críticas e a contestações. Ou dá pra aceitar, na reta final do Brasileirão, a postergação de julgamentos que beneficiam clubes grandes? Abel Braga, Flu, Emerson, Corinthians, e outros personagens de jogos decisivos nas duas últimas rodadas. Rafael Moura Flu também teve seu julgamento adiado, ídem para Renato Abreu Fla. O Vasco conseguiu efeito suspensivo da interdição de São Januário, recuperando seu mando de jogo na última rodada, contra o Flamengo. Ninguém pode se queixar, o STJD faz de conta que legisla igual pra todos.

Outro caso: a agressão do zagueiro Bolívar, do Inter, ao lateral Dodô, do Bahia. O baiano sofreu lesão grave e ficará afastado do futebol por seis meses. E o Bolívar? Ora, o Bolívar continua jogando, desfilando a impunidade pelos gramados, a espera de uma atitude de um procurador que só age movido pela da luz dos holofotes e pelo tamanho da vitrine. Não existe suspensão preventiva para flagrantes de violência e agressão? E a suspeita de doping do nadador César Cielo, julgada por tribunal internacional diferentemente de situações idênticas que envolveram outros atletas brasileiros?

Podem me chamar de ignorante, não vou parar de perguntar. Além do mais, ouço e enxergo muito bem. E tenho cérebro para pensar, duvidar das versões oficiais e entender os ardis dos tribunais. Quem não concordar comigo – e serão muitos – leia matéria publicada hoje pelo ,http://esporte.uol.com.br/futebol/campeonatos/br com a seguinte manchete: STJD 'alivia' e beneficia equipes do topo da tabela na reta final do Brasileirão. Se quiserem mais do mesmo leiam a coluna do Juca Kfouri, também no Uol: A "justiça" esportiva ataca novamente.


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segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O pior e o melhor nos Jogos Abertos

Pódio para Florianópolis, Criciúma e Joinville (foto Fesporte)

Passei nove dias em Criciúma acompanhando por dentro e por fora a 51ª edição dos Jogos Abertos de Santa Cataria, encerrada sábado. Por dentro como um dos 21 integrantes do Conselho Estadual de Desportos, onde se legisla sobre o sistema esportivo catarinense, mas também se pratica muito puxa-saquismo com autoridades, distribuindo condecorações a torto e a direito. Uma para o Governador aqui, outra para o Secretário ali, mais uma para outro Secretário acolá. Ao ponto de homenagear gente já homenageada, provocando constrangimento naqueles que ousam discordar das proposições despropositadas. Sobra pouco para os atletas.

Infelizmente é dominante a condução chapa branca do esporte. Por fora fiquei agradavelmente envolvido com um projeto do curso de jornalismo da Satc, coordenado pela ex-televisiva Lize Búrigo. O professor na cadeira de jornalismo esportivo, Paulo Scarduelli, sugeriu a minha colaboração e eu aceitei de pronto. Também longe das entranhas da organização esportiva participei de programas da FM Som Maior, do amigo Adelor Lessa, emissora líder disparada de audiência no segmento.

Valeram as experiências, aprendi mais um pouco e as decepções ficaram concentradas apenas no lado oficial. Criciúma fez bonito com o segundo lugar e levantou mais uma vez a velha discussão sobre a contratação de atletas “estrangeiros”. Blumenau decepcionou na quarta colocação e Florianópolis garantiu o tri campeonato surpreendendo pela facilidade da conquista. Ano que vem tem Jogos Abertos na pequena Caçador, no meio oeste, onde as dificuldades de organização serão bem maiores. Boa sorte aos anfitriões de 2012.

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Guloseimas que divertem e não engordam



O café da manhã no hotel onde estou nestes Jogos Abertos em Criciúma é uma delícia. Não só pelas guloseimas que nos fazem ganhar mais algumas gramas em apenas uma semana. A mesa farta a que me refiro é a da fofoca. Desde que me conheço por gente aquele estado de sonolência matinal passa em minutos graças à agitação provocada pelo disse-me-disse ao nascer do sol.

Eu e o colunista Maceió, de A Notícia, somos os únicos jornalistas no hotel onde os organizaores hospedaram alguns dirigentes, membros do Tribunal de Justiça, do Conselho Estadual do Esporte (do qual faço parte) e ex-atletas que viraram cartolas em instituições do estado ou de municípios. Os atletas mesmo, aqueles que competem e dão o sangue por medalhas e troféus, estão junto com suas delegações nas escolas da cidade transformadas em alojamentos. Ali sim, haja comida para sustentar tantas tropas desgastadas pelo combate esportivo.

É a prioridade invertida. Sai caro acomodar na rede hoteleira estes verdadeiros heróis travestidos de guerreiros. Só que a guerra deles é outra, pelo esporte e contra a falta de estrutura , em muitos casos, em outros pela ausência de recursos, de planejamento e do simples incentivo por parte dos dirigentes municipais.

Voltando ao café, isso também é discutido quase todas as manhãs em conversas longas e quase sempre repetidas nos anos seguintes. É pesado, e o que diverte mesmo é a fofocalhada. Quem fez o quê, quem está pendurado no cargo e pode cair a qualquer momento (o que geralmente nunca se concretiza e fica mesmo no terreno da fofoca), quem são os reis da noite, qual a mancada esportiva dos dias anteriores, quem perdeu o que deveria ganhar, e vice e versa, e qual o político ligado à área que menos contribui para o esporte catarinense. Para esse último item da lista não faltam candidatos, mas sobram medalhas e condecorações. Afinal, os puxa sacos de plantão estão aí pra isso e o café da manhã é deles e com eles também.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Corromperam São Pedro, mas a "Marcha" saiu

foto by Medaglia


Criciúma amanheceu com o tempo enfarruscado e sob uma chuva fina que poderia comprometer a “Marcha Contra a Corrupção”, organizada através das mídias sociais com o reforço da mídia local que ajudou na divulgação. Pouco antes das 9 horas os participantes começaram a chegar na rodoviária,centro da cidade e ponto de partida para a manifestação.Ali, protegidos pelas marquises, reforçaram o apelo através do carro de som, apitaço e muita gritaria.

Em resumo, nada atrapalhou a “Marcha”, que saiu um pouco depois do horário previsto e com a adesão de outros grupos foi ganhando corpo ao longo da Avenida Centenário, principal via da cidade. Não vou arriscar número porque não sou bom nisso e não gosto do chutômetro. Só posso garantir que o suborno a um funcionário do São Pedro não adiantou. Como de praxe, o chefe disse não saber de nada e prometeu investigar, doa a quem doer.


O fato é que a “Marcha Contra a Corrupção” atingiu seus objetivos, envolvendo gente de todas as idades que caminhou cerca de dois quilômetros sob chuvisqueiro intermitente até o Parque das Nações, local do encontro. Quem sabe até os milhares de atletas de outras regiões que estão em Criciúma disputando os Jogos Abertos tenham acordado nesta terça-feira chuvosa para a triste realidade brasileira e acabem engajados neste movimento apartidário e nascido do povo.

domingo, 13 de novembro de 2011

Menos, presidente, menos

O apelo do presidente do Figueirense, Nestor Lodetti, para que todos ajudem o Avaí na tentativa de escapar do rebaixamento, é maldade extrema, é chutar cachorro morto, é bater em bêbado, é sacanagem no pior estilo. Os jogos do sábado mostraram a dura realidade vivida pelo time avaiano que, além de rebaixado, vai terminar o Brasileirão em último lugar.

Só um bobo mangolão que ainda acredita em Papai Noel, Coelhinho da Páscoa, e que um dia o sargento Garcia vai prender o Zorro, vai entender como solidariedade a irônica manifestação do presidente Lodetti.

Vejo aí também um pouco de soberba, antes de significar uma chacota deselegante com o “inimigo” moribundo. Não cabe na cabeça de ninguém que dirigentes do maior rival estejam mesmo preocupados com o Avaí na segunda divisão. Isso deve ter batido muito forte no ego do torcedor que está sendo humilhado pela brincadeira inoportuna de um dirigente “do outro lado”.

Uma pena que as relações no esporte estejam se transformando dessa forma. O inacreditável é que a mídia que acompanha o dia a dia dos dois clubes tenha levado a sério uma cutucada tão maldosa e levada a público com requintes de crueldade. O clássico vem aí, reforcem o policiamento na Ressacada.

sábado, 12 de novembro de 2011

Para se morrer de inveja


O local onde está instalada a Comissão Organizadora dos Jogos Abertos no Centro de Eventos de Criciúma é muito bom, com amplo estacionamento, de acesso fácil, em prédio amplo e arejado. É um privilégio para uma cidade contar com este equipamento e poder sempre disponibilizá-lo para eventos importantes.

Não adianta só ter um bom lugar, é preciso agregar soluções criativas para torná-lo mais prático para todos. Em Brusque, no cinqüentenário dos Jogos Abertos, o pavilhão da Fenarreco recebeu a mesma demanda, mas não funcionou tão bem como está acontecendo em Criciúma onde, nos três períodos do dia, circulam jornalistas, atletas, dirigentes, técnicos, toda a equipe da Fesporte e visitantes.

A diferença está exatamente no aproveitamento do espaço. Na atual Arena dos Jogos Abertos existe uma área extensa com painéis interativos contando a história do esporte neste que é o maior evento do gênero de Santa Catarina e que por isso mesmo exige atenção especial de todos os setores para a sua execução.

Além do espaço destinado ao centro de imprensa, lanchonete, restaurante e estandes promocionais de várias instituições, foi criado um pequeno anfiteatro para palestras e entrevistas, inaugurado neste sábado pela ginasta Daiane dos Santos. O som é que pode ser melhorado, o que talvez aconteça no restante da programação que inclui Tande e Hortência, além de especialistas em outras áreas do desporto. Há espaço ainda para as disputas do judoô e karatê graças à mobilidade dos tatamis e arquibancadas.

Ao lado deste complexo está o ginásio municipal totalmente recuperado, com capacidade para quatro mil espectadores. Perderá, depois dos Jogos Abertos, cerca de 200 lugares com a colocação das cadeiras, projeto da Prefeitura ligado às condições de segurança e que só não foi concluído por causa dos Jogos. Uma verdadeira arena esportiva de dar inveja aos cada vez mais carentes desportistas de Florianópolis e região.

Aberta a temporada de caça aos votos do Conselho

O Conselho Estadual do Esporte vai se reunir durante os Jogos Abertos, em Criciúma, nos dias l6,17,18 para escolher as sedes dos próximos eventos da Fesporte. A única certeza é para Caçador, já referendada como sede dos Jasc do ano que vem. Para 2013 só Joinville, por enquanto, manifestou intenção de receber este evento.

Não existe nada definido para as demais competições, a não ser as candidaturas de alguns municípios que vão apresentar ao Conselho suas propostas e condições oferecidas para atender as exigências do Caderno de Encargos da Fesporte.

Mas, as primeiras abordagens aos conselheiros que já estão em Criciúma começaram, através de telefonemas, conversas ao pé do ouvido ou pedidos explícitos de votos. Até a semana que vem o assédio deve aumentar, espero eu sem violação do interesse maior que é o do esporte. Claro que o jogo será pesado envolvendo até, e infelizmente, questões político/partidárias, sem contar os apelos de fundo sentimental.

É o caso de Curitibanos, local onde foram realizados os primeiros Joginhos Abertos por iniciativa do falecido desportista Felipe Abraão Neto, o Feio, natural do município. Por essas razões Curitibanos aparece como candidata séria e por enquanto isolada à sede em 2012 da 25ª edição. Os Parajasc tem apenas Brusque como pretendente. A Olesc interessa a Blumenau, São Miguel do Oeste e Criciúma. Os Jogos da Terceira Idade têm cinco candidaturas: Itá, Piratuba, Gravatal, Jaraguá do Sul e Nova Trento. Levam vantagem, creio eu, as cidades de águas termais, embora algumas não reúnam as condições técnicas ideais.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Jornalismo e Jogos Abertos



A partir desta sexta-feira e até o dia 20 estarei em Criciúma para uma convivência muito especial com alunos do curso de jornalismo da Satc, coordenados pela professora Lize Búrigo com assistência do professor Paulo Scarduelli. Aceitei muito feliz o convite – na verdade eu praticamente me convidei - para fazer parte do projeto de um site que vai colocar a meninada pela primeira vez frente a frente com os Jogos Abertos de Santa Catarina, um belo desafio pra todos.

Tenho muitas histórias na cobertura dos chamados Jasc, nos dois lados do balcão, com razoável experiência para passar adiante. Espero ajudar os focas de hoje nos preparativos para a luta em busca amanhã de uma oportunidade cada vez mais difícil em um mercado fragilizado pelo monopólio das mídias.

Entre os que resistem bravamente e lutam contra os efeitos danosos desta dominação está o jornalista Adelor Lessa, meu ex-companheiro de redação nos tempos gloriosos de “O Estado”. Adelor é o cara da “FM Som Maior”, emissora de rádio com programação diferenciada, misturando boa música com jornalismo. Em alguns momentos do dia estarei junto com ele e a equipe da “Som Maior” conversando sobre as competições e a periferia dos Jogos Abertos e seus acontecimentos interessantes.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Quero porte para armas de guerra

Vou de carona no post dominical do César Valente no seu blog deolhonacapital. Aqui em Jurerê, onde somos vizinhos, tem um semáforo no final da Rodovia Maurício Sirotsky Sobrinho, cruzamento com a avenida Búzios. É o ponto ideal para observação e audição destes exibicionistas do som. Não sei como a Polícia Militar, sempre tão zelosa na tarefa de aplicar multas ou aporrinhar o cidadão em dia com suas obrigações tributárias, não dá um jeito nesse povo que circula pela cidade exibindo seu altíssimo grau de estupidez. Cadê a PM, cadê a guarda municipal? Onde está o respeito à lei?

Os infratores são de fácil identificação. Começa pelo modelo dos carros e termina no som insuportável em altíssimo volume. Alguns ouvem “aquilo” contaminando a região numa distância considerável. Essa zoeira poderia ser utilizada como arma de guerra, combate a traficantes, coisas do gênero. As vítimas não agüentam. Sem contar o perigo que representa dirigir com aquela poluição sonora por dentro e por fora. Sim, porque alguns idiotas trafegam com os vidros fechados.

Há uma fixação com axé, sambão, música eletrônica e todas essas porcarias modernas e insuportáveis. Quando há coincidência na espera da troca de sinal destes carros de som dirigidos por imbecís, com aquelas motos cujo ruído aumenta a cada acelerada, aí vira instrumento de tortura. Quem como eu mora próximo a um cruzamento, onde a poluição sonora tem diversos estágios enlouquecedores, deveria possuir porte de arma, de preferência para aquelas bazucas que estraçalham o alvo, sem chance para o inimigo nada oculto.


É preconceito? Então estou inscrito. Quero ser o primeiro da lista.

A tirania dos "professores"

Tem que haver um jeito de acabar com essa tirania dos treinadores. Assinam contratos milionários, exigem o pacote que inclui auxiliar técnico, preparador físico e o escambau. Alguns carregam junto irmão, sobrinho, primo, o que tiver na família precisando de emprego.

Quando demitidos levam a multa contratual e toda a sua turma para um novo clube. Os dirigentes, como administradores de uma empresa, deveriam exigir mais dos seus empregados. Passou um tempo, não houve resposta em campo, chama na salinha e faz a perguntinha clássica. O que está acontecendo que o rendimento não melhora? É assim em qualquer empresa privada. É normal, o patrão cobra, o empregado tem que se explicar. Ou então, pé na bunda

No futebol não é assim. A maioria dos dirigentes espera o desastre acontecer pra mandar o técnico embora e trazer outro nas mesmas bases. Às vezes dá certo, esse é o problema. Quando não exageram na dose, não dando tempo para o processo surtir efeito. Trabalham com a exceção, não com a regra e fazem dela uma cartilha equivocada do gestor esportivo. Deixam as águas rolarem e em geral a opção errada é pelo mais fácil, com a troca de treinador a cada tropeço.


Vejamos dois exemplinhos bem no nosso nariz. O Toninho Cecílio pinta e borda no Avaí com a complacência da direção e vejam no que deu. Se bem que ele pegou o time com a corda no pescoço. Mas também não fez nada de diferente. O Dorival Júnior não tem justificado a fama de bom treinador. Repete no Internacional o trabalho ruim de outros clubes este ano e mostra a faceta de grande parte dos seus colegas com suas preferências injustificáveis por alguns jogadores.

São todos assim. Até que um belo dia algum dirigente bata na mesa e acabe com esta mania de transformar os clubes na casa da mãe Joana e fazer dos times a universidade do Professor Pardal.

domingo, 6 de novembro de 2011

Quando o repórter briga feio com a notícia

Manhã de domingo, Autódromo Velo Park em Nova Santa Rita (RS), cenário da última prova do ano na categoria Stock Car:

Narrador da Globo: “ele foi meio imprudente”, disse o locutor referindo-se ao piloto Marco Gomes, que numa tentativa de ultrapassagem bateu seu carro contra o de Cacá Bueno na última volta da corrida.

Repórter Reginaldo Leme: “não houve nada, foi um acidente de corrida”.

Cacá foi campeão da temporada, apesar da “barbeiragem” do companheiro que o tirou da prova, mas não o afastou do título.

“Mas o Marco deu uma forçadinha de barra”, insistiu o locutor, confiando nas imagens claríssimas que acabara de ver com os telespectadores, inclusive este que vos escreve.

Resposta impaciente do Reginaldo: nada, nada, isso é coisa de corrida.

Depois de desmentir ao vivo, por duas vezes, a observação correta do seu parceiro de cobertura Reginaldo Leme, macaco velhíssimo em corridas de automóvel, teve que ouvir do próprio Cacá Bueno a verdadeira versão sobre o acidente: “Estou feliz com o título, mas isso não podia terminar assim” – falou Cacá sobre o acidente, acrescentando. “Ele – Marco - foi irresponsável com aquela manobra”.

Não dá pra brigar com a notícia, ainda mais em uma transmissão ao vivo e em se tratando de um repórter experiente como Reginaldo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

O que temos para receber o turista

Ainda não consegui entender o conceito das nossas autoridades sobre cidade turística. Só as belezas naturais não sustentam os slogans que gostam de inventar para mostrar Florianópolis como um dos endereços mais cobiçados para o turismo de temporada.

Os portões de acesso à capital turística do Mercosul, como gostam de arrotar, estão em estado lamentável. O aeroporto é aquilo que todo mundo sabe, em matéria de capacidade, conforto e acesso. Pelo norte a BR-101 vive aos remendos, conserta aqui, conserta ali, para a duplicação aguentar o fluxo sobre um asfalto de quinta. Pelo Sul é muito pior por causa do risco de vida devido às obras incompletas e sinalização com a cara e incompetência do DNIT.

Remexo nessas indecências da administração pública porque fui obrigado a andar pela rodoviária Rita Maria. A manhã estava tranqüila, sem aqueles atropelos do trânsito na região, mas uma estada ainda que rápida por um prédio que nasceu como um cartão postal de Florianópolis tira qualquer um do sério.

A passarela sobre a Avenida Paulo Fontes está podre, com o teto comido pela ferrugem, sem lâmpadas e, acreditem, com mato crescendo em alguns pontos. No piso já dá pra enxergar os buracos e o ferro aparecendo, resultado do desgaste do concreto. A sujeira mistura-se com mais um pouco de mato. Uma imundície vergonhosa. No pátio do estacionamento, pago, a buraqueira não é nada discreta. Tem cratera de todo o tamanho.

Lá dentro, sob a escuridão pela falta de lâmpadas e a penumbra provocada por aquela “cor-de-burro-quando-foge”, são visíveis a falta de manutenção e o desleixo. As cadeiras são velhas e muitas estão quebradas. Há espaços imensos sem aproveitamento e os novos e raros locatários não ajudaram a melhorar em nada o aspecto lúgubre do prédio.

Quem deveria cuidar de tudo isso não tem tempo disponível. É árdua a tarefa do faz de conta. Eles fingem que trabalham e planejam. E ainda tem otário que acredita e vai às urnas para torná-los quase vitalícios em suas funções, especialistas em safadeza e descaso com a coisa pública.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Natação de Florianópolis fora dos Jogos Abertos

Natação feminina da Capital era força dos Jasc


A equipe de natação de Florianópolis era uma forte candidata ao título da modalidade nos Jogos Abertos de Santa Catarina, os Jasc, que serão disputados em Criciúma a partir do próximo dia 11. A pontuação alcançada nesta modalidade poderia ajudar muito na luta pelo título geral da competição.

As projeções otimistas dos dirigentes da Fundação Municipal de Esportes da Capital afundaram na manhã desta sexta-feira com a decisão do Tribunal e Justiça Desportiva do sistema esportivo catarinense que, por 7 votos a 0, negou provimento ao mandado de garantia impetrado por aquela instituição e defendido pelo advogado Luciano Hostins. O TJD entendeu que a FME não respeitou o prazo do dia 10 de outubro, considerado data limite para inscrições determinada pelo regulamento geral da Fesporte para seus eventos.

Em sua argumentação Luciano alegou que a data do dia 10 é para desistências, e não para inscrições. “Está lá no site da Fesporte, esse é o meu entendimento”, justificou o advogado. Votaram os auditores Robson Vieira, presidente do TJD, o auditor relator Aldo Abraão Massih Jr., e os auditores Giovani Mariot, Frederico Pereira, Jorge Lima, Marcelo Silveira e Roberto Pugliese Jr.

A direção da FME não admite, mas houve esquecimento dos técnicos responsáveis pelas inscrições e formação da delegação que vai a Criciúma. Vai sobrar pra alguém na Fundação, se é que já não rolou alguma cabeça.

ATUALIZANDO; Luciano Hostins tentará na justiça comum anulação do julgamento. Não vai discutir o mérito, mas alega que o julgamento é nulo porque Sérgio Galdino, presidente do Conselho Estadual do Esporte, não poderia defender Blumenau como terceira interessada. Galdino é presidente da fundação blumenauense

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Um silêncio constrangedor

Deputado Marcelo Freixo

O cidadão vive tranquilo numa cidade dita maravilhosa, cumprindo com suas obrigações, criando os filhos ao lado da mulher, trabalhando pelo país. Até que um dia os milicianos, a nova praga dos morros cariocas, decidiu que ele tem que ir embora, trocar o Brasil por um exílio. Se não quiser morrer ou perder alguém da sua família terá que viver no exterior, em lugar incerto e não sabido. Em tempo de evitar que lhe destinem o mesmo fim daquela juíza assassinada recentemente

Esta é a nova realidade do deputado Marcelo Freixo, do PSOL, que de sua trincheira na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro combate as milícias organizadas. A resposta das autoridades de segurança, do governo do estado e da presidência da República foi zero. Ou seja, o combativo deputado, cumpridor dos seus deveres e ameaçado de morte por defender a sociedade que o elegeu, não recebeu nem de seus pares um mínimo de solidariedade.

Vá embora e pare de incomodar. É mais ou menos esse o significado do silêncio de uma nação inteira. Sim, da nação, porque fora a repercussão na mídia, mais nada aconteceu. Ninguém, em canto algum deste país, ou mesmo na sua cidade, levantou a voz ou organizou qualquer tipo de manifestação em defesa do deputado Marcelo. Valeu a pena ser o inspirador do filme “Tropa de Elite 2”? Parece que não. Constrangedor e perigoso porque maus exemplos como estes são um rastilho de pólvora.