sábado, 29 de setembro de 2007

Sábado/domingo

A foca e a vaca

As páginas esportivas de jornais e programas de televisão continuam discutindo o embate, dentro e fora do campo, entre o talento para jogadas bonitas e a grossura de alguns brucutus que infestam o futebol brasileiro. A origem desta interminável polêmica – já ocupou espaços em outras oportunidades com personagens diferentes – é o drible da foca Kerlon, atacante do Cruzeiro. Até o Dunga vociferou contra a habilidade, opinião levada para a sua lista de convocados. A mais nova contribuição para alimentar este tititi saiu dos pés de Marta, atacante da seleção brasileira feminina, que aplicou o drible da vaca na sua marcadora e fez um golaço contra os Estados Unidos. O que, na verdade, soa como provocação no gramado? Um lance de habilidade, uma jogada desconcertante, ou o que fez o troglodita Aloísio, do São Paulo, contra o Boca Júniors no Morumbi, ao levar a bola para junto da bandeira de escanteio buscando matar o tempo?

Surpresa, sim

A maioria de jornalistas esportivos de todo o país classificou como coerente e sem surpresas a convocação “estrangeira” de Dunga para as eliminatórias. Coerente até pode ser, já que o treinador manteve suas convicções confirmando Fernando para o meio campo e Afonso para o ataque, pasmem, como reserva de Wagner Love, outra convocação injustificável.. O espanto vem justamente no chamado destes jogadores. Ou alguém duvida da existência de, no mínimo meia dúzia de nomes melhores dos que estas opções do técnico? Estão lá mesmo na Europa, pois os times daqui não podem ser desfalcados na reta final do campeonato brasileiro.

Brasileiros

O Figueirense está com água pelo pescoço e precisa de um bom resultado neste domingo contra o Cruzeiro em BH. A projeção, em caso até mesmo de um empate, é ameaçadora para as pretensões de quem pretende fugir da zona de rebaixamento. Tereemos o embalo e a qualidade do time dirigido por Dorival Júnior, vice-líder incontestável, contra a irregularidade de rendimento do grupo agora nas mãos de Gallo. É raposa no galinheiro. O Avaí segue esperneando para ficar na série B, missão que será posta à prova em Fortaleza diante do Ceará. Diferente do Criciúma, ex-líder, hoje quinto colocado, jogando contra o Remo, vice-lanterna. Sustos e aflições para torcidas catarinenses, com o pé atrás por razões distintas, mas apavoradas com os efeitos de eventuais derrotas na rodada do final de semana.

Morte anunciada

Torcedores blumenauenses choram a derrubada do estádio Aderbal Ramos da Silva, último resquício de futebol profissional na cidade. Falta pouco para desaparecer e, o que resta, está nas mãos do combalido Metropolitano. É batalha perdida. Blumenau, seu povo, empresários e autoridades, fizeram uma opção clara por outros esportes. O futebol aos poucos e, irreversivelmente, vai desaparecer dos corações e mentes da população que prefere lotar ginásios para assistir modalidades campeãs.

Hora e a vez do Mário

Cuca e o Botafogo seguem amaldiçoados pela síndrome das decisões. O time é bom, joga bonito, mas amarela na hora do vamos ver, como aconteceu quinta-feira contra o River em Buenos Aires. Copa do Brasil, Estadual, Copa Sul-Americana, o Botafogo não escolhe mais competição para perder. Agora quero ver o Mário Sérgio no lugar do Cuca fazer no Rio o que fazia em Florianópolis com a imprensa e a torcida do Figueirense.

Caranguejo

Dirigentes de fundações estão reclamando dos novos critérios estabelecidos pela Fesporte para apontar os campeões de Olesc, Joguinhos e Jogos Abertos. Número de medalhas, ao invés da pontuação, foi a escolha da instituição aprovada no Conselho Estadual de Desportos. Até hoje não entendo a intromissão do Conselho em regulamentos de competição, mas como a Fesporte sempre se submeteu às opiniões distantes da realidade dos eventos que promove, volta e meia dá pra trás e continua sem ouvir quem realmente tem a ver com o assunto.

Filme antigo

E triste. É a discussão em torno do projeto para o novo estádio do Figueirense e seu impacto para a cidade. O clube tratou rápido de alguns esclarecimentos. A Operação Moeda Verde, desencadeada recentemente pela Polícia Federal, serviu de alerta ao escancarar como funcionam mecanismos cujos interesses raramente coincidem com os da população de Florianópolis.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Quinta-feira

Dito pelo não dito

A CBF, promotora de um dos campeonatos mais importantes do mundo, até hoje não se pronunciou sobre os acontecimentos do Brasileirão 2005. O Clube dos 13 mantém-se à distância e também não se manifesta sobre as suspeitas que envolvem o Corinthians e sua mafiosa administração. Fica mais fácil para as autoridades competentes e assemelhados, simplesmente chamar de gagá o ex-presidente corintiano, Alberto Dualib, que disse em alto e bom som que o seu clube ganhou roubado o campeonato em questão. Mesmo porque, garantem os que preferem empurrar tudo para baixo do tapete, como vem sendo feito desde aquela época, não há comprovação de dolo. E, ainda que houvesse, completa este humilde escriba, não aconteceria nada. Estamos no Brasil. Na Itália, França e Espanha grandes clubes perderam títulos e foram parar na segunda divisão. Aqui, de concreto ficamos com a estapafúrdia e arbitrária decisão do´então presidente do STJD, Luís Zveiter, que optou pela repetição de onze jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho.

Errei

A propósito, quero corrigir informação que passei na coluna anterior, debitando na já deficitária conta do Edílson, o erro no jogo entre Corinthians e Internacional. Na verdade o autor da mancada foi o mineiro Márcio Rezende de Freitas, um dos que passou pela Federação Catarinense sem acrescentar nada, a não ser a marca de sua aposentadoria, generosidade do doutor Delfim, repetida mais tarde com o carioca Wagner Tardelli.

Administração séria

O Campeão da Copa Santa Catarina, que começa daqui a dez dias, disputará a Copa Sul-Brasileira com os vencedores do Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Ao campeão desta caberão R$ 30 mil, e ao vice, R$ 20 mil. E o primeiro colocado da nossa copinha, vai ganhar o que? No máximo um troféu e congratulações, pois o doutor Delfim, zeloso que é com os recursos da Federação que preside, não vai jogar dinheiro fora com um campeãozinho qualquer. Afinal, há investimentos mais sérios pela frente, como a conclusão da majestosa sede da FCF, no quintal da sua casa.

Peixe pequeno

Li, nas páginas do Diarinho, notícia sobre CPI na Fundação Municipal de Esportes de Bombinhas e superfaturamento nas contas da sonorização de um evento. Ora, meus amigos, isso é realmente uma bombinha, um traque. Uma verdadeira CPI do Esporte, abrangendo Estado e municípios, deixaria muita gente com os calções na mão.

Ronaldo$

Enquanto o vaiado Ronaldinho do Barcelona namora um salário de R$ 3,6 milhões mês no inglês Chelsea, o Ronaldo do Milan vive o reverso. O ex-Fenômeno passa pelo drama de mais uma lesão séria e de diagnóstico indefinido. Ronaldo já esteve no Brasil, com o médico da seleção, retornou à Itália e continua sem saber quando volta aos gramados.

Para homens

Por mais ufanista que pretenda ser, não consigo me entusiasmar com o futebol das meninas da seleção brasileira. Hoje pela manhã elas entram em campo na semifinal da Copa do Mundo contra os Estados Unidos. Torço pelo sucesso do time onde joga a catarinense Maicon, mas continuo achando que a praia das mulheres deve ser outra, não o futebol. Embora até os ranhetas velhinhos da FIFA já tenham se rendido aos encantos do “ludopédio” feminino.

Sobre mulheres

Tem livro novo na praça, escrito pelo companheiro e editor de esportes de Zero Hora, David Coimbra. Na tentativa de entender o universo feminino e explicar para seus companheiros de bancada, se meteu em uma longa pesquisa. Seu alvo: mulheres famosas e poderosas de todos os tempos, tais como Mata Hari, Ródope, Teodora, Salomé, Frinéia, Cleópatra, Dama das Camélias, Catarina de Médici, entre outras. O resultado (ele se rende à supremacia feminina e jura que devemos a elas o desenvolvimento da civilização) está em “Jogo de Damas”, edição caprichada da L&PM, com ilustrações do Edgar Vasquez. Há capítulos como “A Maior Devassa da Civilização” ou “O Maior Corno da História”. Já li outras coisas do David, o cara é bom de bola. Em tempo: David Coimbra, antes da editoria e colunas em ZH, exercitou seu talento como repórter da sucursal da RBS em Criciúma.




terça-feira, 25 de setembro de 2007

Terça-feira

O que faz a diferença

O prefeito de Blumenau, João Paulo Kleinubing, assinou domingo a ordem de serviço para as obras de recuperação do ginásio “Galegão”. Trata-se de um investimento de R$ 5 milhões que capacitará aquela antiga praça esportiva para voltar a receber cerca de três mil espectadores, em shows ou competições. É mais um equipamento integrado ao Parque Vila Germânica, para dar suporte ao desenvolvimento das atividades culturais e esportivas da região, com parte dos recursos repassada pelo Fundesporte, com captação entre mais de 20 empresas. Tem sido essa a resposta à comunidade também em cidades de pequeno e médio porte por toda Santa Catarina. Menos na capital do Estado, entregue a especulação imobiliária, ao descaso do governo estadual e à incompetência de seus administradores do esporte e do município.

É o fim

A derrota brasileira para a Áustria por 4 a 1, em Insbruck, mantém nosso tênis no zonal americano da Copa Davis, enquanto os austríacos voltam ao grupo de elite. Está acabando um período de ouro para o Brasil e, com ele, o interesse no país por uma modalidade que vive de ciclos e de raros talentos. Teve Thomaz Koch junto com Maria Éster Bueno, depois Marcos Hocevar, Luís Mattar e, por último, o brilho catarinense com Guga Kuerten.

Brasileiros

O Figueirense perdeu naturalmente para o São Paulo e ficou, junto com Goiás e Flamengo, a um ponto do rebaixamento: 34 a 33 pontos do Corinthians, que empata com Atlético MG e Náutico, mas perde no critério técnico. É crítico para quem na próxima rodada precisa enfrentar o Cruzeiro em Belo Horizonte. Ganhando do CRB em Florianópolis o Avaí botou a cabeça fora da água na série B e subiu duas posições. Com 34 pontos, dois acima do Paulista, primeiro rebaixado, os avaianos continuam alertas, pois agora jogarão fora contra Ceará, inimigo direto, e o vice-líder Ipatinga. O Criciúma perdeu de novo, mas segue em quarto lugar classificado para a série A, empatado em 41 pontos com o Vitória e Portuguesa, e um ponto apenas a frente do Brasiliense. O técnico Roberto Cavalo espera reagir em casa na seqüência contra Remo e o próprio Brasiliense. Como queimou as gorduras que acumulara liderando 18 rodadas, tropeço em um destes dois jogos reduz chances de classificação a quase zero.

Na cabeça

A semana correu com discussões envolvendo galo, coelho, raposa e foca, como se o noticiário tratasse daquela loteria não oficial cujos resultados todo mundo toma conhecimento e sabe onde apostar. A polêmica em questão, provocada pelo “drible da foca”, aplicado pelo cruzeirense Kerlon em cima do atleticano Coelho, acabou revelando dados interessantes sobre o campeonato brasileiro. Levantamento feito por jornal paulista denuncia que somos os mais violentos, com média altíssima de 44 faltas por jogo, contra 39 na Espanha, 38 da Itália e 24 na Inglaterra. A conclusão básica é que os jogadores não se respeitam e há treinadores orientando para o jogo violento. Ninguém esquece Joel Santana, à beira do gramado, mandando seus comandados no Flamengo responderem com “porrada” às gracinhas adversárias. Foi absolvido no STJD.

Na lama

O ex-presidente do Corinthians, Alberto Dualib, em uma de suas declarações gravadas pela Polícia Federal, afirma que o seu clube ganhou o título brasileiro de 2005 roubado. Foi, realmente, uma competição cercada de suspeitas, com participação direta do árbitro Edílson Pereira de Carvalho, que acabou preso e banido do futebol. Onze jogos apitados por Edílson foram repetidos e Márcio Rezende de Freitas, o mineiro que se aposentou na Federação Catarinense sob os auspícios do doutor Delfim, deixou de marcar um pênalti (jogo em 1 a 1) a favor do Internacional e expulsou Tinga. Márcio alegou que o jogador colorado teria simulado uma falta em lance envolvendo o goleiro Fábio Costa, na época no Corinthians. Erro mais tarde assumido publicamente pelo árbitro.

Na contramão

Os clubes com melhor estrutura dão muita sustentação às divisões de base, revelam talentos e fazem bons negócios. Em alguns casos e somando essa a outras medidas administrativas, o resultado é compensador, garantindo inclusive lastro para montagem de boas equipes. Quem não age assim, preferindo abrir as portas a jogadores de empresários ou parcerias mal explicadas, termina por dilapidar o patrimônio do clube e fica décadas sem uma única conquista. Avaí, Marcílio Dias e Joinville estão nessa turma.

sábado, 22 de setembro de 2007

Sábado/domingo

Argentina 3 x 1 Brasil

Só o Botafogo conseguiu passar pelos argentinos no confronto da quarta-feira, e assim mesmo com uma vitória magrinha sobre o River Plate por 1 a 0. Tomara consiga segurar o time de Daniel Passarela em Buenos Aires, no Monumental de Nuñez. O incensado São Paulo parou no Boca Juniors, na Bombonera, e mesmo que tenha perdido somente por 2 a 1, terá que jogar muito mais no Morumbi para seguir adiante na Sul-americana.. Para o Vasco a missão é mais difícil, embora o Lanus não seja lá essas coisas. Mas, perdeu de 2 a 0, e reverter isso diante de uma equipe argentina, ainda que no Rio, é missão quase impossível. Pior fez o Goiás no Serra Dourada, diante do inexpressivo e desconhecido Arsenal, de Sarandi. Depois de virar o jogo para 2 a 1 com dois gols do eficientíssimo Paulo Baier, permitiu a reação do adversário em dois minutos, no finalzinho, e agora tem que reagir fora de casa. O jornalista e dramaturgo Nelson Rodrigues, se vivo fosse, veria sacramentada hoje sua máxima: diante de times argentinos assumimos nosso complexo de vira-latas.

Brasileiros

O Figueirense começa a série de dois jogos fora do Scarpelli enfrentando o São Paulo, mordido pela derrota em Buenos Aires. Imagino o humor do Muricy Ramalho. Vai querer descontar no Figueirense que joga sem o zagueiro Chicão, impulsionador do time. Ruy não tem feito falta, mas André Santos, na outra lateral, será ausência sentida, valendo o mesmo para o atacante Jean Carlos. Nesse jogo são mínimas as chances do representante catarinense na série A, que depois vai a Minas enfrentar o Cruzeiro. Na volta pode ter que encarar a ameaça do rebaixamento. Por incrível que pareça, o favorito nesta rodada é o Avaí, que joga na Ressacada contra o CRB. Se perder pode enrolar a bandeira a juntar todos os santos disponíveis para tentar permanecer na série B. O decadente Criciúma busca recuperação pelas mãos do caseiro Roberto Cavalo. Mas o jogo é fora, contra o Fortaleza, que precisa ganhar de qualquer jeito. Um sábado para aflição de três torcidas.

Bandeira branca

Caso a Malwee derrube os paulistas do Intelli neste sábado, em Jaraguá do Sul, teremos uma final catarinense na Liga de futsal. O Joinville, classificado depois de vencer o Orlândia, aguarda por esta decisão. Pelos antecedentes do confronto entre os representantes de Jaraguá e Joinville, a segurança terá trabalho nas duas arenas. Para evitar o pior será preciso hastear a bandeira da paz entre atletas e torcidas.

Sina

O goleiro Andrey, xodó do técnico Adilson Fernandes na sua passagem pelo Figueirense, come o pão amassado pelo diabo no Steua Bucarest, clube do futebol romeno e de propriedade do milionário dos imóveis, Gigi Becali. Com salários atrasados e sem receber 50% do valor da negociação feita pelo Grêmio, clube de onde saiu, Andrey vive aos 23 anos outra grande decepção de sua ainda incipiente carreira. Antes o jovem goleiro, na sua passagem pelo Figueirense, custou a ser aceito pela torcida que o vaiava em todos os jogos. Só ficou no Scarpelli e ganhou a confiança da arquibancada graças ao aval do treinador. Agora não admite deixar o Steua sem receber o que tem direito e já foi ameaçado, junto com a mulher, pelo dono do clube, de expulsão do apartamento onde moram.

Os melhores na pior

A assistente Ana Paula Oliveira e o árbitro gaúcho Leonardo Gaciba, caíram no teste com critérios estabelecidos pela FIFA e aplicado esta semana pela CBF. Rodaram na avaliação física. Gaciba, por dois anos consecutivos apontado como o melhor da arbitragem brasileira, foi reprovado pela segunda vez e justifica seu mau desempenho com um “bloqueio psicológico”. Ana Paula promete dar um tempo até o próximo teste. Não volta tão cedo.

Desastre

O Internacional tem bons jogadores, mas não tem time. É o que dizem os principais jornalistas gaúchos sobre o momento do grupo dirigido por Abel Braga, considerado um dos principais responsáveis por esta indefinição, junto com o antecessor Alexandre Gallo. Fracassos no campeonato gaúcho, Libertadores e a péssima campanha no Brasileirão, já apagaram a euforia pelas conquistas de 2006.


quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Quinta-feira

Obscurantismo

Futebol tem regras que, se obedecidas e respeitadas como se faz com a Constituição de um país, assistiríamos a espetáculos limpos e sem violência, dentro e fora dos gramados. Mas, estamos no Brasil, onde os jogadores habilidosos são caçados em campo em nome de um código criado pelos próprios profissionais da bola e que funciona na contramão das legislações esportivas e da ética. E pior: ganha guarida em alguns importantes segmentos da mídia esportiva brasileira. O “drible da foca”, inventado pelo atacante Kerlon, do Cruzeiro, de apenas 19 anos, é o exemplo pronto e acabado da intolerância e desobediência às leis do jogo. Domingo, no clássico mineiro, ao levantar a bola na cabeça e fazer embaixadas em direção à área do adversário, Kerlon foi agredido com falta violenta pelo lateral Coelho, além de ser ameaçado com mais agressões ao cair no gramado. Ouvi de vários jogadores, inclusive de Kleber, titular da seleção brasileira, o argumento de que houve falta de respeito por parte do atacante do Cruzeiro. Alguns jornalistas acompanharam esse raciocínio na polêmica criada em vários programas esportivos. Está liberada a temporada de caça aos jogadores talentosos e criativos. Pancada neles.

Inevitável

Dona Alice Kuerten, mãe do Guga, deu entrevista à TV Barriga Verde, em Florianópolis, lamentando que no Brasil os ídolos sejam rapidamente esquecidos. Ela reclamou por um tratamento mais respeitoso a Guga, principalmente por parte dos jornalistas. É possível que Dona Alice não esteja conseguindo conviver bem com o irreversível processo de aposentadoria do filho, fora até da disputa de duplas da Copa Davis. A registrar, isto sim, a omissão e inércia de autoridades e dirigentes esportivos que não souberam aproveitar o “momento Guga” para realizar um trabalho de crescimento do tênis brasileiro. Guga sai de cena sem deixar substituto à altura, o que deve deixar triste não só a sua mãe, mas todos os que gostam deste esporte ou dele tomaram conhecimento por causa dos feitos do manezinho de Floripa.

Ah, essa cartolagem

Tiago Camilo, campeão pan-americano e mundial de judô, eleito o melhor judoca do Mundial (ganhou suas sete lutas por ippon, golpe máximo) encerrado domingo no Rio, não tem vaga garantida para a Olimpíada de Pequim. Terá que passar por uma seletiva no Brasil.
Caso de polícia

Alberto Dualib e Nesi Curi, presidente e vice do Corinthians, foram afastados do clube por uma comissão processante do Conselho Deliberativo. Lavagem de dinheiro e sonegação fiscal, no período em que durou a parceria com a MSI, estão entre os crimes praticados pela dupla que ainda pode tentar reverter a situação defendendo-se em reunião do Conselho. A cara de pau dos dois não deve chegar a tanto. Renúncia será o caminho e depois a justiça comum tomará conta deles.
Na tampa

O jornalista Juca Kfouri, corintiano assumido e um dos primeiros a duvidar da honestidade da parceria com a MSI, classificou como oportuníssimo o nome de Perestroika (reestruturação em russo) utilizado pela Polícia Federal para a operação que desvendou as maracutaias de Dualib e seus asseclas. É disso que o futebol brasileiro está precisando, diz Juca. Complemento acrescentando que a PF poderia estender esse tipo de operação a outros clubes e algumas federações estaduais. Deixaria muita gente com as barbas de molho.
Final catarinense

Como o futebol não dá no couro, o futsal do Joinville se encarrega de salvar a moral da pensão, garantindo vaga na final da Liga, graças ao empate de 1 a 1 com a Ulbra, em Canoas. Uma decisão catarina depende da Malwee, que sábado enfrenta o Orlândia em Jaraguá do Sul.
Lusitanas

Até a tentativa de agressão a Dragutinovic, jogador da Sérvia, Felipão era chamado pelos portugueses de bestial (gênio). Agora o brasileiro virou besta (estúpido).
A propósito

A nadadora brasileira que está sendo investigada pela Federação Internacional de Natação (Fina) por causa do excesso de hormônio masculino (testosterona) detectado em um exame de 2006, mede 1,85 metros e pesa 82 quilos. No braço direito tem tatuada a frase do nosso hino “Gigante pela própria natureza”.







terça-feira, 18 de setembro de 2007

Terça-feirs

Nova ordem

Os principais clubes europeus pertencentes ao chamado G-14 lideram movimento contra a União Européia de Futebol Associado (Uefa). A maior reivindicação é por voz e voto em assuntos decididos unilateralmente pela entidade. Os clubes brasileiros deveriam fazer o mesmo, mas preferem continuar comendo pela mão da CBF e federações estaduais.

Estrangeirice

Dunga disse em Porto Alegre que o grupo para começar as eliminatórias da Copa está praticamente fechado. Os goleiros devem ser Doni e Júlio César, com possibilidade ainda para Elton ou Gomes, todos na Europa. Tudo indica que bom pra seleção é quem atua no exterior. Exemplo: Rogério Ceni, do São Paulo, e Paulo Baier, em excelente fase no Goiás, jogadores modernos e destaques hoje no futebol brasileiro, jamais terão chance com o atual técnico da seleção brasileira.

Troféu nepotismo

O campeonato estadual feminino, anunciado para começar em outubro, terá um troféu com o nome de Ilka Peixoto, mulher do presidente da Federação, o doutor Delfim. Deve ser por relevantes serviços prestados ao futebol catarinense.

Promessas vãs I

O novo diretor da Comissão Nacional de Arbitragem, Sérgio Corrêa, deitou falação ao assumir prometendo afastar por um período os maus árbitros, incluindo aqueles reprovados em testes aplicados recentemente. Wagner Tardelli, um dos piores na prova, apitou domingo Atlético Paranaense x Palmeiras.

Promessas vãs II

O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni, está mesmo entusiasmado com a prometida grande obra do estádio Hercílio Luz. Já fala em sede para a Copa de 2014, segundo informou o Aldinho em sua coluna de ontem no Diarinho. É aí que mora o perigo. Parem de enganar o povo, as sedes da Copa no Brasil já estão definidas. E a obra do Marcílio Dias, para consumo doméstico, ainda nem começou.

Faixa enlameada

Recomendo leitura da revista Veja desta semana com reportagem sobe as falcatruas dos dirigentes do Corinthians na parceria com a MSI. Há um episódio envolvendo o então palaciano petista José Dirceu. E novas gravações liberadas pela Polícia Federal, divulgadas ontem, incriminam o deputado paulista pelo PT, Vicente Cândido. Lembrando dos acontecimentos de 2005 no futebol brasileiro o quebra-cabeça começa a ser montado. Agora se sabe como o Corinthians ganhou o título brasileiro daquele ano.

Brasileiros

O Figueirense passou pelo Juventude na estréia do técnico Alexandre Gallo com uma pequena mãozinha do clube gaúcho que teve um jogador expulso aos 30 minutos do primeiro tempo. Melhorou um pouco na tabela, mas ainda segue próximo do rebaixamento, com dois jogos fora na seqüência: São Paulo e Cruzeiro. Na série B o Avaí outra vez, remou, remou, e perdeu dois pontos ao empatar em Belém com o vice-lanterna. Criciúma torce por uma boa estréia de Cavalo e sua equipe em Fortaleza. Nova derrota tira, pela primeira vez, o representante catarinense da zona de classificação para a série A.

Aposentadoria

Guga deixa as quadras até o final do ano. Deu para sentir isso na sua entrevista no Rio de Janeiro à Rádio CBN, quando reconheceu não ter mais a mobilidade dos bons tempos. O tênis brasileiro ficará sem um herdeiro à altura, pela falta de um trabalho consistente para descoberta e sustentação de talentos.

Desinformação

A volta de Nilmar ao Internacional gerou reações curiosas – para não dizer outra coisa – em alguns segmentos da mídia esportiva paulista. Acham pequena a vitrine proporcionada pelo futebol gaúcho, esquecendo os críticos de alguns detalhes importantes: estão no Rio Grande do Sul, com Inter e Grêmio o último título do Mundial de Clubes, da Libertadores e um vice desta competição sul-americana. E ninguém vendeu mais jogadores para o exterior nos últimos anos: Daniel Carvalho, Rafael Sobis, Luís Adriano, Alexandre Pato e o próprio Nilmar saíram das divisões de base do Beira Rio, Lucas e Carlos Eduardo do Olímpico.

Descrédito

O jornal londrino “The Times” elaborou relação com os 50 melhores treinadores das últimas décadas. O holandês Rinus Michels é o primeiro da lista e o futebol brasileiro, cinco vezes campeão mundial, aparece somente em 14º com Zagalo, 18º com Felipão e 25º com Telê Santana.

sábado, 15 de setembro de 2007

Sábado/domingo

Crônica policial

Lavagem de dinheiro, evasão de divisas, suborno a fiscal da Receita Federal, pagamentos a jogadores com contas no exterior, transações obscuras e outros crimes menores, são denúncias que hoje envolvem o Corinthians e correm paralelamente às notícias de corrupção no parlamento brasileiro. São fatos, não versões, com encaixe perfeito na maioria das instituições esportivas brasileiras ligadas ou não ao futebol profissional. Nada disso acontece por acaso. Basta lembrar da CPI do Futebol, cujo relator foi o ex-senador catarinense, ali de Tubarão, o médico pediatra Geraldo Althoff. Investigações colocaram sob suspeita os presidentes das federações do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina – para ficar apenas aqui no sul -, entre outros cartolas, incluindo o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. A Bancada da Bola, atuando coordenadamente na Câmara e Senado, orientada nos bastidores por Eurico Miranda, defendeu com sucesso interesses escusos da cartolagem e de parlamentares, garantindo um desonroso zero a zero e o conseqüente sumiço da CPI.

Daqui não saio

Li na coluna do meu amigo Maceió, em A Notícia, que o presidente da Federação Catarinense de Futebol, Delfim Peixoto, reservou espaço na nova sede da entidade para colocar uma urna com suas cinzas. Quer dizer que nem morto o homem deixará a FCF onde está há 23 anos.

Haras

O presidente do Criciúma, Moacir Fernandes, não deixa passar o cavalo encilhado. Mandou embora Gelson Silva, treinador que levou o time à liderança da série B, mas começou a perder a mão. Trouxe René Weber, que não resistiu a duas derrotas e foi dispensado. Agora Moacir acredita ter colocado ordem na casa com a contratação de Roberto Cavalo e o irmão Cavalinho, seu inseparável auxiliar técnico.

Vagas em aberto

Depois de implantar a lei do silêncio na Ressacada, empatar com o Barueri fora de casa e derrubar o Criciúma da liderança, o técnico Alfredo Sampaio acha que o Avaí encontrou o caminho para fugir da terceira divisão. O adversário deste sábado foi o Remo, penúltimo colocado e com jogadores em greve por causa de salários atrasados. Depois do jogo, empate garantido e falando bastante, jogadores e comissão técnica foram unânimes: o Avaí perdeu dois pontos em Belém. Do jeito que ficou a tabela, Remo e Ituano são donos de duas das quatro vagas do rebaixamento. Faltam 14 rodadas e basta ganhar em casa para escapar.

Mar de Almirante

O Marcílio Dias parece navegar em águas tranqüilas, com técnico novo, contratação de muitos reforços e promessa de boa campanha na Copa Santa Catarina. Sem falar na animação com o apoio do governador Luiz Henrique para a anunciada reforma do estádio Hercílio Luz e sua transformação em arena moderna.

Homem ao mar

O governador Luiz Henrique acaba de ser agraciado com um troféu por seu apoio ao esporte. Leia-se torneio internacional de surfe disputado em São Francisco do Sul. Que bom que uma autoridade da importância do nosso governador tenha apreço por esportes marítimos. Falta agora o homem botar os pés em terra, onde tem muita gente esperando por ações do Estado na área esportiva, especialmente na Capital.

SOS Ideli

Quem sabe a nossa ativa e politicamente correta senadora Ideli Salvatti possa dar uma mãozinha. Afinal, ela já demonstrou vontade em ajudar na pretensão de Florianópolis como uma das sedes para a Copa de 2014. E olha que até essa semana andava ocupada até o pescoço na tentativa de salvar a pele do seu ínclito colega Renan Calheiros. Missão cumprida e, oportunista como ninguém, talvez nossa (deles) senadora encontre espaço em sua agenda para alguma atividade, digamos, mais altruísta. Aí, pensando bem (ou mal), de olhos e nariz tapados, e fazendo uma releitura de meus conceitos sobre democracia, votaria nela outra vez.

Benção, padrinho

Célio Amorim, árbitro de Itajaí, é candidato ao escudo da FIFA. Previsão do doutor Delfim, apostando muito nas qualidades do seu mais novo afilhado, por enquanto novidade para quem acompanha o desempenho do rapaz em gramados catarinenses.

Pianço proibido

O meia Luís André, do Criciúma, foi pego no antidoping realizado após o jogo contra o Barueri. Ele usa bombinha contra asma, explica o clube.




quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Quinta-feira

Queda livre

O Criciúma pode terminar a 25ª rodada da série B em quarto lugar, atrás de Coritiba, Ipatinga e Brasiliense. Sem contar a perigosa aproximação de outras equipes, uma séria ameaça às pretensões do representante catarinense de chegar à série A do Brasileirão. São as conseqüências para uma equipe que nos últimos 27 pontos disputados conquistou apenas cinco. Isso depois de liderar a competição por 18 rodadas. Com a derrota para o Ipatinga na terça-feira, dentro do Heriberto Hulse, o técnico René Weber, além de vaias ouviu constrangido o coro das arquibancadas pedindo a volta de Gelson Silva. René dirigiu o time em apenas dois jogos, perdeu os dois e já foi substituído por Roberto Cavalo.

Contradições

O técnico Alexandre Gallo chegou a Florianópolis para substituir Mário Sérgio no Figueirense com bico muito comprido para um tucano tão novo, iniciante que é na profissão. Gallo trouxe com ele três auxiliares técnicos. Como o clube tem alegado escassez de recursos para a contratação de reforços, uma comissão técnica de luxo deve custar barato.

Rebecão

A Federação Internacional de Natação (Fina) quer investigar a nadadora Rebeca Gusmão, campeã dos 50 e 100 metros livres e primeira brasileira a conquistar medalha de ouro no Pan. Rebeca, que semana passada se sentiu mal após uma prova no Troféu José Finkel, em Florianópolis, teve índices anormais de testosterona – hormônio masculino – no exame antidoping realizado em maio de 2006. Além disso, a atleta apresenta desenvolvimento físico acima do normal para sua idade.

Primeira impressão

Sérgio Corrêa, o novo presidente da Comissão Nacional de Arbitragem de Futebol (Conaf), mostrou a cara pela primeira vez segunda-feira à noite, no programa “Bem Amigos” da Sportv. Sem Galvão Bueno, os convidados puderam falar e perguntar bastante em cima de lances polêmicos editados especialmente para explorar a presença de Sérgio, que também falou a vontade, sem omitir nomes ou situações constrangedoras para alguns árbitros. Somando e dividindo parece que o homem é exibido e falastrão, comportamento inadequado para o cargo que exerce.

Esporte franciscano

Várias cidades do interior do Estado, especialmente Brusque, Jaraguá do Sul, Blumenau e Joinville, têm abrigado competições importantes para o esporte amador. Handebol, vôlei e futsal são as mais contempladas, com aproveitamento de equipamentos esportivos adequados. Em Florianópolis, fora a natação no Complexo Aquático da Unisul, continuamos abaixo do rabo do cachorro, graças à inércia total das fundações do Estado e Município. Um dos poucos eventos destinados à Capital, a Maratona Internacional, acaba de ser esvaziada pela Fesporte e jogada para novembro, quase final de temporada para os principais atletas da modalidade. Acabaram com a Maratoninha, alijando as crianças da competição, sendo que a premiação em dinheiro vale apenas para a Maratona. Os corredores da rústica receberão somente troféus e medalhas. E o Fundesporte?

Mídia da conveniência

Parte da mídia esportiva brasileira acaba de assistir a uma boa lição de jornalismo com as matérias publicadas pela Folha de São Paulo e assinadas pelo comentarista Juca Kfouri sobre a sujeirada da parceria Corinthians/MSI. Evasão de divisas e lavagem de dinheiro estão entre os crimes denunciados através de investigações da Polícia Federal e reveladas pelo jornal. Por muito menos, quase nada, aqui se proíbe a entrada de jornalistas em estádios, nega-se entrevistas e acesso de repórteres a atividades corriqueiras do dia a dia dos clubes.

Pesadelo leonino

O técnico Leão certamente não se encaixa entre os muitos brasileiros que enxergam Florianópolis e seus encantos como objeto de consumo. Simplesmente porque toda vez que vem aqui no campeonato brasileiro leva uma sapatada, tendo como algoz o Figueirense. Foi assim com o Santos, com o Palmeiras, quando sofreu uma goleada e perdeu o cargo e com o Atlético Mineiro, seu time da hora.

Raposas no galinheiro

O Ministério do Esporte formou comissões para investigar possíveis irregularidades nos contratos firmados para os Jogos Pan-americanos no Rio de Janeiro.


terça-feira, 11 de setembro de 2007

Terça-feira

Definições

O São Paulo já garantiu o título da série A do Brasileirão, deixando o restante da competição para a disputa por vagas na Libertadores e Sul-Americana. No pé da tabela o América de Natal é o primeiro rebaixado. Tirando o time do Muricy Ramalho o resto é farinha do mesmo saco. Apesar de alguns elencos mais fortes, o resultado em campo é de equilíbrio. Caso do Inter, por exemplo, que perdeu tempo com Gallo, agora no Figueira. O Botafogo, com futebol cantado em prosa e verso, começa a descer a ladeira, empurrado pelos maus resultados e indisciplina de seus principais jogadores. Fluminense, Vasco e Grêmio alternam altos e baixos, Cruzeiro e Palmeiras conseguem inesperada regularidade nas mãos de Dorival Júnior e Caio, duas revelações entre a safra de novos treinadores. O Santos voltou ao G-4. Quem perde hoje de goleada amanhã alcança resultado reabilitador. O vencedor espetacular de uma rodada, na outra toma um tranco do quase lanterna. É o diagrama de uma competição equilibrada do segundo até o décimo nono colocado.

Os nossos

Livre das invencionices e do mau humor de Mário Sérgio, o Figueirense mais uma vez derrubou Leão no Orlando Scarpelli. O Atlético Mineiro encontrou pela frente um time à base do feijão com arroz e despojado do preciosismo e arrogância do técnico anterior que vivia arrotando caviar. Na série B o Avaí isolou a imprensa, mas não melhorou a qualidade do seu futebol. Segue aos trancos e barrancos tentando se livrar do rebaixamento. O Criciúma queimou toda a gordura acumulada ao longo do primeiro turno e já deixou a liderança para o Coritiba. Acaba de trazer como reforço um atacante com nome de sanfoneiro, o Zé Raimundo, do conhecidíssimo Santa Quitéria, Maranhão.

Os deles

O Avaí viaja a Belém para enfrentar o Remo, um dos últimos colocados e em crise profunda. Depende das promessas de um patrocinador para salvar o clube da falência ou da venda de parte da sua sede social. O outro paraense, o Paysandu, não passou da primeira fase da série C. Agora faz viagens de até 14 horas de barco, aqueles onde o povo dorme em redes. Vai aos cafundós da região para jogar amistosos por uma cota de 13 mil reais com o angu garantido.

Várzea

Está certo que a seleção brasileira precisa fazer amistosos e faturar um troco. Daí a sujeitar o time de estrelas a um gramado de futebol americano adaptado para o futebol brasileiro vai uma distância grande. Do tamanho exato da ganância e despreparo dos administradores da CBF. Não são eles que torcem o pé, erram passes ou chutam de canela por causa dos buracos e outras irregularidades do campo. Agora vem o México, em Boston, amanhã, adversário mais difícil e que exige um palco melhor.

Perestroika

Os principais dirigentes corintianos da época da parceria com a MSI, Alberto Dualib e Renato Duprat, estão enrolados até o pescoço, acusados de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Aos poucos se descobrem os descaminhos traçados para a conquista do título brasileiro em 2005. Reportagem domingo, na Folha de São Paulo, assinada pelo jornalista Juca Kfouri revela, entre tantas operações fraudulentas, as participações no Corinthians do investidor russo Boris Berezovski e do laranja iraniano Kia Joorabichian.

Senatriz

Elegemos representantes na Câmara e Senado para defender nossos interesses, os interesses da sociedade. A realidade mostra que a grande maioria dos parlamentares não pensa assim. A Senadora Ideli Salvatti, atualmente ocupadíssima em safar Renan Calheiros agora decidiu, com seu conhecido oportunismo, abraçar a causa de uma sede da Copa de 2014 em Florianópolis.

Feriadão

A largada, quinta-feira à noite, foi na décima edição do Festival de Música de Itajaí, no Teatro Municipal, com o show do pianista João Donatto e banda. Depois, com amigos, segui o feriadão em uma maratona pelas cervejarias do Vale, experimentando o chope artesanal de Blumenau, Timbó, e Pomerode. Faltou Brusque, faltou fôlego, fica pra outra. Voltei domingo a Florianópolis entregue à sua medíocre e quase inexistente programação de lazer e cultura. Felizmente, para os turistas, teve sol, muita praia e a Parada da Diversidade.



sábado, 8 de setembro de 2007

Sábado

Morte anunciada

Não foi só a goleada sofrida diante dos reservas do Flamengo que derrubou o técnico Mário Sérgio. Suas estripulias com a escalação do time, entrevistas carregadas de arrogância, deboche e desprezo pelos jornalistas e pela torcida de Florianópolis, há muito vinham incomodando geral. Penso que a direção do Figueirense aturou demais e a gota d’água aconteceu no Maracanã após o jogo, quando Mário disse, em alto e bom som, que um eventual rebaixamento do time que dirigia não seria problema dele. De nariz empinado, como sempre, resumiu: “Eu vou embora e o clube fica”.

Papel carbono

O Avaí trilha caminhos parecidos, mais difíceis porque não consegue sair da zona de rebaixamento e o time é fraco. E tem como líderes um treinador incoerente, sem convicção, atrapalhado, e um jogador que hoje é banco do banco. Os dois não aceitaram as críticas feitas por um radialista e impuseram ao grupo a lei do silêncio. Terão que se arranjar agora com a torcida que vai cobrar resultados e a fuga do rebaixamento. Reclamações dirijam-se, por favor, ao estádio da Ressacada. Falar com Alfredo Sampaio e Paulo Turra.

Espaços públicos

São Paulo tem 32 parques municipais e 15 estaduais, todos com opções diversificadas para seus freqüentadores, misturando áreas verdes com locais para a prática de esportes. Florianópolis, na versão daquele vereador moeda verde, não precisa disso. A Prefeitura Municipal prefere hoje concentrar recursos na ampliação do Sambódromo, para transformá-lo na “Cidade da Criança”. Utilização plena durante o ano inteiro, prometem os defensores da idéia de revitalização daquele monstrengo à beira mar. De parques, ciclovias, quadras de esporte, ninguém fala. O belíssimo espaço do novo aterro na baía sul continua à disposição da bandidagem e tomado pelo mato.

O bom pastor

O técnico Mauro Ovelha deixou o Atlético e a bucólica Ibirama para assumir o Marcílio Dias. Com fama de disciplinador, Ovelha terá muito trabalho para manter seus companheiros longe das tentações de Itajaí e vizinhanças.

Baladeiros

Adriano, o brasileiro atacante da Inter de Milão deve ter conquistado o apelido de Imperador graças ao festerê que costuma patrocinar nas suas folgas. O bambino chega a gastar cerca de 40 mil euros a cada encontro da turma. Enquanto isso Maradona foge de um mandado de prisão por causa de um acidente de trânsito em Buenos Aires quando derrubou uma cabine telefônica e feriu duas pessoas. Ele foi visto em uma boate na Colômbia.

Vento Sul

Tomara a divisão de acesso tenha um final diferente do que aconteceu em suas primeiras etapas com desistências de clubes de proveta e outros incidentes causados por puro amadorismo de organizadores e participantes. Cidade Azul, que as dívidas transformaram em Tubarão Atlético Clube, e Imbituba, empataram em 1 a 1 a primeira decisão do turno. É a força do sul tentando voltar à divisão principal.

A melhor

Paulo César Oliveira foi o único árbitro nota 10 no teste aplicado pela CBF sobre o qual escrevi na coluna anterior. E a melhor entre os auxiliares foi ela, a Ana Paula Oliveira, com um arrasador 9,5. Ricardo Teixeira ficou danado da vida e prometeu profissionalizar arbitragem brasileira.

Sinceramente

O técnico da seleção brasileira de ginástica, o romeno Oleg Ostapenko, disse esta semana, com todas as letras, que Daiane dos Santos não tem mais condições de conquistar medalhas de ouro em campeonatos mundiais. Daiane convive hoje com lesões sérias de joelho e tornozelo e sua participação em competições internacionais será apenas para ajudar a equipe. Falou com autoridade e crédito de quem revolucionou a ginástica brasileira na última década.
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Dívida e dúvida

Desde que substituiu Alexandre Gallo no Inter com pompa e circunstância, o técnico Abel Braga já levou goleada e não conseguiu ainda montar um time. A esperança dos colorados é com a volta de Fernandão e a chegada dos reforços, os zagueiros Orozco e Sorondo e o atacante Gil. A dúvida é se haverá tempo para o campeão da Libertadores e Mundial recuperar seu prestígio.

quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Quinta-feira

Pátria quase sem chuteiras

Amanhã tem comemoração pela pátria, feriado, coisa e tal. Chato que o país do futebol tem pouco a festejar com o seu esporte preferido. Estamos praticamente descalços, perdendo nossa independência, tamanho o êxodo de bons jogadores. Entre os 200 países filiados à FIFA, em 180 há gente nossa nos gramados. Perdemos a concorrência até para países como Tailândia e Vietnã, sem nenhuma tradição no futebol e não somos assediados apenas por nações pobres da África. Os dados são do departamento de registros da CBF, revelando que este ano os números superam em 10% a 2006 com a saída de 981 jogadores contra 915 da temporada passada.

Lei áurea.

Juristas e dirigentes esportivos estão trazendo de volta a discussão sobre a Lei Pelé, responsabilizando-a pelas facilidades hoje existentes para ruptura de contratos e saída de nossos principais jogadores para o exterior. O fato é que esta lei tem sido rigorosamente observada somente nesse aspecto. Uma leitura ainda que rápida e superficial leva à constatação de que os clubes profissionais de futebol foram os principais (se não os únicos) atingidos pela legislação em vigor. No dia a dia do esporte outros segmentos estão contemplados por esta lei que permanece ignorada ou interpretada ao bel prazer dos interessados.

Gosto é gosto

As comendas concedidas ano a ano pelo Conselho Estadual de Desportos sempre tiveram fundamentações políticas. Em respeito aos merecedores da homenagem e, na certeza de que os bicões entenderão o recado, omitirei nomes. Até porque, quem é da aldeia conhece os caboclos. O certo é que tem comendadores demais e desportistas de menos.

Bom pra quem?

A seleção brasileira em excursão pela Europa, em 1973 passou por um episódio conhecido como o Manifesto de Glasgow. Liderados pelo capitão Wilson Piazza, os jogadores instituíram a lei do silêncio, negando-se a falar com a imprensa. Consideravam-se injustiçados com críticas feitas por alguns jornalistas que acompanhavam a delegação. Lembro do “Manifesto” a propósito da decisão semelhante tomada por jogadores e comissão técnica do Avaí, irritados com comentários do radialista Miguel Livramento na TV COM. A lei do silêncio avaiana é burra como foi a da seleção. E igualmente covarde porque repete o equívoco da generalização. Os mentores dessa idiotice, o técnico Alfredo Sampaio e zagueiro Paulo Turra (hoje banco do banco), amanhã vão embora. O clube fica, seguindo mal administrado como tem sido pela atual diretoria que, como nosso estimado Presidente da República, não vê, não ouve, não sabe de nada.

Aos seus lugares

No Figueirense também há uma velada disposição para a não aceitação da crítica. Por parte do técnico Mário Sérgio fica mais explícita sua incapacidade de diálogo a cada entrevista que dá após os jogos. Gosta de cutucar os repórteres locais colocando-se no pedestal dos detentores da sabedoria, sem nunca dar respostas convincentes e baseadas em um mínimo de bom senso. Postura que ajudaria a explicar, por exemplo, a queda assustadora de rendimento de jogadores colocados jogo a jogo fora de posição, um rodízio insano que tem prejudicado os zagueiros Felipe Santana e Édson, os experientes Ruy e César Prates. Ou ainda o entra e sai do time dos atacantes Ramon, Otacílio Neto e Frontini, o não aproveitamento de Rafael Coelho. Enfim, tem assunto para muita conversa boa onde a lei do silêncio e os segredos de treinamento não encubram a realidade.

Está explicado

O site da CBF e uma reportagem especial do Estadão SP estão divulgando que foi um desastre o teste de múltipla escolha feito com árbitros e bandeiras de todo o país. As questões versavam sobre regras do futebol e somente 30% deles obtiveram nota acima de sete.

Tapeação

Um mutirão com funcionários da Prefeitura trata de deixar o estádio Hercílio Luz em condições para a disputa da Copa Santa Catarina. Quer dizer que o Marcílio Dias cuida da casa só quando tem festa. O resto do tempo não passa nem por uma vistoria da FCF. E olha que a turma lá é generosa com seus filiados, principalmente os que moram do lado esquerdo do peito.



terça-feira, 4 de setembro de 2007

Terça-feira

Lavanderia

Nossos principais esportes coletivos precisam arrumar a casa e acabar com a balbúrdia das últimas competições. O voleibol masculino começou a confusão com o desentendimento entre o levantador Ricardinho e o técnico Bernardinho. As meninas acabam de sair do Mundial com a quinta colocação, quatro derrotas na fase final e muita reclamação do treinador José Roberto Guimarães. O basquete masculino deu vexame no Pré-Olímpico recém encerrado e depende de uma repescagem em outro torneio para conquistar uma vaga na Olimpíada. Antes precisa acertar as contas do treinador Lula Pereira com as estrelas do time. Sobrou muita roupa suja para ser lavada após o Pan-americano.

Sem volta

Gelson Silva, demitido com o Criciúma na liderança da série B, já foi substituído por Rene Weber. Em Florianópolis, onde a situação é bem pior, são inevitáveis as especulações. Mário Sérgio segue arrogante e desafiando o bom senso com o Figueirense pertinho da zona de rebaixamento. É lobo em pele de cordeiro, tem um comportamento em casa e outro fora. No Avaí os crimes da Ressacada já têm um culpado, a imprensa. O técnico Alfredo Sampaio e jogadores, desafiando dirigentes, não dão mais entrevistas, em protesto contra as críticas. A Capital começou uma semana agitada com o Avaí jogando hoje em Barueri e o Figueirense no Rio para enfrentar o Flamengo amanhã. Pode ser uma viagem só de ida para alguns.

Sem salvação

O Joinville morreu na praia mais uma vez. O pênalti perdido por Guilherme no final da partida contra o Vila Nova, em casa, fez a diferença e tornou inútil a vitória na última rodada. Troca uma competição nacional pela inexpressiva Copa Santa Catarina, deixando a seqüência da série C no seu grupo para mineiros e gaúchos.

No mercado

Adilson Batista, vilão e herói nos dois clubes da Capital, rescindiu seu contrato com os japoneses do Júbilo Iwata. Com o campeonato brasileiro em andamento, Adilson deve voltar para casa empregado.

Ufa!

Imbituba e Cidade Azul, de Tubarão, chegaram à final da divisão de acesso. Está terminando o campeonato do calote. Muitos clubes de proveta ficaram pelo caminho, vitimando profissionais da bola, comerciantes e assemelhados. E-mails de leitores atentos já avisavam que em Itapema faltou dinheiro até para alugar o campo de jogo. De qualquer forma os eleitores estão garantidos e confirmados para a próxima aclamação na FCF.

Bebês Johnson’s

Alex Silva, 22 anos, Breno, 17 e Miranda, 22. São os três zagueiros do São Paulo, titulares da defesa menos vazada do Brasileirão, com apenas sete gols sofridos em 23 jogos.

Floripa zero

Arenas multiuso e pistas sintéticas de atletismo espalham-se por Santa Catarina. Brusque, Blumenau e Jaraguá do Sul ganham equipamentos esportivos modernos. Itajaí não cuida do que tem, mas tem. Bem administrados, estes espaços são capazes de abrigar grandes competições e impulsionar os esportes da região, promovendo inclusão social (o discurso da moda) e desenvolvimento técnico. Enquanto isso Florianópolis vê a banda e a moeda verde passarem, sem parques, ginásios ou pistas. O único consolo é ver a Unisul inaugurar seu complexo aquático. É pouco para uma Capital que abriga tantas universidades e tem uma Fundação Municipal de Esportes dirigida por um ex-atleta olímpico. Ali, como me alertou e-mail de leitor que conhece bem o meio, a prioridade é abrigar os apaniguados políticos e derrotados nas urnas.

Ele merece

Guga foi o maior tenista brasileiro de todos os tempos. Foi herói do esporte nacional. E nunca vai virar vilão, a não ser dele mesmo, se não aceitar o momento de deixar as quadras. Quem teve amigos e profissionais para transformá-lo num grande atleta, dividindo com ele os momentos de glória, deve ter também agora para somar esforços no sentido de encaminhá-lo a um final honroso e feliz.

Maratona

A Maratona de Santa Catarina mudou de data e conteúdo. Será dia 4 de novembro, junto com duas rústicas (5 e 10 mil metros) e com premiação em dinheiro somente para a Maratona. Adeus Maratoninha, adeus crianças de toda Santa Catarina.






sábado, 1 de setembro de 2007

Sábado

Coisa de cinema

Tivesse algum interesse pelos bastidores do futebol brasileiro, o cineasta Francis Ford Coppola, arranjaria fácil muito assunto para mais um filme sobre máfia e seus poderosos chefões. Uma consulta ao botafoguense Carlos Montenegro, mais conhecido por episódios envolvendo o Ibope, seria o suficiente para montar um bom roteiro. O suspeitíssimo episódio da absolvição de Dodô vai para um tribunal internacional, por decisão da FIFA. Antes passou pela invasão na madrugada de uma farmácia em Ipanema, de onde foram tiradas as cápsulas com a substância proibida ingerida pelo jogador do Botafogo. O laboratório da Usp, para onde foi encaminhado o material apreendido, garante que o resultado da análise não serviria para absolver o atleta, a farmácia foi ilegalmente interditada e a polícia tira o seu da reta.

Resultados do ufanismo

Nosso basquete masculino pena no pré-olímpico e joga tudo contra a Argentina, para quem já perdeu. Perdendo de novo adeus vaga em Pequim. No Pan, com uma equipe caseira, foi medalha de ouro, mas na disputa por uma vaga na Olimpíada, reunindo jogadores que estão na NBA e na Europa, já perdeu três partidas. Apenas os dois primeiros classificam e um deles, certamente, será o time norte-americano. As estrelas brasileiras do atletismo, medalhistas no Rio de Janeiro, estão passando longe do pódio no Mundial que se disputa no Japão. O desempenho pós-Pan destes e de outros campeões, em esportes individuais ou coletivos, confirma a tese de que fizemos muito barulho por nada.

Chupeta e bengala

A realidade do futebol brasileiro leva a uma previsão de futuro desastroso, parecido com aquele jejum que começou em 1970 e foi quebrado somente na Copa de 1994. Estamos vendendo os garotos e repatriando os velhinhos quase aposentados. Nossas crianças, projetos de craques, que saíram para fazer o pé de meia mundo afora, não têm mais aquele espírito que em outros tempos vingava nos jogadores convocados para defender a seleção. A impressão é de que a camisa amarela deixou de ser objeto de desejo, uma vez que o futuro com segurança está sendo garantido fora do país.

Vende-se

A janela para o exterior fechou ontem. Segundo levantamento da CBF, até 14 de agosto foram vendidos 694 jogadores brasileiros. Não há como enriquecer tecnicamente nosso futebol concorrendo com euros e dólares, moedas fortes e consumidoras da nossa matéria prima. O dilema está colocado para dirigentes de clubes e federações, partindo do pressuposto de que este processo devastador tem origem na lavagem de dinheiro, como preconiza a mídia de Rio e São Paulo. A opção de aceitar o dinheiro sujo, como já fizeram Corinthians e Grêmio, com desfecho conhecido, determina riscos e danos irreparáveis trazidos pela ilegalidade. A solução é organizar o balcão de negócios, acelerando a produção de “craques” através de bem estruturadas divisões de base.

Questão de honra

Gelson Silva deixou o Criciúma com o time na liderança da série B, mesmo sem vencer há cinco rodadas. Deveria ter saído antes, e de cabeça erguida. Moacir Fernandes faz tempo deu o recado, criticando publicamente as opções do técnico já no segundo resultado negativo. Gelson fingiu que não entendeu, prolongou sua agonia e aceitou o tratamento desrespeitoso. E ainda saiu praticamente escorraçado, sem tempo para desculpas ou alguma explicação convincente.

Tão perto, tão longe

O Joinville viu o cavalo passar encilhado e não soube montar, deixando escapar a classificação para a próxima fase da série C. Foi aos 46 minutos do segundo tempo, no jogo contra o Vila Nova na Arena, com o pênalti perdido e o empate em zero a zero. Agora, na última rodada, precisa ganhar em casa do Águia MS e torcer por uma derrota dos mineiros que também jogam em casa contra os já classificados gaúchos da Ulbra.

Justiça ?

O pleno do STJD puniu Renato Gaúcho com 60 dias de suspensão e manteve a absolvição de Joel Santana. Em uma das câmaras disciplinares a vítima foi Dorival Júnior, com 120 dias de gancho. Lá como cá a credibilidade da justiça esportiva foi embora pelo ralo há muito tempo.