sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Oremos, pois

O sábado esportivo começa cedo em Florianópolis com a montagem do circo FIFA/CBF para a vistoria da possível sub sede para a Copa de 2014. A seguir, mais para o final da tarde, tem jogo na Ressacada entre Avaí e Atlético de Tubarão. Nessa a Federação babou, pois deveria ter transferido a partida para domingo. Já pensaram na possibilidade daquela tranqueira normal em dia de jogo, misturada com tempo bom e movimento das praias? Tudo ali, trevo da seta, caminho do aeroporto e balneários do sul. Não quero nem ver. A negligência de Delfim Peixoto e seus áulicos, um deles vice-presidente da CBF para a região sul, pode custar caro para a candidatura de Florianópolis. Vou torcer, rezar, providenciar um despacho, cruzar os dedos, pendurar figa no pescoço, tudo, enfim, que ajude a compensar essa cochilada de nossas autoridades esportivas e governamentais. Lá do alto, passeando de helicóptero, ou em terra firme, a comissão de vistoria pode constatar que nossa mobilidade viária não é lá essas coisas.

Especulemos,também

A FIFA definiu que a Copa de 2014 no Brasil será disputada em 12 sedes. Temos nove definidas: Porto Alegre, São Paulo, Rio, Brasília, Belo Horizonte e, no mínimo, duas para o nordeste. Vamos aproveitar para exibir nossas exuberâncias amazônicas e pantaneiras através de Manaus e Campo Grande. Fica bem, turisticamente falando, mostrar a diversidade da nossa flora e fauna, e o cuidado que temos com a natureza. Sobram, então, três vagas para Florianópolis ou Curitiba (não acredito em três sedes no sul), Goiânia e, quem sabe, mais uma capital nordestina.


quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tela quente

Nosso campeonato segue com o imbróglio envolvendo as televisões. Não entendo como gente experiente, especialista em negócios nas comunicações, pode embarcar numa canoa a remo e furada, pronta para afundar assim que fosse posta n’água. O que aconteceu, de fato e de direito, ninguém sabe. Supeita-se. Ouvi dos dois lados todas as versões possíveis e imagináveis, sempre com o foco em um só personagem. O rompimento do contrato se deu, dizem as boas e más línguas, por parte de Federação Catarinense de Futebol, cujo presidente teria sido o grande articulador dessa vergonhosa trapalhada, com a injustificável cumplicidade da Associação de Clubes e de uma conhecida agência de publicidade. Sempre desconfiei de que existia algo de podre no reino da nossa Dinamarca. Afinal de contas, enquanto a RBS comemorava inclusive com festa em casa noturna a reconquista dos direitos de transmissão do Campeonato Catarinense, a Ric/Record mantinha seus anúncios com a certeza de que a competição era dela. Houve até um editorial pesado, transmitido em horário nobre, acusando a rival gaúcha, clubes e Federação, de ações não muito nobres. Independente do desfecho que venha a ter essa disputa extra-campo, o certo é que o mico foi muito grande e mostrou o que vem sendo empurrado pra baixo do tapete faz tempo no futebol catarinense pelos personagens de sempre.

Artilharia da boa

Em São Paulo a artilharia pesada começou a funcionar. Kleber Pereira em duas rodadas já marcou três gols para o Santos, Washington estreou no São Paulo com dois gols e Keirrison, no primeiro jogo pelo Palmeiras também carimbou dois. Ronaldo quando estrear – sabe-se lá quando - no Corinthians terá que descontar um prejuízo muito grande.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Eles estão chegando

Está pronto o roteiro de visitas às cidades brasileiras candidatas a sedes da Copa de 2014 da comitiva formada por membros da CBF e da FIFA. O roteiro de uma semana começa por São Paulo, nesta sexta-feira, e termina dia 7, em Fortaleza. Já se especula que a capital paulista ficará com o jogo de abertura da Copa e o Rio de Janeiro, claro, com a partida final. Outra especulação dá como certa a indicação de Manaus, por ser conhecida mundialmente, como sede amazônica, ficando Belém de fora.

SEXTA
30/01/09
SÃO PAULO

SÁBADO
31/01/09
P. ALEGRE / FLORIANÓPOLIS

DOMINGO
01/02/09
CURITIBA / RIO DE JANEIRO

SEGUNDA
02/02/09
BELO HORIZONTE / BRASÍLIA

TERÇA
03/02/09
GOIÂNIA / CAMPO GRANDE

QUARTA
04/02/09
CUIABÁ / RIO BRANCO

QUINTA
05/02/09
MANAUS / BELÉM

SEXTA
06/02/09
SALVADOR / RECIFE / NATAL

SÁBADO
07/02/09
FORTALEZA


Roteiro:

1) Chegada ao Aeroporto da Cidade Candidata

2) Recepção por representante da INFRAERO, que fará uma apresentação de até 20 minutos acerca do Aeroporto

3) - a) Equipe técnica: sobrevôo de 30 minutos pela Cidade Candidata (helicóptero);
- b) Demais participantes: deslocamento (carro) para o local em que haverá o encontro com as Autoridades do Município e/ou Estado (a serem definidos pelo Coordenador da Cidade Candidata)

4) Chegada ao local em que as Autoridades do Município e/ou Estado receberão a delegação do Comitê Organizador e da FIFA e apresentarão uma síntese de seu Projeto Básico de Engenharia e Arquitetura, Investidores Potenciais e questões afins. Tempo máximo para apresentação: 20 minutos. Tempo previsto de permanência: 1 hora.

5) Volta ao Aeroporto
.
Participantes:

Comitê Organizador da Copa do Mundo da FIFA 2014:
Presidente Ricardo Teixeira, Joana Havelange, Rodrigo Paiva, Mário Rosa, Carlos Geraldo Langoni, Alexandre Silveira, Carlos de La Corte (Consultor de Estádio).

FIFA:

Três representantes: Thierry Weil - Diretor de Marketing, Dick Wiles - Co-Chairman da empresa MATCH e Fulvio Danilas - Gerente da FIFA e Responsável pelo Projeto Copa do Mundo FIFA Brasil 2014.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mais caro, mais escandaloso, mais...


Por Juca Kfouri na Folha de domingo



O COB e o Ministério do Esporte fazem da Rio-2016 um escárnio sem fim com o nosso suado dinheirinho

Não há limites para a voracidade do COB e do PC do B, que aparelhou e controla o Ministério do Esporte.

Não há dia em que o "Diário Oficial" da União não traga a oficialização de gastos e mais gastos.

O lema olímpico, "mais alto, mais forte, mais rápido", que, aliás, ofende o movimento paraolímpico por motivos óbvios, encontrou nova definição diante do apetite gastador do COB e do ministério.

Mais caro, mais escandaloso, mais vergonhoso e muitos outros mais, entre estes, mais cínico, mais hipócrita, mais mentiroso e mais certo da impunidade.

Sim, porque, enquanto gastos desmedidos são aprovados até para comprar a roupa dos cartolas que viajam de primeira classe para cima e para baixo, vemos que nada do que se prometeu para o Pan-2007 foi de fato cumprido, além das notícias de que até quem embarcou no engodo de comprar apartamentos na Vila Pan-Americana, empreendimento capitaneado por amigo do rei, está querendo o dinheiro de volta devido à precariedade e à insalubridade da obra.

E o Tribunal de Contas da União, que ensaiou ser rigoroso, mais de um ano depois do fim dos Jogos, parece ter enfiado o rabo entre as pernas e aquietado.

Um saudável movimento de grandes empresários que queriam assumir o comando das ações foi devidamente sabotado pelo governo fluminense e pelo presidente do COB, transformando a dupla caótica Orlando Silva Jr./Carlos Arthur Nuzman num trio não menos terrível.

E tudo por um projeto que tem tanta chance de ser vitorioso como tem o sertão de virar mar e o mar de virar sertão.

Não bastassem os planos grandiosos de construção de estádios pelo país afora para a Copa de 2014, que, ao menos, deverá mesmo acontecer no país, temos que conviver com a fantasia olímpica.

Enquanto isso, ginastas como Diego Hypólito e Jade Barbosa ficam ao relento, sem patrocínio e sem clube, para não falar da educação, da saúde etc.

Márcio Braga, o original, não o que está aí, um dia disse que João Havelange tinha casado a filha com o presidente errado, alusão ao matrimônio dela com o cartola da CBF, e não com o então mandachuva da CBV.

Hoje, provavelmente, não diria mais.

Porque, depois de ter brilhado no vôlei, Nuzman virou uma caricatura perfumada de si mesmo no COB, à altura das trapalhadas de Ricardo Teixeira, com quem não se dá.

E Orlando Silva Jr., ao carregar a mala de um cartola para cá e do outro para lá, enrola-se nas Timemanias da vida, de fracasso em fracasso, um bolerão digno do saudoso cantor das multidões.


O Doutor disse não à cartolagem

Não, obrigado

De Sócrates, na revista Carta Capital

Queria dividir com vocês um convite que me foi feito, o qual me sinto incapaz de aceitar. Há algumas semanas, fui convidado para fazer parte do Conselho Nacional do Esporte (CNE). Brasileiro inclusive no sobrenome, incomoda-me ter de rejeitar a oportunidade de talvez participar de sonhadas alterações nos rumos da nossa (?) política (?) desportiva. Mas não há como!

Relembro abaixo algumas das posições do ministério que deveria cuidar disso e que é, de alguma forma, o gestor do Conselho para, enfim, demonstrar o porquê da minha decisão. E só o faço aqui porque se trata de uma entidade pública, dedicada a decisões importantes, de interesse público, as quais, portanto, devem ser de conhecimento público. E este é um espaço público.

Há pouco mais de um mês, foi publicado o seguinte: "O ministro do Esporte, integrantes do Comitê de Gestão das Ações Governamentais para a Candidatura do Rio 2016 e representantes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) reúnem-se nesta quarta-feira (10/12/08), às 9h30, no Ministério do Planejamento, em Brasília, para ratificar o apoio do governo federal à candidatura da capital carioca aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016.

"Na ocasião, os representantes de 27 órgãos do Poder Executivo conversarão sobre os objetivos da candidatura e analisarão as garantias que o Brasil precisa oferecer ao Comitê Olímpico Internacional (COI) para demonstrar que tem capacidade de realizar as Olimpíadas. Além disso, os participantes vão discutir a maximização dos legados que ficarão no país após a realização dos Jogos."

Será que não está claro, para o ministério e o Conselho Nacional do Esporte, que esta candidatura só serve aos dissimulados interesses de alguns espertos senhores?

E segue: "O projeto Rio 2016 abrange 34 instalações esportivas, sendo 53% delas (18 instalações) já existentes, 26% (9 instalações) a serem construídas e 21% (7 instalações) temporárias. Como legado esportivo do evento, estão previstos ainda 33 centros de treinamento no Rio de Janeiro e 14 locais de aclimatação e treinamento em outros estados brasileiros. Entre eles, destaca-se o Centro Olímpico de Treinamento (COT), na cidade-sede, com infraestrutura de padrão internacional para o desenvolvimento de 22 esportes, que será referência na América do Sul". Isso só pode ser brincadeira dos que venderam o tal do "legado" do Pan-Americano para os cariocas!

E mais: se analisarmos como é administrado o dinheiro público que o COB recebe, com o aval do Conselho Nacional do Esporte, veremos o que poderá acontecer caso a "tal" Olimpíada brasileira de 2016 aconteça.

De toda a dinheirama PÚBLICA que o COB recebe, muito pouco tem destino obrigatório. Uma parte ao desporto escolar e outra, menor, ao desporto universitário (de difíceis controles, como de resto). Ou seja, o "alto rendimento", ou coisa pior, fica com a maior fatia. Mais que isto: esse "alto rendimento", ou coisa PIOR, através das Confederações, abocanha outros tantos milhões das estatais. Os Correios patrocinam a Confederação de Desportos Aquáticos (natação); a Petrobras, a de ginástica; a Eletrobrás, o basquete; o Banco do Brasil, o vôlei, e por aí vai.

Mesmo com toda a estratégia de bom relacionamento do Ministério do Esporte e do servil Conselho Nacional do Esporte, vejam como a recíproca não é verdadeira: "O presidente do Comitê Olímpico Brasileiro, Carlos Arthur Nuzman, alegou compromisso para abandonar a audiência pública no Senado, após breve apresentação, em Brasília. Na reunião, deveriam ser discutidos os resultados do Brasil na Olimpíada de Pequim e os recursos públicos ao esporte.

"A atitude de Nuzman, classificada de 'incomum' e 'deselegante', provocou mal-estar entre os senadores. Nuzman questionou o convite a Murray Neto aos membros da Comissão de Educação, Cultura e Esporte. Ao ouvir a confirmação de que o colega, que põe em dúvida licitações e convênios da entidade, participaria da reunião, pediu que sua apresentação fosse logo a primeira.

"Os senadores ao serem informados por Nuzman de que ele teria de se ausentar devido a um 'compromisso' e que o COB responderia depois às questões dos pobres representantes do povo brasileiro, vários protestaram." (Como se ingênuos fossem; o Estado é que deveria ser o gestor dessa coisa toda!)

Já o Conselho Nacional do Esporte deveria ser composto só de educadores e sanitaristas (e não por quem vive e enriquece nesse meio), pois aí sim o Estado brasileiro poderia utilizar o esporte como promotor de saúde e ferramenta fundamental para educar todo o nosso povo.


Da CBF, nem quero pensar!


sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Do alto, de olho na capital

"Vista assim do alto
Mais parece um céu no chão
Sei lá..."

Sei lá Mangueira - (Paulinho da Viola/Hermínio de Carvalho)

O César Valente escreveu no blog dele, o De Olho na Capital, que dia 31 uma comitiva da FIFA e da CBF estará em Florianópolis para ver do alto a infraestrutura da nossa cidade candidata a uma das sub sedes da Copa de 2014. Aí o César, implicante como ele só, transcreveu tintin por tintin o comunicado oficial do governo, que reproduzo abaixo, seguido do seu maldoso comentário.

“A comitiva sobrevoará Florianópolis, para conhecer o sistema de mobilidade urbana, de hospedagem, de serviços de saúde e o local onde será construído o novo estádio. Na Casa D’Agronômica, a comitiva da Fifa conhecerá as principais ações previstas.”

Agora o comentário do homem: “Ora, ora, ora, ao sobrevoar Florianópolis num sábado, a tal comitiva não terá a menor idéia do que sofrem os habitantes todos os dias e os torcedores de futebol em dia de jogo. E depois, se depender do papo do LHS, a comitiva da Fifa não só escolherá Florianópolis como uma das cidades, como é capaz até de querer fazer aqui o encerramento da Copa.”

Não digo? Esse cara é uma cascavel.


Eu acho, amigo César, que sobrevoando Floripa os caras podem estar mesmo interessados nos nossos problemas. Se bem que isso tá meio exquisito. Onde se viu, lá de cima, observar condições de hospedagem e serviços de saúde? Mobilidade urbana até pode ser. Em dia de praia e jogo na Ressacada a gente sabe o que é bom pra tosse. Em todo o caso, se o pessoal sentir alguma dificuldade no sobrevôo é só descer pra tomar uma gelada com aquelas ostrinhas do Ribeirão. Melhor ainda se o helicóptero pousar ali em Palhoça, próximo da Ilha do Papagaio. Também tem ostra da boa e nenhuma possibilidade de congestionamento. E ainda dá pra tomar um banhozinho legal sem medo da poluição. Pensando bem, o César tá coberto de razão. Pode destilar teu veneno e sacodir o chocalho a vontade. Tô nessa também.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Bad boys


O profissionalismo do jogador brasileiro está sempre em cheque na Europa graças à postura de alguns de nossos craques. O último episódio envolve Robinho, que teria fugido da concentração do Manchester City para o Brasil para tratar de assuntos particulares, quem sabe uma transferência para o Chelsea do Felipão. O jogador desmente tudo e diz que foi liberado pela direção do clube, mas não é a primeira vez que Robinho parece no noticiário com esse tipo de comportamento. Sua intempestiva saída do Santos já rendeu muito pano pra manga. Ronaldo também foi protagonista de novelas com enredos cabeludos, Adriano virou o imperador da confusão e mais recentemente, pra surpresa geral, Diego, do alemão Werder Bremen, apareceu nas manchetes quando foi pego dirigindo embriagado. Parece que salários em euros não mexem só com o bolso e a conta bancária de determinados senhores da bola.(molecagem de Diego e Robinho no site clickgratis.com.br)

Eles também torcem. E muito



Quem pensa que só jornalista brasileiro gosta de torcer por seu time do coração está enganado. Vejam no que deu a notícia de que Kaká permaneceria no Milan, transmitida por Silvio Berlusconi, primeiro ministro e dono do clube, durante uma daquelas mesas redondas que todos conhecemos.Sintam o constrangimento do apresentador ou âncora, como queiram, que foi obrigado a cortar o microfone de torcedor/jornalista - ou seria jornalista/torcedor? - mais entusiasmado.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Um troféu evangélico


Todo mundo sabe que são muito fortes as ligações de Kaká e sua mulher com a igreja evangélica Renascer em Cristo. Tanto que o casamento deles foi realizado no templo do Cambuci, onde domingo ocorreu o desabamento que matou nove pessoas. Isso é notícia velha. A novidade agora é o desaparecimento do troféu de melhor do mundo, ganho pelo jogador em 2007 e doado à igreja onde ficou exposto desde então (foto Eduardo Knapp/Imagem Folha). Com o acidente a peça ofertada pela FIFA aos vencedores da promoção pode estar no meio dos escombros. É uma possibilidade negada com a mesma veemência com que os bispos garantiram a segurança das instalações do templo. Vai daí que o troféu, juram por Deus, estaria a salvo em um cofre da instituição.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

A crise. Que crise?

Perguntem a um xeique árabe, dono do Manchester City, clube do Robinho, se ele conhece o sentido da palavra crise, se está preocupado com o que acontece atualmente em boa parte do planeta. Ele vai fazer cara de tolo e pedir que não o amolem. Suas atenções agora estão voltadas para a compra do craque Kaká por 346 milhões de libras, aproximadamente R$ 750 milhões, a maior transação no futebol em todos os tempos.

Só Jesus salva. E gosta

Essa negociação envolvendo cifras astronômicas tem algumas condicionantes estabelecidas pelo próprio Kaká. Ele sai do Milan desde que o clube inglês se comprometa primeiro, com um projeto para a conquista em dois anos do título da Liga dos Campeões da Europa. Segundo, e igualmente importante como parte do projeto, que Robinho não seja vendido nesse período. Por último a conversa é sobre dinheiro: os direitos de imagem devem permanecer com os atuais representantes do jogador. Quem deve estar gostando dos valores divulgados até aqui é a igreja a qual Kaká está vinculado e para onde ele destina boa parte de seus modestos rendimentos.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

De dar nojo


A coisa ta ficando de um jeito que só mesmo jogando o aparelho de tevê pela janela, embrulhando peixe com jornal e desligando o rádio. Canal aberto faz tempo é um convite à imbecilização do telespectador, coisa de gente que não tem um pingo de carinho pelos seus, pelos nossos neurônios. Independente da emissora há pouco o que ver e ouvir, situação agravada na telinha a partir da terça-feira quando começou o programa mais escroto e nojento da televisão brasileira. Que me perdoem os fãs que têm a pachorra de assistir aquele monte de boçais enjaulados. Telejornalismo virou crônica policial – até porque assunto não falta e salva a audiência - enquanto a tecnologia avançada nos leva a globalização e aos confins do planeta para tomarmos conhecimento de assuntos que não nos dizem o mínimo. São revistas de variedades, quando não bobagens monumentais. O que interessa à comunidade é simplesmente varrido para baixo do tapete, riscado das pautas de tevês, rádios e jornais, não merece debate nem atenção dessa turma que cheira a fralda mijada. Sem contar a auto badalação por conta da promoção de eventos e a exclusividade na cobertura de competições. Autoridades e políticos perderam em algum canto de suas vidas públicas a decência e a noção do ridículo. Acabam todos corrompidos, seja na federação, estado ou município, por relações promíscuas que impõem submissão e negação de suas atribuições mínimas. Chamamos a polícia, o ladrão e o bandido chegam primeiro, pedimos um sistema viário decente, ganhamos um tapete preto cheio de buracos, rogamos por cultura e entretenimento, nos oferecem reality shows, cinemas de Rambos & Cia e teatros fechados. Até nosso futebol, dominado pelo presidente golfinho e sua turma, virou sessão coruja atrelado à programação da grande rede. Felizmente quem lê, ao contrário do que disse o presidente Lula, não tem azia. Ou, se é sócio de uma locadora decente, tem tevê por assinatura, conhece os caminhos da boa música e dos clubes de cinema, não sofre com ânsia de vômito. (ilustração do site ansiadevomito.blogsome.com)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

A lista do quem é quem

Meu amigo Giovani Vitória, assessor de imprensa de Fundação de Esportes de Blumenau, atento à lista dos participantes do Campeonato e das camisas onde o que menos aparece são os distintivos e os nomes dos clubes, deu o seu pitaco para acrescentar um participante e fazer uma correção: a segunda moça da esquerda para a direita que aparece na parte de cima da foto na nota abaixo representa a Hering, aquela dos peixinhos, patocinadora do Metropolitano. Já onde escrevi Brandilla, leia-se Brandili, empresa de Apiuna que ajuda a segurar as pontas do Atlético de Ibirama. Gracias grande Giovani, falta pouco para completar a lista dos dez mais.

Que times são esses?


Um pequeno teste de adivinhação: que campeonato é esse e que clubes irão disputá-lo? Estão todos nesta foto do Ricardo Duarte, da RBS, dona da festa de lançamento na segunda-feira, junto com a Federação. São dez times representados pelas meninas uniformizadas e vou ajudar o leitor curioso com algumas dicas. Da esquerda para a direita, em cima, Taschibra, Casas da Água e (não deu pra identificar direito) parece que o Zanata FC. Em baixo, no mesmo sentido, Havan, Carvão Criciúma e um tal de Brandilla. É isso? O resto é com vocês, se virem.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Uma prece à FIFA


Continua a arenga sobre a Copa do Mundo de 2014. Bom, por tudo que esta cidade precisa, seria uma sede em Florianópolis, mas o que tenho lido e ouvido me deixam cada vez mais pé atrás. O secretário Gilmar Kanesel – Cultura, Turismo e Esporte – dá entrevista toda hora e não sinto firmeza em nenhuma manifestação sua, praxe mantida por outras figuras e figurões que tratam do assunto, como Joceli de Souza (foto do Figueirense), coordenador do Comitê Executivo Estadual. As respostas são evasivas e mostram algum desconhecimento de Knaesel, como a existência de um gerador no projeto (belíssimo, por sinal) agora modificado da futura Arena. Na Florianópolis dos apagões um equipamento como esse não é acessório, principalmente em se tratando de estádios para a Copa. É exigência da FIFA, não uma “modernidade” nem opção como querem fazer entender elementos da tal comissão pró sede. Quando se fala em melhoria da infra-estrutura da cidade ai é que a porca torce o rabo. Nenhuma palavra sobre início de obras, a não ser falatório em torno do aeroporto, de planos para um metrô de superfície, de melhoria do sistema viário e de transportes, piriri, pororó. O documento que deveria ser entregue à FIFA até o dia 15 deste mês ficou pronto antes. Ótimo. Mas estão faltando as cerejas do bolo representadas, por enquanto, apenas por maquetes, muita promessa, foguetório e palavras ao vento. Será trágico se o que estou entendendo for a realidade: se uma das sedes da Copa não vier para Florianópolis vamos continuar com aquele aeroporto do jeito que está, com o tormento em dia de jogos ou não na Ressacada para chegar ao sul da Ilha, sem transporte decente, com falta d'água e de luz na temporada, sem saneamento, com sistema viário defasado, etc, etc. Senhores do futebol, donos do mundo, tenham piedade de nós. Salvem a nossa cidade. Não podemos esperar por ações de nossas autoridades e políticos. Eles só sabem o que dizem. Mas não fazem.

Ligações perigosas


J.Havilla, “il capo de tutti capi” da Traffic, é o novo membro do Conselho Nacional do Esporte, nomeado pelo Ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior. A Traffic do novo conselheiro (foto) do ME é hoje uma das empresas com mais influência e participação no futebol brasileiro, parceira que é de clubes como Palmeiras, Fluminense, Botafogo, entre outros poderosos. Aqui mesmo em Floripa já estendeu suas asas sobre o Avaí, através da LA Esportes. Entre os seus contratados, sintam o poder de fogo, estão Carlos Alberto Parreira e os ex-jogadores Pitta e Dario Pereira. É uma empresa como outra qualquer, dirão alguns. Não é. Qual a razão para um jogador desconhecido negociado pela Traffic valer e interessar mais do que uma cria da casa? Olhem em volta e tentem descobrir onde estão atletas formados na base de nossos clubes. No Avaí tem um, o Gustavo. Mas ele é irmão do Marquinhos, xodó avaiano. E o Figueirense, o que tem feito com os seus? Lembrem 2008, fracasso com os profissionais, título na Copa São Paulo de juniores. O interior catarinense deixou de ser fonte alimentadora, embora celeiro de revelações. Elas bem que existem, só que estão valendo menos que os desconhecidos e muitas vezes bichados que aparecem em nossos times. É só contabilizar os “feridos de guerra” abatidos por lesões crônicas ou incuráveis que povoam as enfermarias dos clubes catarinenses. A ciranda é interminável e comandada por empresários com espaços cada vez maiores no cenário esportivo brasileiro, pelo jeito agora misturando o público com o privado. Sobreviverão os grandes, ainda assim os mais organizados. O resto – a imensa maioria no futebol deste país – ficará refém de empresas & negócios. A torcida, bem, a torcida não consegue mais decorar a escalação do seu time formado, em grande parte, por jogadores sem nenhuma identificação com a cidade e as cores do clube que defendem. Hoje só Jesus, aquele das camisetas, é fiel.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Acima de qualquer suspeita


Pois não é que o ilustre presidente da Federação Catarinense de Futebol virou um grande magistrado? Enquanto dois grupos de comunicação lutam na justiça pelos direitos de transmissão do Campeonato Catarinense, Delfim Peixoto Filho, do alto do seu notório saber jurídico, já sentenciou: nosso campeonato – não fui, mas agradeço sensibilizado o convite para a festa de lançamento - será transmitido pela RBS. Como diria aquele manezinho, com o controle remoto na mão e sem saber que botão apertar: morro e não vejo tudo. (Foto da assinatura faz tempo do contrato FCF-Associação de Clubes-RBS/divulgação)

domingo, 11 de janeiro de 2009

Ministério Público contra oligopólio da RBS

O MPF (Ministério Público Federal) em Santa Catarina propôs ação civil pública contra a aquisição do jornal A Notícia pelo Grupo RBS, ou Rede Brasil Sul, que atualmente detém no Estado o controle de seis emissoras de televisão, os jornais Diário Catarinense, Hora de Santa Catarina e Jornal de Santa Catarina, além de três emissoras de rádio.Na ação, o MPF também busca reduzir o número de emissoras de televisão do grupo ao máximo permitido por lei —duas. Segundo a PGR (Procuradoria-Geral da República), as empresas são registradas em nome de diferentes pessoas da mesma família com o objetivo de não ultrapassar o limite estabelecido em lei, o que é feito com o conhecimento expresso do Ministério das Comunicações.O pedido é assinado pelos procuradores da República Analúcia Hartmann, Celso Antônio Tres, Marcelo da Mota e Mário Sérgio Ghannagé Barbosa, mas ainda aguarda o recebimento pela Justiça Federal.A ação foi proposta contra várias empresas do grupo, inclusive o jornal A Notícia, e as pessoas físicas Moacir Gervazzio Thomazi, antigo proprietário do jornal A Notícia, e Nelson Pacheco Sirotsky, controlador do grupo RBS. Também são citados a União e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), que aprovou a compra do jornal pelo grupo.Para o MPF, há em Santa Catarina uma situação de oligopólio, onde um único grupo econômico possui quase a total hegemonia das comunicações no estado. Também se percebe uma situação de propriedade cruzada, uma vez que, novamente, um único grupo econômico possui a propriedade de todas as mídias: TV, rádio, jornal, internet, revista, etc.Na ação, os procuradores ressaltam a necessidade de pluralidade dos meios de comunicação social para garantir o direito de informação e expressão, e a manutenção da livre concorrência e da liberdade econômica, ameaçadas por práticas oligopolistas.O documento cita dois casos de práticas do Grupo RBS que ferem os preceitos da livre concorrência: o caso de dumping praticado no lançamento do jornal Hora de Santa Catarina, que custava apenas R$ 0,25, com o objetivo de lançar o produto abaixo do custo para sabotar a concorrência; e obrigação imposta aos distribuidores e vendedores de periódicos a não operarem com veículos que não sejam da RBS.Caso a ação seja julgada procedente, as emissoras excedentes do grupo, e o jornal A Notícia, devem ser alienadas a terceiros sem vínculo empresarial ou pessoal com a RBS. Também há a possibilidade do jornal ser restituído aos antigos proprietários. (do site www.uol.com.br)