A choradeira é livre, muito grande e corre solta,
inundando os corredores esportivos de Santa Catarina. A gritaria maior é pelos
critérios – ou a falta de – utilizados para distribuição dos recursos do Fundo
Estadual de Incentivo ao Esporte, conhecido como Fundesporte.
Para se ter uma boa ideia dos ingredientes pesados que
tornam nebuloso esse assunto, uma instituição chamada Associação Brasileira de
Esporte Endurance, realizadora do Iroman, foi contemplada com R$ 600 mil. A
Fesporte abraçou um pepino de R$ 1milhão 750 mil reais, como pagadora do
auxílio destinado ao Desafio das Estrelas, aquele evento de kart que
todos os anos leva muito dinheiro público na sua realização. O constrangido
presidente da instituição e mera repassadora desta pequena fortuna, Adalir
Pecos Borsatti, é mais uma vítima destes arranjos de bastidores.
Enquanto isso, do total de projetos aprovados beneficiando
federações com dinheiro do Fundo (R$ 3 milhões), apenas 21% foram liberados,
aliviando os cofres das Federações de Surf, com R$ 52 mil e 500, do Desporto
Universitário, R$ 186 mil e Karatê Inter estilos com R$ 200 mil.
O pior é constatar que a joinvilense Tamiris de Liz,
nossa revelação do desporto escolar, participou do Mundial Juvenil de Atletismo
em Barcelona e está na Olimpíada em Londres sem um tostão do Fundo. Seu projeto
de míseros R$ 9 mil e 800 recebeu parecer favorável, mas até hoje a atleta
espera pelo pagamento. Os atletas, justo eles, formam o maior contingente de
credores do Fundesporte: receberam pouco mais de 9% do que foi aprovado (R$ 290
mil) pela Secretaria de Cultura, Turismo e Esporte e pelo Conselho Estadual do
Esporte, origem, meio e fim desta via crucis.
Há inúmeros projetos aprovados e engavetados, causando
revolta e decepção entre os que trabalham sério pelo esporte catarinense.
Questionada, a Secretaria não apresenta nenhuma justificativa. Lá os ventos
sopram somente a favor de interesses políticos eleitoreiros. E recebe tão pouca atenção do governador
Raimundo Colombo e seu séquito que nos últimos meses passaram por lá César
Souza Júnior e o interino José Natal. Ambos privilegiaram suas candidaturas,
enquanto o esporte catarinense segue sem comando, de
chapéu na mão e ao sabor da improvisação e da falta de cuidado com o dinheiro
público.
@angela_albino tem discurso eleitoreiro, é amiga do espancador netinha de Paula http://t.co/XrONxfCn
ResponderExcluirtem também o dinheiro do esporte do projeto segundo tempo? Alguem viu? PCdo B sumiu!