Tudo, mas tudo mesmo, o que envolve a Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016 no Brasil é motivo para polêmica, suspeitas e muita desconfiança. O Senado aprovou terça-feira a criação da APO (Autoridade Pública Olímpica), estatal que vai organizar os Jogos de 2016 no Rio de Janeiro.
É a mais nova proposta para muitas discussões e controvérsias graças, nesse caso, à reação de alguns senadores ao resultado da votação (46 a 13) que inclui a emenda do deputado Marco Maia (PT-RS), prorrogando sem licitação cerca de 6,4 mil contratos de concessionárias comerciais dos aeroportos administrados pela Infraero. Os senadores descontentes – o que não significa dispostos a evitar a roubalheira - vão propor à presidenta Dilma Rousseff o veto dessa emenda.A rejeição total desta MP só não aconteceu agora para evitar que ela caducasse, obrigando a uma nova votação a partir da Câmara.
Entre os contratos estão os firmados por lojas e pontos comerciais instalados nos principais pontos do país. Os lojistas reivindicam a prorrogação especialmente no período da Copa de 2014 e das Olimpíadas, quando o movimento nos aeroportos será maior.
Depois virá a discussão sobre quem vai comandar a APO e o número de empregos que a estatal poderá oferecer. O Ministro do Esporte, Orlando Silva, cobiçou o posto mais importante, mas foi descartado, segundo informações que circulam pelos corredores do Palácio do Planalto. Seria muita concentração de poder em um só Ministério e que tem sido alvo de muitas acusações sobre o mau uso do dinheiro público.O chefão, convidado por Dilma, será Henrique Meirelles, ex-Banco Central, guardião da chave do cofre durante a gestão Lula.
Já foi reduzido de 484 para 181 o número de cargos a serem criados na APO, com salários de até R$ 22 mil. Em outro item do texto recém aprovado e que vai à sanção da presidenta, está a proibição de alteração de contratos e aumento de valores após concluídas as licitações.
Tomara sejam verdadeiramente boas as intenções dos senadores contrários à emenda do deputado petista e a outras distorções que apareçam mais adiante. Ou então seguiremos o roteiro tradicional traçado pelos legisladores deste país em todas as suas esferas. É o que temos, até o momento, vislumbrando a organização no Brasil de Copa do Mundo e Olimpíada.
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